terça-feira, 31 de janeiro de 2012

'Ensaio de Cores' de Ana Carolina sai em vinil antes da edição em DVD

Antes mesmo de ser editado nos formatos audiovisuais de DVD e blu-ray, o atual registro de show de Ana Carolina, Ensaio de Cores - Ao Vivo (2011), vai ser lançado em vinil. Fabricado pela Polysom, sob licença da Sony Music e do selo Armazém, o vinil já vai estar à venda na primeira quinzena de fevereiro. Trata-se do primeiro título em vinil da discografia da cantora.

Madonna divulga a capa de 'MDNA.', feita sob a direção de arte de Bianco

Madonna divulgou via Facebook a capa de MDNA, seu 12º álbum de estúdio, nas lojas a partir de 26 de março de 2012. Feita sob direção de arte do brasileiro Giovanni Bianco, a bela capa estampa foto da artista clicada pela dupla Mert & Marcus com estética que remete à fase Borderline da Madonna dos anos 80. O primeiro single do álbum - Give me All Your Luvin', gravado com participações de M.I.A. e Nicki Minaj - vai ser oficialmente lançado na próxima sexta-feira, 3 de fevereiro. Primeiro dos três álbuns previstos no contrato recém-assinado por Madonna com a Interscope Records, MDNA tem produção capitaneada pela estrela com William Orbit, coautor de várias músicas. O time de coprodutores inclui Martin Solveig, The Demolition Crew, Marco Benny Benassi & Alessandro Alle Benassi, Hardy Indiigo Muanza e Michael Malih. Entre as faixas já confirmadas de forma oficiosa, há Birthday Song (também gravada com a adesão de M.I.A.), Beautiful Killer, Masterpiece, Girls Gone Wild e Turn Up the Radio.

Frejat compõe com Leoni músicas para trilha de filme de José Alvarenga

Frejat compôs com Leoni seis músicas para a trilha sonora do próximo filme do cineasta José Alvarenga, diretor de sucessos recentes do cinema nacional como Divã (2009) e Cilada.Com (2011). O longa-metragem se chama Intimidade Entre Estranhos e é inspirado na música homônima de Frejat e Leoni que deu título ao terceiro álbum solo de Frejat, lançado em 2008.

Single Love Interruption anuncia 'Blunderbuss', álbum solo de Jack White

Dois dias antes de o anúncio do fim da dupla The White Stripes completar um ano, Jack White apresenta o primeiro single de seu primeiro álbum solo. Trata-se de Love Interruption, tema country de ambiência acústica, gravado em dueto com a cantora Ruby Amanfu e produzido pelo próprio artista no Third Man Studio, mantido por White em Nashville (EUA). Em formato de vinil de sete polegadas, o single vai ser lançado oficialmente em 7 de fevereiro de 2012, trazendo no lado B música inédita, Machine Gun Silhouette, que não deverá entrar no álbum. Intitulado Blunderbuss, o álbum de White tem lançamento agendado para 23 de abril.

Juanes revive canção de 2007 com Paula em gravação de 'Acústico MTV'

Música lançada por Juanes em seu quarto álbum de estúdio (La Vida... Es Un Ratico, de 2007), Hoy me Voy é a canção que o artista colombiano vai cantar com Paula Fernandes na gravação ao vivo de seu CD e DVD Unplugged MTV. Agendada para esta terça-feira, 31 de janeiro de 2012, com repetição em 1º de fevereiro, a gravação do acústico do cantor e compositor vai ser feita no New World Center, em Miami Beach (EUA). Juan Luis Guerra - visto com Juanes na foto que registra ensaio da gravação - é o produtor do Unplugged MTV do astro do pop rock latino. CD e DVD têm lançamento previsto para maio pela Universal Music.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Zizi grava balada de Arantes com violonistas do grupo paulista 5 a Seco

Clicada pelo produtor Thiago Marques Luiz no estúdio Parede e Meia, situado em São Paulo (SP), a foto acima flagra Zizi Possi ladeada por Pedro Altério e Vinicius Calderoni, integrantes do emergente grupo paulista 5 a Seco. A cantora recrutou os dois violonistas para acompanhá-la na gravação da balada Meu Mundo e Nada Mais, revisitada por Zizi para o CD A Voz da Mulher na Obra de Guilherme Arantes, idealizado pelo DJ Zé Pedro para sua gravadora Joia Moderna. A gravação - feita na tarde desta segunda-feira, 30 de janeiro de 2012 - integra disco em que 12 cantoras, como Cida Moreira e Fabiana Cozza, dão vozes a temas de Arantes.

Garbage vai lançar em maio seu quinto álbum, 'Not Your Kind of People'

O quarteto norte-americano Garbage vai lançar seu quinto álbum de estúdio, Not Your Kind of People, em 15 de maio de 2012. Trata-se do primeiro álbum de inéditas do grupo em sete anos - periodo em que os integrantes do Garbage se dedicaram a projetos paralelos. O sucessor de Bleed Like me (2005) vai ser editado pelo selo da banda, STUNVOLUME. Produzido pela próprio quarteto, o CD Not Your Kind of People vai apresentar músicas como Automatic Systematic Habit, Blood For Poppies, Control e I Hate Love, além do tema que batiza o álbum.

Parceiro de Gadú, Jesse Harris grava disco no Rio com parceria com Dadi

Autor de Don't Know Why, sucesso do primeiro álbum de Norah Jones, o cantor e compositor norte-americano Jesse Harris grava disco no Rio de Janeiro (RJ) com músicos brasileiros como Dadi (baixo), Maycon Ananias (teclados) e Guilherme Monteiro (guitarra) - além do baterista norte-americano Bill Dobrow. O repertório de inéditas autorais inclui parceria de Harris com Dadi, Rocking Chairs. O artista - visto em foto de Juan Patino - vai mostrar músicas do disco (Rube and Mandy at Coney Island, Tant Pis e Waltz of the Rain, entre outras) no show que vai fazer no teatro Solar de Botafogo, no Rio de Janeiro (RJ), em 9 de fevereiro. Harris - vale lembrar - é um dos parceiros de Maria Gadú no segundo CD de estúdio da cantora, Mais Uma Página (2011). Harris e Gadú compuseram juntos as músicas Like a Rose e Long Long Time.

Parceiro de Hyldon, Baleiro deixa público eleger a capa d'O Disco do Ano'

A capa do CD que Zeca Baleiro vai lançar em março de 2012 com distribuição da gravadora Som Livre - e com o maroto título de O Disco do Ano - vai ser escolhida pelo público por meio de enquete virtual. O artista vai apresentar três opções de capa em hotsite que entra no ar nesta segunda-feira, 30 de janeiro. A mais votada vai ser a capa do nono álbum de inéditas de Baleiro. Neste disco, o compositor maranhense apresenta parcerias com Hyldon (Calma Aí, Coração), Wado (Zás), Frejat (Nada Além, única regravação do repertório, música lançada por Frejat em 2008 em seu álbum Intimidade Entre Estranhos), Lúcia Santos (irmã de Baleiro, co-autora de Último Post) e com a compositora japonesa Kana. O Disco do Ano tem as vozes de Andreia Dias, Chorão e Margareth Menezes (na faixa Último Post). O CD reúne 15 produtores.

Zizi dá voz a 'Meu Mundo e Nada Mais' em disco-tributo à obra de Arantes

Zizi Possi entra em estúdio de São Paulo (SP) na tarde desta segunda-feira, 30 de janeiro de 2012, para gravar sua participação no disco A Voz da Mulher na Obra de Guilherme Arantes, produzido por Thiago Marques Luiz para a gravadora Joia Moderna sob a direção artística do DJ Zé Pedro. A cantora - vista em foto de Ronaldo Aguiar - vai regravar Meu Mundo e Nada Mais, balada que em 1976 projetou o compositor paulista em escala nacional ao ser propagada na trilha sonora nacional da novela Anjo Mau, exibida pela TV Globo naquele ano às 19h. A ideia de convidar Zizi para participar do tributo ao cancioneiro de Arantes foi de Marina Lima.

Arlindo Cruz pretende gravar seu terceiro DVD na Bahia com convidados

Arlindo Cruz vai fazer neste ano de 2012 o registro ao vivo do show inspirado em seu quinto álbum solo, Batuques e Romances, lançado pela Sony Music em abril de 2011. A intenção do cantor e compositor carioca é fazer a gravação na Bahia com a presença de vários convidados. O registro ao vivo vai originar o terceiro DVD do artista, que já gravou MTV ao Vivo em 2009.

domingo, 29 de janeiro de 2012

Álbum lançado por Ross em 1976 volta às lojas em fevereiro com bônus

Um dos discos mais bem-sucedidos da carreira solo da cantora Diana Ross vai ser reeditado nos Estados Unidos em 21 de fevereiro de 2012. O álbum Diana Ross, de 1976, volta ao catálogo em reedição dupla que adiciona 24 faixas às nove do LP original. Posto nas lojas pela Motown em fevereiro de 1976, no embalo do sucesso da canção Theme From Mahogany (Do You Know Where You're Going To), que havia sido lançada como single em setembro de 1975, o disco retorna à cena com versões alternativas de músicas como I Thought It Took A Little Time (But Today I Fell In Love), Love Hangover, One Love In My Lifetime, After You e Kiss me Now.

Dalua e Maurão entram na roda para renovar harmonias do samba baiano

Resenha de CD
Título: O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão
Artista: Dalua e Mestre Maurão
Gravadora: Tratore
Cotação: * * * *

Percussionista e capoeirista, Dalua entra na roda com um ás da capoeira, Mestre Maurão, para apresentar novas possibilidades harmônicas para o samba do Recôncavo Baiano. O grande mérito do disco duplo O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão - lançado de forma independente neste mês de janeiro de 2012 com distribuição da Tratore - é renovar o gênero sem desfigurá-lo. Se o CD 1 expõe outros desenhos rítmicos para o samba de roda, o CD 2 o apresenta em seu formato tradicional, urdido com mix contagiante de percussão, palmas e vozes. Por expor o resultado inovador da pesquisa musical feita ao longo de dois anos, o CD 1 merece atenção especial. E, não por acaso, o primeiro disco é aberto com solo do piano de Yaniel Matos que introduz Samba de Caboclo, reembalada em arranjo de Dalua e Yaniel. Em Quem Manda no Carro / Fogo no Pau Preto, a dupla de arranjadores se supera, harmonizando os sambas a partir da pulsação forte e da interação do piano de Yaniel com o toque da bateria de Cuca Teixeira. Destaque do disco 1, Papai me Bateu é turbinado em clima forrozeiro com o acordeom de Marcelo Jeneci, coautor do arranjo com Dalua. Em tom mais lírico, Jeneci também faz seu acordeom sobressair na introdução de Dona Lila, samba cantado por Nega Duda, que assume na faixa a rústica voz principal que, na maioria dos sambas, cabe a Mestre Maurão, integrante do Grupo Capoeira Mandinga. Como arranjador, Dalua recorre inclusive a efeitos eletrônicos em sambas como Chita do Brás e, sobretudo, O Trem Corre / Vaquinha Amarelinha, faixa aditivada com programações de Drumagick, dupla paulistana, referência do drum’n’bass brasileiro. Por jamais extrapolar na dose de elementos estranhos no universo rítmico do Reconcâvo Baiano, O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão - disco produzido por Dalua com o auxílio de Guilherme Chiappetta e o aval do compositor santoamarense Roberto Mendes (autor de texto reproduzido no encarte) - resulta interessante e dá expressiva contribuição ao gênero ao mesmo em que reverencia suas tradições. Entre nessa festiva roda!!

Documentário oficial expõe loucuras de Ozzy com certa dose de caretice

Resenha de DVD
Título: God Bless Ozzy Osbourne
Direção: Mike Fleiss e Mike Piscitelli
Gravadora: Eagle Vision / ST2
Cotação: * * *

Ozzy Osbourne cravou os dentes num morcego por acreditar que o bicho seria de brinquedo. Cometido pelo artista em show dos anos 80, o engano se tornou lendário e alimentou a aura de loucura em torno do cantor. Mas a fama de devorador de animais não era de todo infundada. Ozzy arrancou a dentadas a cabeça de uma pomba que levara em reunião na CBS com o objetivo inicial de selar a paz com a gravadora. É que, na época, a CBS distribuía os álbuns gravados pelo artista no pequeno selo britânico Jet - entre eles, Blizzard of Ozz (1980) e Diary of Madman (1981), pedras fundamentais de sua discografia solo - e, na visão de Ozzy e de seu staff, a companhia não vinha dando a devida atenção ao vocalista da formação clássica do Black Sabbath. Esse caso único na indústria fonográfica mundial é contado no documentário God Bless Ozzy, exibido em DVD recém-lançado no Brasil pela ST2. Embora seja contada de forma oficial, a história de Ozzy é tão boa que, mesmo com certa dose de caretice incondizente com a trajetória da personagem do filme, God Bless Ozzy resulta interessante. Com o aval do filho caçuça de Ozzy, Jack Osbourne, produtor do documentário, os diretores Mike Fleiss e Mike Piscitelli tiveram acesso ao artista e aos bastidores de uma cena outrora regada a álcool e a drogas. Roteirizado em formato convencional, God Bless Ozzy entrelaça imagens de arquivo - incluindo trechos de apresentações de Ozzy à frente do Sabbath - e entrevistas recentes concedidas aos diretores pelo artista e seus familiares. Tratada sempre sob esse prisma oficial, a trajetória singular de Ozzy - atualmente com 63 anos - é contada de forma cronológica. O filme reconstitui os principais passos musicais do garoto que decidiu ser um popstar ao ouvir She Loves You com os Beatles. O espectador fica sabendo que a posse de um P.A. garantiu a Ozzy a entrada no Black Sabbath, um dos grupos pioneiros do heavy metal, alvo no filme de elogios feitos por nomes como Paul McCartney, Robert Trujillo (baixista do Metallica) e John Frusciante (ex-guitarrista do Red Hot Chili Peppers). Uma vez na banda, da qual seria demitido na segunda metade dos anos 70 por conta do comportamento insuportável, Ozzy assumiu os vocais e, nos bastidores, o papel de palhaço. O filme sustenta a tese - corroborada por Ozzy em depoimento - de que a graça era mecanismo de defesa acionado para ocultar a baixa autoestima do cantor. God Bless Ozzy não diviniza o artista, sobretudo quando enfoca sua entrega ao álcool, mas tampouco aprofunda o retrato esboçado no filme. Todos os fatos essenciais da vida de Ozzy - os casamentos, o encontro harmonioso com o guitarrista Randy Rhoads (1956 - 1982) no início da carreira solo e os nascimentos dos filhos  - são expostos na narrativa. Só que o tom superficial do documentário impede que God Bless Ozzy tenha (alto) teor de novidade para quem acompanha a carreira de Ozzy Osbourne.

Julia Bosco lança 'Tempo', disco autoral que tem adesões do pai João e Valle

 É tempo de Julia Bosco! Filha de João Bosco, compositor que celebra quatro décadas de carreira fonográfica neste ano de 2012, a cantora e compositora carioca lança seu primeiro CD, Tempo. Posto nas lojas neste mês de janeiro de 2012, via Tratore, o disco conta com as participações de João (violão no afoxé Na oração) e de Marcos Valle (voz e piano fender rhodes na funkeada bossa Curtição). Plínio Profeta e Fábio Santanna produziram as 13 músicas inéditas do disco independente, todas assinadas por Santanna, sendo nove em parceria com a própria Julia. A cantora - em foto de Ancar Barcalla - dá voz a temas como Desavisados (turbinado com os trombones de Marlon Sette), Dia santo (evocação da religiosidade afro-brasileira) e Play a Fool (faixa de contorno jazzy). O samba Mutantes e a salsa Tudo bem também figuram neste disco com o qual Julia Bosco procura se situar e marcar território na MPB com sotaque pop e contemporâneo.

'Feito Jorge Ser Amado' anuncia 'A Revolta dos Ritmos', disco de Moraes

Parceria de Moraes Moreira com Fred Góes, o samba Feito Jorge Ser Amado - composto em homenagem ao centenário de nascimento do escritor baiano Jorge Amado (1912 - 2001) - já pode ser ouvido na internet, pelo portal SoundCloud, em gravação de Moraes. O samba faz parte do álbum de inéditas A Revolta dos Ritmos, a ser lançado pelo artista neste ano de 2012 com distribuição da gravadora Biscoito Fino. Inspirado nos ritmos e sabores da Bahia, terra natal de Moraes, o disco vai apresentar 13 músicas inéditas do compositor, revelado em 1969.

sábado, 28 de janeiro de 2012

Sem dramaturgia, 'Mimosas' explora caricatura gay e cancioneiro 'kitsch'

Resenha de musical
Título: As Mimosas da Praça Tiradentes
Texto: Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche
Direção: Gustavo Gasparani e Sérgio Módena
Direção musical e arranjos: João Callado e Nando Duarte
Elenco: César Augusto, Claudio Tovar, Gustavo Gasparani, Jonas Hammar, Marya Bravo e Milton Filho
Local: Teatro Carlos Gomes (Rio de Janeiro, RJ)
Foto: Cristina Granato
Cotação: * * 1/2
Espetáculo em cartaz de quinta-feira a domingo, às 19h30m, até 25 de março de 2012

O musical As Mimosas da Praça Tiradentes reabre a cortina do glorioso passado teatral da praça situada no Centro da cidade do Rio de Janeiro. Um dos berços do teatro brasileiro, a Praça Tiradentes - espécie de Broadway tupíniquim em tempos idos -  ainda hoje abriga o Teatro Carlos Gomes, palco apropriado para a montagem deste texto de Gustavo Gasparani e Eduardo Rieche que procura reviver a era de glamour do local. Pena que a trama se sustente num fio frágil de dramaturgia - a tentativa de um grupo de transformistas para salvar da falência o Cabaré das Mimosas, alvo de plano de destruição - que não se desenvolve ao longo das quase duas horas de espetáculo. Como a trama logo se esvai, o texto faz uso de tom didático - sobretudo no segundo ato - para fornecer dados históricos sobre o passado cultural da Praça Tiradentes. Diante desse material dramatúrgico ralo, a encenação - dirigida por Gasparani com Sergio Módena - recorre a uma exposição caricatural do universo dos transformistas e, dentro desse recorte gay, extrai humor popular com o auxílio de um cancioneiro kitsch que serve bem à cena. Estruturado com base em pesquisa musical que engloba tal universo cafona, o roteiro do espetáculo incorpora pérolas bregas como Coisas do Amor (Rudy Perez e Roberto Livi em versão de Carlos Colla), canção que Vanilla Cherry (Gustavo Gasparani) e o cigano Miguelito (Jonas Hammar) entoam em cena, reeditando o dueto feito por Rosana com Sandra de Sá no seu álbum Paixão (1992) - sem a exuberância  das cantoras, então no auge de suas respectivas formas vocais. Do elenco, a voz mais potente é a de Marya Bravo, intérprete da Divina Rúbia. É apoteótica a entrada em cena de Bravo ao som de medley que entrelaça sucesso de Gloria Gaynor, I Am What I Am (Jerry Herman), com Hello, Dolly, outro tema de musical assinado por Herman e, no caso, vertido para o português por Gasparani. O pot-pourri com três temas que abriram e batizaram novelas escritas por Cassiano Gabus Mendes (1929 - 1993) para o horário das 19h da TV Globo -  Elas por Elas (Augusto César e Nelson Motta, 1982), Te Contei? (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1978) e Marrom Glacê (Mariozinho Rocha, Renato Corrêa e Guto Graça Melo) - também surte bom efeito na plateia, ainda que esteja totalmente fora de contexto no roteiro. Se bem que, no caso de As Mimosas da Praça Tiradentes, tudo parece servir ao riso. A exploração caricatural do mundo gay rende boas piadas e cenas - como a imitação de cantoras como Maria Bethânia, hábito entre os transformistas - que tendem ao escracho. Prato feito para as tiradas do ator Milton Filho, hilário como camareiro Xuxu, personagem que possibilita piadas e brincadeiras com a raça negra. Enfim, As Mimosas da Praça Tiradentes se alimenta desse humor popular, herdado do Teatro de Revista. Pena que nunca vá além dele... Pena também que nem sempre seus números musicais tenham a vivacidade do repertório (re)posto em cena.

Baile 'vintage' do Paraphernalia chega azeitado ao disco, sem explosões

Resenha de CD
Título: Ritmo Explosivo
Artista: Paraphernalia
Gravadora: Pimba / Tratore
Cotação: * * * 1/2

Produzida em estilo vintage, a capa do primeiro CD do Paraphernalia - coletivo carioca criado em 2001 quando o guitarrista Bernardo Bosisio e o contrabaixista Alberto Continentino se juntaram com a ideia de fazer música dançante e instrumental - está em fina sintonia com o que se ouve nas 11 faixas de Ritmo Explosivo. Mesmo que soe contemporâneo, o som instrumental do grupo reverbera as tradições dos bailes capitaneados desde os anos 50 por nomes como João Donato, Ed Lincoln e - mais tarde - Lincoln Olivetti. Na formação perpetuada no disco editado neste mês de janeiro de 2012 pelo selo Pimba (criado por Leonel Pereda e Ronaldo Bastos como um desdobramento da gravadora Dubas), o Paraphernalia agrega alguns dos músicos mais hypados da cena indie carioca - entre eles, o tecladista Donatinho, o flautista Felipe Pinaud e o trombonista Marlon Sette, além dos seminais Bosisio e Continentino. O ritmo não é explosivo como afirma o título do CD produzido por Kassin com Ricardo Garcia (um dos maiores especialistas do Brasil na arte de remasterizar discos). Suingante, o baile transcorre sem grandes efervescências, mas soa azeitado e até certo ponto ousado porque, em vez de cair na tentação de filtrar sucessos populares por essa sonoridade retrô, o Paraphernalia registra repertório autoral e inédito,  apostando na safra dos compositores que integram o coletivo. Sozinho ou em parceria com os colegas do grupo, Alberto Continentino assina oito dos 11 temas de Ritmo Explosivo. As exceções são Com Curry Por Favor (Bernardo Bosisio) - faixa de tempero indiano - e Nu Flava (Donatinho) e Rei Salomão (Marlon Sette), dois temas incrementados com vocais (a rigor, dispensáveis no disco). Da safra farta de Continentino, 22 de Setembro é de longe o tema mais inspirado, seguido de perto por A Fúria do Dragão II, parceria do baixista com Bosisio e Donatinho que reprocessa a levada do funk da década de 70 que veio a desaguar na disco music evocada pelo Paraphernalia em Champagne, tema da lavra solitária de Continentino. No fim menos animado, o baile termina cheio de climas com Salvem as Baleias (Alberto Continentino, Bernardo Bosisio, Donatinho e Juliano Zanoni). No todo, Ed Lincoln aprovaria o som dançante do Paraphernalia...

Kravitz já trabalha em 'Negrophilia', álbum de inéditas de tom cru e 'funky'

Lenny Kravitz já prepara seu décimo álbum de inéditas. Intitulado Negrophilia, o disco vai ter tom funky e cru. O cantor e compositor norte-americano avalia que seu último álbum - Black and White America (2011), estupendo trabalho que reconectou Kravitz ao som vigoroso de sua obra inicial - foi muito bem produzido, sem a crueza com que o repertório de Negrophilia vem sendo formatado em sessões de estúdio iniciadas logo após a gravação do disco anterior. 

'Wrecking Ball', o 17º álbum de estúdio de Bruce, contabiliza 13 inéditas

Nas lojas dos Estados Unidos a partir de 6 de março de 2012, em edição da Sony Music, o 17º álbum de estúdio de Bruce Springsteen, Wrecking Ball, contabiliza 13 músicas inéditas em sua Special Edition. Algumas músicas do disco já vinham sendo tocadas pelo artista em shows feitos nos últimos anos. São os casos de American Land (apresentada na turnê do álbum We Shall Overcome: The Seeger Sessions, lançado em 2006) e de Land of Hope and Dreams, incluída no roteiro dos shows da turnê que reuniu The Boss com sua E-Street Band em 1999. Nessa turnê, aliás, Springsteen apresentou também a faixa-título de Wrecking Ball, que reúne nove músicas em sua edição simples  Eis as faixas do esperado disco produzido por Ron Aniello:

1. We Take Care of Our Own
2. Easy Money
3. Shackled and Drawn
4. Jack of All Trades
5. Death to My Hometown
6. This Depression
7. Wrecking Ball
8. You've Got It
9. Rocky Ground
10. Land of Hope and Dreams
11. We Are Alive
12. Swallowed Up (The Belly of the Whale)
13. American Land

Sony bota fé na gravação ao vivo de evento religioso agendado em Natal

Seguindo a atual tendência da indústria fonográfica brasileira, a filial nacional da Sony Music põe cada vez mais fé nos CDs e DVD de astros da música religiosa. Tanto que a gravadora vai lançar em CD e DVD a gravação ao vivo do evento católico Bote Fé - Caminho da Cruz Peregrina, programado para acontecer em Natal (RN) de 10 a 12 de fevereiro de 2012. A gravação do CD e DVD Bote Fé, Brasil vai ser feita em 10 de fevereiro em show que vai reunir 25 nomes da música católica. O elenco inclui os padres Antônio Maria, Fábio de Melo, Reginaldo Manzotti (foto) e Zezinho, entre outras estrelas menos conhecidas do gênero. A fé é rentável.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Lana Del Rey lança 'Born to Die' e reedita o seu primeiro álbum, de 2010

Embora ainda nem tenha lançado oficialmente seu já cult segundo álbum (Born to Die, nas lojas a partir de 30 de janeiro de 2012), a cantora norte-americana Lana Del Rey anunciou a reedição do primeiro álbum, Lana Del Ray A.K.A. Lizzy Grant, lançado em janeiro de 2010.

CéU revive 'Palhaço', música de Nelson Cavaquinho, em seu terceiro CD

Parceria de Nelson Cavaquinho (1911 - 1986) com Oswaldo Martins e Washington Fernandes, Palhaço integra o repertório do terceiro álbum da cantora e compositora CéU, Caravana Sereia Bloom. Nas lojas a partir de 7 de fevereiro de 2012, em edição da Urban Jungle distribuída pela Universal Music, o disco produzido por CéU e Gui Amabis alinha 13 músicas gravadas com participações de Jorge Du Peixe (músico da Nação Zumbi), do baterista Curumin e do compositor Edgard Poças, pai da artista. Eis as 13 faixas do CD Caravana Sereia Bloom:

1. Falta de Ar (Gui Amabis)
2. Amor de Antigos (Céu)
3. Asfalto e Sal (Céu e Gui Amabis)
4. Retrovisor (Céu)
5. Teju na Estrada (Gui Amabis)
6. Contravento (Lucas Santtana e Gui Amabis)
7. Palhaço (Nelson Cavaquinho, Oswaldo Martins e Washington Fernandes)
8. You Wo’t Regret It (Lloyd Robinson e Glen Brown)
9. Sereia (Céu)
10. Baile de Ilusão (Céu)
11. Fffree (Céu)
12. Streets Bloom (Lucas Santtana)
13. Chegar em Mim (Jorge Du Peixe)

Arnaldo vai lançar 'Acústico MTV' em que recebe Guizado, Moreno e Nina

Nem bem promoveu o CD e DVD A Curva da Cintura, lançado em dezembro de 2011 sob o rótulo Especial MTV, Arnaldo Antunes já tem um outro projeto fonográfico engatilhado na emissora musical para vir à cena neste primeiro semestre de 2012. É que o ex-Titã sentou no banquinho da MTV. Gravado ao vivo em 4 de dezembro de 2011, em show realizado em São Paulo (SP), o Acústico MTV Arnaldo Antunes vai ser editado em CD, DVD e blu-ray na sequência da exibição do programa, agendada para março. Sob a produção de Liminha, Arnaldo recebeu Guizado, Moreno Veloso e Nina Becker como convidados. Com a cantora, o anfitrião reviveu O Seu Olhar, parceria de Arnaldo com Paulo Tatit, lançada por Antunes em seu álbum Ninguém (1995). A seleção de repertório apresentou duas inéditas autorais - Dentro de um Sonho e Ligado à Você - entre músicas gravadas por Arnaldo com os Titãs, com o trio Tribalistas e em carreira solo. O roteiro inclui A Nossa Casa (2004) e Debaixo d'Água (2001). Além de produzir a gravação ao vivo, Liminha entrou em cena como músico em dois sucessos dos Titãs - Comida (Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, 1987) e O Que (Arnaldo Antunes, 1986) - e na inédita Ligado à Você. A banda do acústico de Arnaldo foi formada por músicos como Curumin (bateria), Edgard Scandurra (ao violão) e Marcelo Jeneci (nos teclados).

Riva repisa a ponte Brasil-Cuba em seu segundo álbum de estúdio, 'Idílio'

Idílio é o título do terceiro disco de Marina de la Riva - o segundo de estúdio. A ser lançado neste primeiro trimestre de 2012, o sucessor de Marina de La Riva (2007) e Ao Vivo em São Paulo (2010) leva a cantora a repisar a ponte Brasil-Cuba. Riva - vista em estúdio na foto de Rodrigo Abecia, durante a gravação de Idílio - gravou músicas de compositores cubanos como Amaury Gutiérrez (autor de Voy a Tatuar-me, faixa cujo clipe já está em rotação na internet) e Alberto Vera Morúa & Giraldo Piloto Bea (autores de Añorado Encuentro). Já o Brasil está representado por temas como Ausência, parceria de Marília Medalha com Vinicius de Moraes (1913 - 1980), lançada pelos próprios compositores no álbum Encontro & Desencontro (1972).

Adryana Ribeiro regrava 'Taj Mahal', de Ben, com produção de Barembein

Um dos maiores hits da obra de Jorge Ben Jor, Taj Mahal ganhou registro de Adryana Ribeiro, gravado para o mercado europeu com arranjo de Edu Luke e produção de Manoel Barembein.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

'Fábula' de Braun encanta mais pela sonoridade do que pelas músicas...

Resenha de CD
Título: Fábula
Artista: Cris Braun
Gravadora: Tratore
Cotação: * * *

Oito anos após Atemporal (Psicotrônica, 2004), Cris Braun volta ao mercado fonográfico com seu terceiro álbum solo, Fábula, gravado na ponte áerea Rio de Janeiro (RJ) - Maceió (AL) ao longo dos três últimos anos. A produção - dividida entre o guitarrista Billy Brandão e o baterista e percussionista Pedro Ivo Euzébio - dá o tom elegante do CD distribuído pela Tratore a partir deste mês de janeiro de 2012. A rigor, o encanto de Fábula reside mais na sonoridade suave e singular urdida pela dupla de produtores do que no canto da artista e, sobretudo, no repertório. O compositor catarinense Wado - radicado na mesma Maceió que atualmente abriga a gaúcha Cris Braun - figura na ficha técnica com duas músicas, Ossos e Cidade Grande, aquém do padrão habitual de qualidade de sua produção autoral. À medida que Fábula avança, a irregularidade do repertório fica tão nítida quanto o refinamento da sonoridade que formata músicas como Tanto Faz Para o Amor (Lucas Santanna e Quito Ribeiro) e Tão Feliz (Cris Braun e Billy Brandão). O disco soa cool e contemporâneo dentro de atmosfera íntima que ganha bissexta pegada roqueira no bom tema instrumental Artérias (Cris Braun), pontuado por guitarras e certa pressão. Dentro de repertório essencialmente inédito, Fábula joga luz sobre Deve Ser Assim, parceria de Alvin L. com Marina Lima, lançada por Marina em seu álbum O Chamado (1993).  Ambos são nomes importantes na trajetória de Braun. Alvin foi colega de Braun no extinto grupo carioca Sex Beatles, que legou dois cultuados álbuns - Automobília (1994) e Mondo passionale (1995) - ao universo pop. Marina bancou por seu fugaz selo Fullgás o disco que inaugurou a carreira solo de Braun, Cuidado Com Pessoas Como Eu (1997). Apesar de Fábula ter narrativa basicamente estruturada no tempo da delicadeza, essa alma roqueira do passado ronda e sustenta de certa forma Viga (Fernando Fiúza e Cris Braun) - faixa em que a disposição dos vocais remete no fim ao canto falado do rap - e Oscilante (Fernando Fiúza), tema cujas percussões(a cargo de Marcelo Vig e Pedro Ivo Euzébio) roçam a cadência bonita do samba. Com poética mais afiada, E o Amor Calou (Cris Braun) se destaca pelos versos concisos e expressivos que citam Carinhoso (Pixinguinha e Braguinha) com senso de realidade que inexiste em Terra do Nunca Mais (Cris Braun), faixa instrumental que parece transitar por sons que levam a algum reino encantado condizente com o imaginário contido no título Fábula. No fim, Memória da Flor (Júnior Almeida e Zé Paulo) - tema gravado por Braun em dueto com Celso Fonseca - reitera a leveza reinante neste disco formatado com sons de lap steel (espécie de guitarra havaiana), percussão, violões e até um piano de brinquedo. São esses sons precisos que reverberam o encanto existente em Fábula...

Scandurra suinga com Arnaldo no toque afro da kora de Toumani Diabaté

Resenha de CD / DVD
Título: Especial MTV A Curva da Cintura Mali-Brasil
Artistas: Arnaldo Antunes, Edgard Scandurra e Toumani Diabaté
Gravadora: Rosa Celeste
Cotação: * * * 1/2

A Curva da Cintura é projeto fonográfico nascido dos shows que reuniram Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra a partir de 2009. O que seria um trabalho em dupla ganhou a adesão do músico malinês Toumani Diabaté, virtuose da kora, espécie de harpa africana. Desdobramento do show feito pelo trio na edição de 2010 do festival Back 2 Black, A Curva da Cintura é CD marcado pela kora. O instrumento de Diabaté pontua os registros das 18 músicas reunidas no disco gravado entre Bamako - capital do Mali, país da África - e São Paulo (SP) em abril e maio de 2011. A viagem musical do trio foi captada em vídeo por Dora Jobim para documentário exibido no DVD vendido separadamente ou embalado em box que junta CD e DVD. Também comercializado de forma avulsa, o CD produzido por Gustavo Lenza é o supra-sumo do projeto. Em sintonia com o toque afro da kora de Diabaté, Scandurra pilota violões e guitarra com suingue nem sempre perceptível no toque magistral de sua guitarra. Pena que o repertório - dominado por parcerias de Antunes com Scandurra, embora Diabaté assine sozinho Kaira (tema que ganhou versos adicionais de Antunes), Rio Seco e Yacine - não esteja à altura da produção recente mostrada pelo ex-Titã em seus últimos álbuns individuais. Ainda assim, trata-se de repertório com alguns ótimos momentos. Faixa de pegada roqueira, Um Senhor (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) evoca até a melhor fase dos Titãs. Que me Continua (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) é canção amorosa de beleza tribalista que pode até virar hit se ganhar a voz de uma cantora como Marisa Monte. Cara (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) é outro destaque do cancioneiro da dupla, valorizado pelos vocais de Antunes. A propósito, as faixas dominadas pelos vocais de Scandurra - casos de Coração de Mãe (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra), Muito Além (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) e da roqueira Se Você (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) - saem em desvantagem porque o guitarrista se exercita mal na arte de cantar. Já  Ir, Mão (Arnaldo Antunes e Edgard Scandurra) se diferencia pelo jogo de palavras da letra que reitera a habilidade de Antunes de flertar com a poesia concreta. No todo, A Curva da Cintura é disco pautado por sons acústicos e delicados (extraídos sobretudo da bela kora de Diabaté), embora o pulso roqueiro ainda pulse em alguns momentos.

Baleiro apresenta 'O Disco do Ano' em março com a música 'Nada Além'

O Disco do Ano é o espirituoso título do 11º álbum de Zeca Baleiro. Primeiro trabalho de repertório inédito feito pelo artista maranhense desde o projeto duplo O Coração do Homem-Bomba (lançado em 2008 em dois volumes vendidos separadamente), o CD tem lançamento previsto para março de 2012 em edição distribuída pela gravadora Som Livre. Além da inédita Último Post, faixa a ser gravada em dueto com Margareth Menezes em Salvador (BA), o repertório inclui regravação da belíssima Nada Além, parceria de Baleiro com Roberto Frejat, lançada por Frejat em seu terceiro (irregular) álbum solo, Intimidade Entre Estranhos (2008).

ABBA relança álbum 'The Visitors' com 'demo' de música inédita e DVD

Oitavo e derradeiro álbum de estúdio do ABBA, The Visitors (1981) vai ser relançado em abril de 2012 em edição turbinada com faixas-bônus e DVD com inédito conteúdo audiovisual. O bônus mais importante é a demo de From a Twinkling Star To a Passing Angel, música inédita guardada no baú do extinto grupo sueco. É a primeira vez desde a caixa Thank You For the Music (1994) que o ABBA lança registros inéditos. A reedição do álbum The Visitors chega ao mercado fonográfico no momento em que o musical Mamma Mia! - transformado em filme de sucesso - renovou o interesse do público pela (deliciosa) música do quarteto formado por Agnetha Faltskog, Anna-Frid Lyngstad, Benny Andersson e Bjorn Ulvaeus no início dos anos 70.

CD 'Veia Mestiça' repõe Telma Tavares na roda com samba afro-brasileiro

Resenha de CD
Título: Veia Mestiça
Artista: Telma Tavares
Gravadora: Sem indicação
Cotação: * * 1/2

A cantora e compositora carioca Telma Tavares celebra com clichês o suingue tropical de sua cidade natal em Carioca da Gema (Rio de Janeiro), samba gravado pela autora com Leci Brandão em seu segundo CD, Veia Mestiça, lançado de forma independente neste mês de janeiro de 2012. Contudo, como já sinaliza Tá Escrito (Baralho Cigano), samba de Telma com Tainã Uarani que abre o disco, Veia Mestiça pulsa sobretudo em tom afro-brasileiro. O toque baiano característico do samba de roda de Roque Ferreira - parceiro de Telma em sete das 12 composições do disco - sobressai em temas como Chama de Amor e A Ronda da Roda, este gravado com a participação do habitualmente arisco Roque. Alcione - que deu voz em seus discos a Corpo Fechado e a Beco sem Saída, sambas compostos por Telma com Roque e revividos pela autora em Veia Mestiça - também participa do álbum, dividindo com Telma o registro de Nair Grande (A Bambambã do Fuzuê), colaboração da artista com Paulo César Feital. Os arranjos do pianista Leandro Braga respeitam a natureza dos sambas (a rigor, de arquitetura trivial), mas a percussão poderia ter sido mais enfatizada para realçar o tempero afro-brasileiro de temas como Veia Mestiça e Luz de Aiucá, parcerias de Telma com Roque. Dez anos após debutar no mercado fonográfico com o CD Telma Tavares (2002), a artista expõe veia mestiça e autoral em sambas que pedem vozes mais imponentes como a de Alcione.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Com canto de Zé Renato, hora e meia de show parecem 'Breves Minutos'

Resenha de show
Evento: Noite Jazzmania
Título: Breves Minutos
Artista: Zé Renato (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Studio RJ (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 24 de janeiro de 2012
Cotação: * * * 1/2
Show em cartaz no Sesc Belenzinho, em São Paulo (SP), em 27 de janeiro de 2012

Uma certa tensão no início do show Breves Minutos - natural em se tratando da estreia nacional de espetáculo nunca feito em cena - impediu que Zé Renato mostrasse no palco do Studio RJ toda a beleza da melodia de La Luna (Zé Renato e Ivan Santos), música que abriu a primeira apresentação do show baseado no primeiro disco de repertório inteiramente autoral lançado pelo cantor capixaba. Aos 55 anos, Zé Renato vem lançando nos últimos 20 anos álbuns primorosos que reiteraram a excelência de seu canto. Breves Minutos é um deles, embora neste disco de 2011 o foco resida mais no compositor do que no cantor. Mas em cena o intérprete acaba se impondo em roteiro que sintetiza 35 anos de carreira em 20 músicas sem rigor cronológico. Nessa toada moderna, o cantor brilha quando apresenta o belo fado Gaivota (Alexandre O'Neill e Alain Oulman) linkado a uma canção marinha de Dorival Caymmi (1914 - 2008), Quem Vem pra Beira do Mar, ouvida em off na voz inconfundível de Nana Caymmi. Neste número, Zé Nogueira sopra com seu sax uma melancolia condizente com o espírito do tema abordado por Zé Renato no sublime disco Navegantes (2003), gravado com o grupo português Trinadus. Extrapolando o repertório autoral do CD Breves Minutos, Renato aperta o rewind e tira da memória afetiva Canção, música feita sobre poema de Mário de Andrade (1893 - 1945). O número ganha leve tom teatral com a declamação de versos pelo ator Paulo José, cuja voz é ouvida em off.  São várias as referências que costuram e moldam o roteiro. Logo após cair sem brilho próprio em samba antigo de Chico Buarque, Cotidiano, o cantor desencava parceria de Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro, Ano Zero, extraída de um dos álbuns mais celebrados de Gismonti, Água & Vinho (1972). Na sequência, Imbora (Zé Renato e Pedro Luís) - toada turbinada com toques de baião - lembra que o compositor ultimamente tem se mostrado tão interessante quanto o cantor enquanto Desarmonia (Zé Renato e Joyce), samba cool de inspiração bossa-novista, cita Vinicius de Moraes (1913 - 1980) e evoca o Rio de Janeiro (RJ) com a levada precisa da bateria de Tutty Moreno. Sob a luz e a direção de Helton Altman, Renato dá voz também à pouco ouvida parceria de Edu Lobo com o poeta Cacaso (1944 - 1987) - Uma Vez Um Caso, lançada por Edu no disco Limite das Águas (1976) - e revive sua elegante incursão pelo cancioneiro da Jovem Guarda com O Tempo Vai Apagar (Getúlio Cortes e Paulo César Barros). Neste número, o cantor fica a sós no palco com seu violão em atmosfera minimalista que valoriza e ressalta a beleza de sua voz afinada. Pena que, em seguida, o intérprete resulte menos sedutor ao repisar a trilha sonora do cinema norte-americano para abordar Love Is a Many Splendored Thing (Sammy Fain e Paul Francis Webster), clássico do filme Suplício de uma Saudade (1955). O fato é que a melodiosa A Hora e a Vez (Zé Renato, Cláudio Nucci e Ronaldo Bastos) pareceu mais ajustada ao canto do artista. Escorado em arranjos refinados, que evidenciam os sopros de Zé Nogueira e os sons percussivos tirados por Arthur Dutra de vibrafone (sons que evocam o arsenal do grupo Uakti), o cantor reafirma a singularidade de sua voz de sensibilidade masculina, uma das poucas a desafiar o reinado feminino neste país de cantoras. Ao fim, quando Vai Tambor (Zé Renato e Juca Filho) ressoa os arranjos vocais do Boca Livre (grupo lembrado no bis com o hit Quem Tem a Viola, de Renato com Xico Chaves, Claudio Nucci e Juca Filho), Zé Renato deixa boa impressão ao sair de cena. A hora e meia de seu show parecem breves (felizes) minutos... 

Zé irmana Caymmi, Chico, Edu e Gismonti no roteiro de 'Breves Minutos'

Tema composto por Sammy Fain e Paul Francis Webster para a trilha sonora do filme Suplício de Uma Saudade (1955), Love Is a Many Splendored Thing ganha registro de Zé Renato no show Breves Minutos. Concebido para promover o homônimo CD lançado em outubro de 2011, o show teve sua estreia nacional na noite de 24 de janeiro de 2012, dentro da série Noite Jazzmania da casa Studio RJ, no Rio de Janeiro (RJ). Love Is a Many Splendored Thing foi a única música estrangeira de repertório que celebrou as tradições da música brasileira ao irmanar temas de Chico Buarque (Cotidiano), Dorival Caymmi (Quem Vem pra Beira do Mar, ouvido em off na voz de Nana Caymmi), Edu Lobo (Uma Vez Um Caso, com letra do poeta Cacaso) e Egberto Gismonti (Ano Zero, parceria com Geraldo Carneiro). Eis o roteiro seguido por Zé Renato - em foto de Rodrigo Amaral - na estreia nacional do bom show Breves Minutos:

1. La Luna (Zé Renato e Ivan Santos, 2011)
2. Um Abraço no Japão (Zé Renato e Joyce, 2011)
3. Água pra Quê? (Zé Renato e Ivan Santos, 2011)
4. Quem Vem pra Beira do Mar (Dorival Caymmi, 1954) - voz em off de Nana Caymmi /
    Gaivota (Alexandre O'Neill e Alain Oulman, 2003)
5. Canção (Zé Renato sobre poema de Mário de Andrade, 1973)
     - com poema recitado em off pelo autor Paulo José
6. Cotidiano (Chico Buarque, 1972)
7. Ano Zero (Egberto Gismonti e Geraldo Carneiro, 1972)
8. Imbora (Zé Renato e Pedro Luís, 2011)
9. Desarmonia (Zé Renato e Joyce, 2011)
10. Na São Sebastião (Zé Renato e Lenine, 1999)
11. A Cor do Anel de Isabel (Zé Renato e Lula Queiroga, 2011)
12. Uma Vez Um Caso (Edu Lobo e Cacaso, 1976)
13. De Onde É Que Vem a Saudade? (Zé Renato e Joyce, 2011)
14. O Tempo Vai Apagar (Getúlio Cortes e Paulo César Barros, 1968)
15. Love Is a Many Splendored Thing (Sammy Fain e Paul Francis Webster, 1955)
16. A Hora e a Vez (Zé Renato, Cláudio Nucci e Ronaldo Bastos, 1985)
17. Ânima (Zé Renato e Milton Nascimento, 1982)
18. Vai Tambor (Zé Renato e Juca Filho, 2011)
Bis:
19. Levanta Mangueira (Luiz Antônio, 1990) - Voz em off de Milton Nascimento /
      Sempre Mangueira (Nelson Cavaquinho e Geraldo Queiroz, 1972)
20. Quem Tem a Viola (Zé Renato, Xico Chaves, Juca Filho e Cláudio Nucci, 1979)

Dueto com Paula joga luz na edição brasileira do disco ao vivo de Taylor

Cantora e compositora de pop country, dona de grandes vendas e projeção nos Estados Unidos, Taylor Swift vai certamente ampliar seu (reduzido) público no Brasil graças ao harmonioso dueto bilíngue gravado à distância com a cantora e compositora mineira Paula Fernandes, estrela do sertanejo pop e atual campeã de vendas do mercado fonográfico nacional. O dueto em Long Live - alocado como faixa-bônus no primeiro CD ao vivo da artista norte-americana, Speak Now World Tour Live, lançado no Brasil pela Universal Music neste mês de janeiro de 2012 simultaneamente com o DVD homônimo - ressalta as afinidades entre Paula e Taylor. Música lançada no terceiro álbum de Taylor, Speak Now (2010), Long Live ganhou versos em português escritos e cantados por Paula que se ajustam bem à pegada pop do tema. É um hit!!

Álbum de Bruce produzido por Aniello, 'Wrecking Ball' sai em 6 de março

Com o single We Take Care of Our Own já em rotação na internet, o novo álbum de Bruce Springsteen, Wrecking Ball, estará nas lojas a partir de 6 de março de 2012, em lançamento mundial orquestrado pela Sony Music. Produzido por Ron Aniello, o sucessor de Working on a Dream (2009) contabiliza onze músicas inéditas e autorais nas quais Bruce - visto em foto de Danny Clinch - procura retratar o espírito do atual American Way of Life. Na sequência do lançamento de Wrecking Ball, Bruce sai em turnê pelos Estados Unidos com a E-Street Band.

Danger Mouse produz quinto disco de Norah Jones, 'Little Broken Hearts'

Quinto álbum de estúdio da cantora e compositora norte-americana Norah Jones, Little Broken Hearts tem produção assinada por Danger Mouse, parceiro de Jones na criação de boa parte das músicas inéditas que compõem o repertório do CD. Gravado em Los Angeles (EUA), o sucessor de The Fall (2009) tem lançamento agendado para este primeiro semestre de 2012 em edição da gravadora Blue Note distribuída pela EMI Music. Little Broken Hearts chega dez anos após o estouro mundial de Jones com seu primeiro CD solo, Come Away With me (2002).

Young finaliza álbum com Crazy Horse e já prepara outro CD com a banda

Aos 66 anos, Neil Young continua gravando discos em ritmo intenso. O cantor e compositor canadense - que foi notícia nos últimos dias ao revelar que se irritava com a qualidade do som digital da música produzida no século XXI - finalizou álbum gravado com sua banda Crazy Horse, o primeiro desde Greendale (2003). E não fica nisso: Young já trabalha em outro disco com o grupo. O último álbum do artista - Le Noise, trabalho solo - saiu em setembro de 2010.

Raça Negra recebe sertanejos e pagodeiros ao gravar ao vivo em Goiânia

Banda que há 20 anos abriu caminho para o pagode populista que tomou conta do mercado a partir da década de 90, Raça Negra recebe sertanejos e pagodeiros em gravação ao vivo de CD e DVD agendada para esta quarta-feira, 25 de janeiro de 2012, no Atlanta Music Hall, casa da cidade de Goiânia (GO). Estão previstas participações de Alexandre Pires, Amado Batista, Belo, Léo Magalhães, Michel Teló e Milionário & Zé Rico, entre outros nomes. Cabe lembrar que o grupo Raça Negra foi pioneiro ao regravar sucessos da música sertaneja em ritmo de pagode.

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Música criada por Brown e Mendes para 'Rio' disputa o Oscar de 'Canção'

Música composta por Carlinhos Brown e Sergio Mendes para o filme de animação Rio, com letra de Siedah Garret, Real in Rio concorre ao Oscar de Canção Original na edição de 2012 do prêmio mais importante do cinema mundial. Além do tema da trilha sonora da animação do brasileiro Carlos Saldanha, composto originalmente por Brown e Mendes em português com o título de Favo de Mel (em parceria com Mikael Mutti), a categoria tem somente mais um concorrente ao prêmio de Canção Original. Trata-se de Man or Muppet, música de autoria do compositor Bret McKenzie, feita para a trilha sonora do filme Os Muppets. Eis o depoimento oficial de Brown sobre sua nomeação ao Oscar 2012, cujos indicados foram anunciados nesta terça-feira, 24 de janeiro, pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood:

"Acho que Ary Barroso continua o mestre da Música Popular Brasileira e nós, seus seguidores, trilhamos com afinco o caminho positivo de Central do Brasil, de Fernanda Montenegro e de Fernando Meirelles. É uma honra ser indicado a um prêmio de tamanha importância. Esse é um momento muito especial que consagra a parceria positiva com Sergio Mendes, parceria que começou no final dos anos 80 e que gerou muitas músicas e discos. Sergio Mendes é um brasileiro muito especial que nunca perdeu seu amor pelo Brasil. A Música Popular Brasileira sempre foi muito difundida pelo mundo, mas acredito que ainda faltam esforços para que os artistas brasileiros façam parte do grande cast da música mundial. E isso precisa vir de nós porque o mundo já se interessa pelo que fazemos. Parabéns, meus parceiros Mikael Mutti e Jonh Powell. Dois grandes produtores. Sem eles seria impossível compor mais de oito temas para essa trilha. O capitão é Blu, é carioca e é gênio. Evoé, Carlos Saldanha." Carlinhos Brown

Entre a folia e o pop sensual, Roberta sopra ar fresco em 'Segunda Pele'

Resenha de CD
Título: Segunda Pele
Artista: Roberta Sá
Gravadora: MP,B Discos / Universal Music
Cotação: * * * * 1/2

Mesmo sem ser cantora camaleônica, Roberta Sá troca de pele em seu quinto CD. Entre a folia e o pop romântico, Segunda Pele sopra novidade na discografia da artista sem se distanciar do universo musical do segundo consagrador álbum da intérprete, Que Belo Estranho Dia Pra se Ter Alegria (2007), evocado em especial em Altos e Baixos (Lula Queiroga e Yuri Queiroga), tema que bem poderia figurar no repertório do disco de 2007. A renovação de Segunda Pele reside sobretudo nos arranjos pontuados por sopros orquestrados por Humberto Araújo, Mario Adnet e Rodrigo Campello, produtor do disco, oficialmente nas lojas a partir desta terça-feira, 24 de janeiro de 2012. Exuberantes e criativos, os arranjos imprimem no álbum uma alegria carnavalesca e tropicalista, explícita em faixas como Bem a Sós (Rubinho Jacobina), uma das músicas arranjadas pelo saxofonista Humberto Araújo com sua Orquestra Criôla. À frente da Criôla, Araújo orquestra em clima de gafieira o único (grande) samba de um disco idealizado para tirar Roberta da  pele - redutora, no caso dela - de cantora de samba.  Escrito sob ótica feminina, O Nego e Eu (João Cavalcanti) aponta para o talento emergente do cantor do grupo Casuarina como compositor. Em um outro pólo carnavalesco, o frevo Deixa Sangrar (Caetano Veloso) - efervescente sob a pegada da Orquestra Criôla - sopra reverência à gravação original feita por Gal Costa para o Carnaval de 1970. Em seu melhor trabalho como produtor e arranjador, Rodrigo Campello põe No Bolso (Pedro Luís e Roberta Sá) - outro frevo que acena para a folia nordestina, em especial a pernambucana  - na mesma sintonia carnavalesca do disco. Mas todo Carnaval tem seu fim e Segunda Pele rumina questões sentimentais em tom quase lamurioso na canção Você Não Poderia Surgir Agora (Dudu Falcão), ponto menos alto do CD. Apesar da refinada aura bossa-novista da faixa, impressa sobretudo pelo piano de Daniel Jobim, a música arrota pseudo-poesia que está aquém do padrão de qualidade do repertório habitualmente selecionado por Roberta Sá - com a ressalva de que a canção pode vir a ampliar o público da cantora pelo romantismo de tom mais popular. Contudo, poesia de verdade há nos versos de Esquirlas (Jorge Drexler), marcha também adornada com toque bossa-novista e cantada por Roberta no seu idioma original, o espanhol,  em dueto com o cantor e compositor uruguaio. Já conhecida, por ter sido disponibilizada em novembro de 2011 para download no site do projeto Natura Musical (patrocinador do disco), a canção Pavilhão de Espelhos (Lula Queiroga) ostenta a melodia mais bonita de Segunda Pele, reiterando a leveza e o frescor que caracterizam o canto cada vez mais desenvolto de Roberta. Entre a sensualidade elegante de Segunda Pele (Gustavo Ruiz e Carlos Rennó) e a jogada do jongo No Arrebol (Wilson Moreira) na praia do reggae, a cantora vivencia a felicidade exalada pela amaxixada A Brincadeira (Moreno Veloso, Quito Ribeiro e Domenico Lancellotti) e ilumina Lua (Mario Sève e Pedro Luís) com arranjo magistral que alterna climas, começando com piano de tom camerístico quebrado pela profusão de sopros que entram na faixa, encorpada logo depois com a percussão da Parede. Posta logo na abertura do CD, à venda também no iTunes em edição digital turbinada com duas faixas-bônus (um remix de Deixa Sangrar e a regravação de Mão e Luva, música de Pedro Luís, lançada por Adriana Calcanhotto em 1998), Lua exemplifica a salutar opção de Roberta Sá por se permitir trocar de pele sem nunca deixar essencialmente de ser Roberta Sá.