Título: Adele Live at The Royal Albert Hall
Artista: Adele
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * * 1/2
Enquanto canta Someone Like You, Adele cai no choro, emocionada com o forte coro do público do Royal Albert Hall no acompanhamento espontâneo da balada que ajudou a fazer de 21 o álbum do ano em escala mundial. A cena está perpetuada no DVD Adele Live at The Royal Albert Hall, lançado pela Sony Music em kit que inclui CD com a gravação ao vivo captada em show feito pela cantora e compositora britânica no famoso palco de Londres em 22 de setembro de 2011. Filmado com requinte, o DVD perpetua o momento glorioso de Adele em clima apoteótico, como se percebe pela chuva de papel picado que cai ao fim do show, encerrado com Rolling in the Deep, o megahit que ajudou 21 a ultrapassar os 13 milhões de cópias vendidas no mundo. Se o universo pop conspirou a favor de Adele ao longo de 2011, o primeiro registro ao vivo de show da artista explicita a razão dessa justa idolatria. Ao longo dos 17 números do roteiro, que entrelaça músicas dos álbuns 19 (2008) e 21 (2001) entre covers dos repertórios da cantora e compositora norte-americana Bonnie Raitt (I Can't Make You Love me) e do grupo norte-americano de bluegrass The SteelDrivers (If It Hadn't Been for Love), Adele se mostra uma cantora de verdade. Não somente pela potência vocal - já incerta em 2012 por conta de hemorragia nas cordas vocais que levou a cantora a ser operada em novembro e a entrar em recesso previsto para durar até fevereiro - mas pela força de seu cancioneiro embebido em dores de amores. Pois Adele anestesia sua dor de amor com doses bem calculadas de soul, blues, folk e country. As cordas tensas de Set Fire to the Rain - outro destaque do show e do repertório de 21 - mostram que as emoções intensas de Adele desafiam a ditadura do cool e tornam sua música mais irresistível. Não há maquiagem em cena, somente a do camarim, entrevisto nas cenas de bastidores que abrem e fecham o DVD. A propósito, embora a ausência de legendas em português seja avisada na contracapa, é lamentável que uma gravadora do porte da Sony Music não tenha se dignado a legendar o bom making of de nove minutos exibido nos extras do DVD Adele Live at The Royal Albert Hall. No mais, o registro é perfeito, eternizando momento de Adele que talvez não se repita mais...
13 comentários:
Enquanto canta Someone Like You, Adele cai no choro, emocionada com o forte coro do público do Royal Albert Hall no acompanhamento espontâneo da balada que ajudou a fazer de 21 o álbum do ano em escala mundial. A cena está perpetuada no DVD Adele Live at The Royal Albert Hall, lançado pela Sony Music em kit que inclui CD com a gravação ao vivo captada em show feito pela cantora e compositora britânica no famoso palco de Londres em 22 de setembro de 2011. Filmado com requinte, o DVD perpetua o momento glorioso de Adele em clima apoteótico, como se percebe pela chuva de papel picado que cai ao fim do show, encerrado com Rolling in the Deep, o megahit que ajudou 21 a ultrapassar os 13 milhões de cópias vendidas no mundo. Se o universo pop conspirou a favor de Adele ao longo de 2011, o primeiro registro ao vivo de show da artista explicita a razão dessa justa idolatria. Ao longo dos 17 números do roteiro, que entrelaça músicas dos álbuns 19 (2008) e 21 (2001) entre covers dos repertórios da cantora e compositora norte-americana Bonnie Raitt (I Can't Make You Love me) e do grupo norte-americano de bluegrass The SteelDrivers (If It Hadn't Been for Love), Adele se mostra uma cantora de verdade. Não somente pela potência vocal - já incerta em 2012 por conta de hemorragia nas cordas vocais que levou a cantora a ser operada em novembro e a entrar em recesso previsto para durar até fevereiro - mas pela força de seu cancioneiro embebido em dores de amores. Pois Adele anestesia sua dor de amor com doses bem calculadas de soul, blues, folk e country. As cordas tensas de Set Fire to the Rain - outro destaque do show e do repertório de 21 - mostram que as emoções intensas de Adele desafiam a ditadura do cool e tornam sua música mais irresistível. Não há maquiagem em cena, somente a do camarim, entrevisto nas cenas de bastidores que abrem e fecham o DVD. A propósito, embora a ausência de legendas em português seja avisada na contracapa, é lamentável que uma gravadora do porte da Sony Music não tenha se dignado a legendar o bom making of de nove minutos exibido nos extras do DVD Adele Live at The Royal Albert Hall. No mais, o registro é perfeito, eternizando momento de Adele que talvez não se repita mais...
Comprei o DVD, e me decepcionei bastante com a falta de legendas. É verdade que na capa há o aviso que não há legendas em português, mas imaginei que tivesse em inglês ou espanhol. O fato é que não tem legenda alguma, então deveria estar escrito: este DVD não tem legendas. E o show é quase todo falado, pois Adele fala muito o tempo todo, e mesmo para quem fala inglês, é dificílimo compreendê-la.
O show é maravilhoso, Adele é perfeita, mas a ausência de legendas é um absurdo. A impressão que dá é que a Sony lançou o DVD a toque de caixa, pra vender no natal, sem se preocupar com a qualidade do que estava sendo vendido ao público.
ternizando momento de Adele que talvez não se repita mais...
Credo Mauro, parece um mau agouro "Me lembrou a maldição dos 27"
Adele ainda irá lançar cds tão maravilhosos quanto o 19 e o 21, disso tenho certeza!
Se tivesse nascido no Brasil provavelmente não faria sucesso ou não teria o reconhecimento merecido.Por características óbvias:não tem um corpo perfeito,não dança,canta baladas tristes...Adele é um fenômeno!Muita saúde para vc!
Ela me lembra da Alison Moyet, que sempre (ou quase sempre) foi gordinha e que possui também um vozeirão 'soul' da melhor qualidade.
Adquiri o DVD e Adele é prova viva de que quando um artista é bom, só a voz basta. Um show belissímo em um teatro mais lindo ainda. Mas o show não tem milhares de troca de roupas e efeitos especias, o que reforça a tese só a sua voz é suficiente, além da presença de palco e interpretação marcante quando canta.
Espero que este sucesso perpetue cada vez mais e mais... ela merece.
Eu sei que vai parecer antipatia minha - e peço perdão.
Até respeito Adele e o fato dela ter sido um dos artistas musicais arrasa-quarteirão de 2011.
Mas essa linha "cantora que faz letras 'corta-pulso' com um toque de soul e blues" está me dando um enjoo... parece-me que alguns querem ver a artista que faz isso sofrer por amor, sangrar, deixar os pulsos cortados até morrer (aqui, sentido figurado, hein?).
Fizeram isso com Amy. Farão com Adele? Tomara que ela escape dessa. E, se continuar nessa seara, que o faça porque quer assim, não porque querem isso dela.
Só me resta citar Gonzaguinha: "Só mato a sede quando choro um pouco a minha mágoa/Mas a plateia ainda aplaude, ainda pede bis/A plateia só deseja ser feliz".
No mais: se eu não aparecer aqui até sábado, bom 25 de dezembro a todos. É muito bom frequentar esse espaço aqui.
Felipe dos Santos Souza
P.S.: Ansioso para ver o Mauro escrever o "algumas boas notícias que o Notas Musicais dará em 2012", que deve ser o primeiro post do ano vindouro.
que show!! Sem "pirotecnia",adele em someone like you prova que quando o artista é bom basta um cantinho e um violão(ou um piano).difícil segurar as lágrimas.
Aí está o jovem - e já grande crítico musical- Felipe dos Santos Souza, gravem esse nome.
Feliz 25 de Dezembro também, Felipe, extensivo a todos os amigos.
Abraço!
Adele canta muito bem, tem algumas músicas ótimas (algumas das quais eu amo), mas não vejo o porquê de tanto alarde (e tantas vendas) da indústria em torno dela. São letras triviais com um toque de black music (r&b, soul, blues) e uma voz boa em prol delas... Acho que o a saturação de parte do publico pelo eletropop esteril farofa de sempre e a lacuna deixada pela perda de Amy, contribuirão para o "fenômeno" Adele. Não sei se devido às roupas, cabelo etc também, mas não sei por que... a forma da Adele cantar me remete muito à Ana Carolina...refroes fortes em tons altos...emissão e afinação impecáveis enfim...
Retifico minha crítica realizada antes de assistir ao DVD. O carisma e poder vocal dela no palco é algo simplesmente incontestável. Ela se porta de forma extremamente espontanea e simpatica no palco, e manipula a voz de forma tao madura, com uma tecnica que dificilmente alguma cantora de 23 anos teria. A musicalidade do repertório assim como a temática das letras casa bem no palco, tornando o show coeso, me fazendo apreciar inclusive as cançoes que não me eram muito queridas. Estou no aguardo da apresentação no Grammy e espero que o proximo album venha em breve.
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