Título: Em boas e mais Companhias
Artista: Ivor Lancellotti
Gravadora: Dubas / Universal Music
Cotação: * * * *
♪ Compositor carioca, Ivor Lancellotti vai entrar em 2012 em clima de festa pelos 40 anos de carreira, iniciada em 1972 com a defesa da canção autoral Estrada por Marisa Gata Mansa (1933 - 2003) no Festival universitário da TV Tupi. Aos 66 anos, Ivor Lancellotti é ainda hoje identificado como o autor de Abandono, canção romântica gravada por Roberto Carlos em álbum de 1979. Só que transita como compositor sobretudo no universo do samba, ritmo predominante no quarto disco solo do artista, Em boas e mais companhias, lançado via Dubas neste último trimestre de 2011. Neste primeiro álnum em 13 anos, Lancellotti renova repertório autoral, apresentando inéditas como Vou fugir (Ivor Lancellotti e Délcio Carvalho) - o belíssimo samba que abre o trabalho - e Água-mãe (Ivor Lancellotti e Roque Ferreira), tema situado na roda do samba baiano e cantado pelo compositor com Moyseis Marques. Como o título já sugere, Em boas e mais companhias é disco repleto de convidados. Se Pedro Miranda ressalta o leve clima seresteiro de Alma aventureira (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro), Soraya Ravenle solta a voz afinadíssima no magoado (mas resignado) samba Contradizendo (Ivor Lancellotti e Roque Ferreira). O fato de o baterista Domenico Lancellotti (filho de Ivor) ter arregimentado hype turma de músicos amigos para tocar no disco - nomes como Stéphane San Juan (percussão) e Alberto Continentino (baixo) - não impede o disco de se encaixar na moldura mais tradicional do samba. Continentino, a propósito, pilota o baixo do xote Pelos ventos - parceria de Ivor com Domenico, solista da faixa - e da regravação pálida de Sem companhia (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro), feita pelo compositor com Teresa Cristina sem sequer roçar o brilho do registro original feito em 1980 por Clara Nunes (1942 - 1983). A leveza dos arranjos impede que Sete e meia (Ivor Lancellotti e Alvinho Lancellotti) fique com ranço folclórico ao mesmo tempo em que respeita a arquitetura de melodias sublimes como a de Escudo (Ivor Lancellotti e Wanderlei Monteiro), samba em que a convidada Áurea Martins reitera a alta classe vocal em gravação que rivaliza com o registro feito por Fabiana Cozza no recém-lançado terceiro disco de Cozza. No mais, Em boas e mais companhias perpetua o canto grave de Mariana Bernardes, toque luxuoso de Bela cigana (Ivor Lancellotti e João Nogueira), faixa adornada pelo cavaquinho de João Callado e pelo violão de sete cordas de Bernardo Dantas, ambos igualmente luxuosos. Enfim, rejuvenescido pela presença de companhias de vários estilos e idades, Ivor Lancellotti lança disco à altura do histórico que ergueu como compositor desde que Marisa Gata Mansa abriu a estrada dele, há quase 40 anos.
3 comentários:
Compositor carioca, Ivor Lancellotti vai entrar em 2012 em clima de festa pelos 40 anos de carreira, iniciada em 1972 com a defesa de sua canção Estrada por Marisa Gata Mansa (1933 - 2003) no Festival Universitário da TV Tupi. Aos 66 anos, Ivor Lancellotti é ainda hoje identificado como o autor de Abandono, canção romântica lançada por Roberto Carlos em álbum de 1979. Só que transita como compositor sobretudo no universo do samba, ritmo predominante em seu quarto disco solo, Em Boas e Mais Companhias, lançado via Dubas neste último trimestre de 2011. Neste seu primeiro álnum em 13 anos, Lancellotti renova seu repertório, apresentando inéditas como Vou Fugir (Ivor Lancellotti e Délcio Carvalho) - o belíssimo samba que abre o trabalho - e Água-Mãe (Ivor Lancellotti e Roque Ferreira), tema situado na roda do samba baiano e cantado pelo compositor com Moyseis Marques. Como seu título já sugere, Em Boas e Mais Companhias é disco repleto de convidados. Se Pedro Miranda ressalta o leve clima seresteiro de Alma Ventureira (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro), Soraya Ravenle solta sua voz afinadíssima no magoado (mas resignado) samba Contradizendo (Ivor Lancellotti e Roque Ferreira). O fato de Domenico Lancellotti (filho de Ivor) ter arregimentado sua turma hype de músicos para tocar no disco - nomes como Stéphane San Juan (percussão) e Alberto Continentino (baixo) - não impede o disco de se encaixar na moldura mais tradicional do samba. Continentino, a propósito, pilota o baixo do xote Pelos Ventos - parceria de Ivor com Domenico, solista da faixa - e da regravação pálida de Sem Companhia (Ivor Lancellotti e Paulo César Pinheiro), feita pelo compositor com Teresa Cristina sem sequer roçar o brilho do registro original feito em 1980 por Clara Nunes (1942 - 1983). A leveza dos arranjos impede que Sete e Meia (Ivor Lancellotti e Alvinho Lancellotti) fique com ranço folclórico ao mesmo tempo em que respeita a arquitetura de melodias sublimes como a de Escudo (Ivor Lancellotti e Wanderlei Monteiro), samba em que a convidada Áurea Martins reitera sua alta classe vocal em gravação que rivaliza com o registro feito por Fabiana Cozza em seu terceiro recém-lançado disco. No mais, Em Boas e Mais Companhias perpetua o canto grave de Mariana Bernardes, toque luxuoso de Bela Cigana (Ivor Lancellotti e João Nogueira), faixa adornada pelo cavaquinho de João Callado e pelo violão de sete cordas de Bernardo Dantas, ambos igualmente luxuosos. Enfim, rejuvenescido pela presença de companhias de vários estilos e idades, Ivor Lancellotti lança belo CD à altura de seu histórico como compositor.
Tinha um cd do Ivor que me surrupiaram. Era bem bom...
Bacana ele tá gravando de novo.
Mas a pergunta que não quer calar é:
Quando é que Mariana Bernardes vai gravar cd?
Como diria Zeca Baleiro.
http://www.youtube.com/watch?v=VfwdgTYzTW8
chamada!
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