sábado, 3 de dezembro de 2011

Reedições da discografia do Pink Floyd valorizam a obra do grupo inglês

Resenha de coleção de reedições de CDs
Título: Pink Floyd Remastered
Artista: Pink Floyd
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * * *

A discografia do Pink Floyd (1965 - 1996) ganha - enfim - tratamento condizente com sua importância e perenidade no universo pop. Firmado neste ano de 2011, acordo do grupo inglês com a EMI Music viabilizou reedições dos 14 álbuns de estúdio lançados pela banda entre 1967 e 1994. Os títulos mais emblemáticos dessa obra fonográfica - The Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975) e The Wall (1978) - voltam ao catálogo também em edições duplas que expandem o conteúdo dos álbuns. São as Experience Editions. Os demais retormam às lojas em reedições simples, mas produzidas com requinte e zelo. A qualidade da remasterização - feita por James Guthrie e Joel Plante no estúdio Das Boot Recording - é primorosa e valoriza as reedições, tornando mais sedutora a viagem proposta pelo Pink Floyd por terrenos psicodélicos e progressivos. Primeiro álbum do grupo, The Piper at the Gates of  Dawn (1967) é mergulho profundo nas águas psicodélicas da década de 60 com mix de rock, blues, jazz e folk que mostrou a ascendência do vocalista e guitarrista Syd Barrett (1946 - 2006) - compositor da maior parte das músicas do disco - sobre os demais integrantes da banda. A viagem psicodélica teve mais uma escala no sombrio A Sacerful of Secrets (1968), último álbum gravado com Barrett, então já imerso no poço escuro das drogas. Na sequência, a banda lançou Music From the Film More (1969), trilha sonora do filme More. É o disco em que o guitarrista e vocalista David Gilmour - recrutado para substituir Barrett ainda no processo de gravação de A Sacerful of Secrets - começa progressivamente a se impor na banda, integrando a formação clássica do Pink Floyd com Roger Waters (voz e baixo), Richard Wright (teclados) e Nick Manson (bateria). Álbum duplo que não se impõe na obra inicial do grupo, Ummaguma (1969) estende a viagem psicodélica no disco 1 - captado em shows feitos pela banda em abril e maio de 1969 - e segue por trilha experimental no disco 2, gravado em estúdio. Vem então a obra-prima Atom Heart Mother (1970), suíte sinfônica que delinearia o som do Pink Floyd a partir de então. É quando o grupo parte para a viagem progressiva que geraria outras obras-primas ao longo dos anos 70. Meddle (1971) mantém o alto nível, destaca a longa faixa Echoes e faz as guitarras de Gilmour sobressaírem - participação que, de forma progressiva, iria causar ciúmes em Waters, gerando rivalidade que culminaria com a saída deste nos anos 80. Na sequência, o Pink Floyd lançou mais uma trilha sonora, Obscured by Clouds (1972) - composta em moldes mais tradicionais para o filme La Valeé, de Barbet Schroeder (o cineasta francês que dirigira More) - antes de apresentar o clássico dos clássicos de sua discografia, The Dark Side of the Moon (1973), ápice da viagem com suas letras reflexivas sobre a loucura e com efeitos sonoros. Fãs do grupo devem optar pela Experience Edition do álbum, que adiciona ao repertório original um disco ao vivo com inédito registro de show feito em Londres, em 1974, apresentação em que o Pink Floyd toca as músicas de Dark Side. Na sequência, Wish You Were Here (1975) faz elegia a Syd Barrett entre balada que dá título ao disco - a canção mais popular do repertório do Pink Floyd - e a peça-suíte, Shine on You Crazy Diamond, que norteia a criação do álbum. Também conceitual,  Animals (1977) sinaliza a ascendência de Roger Waters como compositor da banda. É um álbum de tom crítico e roqueiro que, de certa forma, prepara o terreno para a ópera-rock The Wall (1979), outro clássico entre os clássicos da discografia da banda. O som da banda ficava mais roqueiro e pesado - influência provável do furacão punk que varrera a Inglaterra dois anos antes - sem abandonar o estilo progressivo que geraria espetáculo de grande apelo visual apresentado em turnê que marcaria a saída de Richard Wright. O clima pesava cada vez mais entre Roger Waters e David Gilmour, o que se reflete de certa forma no álbum seguinte, The Final Cut (1983), composto e produzido sob o comando de Waters. Que acabaria saindo da banda. Gilmour assume o poder em A Momentary Lapse of Reason (1987), álbum que, embora seja assinado pelo Pink Floyd, parece nem fazer parte da discografia do grupo. Sete anos se passariam até o Pink Floyd - ou David Gilmour - lançar The Division Bell (1994), último álbum de estúdio que oscila entre o pop e o progressivo. Tem lá seus momentos, mas não tem a alma do Pink Floyd mais clássico, eternizada nos discos áureos dos anos 70. No todo, a viagem é boa.

8 comentários:

  1. A discografia do Pink Floyd (1965 - 1996) ganha - enfim - tratamento condizente com sua importância e perenidade no universo pop. Firmado neste ano de 2011, acordo do grupo inglês com a EMI Music viabilizou reedições dos 14 álbuns de estúdio lançados pela banda entre 1967 e 1994. Os títulos mais emblemáticos dessa obra fonográfica - The Dark Side of the Moon (1973), Wish You Were Here (1975) e The Wall (1978) - voltam ao catálogo também em edições duplas que expandem o conteúdo dos álbuns. São as Experience Editions. Os demais retormam às lojas em edições simples, mas produzidas com zelo. A qualidade da remasterização - feita por James Guthrie e Joel Plante no estúdio Das Boot Recording - é primorosa e valoriza as reedições, tornando mais sedutora a viagem proposta pelo Pink Floyd por terrenos psicodélicos e progressivos. Primeiro álbum do grupo, The Piper at the Gates of Dawn (1967) é mergulho profundo nas águas psicodélicas da década de 60 com mix de rock, blues, jazz e folk que mostrou a ascendência do vocalista e guitarrista Syd Barrett (1946 - 2006) - compositor da maior parte das músicas do disco - sobre os demais integrantes da banda. A viagem psicodélica teve mais uma escala no sombrio A Sacerful of Secrets (1968), último álbum gravado com Barrett, então já imerso no poço escuro das drogas. Na sequência, a banda lançou Music From the Film More (1969), trilha sonora do filme More. É o disco em que o guitarrista e vocalista David Gilmour - recrutado para substituir Barrett ainda no processo de gravação de A Sacerful of Secrets - começa progressivamente a se impor na banda, integrando a formação clássica do Pink Floyd com Roger Waters (voz e baixo), Richard Wright (teclados) e Nick Manson (bateria). Álbum duplo que não se impõe na obra do grupo, Ummaguma (1969) estende a viagem psicodélica no disco 1 - captado em shows feitos pela banda em abril e maio de 1969 - e segue por trilha experimental no disco 2, gravado em estúdio. Vem então a obra-prima Atom Heart Mother (1970), suíte sinfônica que delinearia o som do Pink Floyd a partir de então. É quando o grupo parte para a viagem progressiva que geraria outras obras-primas ao longo dos anos 70.

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  2. Meddle (1971) mantém o alto nível, destaca a longa faixa Echoes e faz as guitarras de Gilmour sobressaírem - participação que, de forma progressiva, iria causar ciúmes em Waters, gerando rivalidade que culminaria com a saída deste nos anos 80. Na sequência, o Pink Floyd lançou mais uma trilha sonora, Obscured by Clouds (1972) - composta em moldes mais tradicionais para o filme La Valeé, de Barbet Schroeder (o cineasta francês que dirigira More) - antes de apresentar o clássico dos clássicos de sua discografia, The Dark Side of the Moon (1973), ápice da viagem com suas letras reflexivas sobre a loucura e com efeitos sonoros. Fãs do grupo devem optar pela Experience Edition do álbum, que adiciona ao repertório original um disco ao vivo com inédito registro de show feito em Londres, em 1974, apresentação em que o Pink Floyd toca as músicas de Dark Side. Na sequência, Wish You Were Here (1975) faz elegia a Syd Barrett entre balada que dá título ao disco - a canção mais popular do repertório do Pink Floyd - e a peça-suíte, Shine on You Crazy Diamond, que norteia a criação do álbum. Também conceitual, Animals (1977) sinaliza a ascendência de Roger Waters como compositor da banda. É um álbum de tom crítico e roqueiro que, de certa forma, prepara o terreno para a ópera-rock The Wall (1979), outro clássico entre os clássicos da discografia da banda. O som da banda ficava mais roqueiro e pesado - influência provável do furacão punk que varrera a Inglaterra dois anos antes - sem abandonar o estilo progressivo que geraria espetáculo de grande apelo visual apresentado em turnê que marcaria a saída de Richard Wright. O clima pesava cada vez mais entre Roger Waters e David Gilmour, o que se reflete de certa forma no álbum seguinte, The Final Cut (1983), composto e produzido sob o comando de Waters. Que acabaria saindo da banda. Gilmour assume o poder em A Momentary Lapse of Reason (1987), álbum que, embora seja assinado pelo Pink Floyd, parece nem fazer parte da discografia do grupo. Sete anos se passariam até o Pink Floyd - ou David Gilmour - lançar The Division Bell (1994), último álbum de estúdio que oscila entre o pop e o progressivo. Tem lá seus momentos, mas não tem a alma do Pink Floyd mais clássico, eternizada nos discos áureos dos anos 70. No todo, a viagem é boa.

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  3. Pink Floyd é sensacional... The Dark Side of the Moon e The Wall são dois grandes e clássicos albuns da banda.

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  4. Saucerful of Secrets é para mim, o terceiro colocado, melhor que o The Wall, que desanda do meio pro fim.

    The Final Cut é o pior. Um albúm perdido na arrogância de Roger Waters.

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  5. O primeiro - The Paper at The Gates of Dawn - pra mim é quase tão bom quanto o Dark Side... e o The Wall, que discordo desande do meio para o fim.

    PS: Comprei o Dark Side Experience edition e recomendo!

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  6. e cada capa é uma obra-prima das artes gráficas.

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  7. O autor subestima the division bell, um sucesso de critica e publico. high hopes, marooned e lost for words sao de alto nivel e o album tem regularidade. Nao estamos falando de um dark side, wish you wete here ou the wall mas desmerecer esse album porque Waters nao participou e simplesmente confortavel e subjetivo.

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  8. O autor subestima the division bell, um sucesso de critica e publico. high hopes, marooned e lost for words sao de alto nivel e o album tem regularidade. Nao estamos falando de um dark side, wish you wete here ou the wall mas desmerecer esse album porque Waters nao participou e simplesmente confortavel e subjetivo.

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