Título: O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão
Artista: Dalua e Mestre Maurão
Gravadora: Tratore
Cotação: * * * *
Percussionista e capoeirista, Dalua entra na roda com um ás da capoeira, Mestre Maurão, para apresentar novas possibilidades harmônicas para o samba do Recôncavo Baiano. O grande mérito do disco duplo O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão - lançado de forma independente neste mês de janeiro de 2012 com distribuição da Tratore - é renovar o gênero sem desfigurá-lo. Se o CD 1 expõe outros desenhos rítmicos para o samba de roda, o CD 2 o apresenta em seu formato tradicional, urdido com mix contagiante de percussão, palmas e vozes. Por expor o resultado inovador da pesquisa musical feita ao longo de dois anos, o CD 1 merece atenção especial. E, não por acaso, o primeiro disco é aberto com solo do piano de Yaniel Matos que introduz Samba de Caboclo, reembalada em arranjo de Dalua e Yaniel. Em Quem Manda no Carro / Fogo no Pau Preto, a dupla de arranjadores se supera, harmonizando os sambas a partir da pulsação forte e da interação do piano de Yaniel com o toque da bateria de Cuca Teixeira. Destaque do disco 1, Papai me Bateu é turbinado em clima forrozeiro com o acordeom de Marcelo Jeneci, coautor do arranjo com Dalua. Em tom mais lírico, Jeneci também faz seu acordeom sobressair na introdução de Dona Lila, samba cantado por Nega Duda, que assume na faixa a rústica voz principal que, na maioria dos sambas, cabe a Mestre Maurão, integrante do Grupo Capoeira Mandinga. Como arranjador, Dalua recorre inclusive a efeitos eletrônicos em sambas como Chita do Brás e, sobretudo, O Trem Corre / Vaquinha Amarelinha, faixa aditivada com programações de Drumagick, dupla paulistana, referência do drum’n’bass brasileiro. Por jamais extrapolar na dose de elementos estranhos no universo rítmico do Reconcâvo Baiano, O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão - disco produzido por Dalua com o auxílio de Guilherme Chiappetta e o aval do compositor santoamarense Roberto Mendes (autor de texto reproduzido no encarte) - resulta interessante e dá expressiva contribuição ao gênero ao mesmo em que reverencia suas tradições. Entre nessa festiva roda!!
6 comentários:
Percussionista e capoeirista, Dalua entra na roda com um ás da capoeira, Mestre Maurão, para apresentar novas possibilidades harmônicas para o samba do Recôncavo Baiano. O grande mérito do disco duplo O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão - lançado de forma independente neste mês de janeiro de 2012 com distribuição da Tratore - é renovar o gênero sem desfigurá-lo. Se o CD 1 expõe outros desenhos rítmicos para o samba de roda, o CD 2 o apresenta em seu formato tradicional, urdido com mix contagiante de percussão, palmas e vozes. Por expor o resultado inovador da pesquisa musical feita ao longo de dois anos, o CD 1 merece atenção especial. E, não por acaso, o primeiro disco é aberto com solo do piano de Yaniel Matos que introduz Samba de Caboclo, reembalada em arranjo de Dalua e Yaniel. Em Quem Manda no Carro / Fogo no Pau Preto, a dupla de arranjadores se supera, harmonizando os sambas a partir da pulsação forte e da interação do piano de Yaniel com o toque da bateria de Cuca Teixeira. Destaque do disco 1, Papai me Bateu é turbinado em clima forrozeiro com o acordeom de Marcelo Jeneci, coautor do arranjo com Dalua. Em tom mais lírico, Jeneci também faz seu acordeom sobressair na introdução de Dona Lila, samba cantado por Nega Duda, que assume na faixa a rústica voz principal que, na maioria dos sambas, cabe a Mestre Maurão, integrante do Grupo Capoeira Mandinga. Como arranjador, Dalua recorre inclusive a efeitos eletrônicos em sambas como Chita do Brás e, sobretudo, O Trem Corre / Vaquinha Amarelinha, faixa aditivada com programações de Drumagick, dupla paulistana, referência do drum’n’bass brasileiro. Por jamais extrapolar na dose de elementos estranhos no universo rítmico do Reconcâvo Baiano, O Samba de Roda de Dalua e Mestre Maurão - disco produzido por Dalua com o auxílio de Guilherme Chiappetta e o aval do compositor santoamarense Roberto Mendes (autor de texto reproduzido no encarte) - resulta interessante e dá expressiva contribuição ao gênero ao mesmo em que reverencia suas tradições. Entre nessa festiva roda!!
Samba que eu gosto é o de Raiz, nomes como Paulinho Da Viola, Cartola... Samba choro também é legal os demais eu passo.
Eu e Mary perguntamos, Mauro:
Cadê o post de Magary?!
Eu é que pergunto a Banda De Boca já merecia um post aqui nesse blog faz um tempinho fica aí sugestão Mauro! eles são ótimos desenvolveram um estilo de arranjos bem particular e sofisticado, pra quem gosta de vocal a capella não há nada melhor!
PS: Em 2002 o grupo alcançou o 2º lugar no Prêmio VISA de Música Popular Brasileira - Edição Vocal e passou a ganhar reconhecimento em todo o Brasil
O cd é maravilhoso. Pena que as novas gerações não curtem. Preferem esse pagode de má qualdiade como Psirico e A Bronkka. A capa é linda tb. Ta aí, um autêntico samba de roda renovado.
a ideia deste disco é maravilhosa mesmo, resta saber se o resultado ficou bom mesmo
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