Além de artista das carrapetas, o DJ Zé Pedro sempre exerceu com paixão o ofício de fã de cantoras. E foi para dar voz a cantoras que têm o que dizer que o artista - uma vivaz enciclopédia ambulante da música brasileira - virou dono de gravadora em 2011. Lançada em janeiro, a Joia Moderna disse a que veio logo no primeiro lote de lançamentos, posto efetivamente nas lojas em fevereiro. Lá havia um álbum de Zezé Motta - Negra Melodia, o primeiro disco da atriz e cantora em onze anos - e um CD de Cida Moreira, A Dama Indigna, digno de figurar em qualquer lista de melhores discos do ano. Gravadora de esquema artesanal, a Joia Moderna manteve o nível ao longo de 2011. Além de trazer para o formato de CDs álbuns raros de Leny Andrade (Alvoroço, 1973) Marília Barbosa (Filme Nacional, 1978), Marília Pêra (Feiticeira, 1975) e Vanusa (Vanusa 30 Anos, 1977), todos os quatro injustamente esquecidos nos baús de suas respectivas gravadoras, Zé Pedro - visto em foto de Lailson Santos - trouxe de volta para os estúdios cantoras como Amelinha (Janelas do Brasil, disco de tom lírico e interiorano), Célia (Outros Românticos, reunião de canções gravadas por Roberto Carlos nos anos 70 que não são de autoria do Rei), Cláudia (Senhor do Tempo, interessante abordagem do cancioneiro de Caetano Veloso, feita sem os costumeiros exageros vocais cometidos pela artista em shows), Jussara Silveira (Ame ou se Mande, o melhor trabalho de Jussara, outro disco digno de figurar entre os melhores de 2011) e a desconhecida Silvia Maria (cansativa, mas com rigor técnico, em Ave Rara). Com tiragens limitadas de mil exemplares por título (uma vez esgotada essa tiragem inicial, o disco passa a ser da cantora), dirigidas a um público antenado, os CDs da Joia Moderna moldaram em 2011 o perfil de uma gravadora amada pelo público gay. Nem alguns percalços - como o veto da edição do disco que registrava o show de Alaíde Costa com Fátima Guedes quando o CD já estava sendo encaminhado às lojas - tiraram o brilho da Joia. Que esbanjou modernidade ao reunir cantoras da nova geração para celebrar a obra de Marina Lima no tributo Literalmente Loucas ao mesmo tempo em que teve sensibilidade para lembrar a beleza da música de Taiguara (1945 - 1996) em tributo, A Voz da Mulher na Obra de Taiguara, que trouxe gravações belíssimas de Célia (Mudou) e Verônica Ferriani (Manhã de Londres). Fechando seu primeiro ano de vida, a Joia reeditou - numa licença poética e sexual - o único disco solo do cantor e transformista Edy Star, ...Sweet Edy... (1974). Que venham outras joias em 2012!!!
Além de artista das carrapetas, o DJ Zé Pedro sempre exerceu com paixão o ofício de fã de cantoras. E foi para dar voz a cantoras que têm o que dizer que o artista - uma enciclopédia ambulante da música brasileira - virou dono de gravadora em 2011. Lançada em janeiro, a Joia Moderna disse a que veio logo no primeiro lote de lançamentos, posto efetivamente nas lojas em fevereiro. Lá havia um álbum de Zezé Motta - Negra Melodia, o primeiro disco da atriz e cantora em onze anos - e um CD de Cida Moreira, A Dama Indigna, digno de figurar em qualquer lista de melhores discos do ano. Gravadora de esquema artesanal, a Joia Moderna manteve o nível ao longo de 2011. Além de trazer para o formato de CDs álbuns raros de Leny Andrade (Alvoroço, 1973) Marília Barbosa (Filme Nacional, 1978), Marília Pêra (Feiticeira, 1975) e Vanusa (Vanusa 30 Anos, 1977), todos injustamente esquecidos nos baús de suas respectivas gravadoras, Zé Pedro - visto em foto de Lailson Santos - trouxe de volta para os estúdios cantoras como Amelinha (Janelas do Brasil, disco de tom lírico e interiorano), Célia (Outros Românticos, reunião de canções gravadas por Roberto Carlos nos anos 70 que não são de autoria do Rei), Cláudia (Senhor do Tempo, interessante abordagem do cancioneiro de Caetano Veloso, feita sem os costumeiros exageros vocais cometidos pela artista em shows), Jussara Silveira (Ame ou se Mande, o melhor trabalho de Jussara, outro disco digno de figurar entre os melhores de 2011) e a desconhecida Silvia Maria (cansativa, mas com rigor técnico, em Ave Rara). Com tiragens limitadas de mil exemplares por título (uma vez esgotada essa tiragem inicial, o disco passa a ser da cantora), dirigidas a um público antenado, os CDs da Joia Moderna moldaram em 2011 o perfil de uma gravadora amada pelo público gay. Nem alguns percalços - como o veto da edição do disco que registrava o show de Alaíde Costa com Fátima Guedes quando o CD já estava sendo encaminhado às lojas - tiraram o brilho da Joia. Que esbanjou modernidade ao reunir cantoras da nova geração para celebrar a obra de Marina Lima no tributo Literalmente Loucas ao mesmo tempo em que teve sensibilidade para lembrar a beleza da música de Taiguara (1945 - 1996) em tributo, A Voz da Mulher na Obra de Taiguara, que trouxe gravações belíssimas de Célia (Mudou) e Verônica Ferriani (Manhã de Londres). Fechando seu primeiro ano de vida, a Joia reeditou - numa licença poética e sexual - o único disco solo do cantor e transformista Edy Star, ...Sweet Edy... (1974). Que venham outras joias em 2012!!!
ResponderExcluirOS discos de Amelinha, Célia e as duas coletâneas sobre canções de Taiguara e Marina estão entre os meus 10 melhores do ano, mostrando que haviam vozes silenciadas, mas nunca falta de talentos e boas idéias. Parabéns ao Zé Pedro e ao Thiago, e que venham novas Jóias...
ResponderExcluirQuem sabe algo da Marília Medalha, outra cantora injustamente esquecida.
Se tivesse prêmio de melhor gravadora, esse ano a Jóia estaria no papo!
ResponderExcluirE comprei t-o-d-o-s os títulos da gravadora.
Um trabalho excepcional de valorização das vozes femininas da MPB.
Produções dignas não só de elogios, mas de agradecimento.
Não saberia dizer qual o meu preferido: Cida foi um acontecimento, Jussara é minha cantora preferida da vida inteira e eu nem tinha conseguido parar de ouvir o CD quando me aportaram aqui Amelinha e Célia (minha segunda cantora preferida da vida inteira, kkk).
Resumindo é isso: o ano de 2011 foi salvo pelo Zé com auxilio luxuoso do Thiago Marques.
Já to esperando ansioso por 2012!
Essa gravadora representa um oásis no meio de um (quase) deserto musical brasileiro comandado pelas grandes gravadoras, que praticamente só se preocupam com vendagens, "vomitando" (e exportando) o que há de menor qualidade na música nacional, com exceções, obviamente (uma Gal aqui, uma Gadú ali, uma Marisa acolá, só pra citar alguns exemplos). Vida longa à Joia Moderna!!!
ResponderExcluirPra mim, uma das melhores notícias de 2011 foi o surgimento da Joia Moderna e suas preciosidades musicais. Parabéns ao DJ Zé Pedro. Sucesso em 2012, 2013, 2014... Sempre!
ResponderExcluirParabéns ZéPedro, parabéns Thiago e parabéns a todos nós por esse presente que é a Jóia Moderna! Viva!
ResponderExcluirPARABÉNS A JOIA MODERNA. QUE EM 2012 CONTINUE LANÇANDO JOIAS RARAS.
ResponderExcluirÉ uma pena que o dono da gravadora seja tão imaturo e pitizento. Depois de uma opinião desfavorável que dei sobre o cancelamento da reedição do disco da Wanderlea - sendo que em todos os outros elogiei, porque sim, merecem - recebi como resposta um bloqueio no Facebook. Por aí a gente vê.
ResponderExcluirValeu Zé!! Você deu um baú de jóias de presente para todos nós!
ResponderExcluirFeliz 2012!!
CONTINUANDO O ELOGIO A JOIA MODERNA, QUEM SABE EM 2012 SEJA RELANÇADO O CD DE ALAIDE COSTA E FATIMA GUEDES. ELAS MERECEM.
ResponderExcluirParabéns a Zé Pedro pela grande iniciativa! Que sirva de exemplo/estímulo para que outras gravadoras semelhantes surjam no Brasil, pois não faltam nichos nem trabalhos de qualidade para serem (re)lançados.
ResponderExcluirComo artista e ouvinte, meus parabéns sinceros a Joia Moderna pela ousadia de congregar lançamentos e relançamentos destas grandes cantoras brasileiras e pela licença póetico do nosso grande Eddy Star. Que venha muito mais em 2012!
ResponderExcluirCarlos Navas
A Jóia Moderna foi o melhor que aconteceu com a música brasileira em 2011.
ResponderExcluirEu queria deixar uam dica: Existem muitas Jóias MASCULINAS também escaneadas. Quem sabe a iniciativa de resgatar grandes cantoras não faça o mesmo para GRANDES CANTORES.
No mais, é só parabens para Zé Pedro e Tiago Marques.
Feliz 2012 para todos!
A notícia sobre o retorno de AMELINHA ao mundo fonográfico - via Joia Moderna - foi de fato um dos grandes acontecimentos musicais do ano.
ResponderExcluirVida longa à gravadora!
Vida longa ao seu blog, Mauro, minha principal fonte de infromação sobre o que de fato interessa na MPB.
Felicidades neste novo ano!
Foram muito felizes nessa iniciativa e que isso seja uma luz no meio de tanto caos na música brasileira, cheia de jóias. Obrigada e Parabéns! Muito sucesso! Bia Melo
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