Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Disco pop de criação itinerante, 'Caravana sereia bloom' clareia som de Céu

Resenha de CD
Título: Caravana sereia bloom
Artista: Céu
Gravadora: Urban Jungle / Universal Music
Cotação: * * * *

 Terceiro álbum de Céu, Caravana sereia bloom tem mote itinerante. A estrada percorrida pela cantora e compositora paulista ao longo da turnê de seu disco anterior, Vagarosa (Six Degrees Records, 2009), serviu de musa inspiradora para a criação do repertório que redireciona o som de Céu para rota mais solar. O tempo abre em temas de sotaque pop como Amor de antigos (Céu) e espanta as nuvens escuras de Vagarosa, formadas por densas camadas de dub. O universo jamaicano continua na rota - evocado pelo reggae Asfalto e sal (Céu) e pelo gracioso cover do rocksteady You won't regret it (Lloyd Robinson e Glen Brown, 1966) - mas inserido na atmosfera solar de Caravana sereia bloom. Já badalada na rede pela bela melodia que ganha pegada bluesy na segunda parte da faixa, Retrovisor (Céu) aponta evoluções da compositora em música que rumina mágoas de amor com a mesma atitude firme perceptível em Falta de ar (Gui Amabis), rock que remete ao som de Rita Lee da fase com o grupo Tutti Frutti. Já a cantora ousa envolver Palhaço (Nelson Cavaquinho, Oswaldo Martins e Washington Fernandes) em contorno de valsa e atmosfera felliniana, detectada sobretudo na introdução da faixa gravada com o violão e o assovio do compositor e músico Edgard Poças, pai da artista. Temática, a jornada estradeira de Caravana sereia bloom faz escala em estação dedicada à canção popular brasileira, evocada em Baile de ilusão (Céu), belo exemplo da leveza pop que norteia a trupe (Pupillo, Curumin, Fernando Catatau, Dustan Gallas e Cia.) conduzida na viagem por Céu e Gui Amabis, produtores do CD. Curta, a rota da caravana é percorrida em pouco mais de 35 minutos e inclui três vinhetas - Teju na estrada (com sons que remetem ao universo musical da América Latina), SereiaFfree - entre as 13 faixas. Há músicas - notadamente Streets bloom (Lucas Santanna) e Chegar em mim (Jorge Du Peixe) - que em si soam bem menos interessantes do que a sonoridade do disco. Nem por isso Caravana sereia bloom deixa de ser o melhor disco de Céu. Gui Amabis parece ter sintetizado as influências da artista de forma mais sedutora do que Beto Villares, piloto das duas viagens anteriores dessa cantora projetada com disco, Céu (2005), incensado pela crítica. Ouça o canto da sereia quando a caravana de Céu passar por aí.  Com tempo aberto, o som de Céu está mais claro.

30 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Terceiro álbum de Céu, Caravana Sereia Bloom tem mote itinerante. A estrada percorrida pela cantora e compositora paulista ao longo da turnê de seu disco anterior, Vagarosa (2009), serviu de musa inspiradora para a criação do repertório que redireciona o som de Céu para rota mais solar. O tempo abre em temas de sotaque pop como Amor de Antigos (Céu) e espanta as nuvens escuras de Vagarosa, formadas por densas camadas de dub. O universo jamaicano continua na rota - evocado pelo reggae Asfalto e Sal (Céu) e pelo gracioso cover do rocksteady You Won't Regret It (Lloyd Robinson e Glen Brown) - mas inserido na atmosfera solar de Caravana Sereia Bloom. Já badalada na rede por sua bela melodia que ganha pegada bluesy na segunda parte da faixa, Retrovisor (Céu) aponta evoluções da compositora em música que rumina mágoas de amor com a mesma atitude firme perceptível em Falta de Ar (Gui Amabis), rock que remete à Rita Lee da fase Tutti Frutti. Já a cantora ousa envolver Palhaço (Nelson Cavaquinho, Oswaldo Martins e Washington) em contorno de valsa e em atmosfera felliniana, detectada sobretudo na introdução da faixa gravada com o violão e o assovio do compositor e músico Edgard Poças, pai da artista. Temática, a jornada estradeira de Caravana Sereia Bloom faz escala em estação dedicada à canção popular brasileira, evocada em Baile de Ilusão (Céu), exemplo da leveza pop que norteia a trupe (Pupillo, Curumin, Fernando Catatau, Dustan Gallas) conduzida na viagem por Céu e Gui Amabis, produtores do CD. Curta, a rota da caravana é percorrida em pouco mais de 35 minutos e inclui três vinhetas - Teju na Estrada (com sons que remetem ao universo musical da América Latina), Sereia e Ffree - entre as 13 faixas. Há músicas - notadamente Streets Bloom (Lucas Santanna) e Chegar em Mim (Jorge Du Peixe) - que em si soam bem menos interessantes do que a sonoridade do disco. Nem por isso Caravana Sereia Bloom deixa de ser o melhor disco de Céu. Gui Amabis parece ter sintetizado as influências da artista de forma mais sedutora do que Beto Villares, piloto das duas viagens anteriores dessa cantora projetada com disco, Céu (2005), incensado pela crítica. Ouça o canto da sereia quando a caravana de Céu passar por aí.

Anônimo disse...

Bem sou fã da Céu desde sempre então sou suspeita...E já peguei carona em sua CARAVANA, estou ouvindo muito. E as canções "CHEGAR EM MIM" e 'Street Bloom" foram as que mais gostei...só não gostei de ter somente 35 minutos...

PS: Terá show no SESC VILA MARIANA 10 e 11 de Março em SP!!!
Será q eu vou?

Anônimo disse...

Tb sou fã desde sempre, mas ao contrário de Carlota não sou suspeito pra falar - separo as coisas.
Há uns 4 dias tenho ouvido o disco e tenho achado bem fraquinho.
Uma pena ela ter deixado aquela vibe de Vagarosa - ainda dava um bom caldo essa linha.
Engraçado, eu queria que a Marisa Monte tivesse mudado o som, mas não queria que a Céu o tivesse feito.
Mudar ou não mudar eis a questão.
Mais do que de tempo é uma questão de time.
Como fã das duas essa é a minha opinião, mas cada um que sabe o que lhe vai dentro do coração.

PS: Céu virou Karina Buhr! É isso que dá ter colocado o nome do cara na boca do sapo. O feitiço virou contra a feiticeira. rsrsrs
Enfim, é só mais um lamento.

Maria disse...

Discordo de você Zé! Ouvi o disco todo e gostei bastante tirando uma ou outra que não curti achei o disco infinitamente melhor que o de Marisa Monte este que foi uma decepção pra mim fraquinho mesmo PS: E nada de comparar Céu com a chata da Karina Buhr rsrsrs pobre da moça!

Gabriel de Matos disse...

Curto muito Céu tb e tenho ouvido bastante. Concordo com a Carla destacando Streets Bloom (essa e Contravento pra mim são as melhores) e Chegar em Mim... boas surpresas.
Pelo que ando lendo por aí, vem agradando bastante. Tenho a impressão de que tem uma galera dando mais atenção ao som dela agora e, automaticamente, se encantando e se surpreendendo muito com o trabalho atual. Discordo de ser o melhor. Vagarosa pra mim, até então, é imbatível, com conceito muito mais claro e canções mais "bem amarradas" do que o Caravana.
No mais, curti todas as músicas - talvez por ser fã - e fiquei com a sensação de que "era o que imaginava que ia ser".

lurian disse...

Gostei do disco, mas perdeu a sonoridade de camadas de 'barulinhos bons' do Gui Amabis. Os 3 discos da CéU são bem diferentes, esse último tem pegada mais pop-rock. Ao contrário de você Mauro, gostei muito de Contravento, Chegar em mim e Retrovisor.
As músicas em inglês eu passo sempre. Chatíssimas.

Gabriel de Matos disse...

Curto muito Céu tb e tenho ouvido bastante. Concordo com a Carla destacando Streets Bloom (essa e Contravento pra mim são as melhores) e Chegar em Mim... boas surpresas.
Pelo que ando lendo por aí, vem agradando bastante. Tenho a impressão de que tem uma galera dando mais atenção ao som dela agora e, automaticamente, se encantando e se surpreendendo muito com o trabalho atual. Discordo de ser o melhor. Vagarosa pra mim, até então, é imbatível, com conceito muito mais claro e canções mais "bem amarradas" do que o Caravana.
No mais, curti todas as músicas - talvez por ser fã - e fiquei com a sensação de que "era o que imaginava que ia ser".

Anônimo disse...

É também achei melhor do que de Marisa...
Céu não mudou tanto assim não.

PS: E Karina Buhr não né... tira a Céu dessa.

Sarah disse...

Eu concordo com Zé.
Amo o Vagarosa e acho que ela não irá conseguir fazer outra preciosidade desse tamanho(espero estar enganada!!). Não que eu achei o CSB ruim, pelo contrário,é um belíssimo trabalho, com uma enredo genial, eu particularmente sou apaixonada pela musicalidade latina/América Cental focalizada e acho que ela foi muito feliz em enfatizar a imagem, o visual, a coisa da cinematografia brasileira que sou extremamente fã. Mas ao mesmo tempo sinto muito a falta de uma levadinha reggeada, o Dub que eu amo e que Céu e banda sabem fazer muito bem e acho que é a cara deles. Eu ouço o CSB direto desde o último sábado, e estou apaixonada por Contravento porque lembra muito a minha cidadezinha aqui no recôncavo baiano, pela breguice de Retrovisor e Palhaço ficou magnífica com toda aquela simplicidade e elegância ao mesmo tempo, dentre outras lindas faixas. Enfim, assim como vocês também sou grande fã de Céu e acredito muito no potencial dela, espero assistir em breve o show do CSB que pra mim deixou um pouco a desejar e talvez reverter essa opinião.. enquanto isso vou ouvindo e descobrindo meu sentimento pelo belo disco que o Vagarosa roubou todinho pra ele!!

Raul disse...

Comparar Karina Buhr com Céu é comparar o Muito Ruim com o Pior Ainda.

Maria disse...

Contravento, Palhaço, Streets Bloom e Chegar em mim minhas prediletas até agora esta última, me remete a sonoridade do primeiro disco dela. PS: Lucas Santtana é um compositor bem interessante merecia mais visibilidade pelo seu trabalho um bom baiano boicotado pelo "sistema".

KL disse...

se até Zé Henrique fãzoca reprovou, então é melhor nem comentar.

Anônimo disse...

Zé Henrique tava sumido...Pulando o melhor carnaval do Brasil né?!

Pedro Progresso disse...

Baixei e estou ouvindo sem parar. Esta muito inspirado. "Falta de ar" lembra Rita Lee mas tb lembra Gilberto Gil, "Baile de ilusão" dá um baile em qq música nova de Marisa Monte e as discografias de Céu e Aydar (Karina Buhr NUNCA!) vão ganhando seus primeiros discos importantes.

Na crítica a Vagarosa o Mauro disse que a produção de Beto Villares fazia a canção parecer mais bonita do que realmente era. Agora parece que evoluiu como compositora.
Me perdoem Marisa, Maria Rita, Calcanhotto (que eu amo), mas as indies tão tomando conta de qualidade e criatividade.

Anônimo disse...

Eu não comparei com o da Marisa, né gente!
Qualquer uma ganha daquilo.
Marisa desceu no chão.
E quanto a Karina Buhr, foi no sentido de ser um rockinho modernoso, enfeitado e com boas letras. É claro que a Céu tem uma voz bem mais bonita que a dela.
Eu vou no caminho inverso dessa Caravana aí.
Disco em que música de Jorge Du Peixe é a pior não pode ser bom.
Aliás, essa faixa é 3 na Massa total. Ou seja, enjoadaaaaaaaa!

PS: Retrovisor pra mim é a melhor. Talvez tenha sido escolhida carro chefe numa brincadeira de, sendo ela das mais próximas de Vagarosa(na segunda parte), não vamos olhar pra trás do que já foi feito.
O grande lance de Céu pra mim, junto com a voz, era a sonoridade.
Perdeu muito.

Anônimo disse...

Desprezível o comentário de que CéU virou Karina Buhr!

Vitor disse...

Conseguiu fazer um cd tão chato quanto os da Karina Buhr!

Maria disse...

Não acho que ela perdeu a sonoridade, apenas não quis ser repetitiva em fazer um Vagarosa 2 e mudou o som para uma pegada pop-rock mas sem perder a qualidade bem diferente dos rockinhos da Karina Buhr.

noca disse...

Ceu desperdiça seu imenso talento novamente com um repertório muito fraco.

Anônimo disse...

Eu não queria um Vagarosa 2. Sou fã de Chico Science, Lurian.
"Um passo a frente..."
Agora, na minha opinião trocar reggae/dud/afrobeat por pop/rock e brega estilizado é um passo atrás.
Mudar é inerente a vida, mas na minha opinião mudou pra pior.
Há quem diga que mudar é tão bom que até pra pior serve. :>)
Mas isso como diria Candeia:
Mora na filosofia. Morô Maria?

PS: O de Recife é o melhor mesmo, Carlota!
Vi que o Mauro resenhou aí o show do Alceu e da Elba...
Nesse mesmo dia tava tendo uma outra prévia com Eddie, Otto e Paralamas - tocando o disco Selvagem?

Danilo Pederneiras disse...

ainda não ouvi, quero comprar e ver o show!

Maria disse...

Entre um reggae e pop rock eu prefiro a segunda opção acho a pegada Jamaicana um saco! gosto sim como a Céu coloca na música dela mas nunca conseguir escutar um disco inteiro de Reggae Bob Marley por exemplo é muito chato.

Anônimo disse...

Que isso, Marycota!!!
Jura mesmo que acha Bob Marley chato?!
Pra mim ele sozinho, e usando apenas um dread, derruba TODAS as bandas de pop/rock gringo dos últimos 20 anos. Com sobras.
Deixo uma baforada no seu rosto pra vc ficar pensando melhor. :>)

André disse...

Acho a Ceu uma boa cantora, mas acho que algumas músicas são tão chatinhas... não dá aquela "sede" de quero mais. E essa de som moderninho a la Bjork e afins, não acho inovador, mas respeito o gosto de todos. Moderno pra mim foi o "Recanto" espetacular da Gal Costa!!!

lurian disse...

Não vejo a guinada da CéU pro estilo Karina Buhr, tá mais pra uma pegada da Vanessa da Matta em algumas músicas.

Anônimo disse...

Eu gostei da não "pegada" reggae desse novo disco...gosto da viagem eletronica da Céu e sua banda.

PS: e o Bob Marley é bom...mas não pra ouvir direto.

Anônimo disse...

Lurian, Vanessa(não acho) é pelo lance da guitarra do Catatau.
Esse disco novo de Céu é Karina Buhr com 3 na Massa.
Mas, sei lá, pode ser que com o tempo melhore.

PS: Tem Amelinha nele? rsrsrrs :>)

Danilo Pederneiras disse...

Depois de ouvir e re-ouvir o disco cheguei a conclusão de que mais uma vez Céu acertou. O estranhamento inicial se tornou em pura paixão após algumas audições.

Nem Karina Buhr, nem 3 Na massa, o disco é cheio de Céu e suas referências pessoais. Aquela sensualidade e malemolência que a acompanham desde seu debut em 2005 continuam presente, mais cru, menos açucarado, porém mais interessante, a distanciando do mais do mesmo sem que perca a direção.

Falta de Ar, me fez lembrar os Doces Bárbaros. Gostei muito dessa canção, a letra com seu discurso ecologicamente correto, cai como uma luva para são paulo ou para qualquer outra grande metrópole do mundo.

Chegar em Mim, deliciosa, malemolente e esperta. Música descompromissada, boa melodia e a voz rouca de CéU na medida certa.

A tríade, Retrovisor - Teju Na estrada - Contravento garantem bons momentos ao disco. duas músicas e uma vinheta, todas ótimas e na medida.

Amor de antigos e Baile da Ilusão, fazem o contraponto das canções "estradeiras" do discos. bons momentos também.

As pegadas reggae adubadas, continuam presentes, sem exageros em Asfalto e Sal e You won't Regret it.

Palhaço, é bela singela, mas não me cativou.

Sem mais delongas, é um discaço que merece todo o burburinho que tem causado...

Agora so me resta esperar pelo show de lançamento em SP.

Danilo Pederneiras disse...

corram para as colinas!
corram para as colinas!

Eu não acredito que li algo como "Escutar um disco inteiro do Bob Marley é chato!"

ADEMAR AMANCIO disse...

Eu não sabia que a Céu fosse tudo isso,eu hem!