Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Caixa do selo Discobertas revive tempo pop de Marcos Valle nos anos 80

O selo carioca Discobertas vai pôr nas lojas, entre janeiro e fevereiro de 2012, um box com os três álbuns lançados por Marcos Valle ao longo dos anos 80. Já reeditados em CD na série Som Livre Masters, produzida em 2005 por Charles Gavin, os dois primeiros - Vontade de Rever Você (1980) e Marcos Valle (1983) - retornam ao catálogo acrescidos de faixas-bônus. O terceiro, Tempo da Gente, permanecia inédito no formato digital até então. Foi lançado sem repercussão em 1986 pela já extinta gravadora carioca Arca Som, completando a trilogia pop de Valle na década de 80. Tempo da Gente é o álbum mais obscuro da discografia do artista.

12 comentários:

Mauro Ferreira disse...

O selo carioca Discobertas vai pôr nas lojas, entre janeiro e fevereiro de 2012, um box com os três álbuns lançados por Marcos Valle ao longo dos anos 80. Já reeditados em CD na série Som Livre Masters, produzida em 2005 por Charles Gavin, os dois primeiros - Vontade de Rever Você (1980) e Marcos Valle (1983) - retornam ao catálogo acrescidos de faixas-bônus. O terceiro, Tempo da Gente, permanecia inédito no formato digital até então. Foi lançado sem repercussão em 1986 pela já extinta gravadora carioca Arca Som, completando a trilogia pop de Valle na década de 80. Tempo da Gente é o título mais obscuro da discografia do artista.

Luca disse...

esse box só vale se o terceiro disco for muito bom, as edições do Gavin são como manda o figurino

Alexei Michailowsky disse...

Bom, aqui escreve o autor dos textos de contracapa desse box. Sobre o que o Luca postou, acredito que esse comentário reflete um pouco do preconceito que muitas pessoas nutrem por essa fase do Marcos Valle. Por ele ter aparecido muito nos programas da Globo (principalmente o Fantástico e o Chacrinha) e por ter se distanciado completamente da bossa nova e mesmo da MPB setentista nesse período, há quem diga que os discos são fracos. Pois eles têm uma importância muito grande: representam um dos vínculos mais significativos entre a música brasileira e a cultura de música eletrônica dançante. Mais do que muitas pessoas podem imaginar.
Esses discos não têm o hype do catálogo da Odeon - concordo com a qualidade do trabalho de Charles Gavin mas sei dos erros de corte que aconteceram na caixa do Marcos por lá - porque a cena britânica que apoia o trabalho do Marcos hoje em dia não os descobriu e porque o próprio Marcos os deixou um tanto esquecidos. Mas são muito bons e envolvem colaborações com Leon Ware, um grande soulman norte-americano, compositor da Motown e parceiro de Marvin Gaye.
A chave para compreender e apreciar esses discos é esquecer o Marcos bossa-novista e MPB nessa hora, e repensar nossas idéias sobre Chacrinha, Globo, etc...

Alexei Michailowsky disse...

Bom, aqui quem escreve é o autor dos textos de contracapa desse box...
Comentando um pouco o que o Luca disse, acredito que algumas pessoas nutrem um certo preconceito sobre o Marcos Valle dos anos 80. Isso acontece porque suas músicas dessa época, notadamente "Estrelar" e "Bicicleta", fizeram muito sucesso e o levaram aos programas da Globo (Fantástico, Chacrinha) e aos bailes de subúrbio no Rio de Janeiro. Sem contar que o próprio Marcos deixou de lado, nessa época, seu lado bossa-novista e MPB.
O fato da cena DJ britânica que apoia a carreira de Marcos hoje em dia não tê-lo descoberto por meio desses discos (mas sim pelo Samba '68 de 1967) e o silêncio do próprio Marcos nos últimos tempos sobre esses LPs (como se esses trabalhos o envergonhassem, o que não é verdade! Ele só é muito desligado) alimentam esse preconceito: "Tá vendo? Ele entrou nessa só pra ganhar dinheiro, vender disco".
Não. Esses três discos são muito importantes por representarem um elo muito forte entre a música brasileira e o pop cosmopolita. Além disso, são discos-chave para um movimento dançante e eletrônico que a História não registrou: o boogie carioca, primeiro gênero eletrônico desenvolvido no Brasil.
Marcos Valle, nesses discos, trabalhou com Leon Ware (compositor da Motown Records e parceiro de Marvin Gaye). Isso é um grande feito, um grande luxo para a música brasileira!
As pessoas precisam parar de imaginar Marcos Valle como um artista nacionalista brasileiro, um baluarte da "sagrada cultura brasileira", da "sagrada bossa nova". Ele é um artista plural e, antes da bossa nova, já existia o rock 'n' roll em sua vida. Então vamos pro boogie que o Boogie Man do Brasil está de volta! Tem que correr, tem que suar, tem que malhar!

Rafael disse...

Alexei, nem se dê ao trabalho de responder a esse Luca, ele critica negativamente tudo que aparece aqui no blog e que vive aqui no blog fazendo comentários impertinentes...

antonio disse...

concordo que eu também tinha um certo preconceito com estes discos do Valle. Mas comprei as reedições da Som Livre Masters e são os discos que mais escuto. Fantásticos. Se as reedições primarem pela qualidade do trabalho do Gavin troco meus discos pelo box.

Alexei Michailowsky disse...

Bom, posso dizer que o trabalho do Marcelo Fróes é muito bom, competente e feito com carinho. Ele não tem o hype do Gavin mas trabalha bem. Além do som ter ficado legal, Charles não incluiu nas Som Livre Remasters os compactos que Marcos lançou nesse período. As músicas não entraram nos LPs. Então "O sequestro", "Bicicleta" (grande hit de 1984) e "Beta menina", só nessa caixa.

Toninho Lima disse...

Uau! Que boa notícia!! Tenho as duas edições em cd do "Vontade de Rever Você" e do "Marcos Valle - 1983". São ótimos! O "Tempo da Gente" tebho em vinil.

A música "A Paraíba Não é Chicago", que está no "Vontade de Rever Você", com participação da banda americana Chicago tem um dos melhores arranjos da MPB, na minha opinião!

KL disse...

sou suspeito para falar desse relançamento, pois sou amigo pessoal de Marcos e internético de Alexey. São três albuns com muita coisa em comum, porém com faixas 'estranhas no ninho', de média a alta qualidade. Posso garantir que não há nenhuma faixa ruim ou deslavadamente comercial. O som é uma mescla pop 1980 que pode - e deve - se reouvida com prazer. O terceiro álbum (da Arca) é bem diferente dos dois anteriores e o menos interessante, porém traz duas bem bacanas: a regravação 'à la' Sade Adu de 'Samba de Verão 2' (que teve um dos versos trocados e o título virou 'Um Tempo Musical') e uma parceria rara e inusitada entre Valle e Erasmo Carlos, composta de dois ritmos em um, chamada 'Sem você, não dá mais'. E, com as faixas-bônus da mesma época então, está tudo certo para beber redondinho.

Toninho Lima disse...

O time de músicos que participa no disco "Vontade de Rever Você" dispensa comentários. Além do Chicago, tem: Sivuca (acordeon), Robertinho de Recife, Robson Jorge e Sergio Dias (guitarra), Robertinho Silva e Lincoln Olivetti (bateria), Serginho do Trombone (trombone), Leo Gandelman e Oberdan Magalhães (sax), Paulo Guimarães (flauta) Luizão Maia (baixo), José Roberto Bertrami (piano), Zé Menezes (viola), Octávio Burnier (violão), Café, Chacal, Bezerra da Silva e Ariovaldo Contesini (percussão), além de outros. Jane Duboc participa no vocal.

A fusão de ritmos é impressionante. O disco tem apenas 8 músicas. Na faixa “A Paraíba Não é Chicago” também Sivuca matando a pau. Um “forró-frevo funkeado”, onde Peter Cetera e Leon Ware participam no vocal do coro ”Baby, d’ont stop me”. Gravada em Los Angeles. Sensacional

Lui disse...

as capas são um show a parte..Jesus! mas respeito esse cara!!

Neto disse...

Esse album de 1980 é fabuloso,o de 1983 não fica atras.Estou curioso para ouvir o de 86.