Título: Cristo Redentor 80 Anos Ao Vivo
Artista: Vários
Gravadora: EMI Music
Cotação: * * 1/2
Produto idealizado tanto para o Brasil como para o exterior, o registro ao vivo do Show da Paz - recém-lançado em CD e DVD pela EMI Music sob o título Cristo Redentor 80 Anos Ao Vivo - agrega as várias bossas musicais do Rio de Janeiro (RJ) em repertório selecionado com o pretexto de festejar as oito décadas do Cristo carioca, completadas em 2011, ano em que o show foi gravado em 12 de outubro, às margens da Baía da Guanabara. Bem, o elenco heterogêneo celebra com bossa irregular as belezas da cidade sangue quente, abordada sob prisma menos idealizado por Fernanda Abreu em regravação menos incendiária de Rio 40 Graus (Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Carlos Laufer). Há excessos de teclados nos arranjos criados por Júlio Teixeira, diretor musical do projeto coordenado por Eduardo Maruche em produção capitaneada por Adriano De Martini, Ricardo Moreira e o próprio Júlio Teixeira. Contudo, há números elegantes como o Samba do Avião (Antonio Carlos Jobim), que decola em arranjo de Daniel Jobim para gravação que junta Jobim a Miúcha. Eduardo Dussek e Casuarina dão cores vivazes à já batida Aquarela do Brasil (Ary Barroso). Marcos Valle reitera o tom internacional de seu Samba de Verão (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) ao lado da cantora norte-americana Stacey Kent e do saxofonista de jazz Jim Tomlinson. Em contrapartida, Zeca Pagodinho defende Balanço Zona Sul (Tito Madi) sem o suingue e a leveza pedidos pela música. Falta também bossa a Elba Ramalho para levar Valsa de Uma Cidade (Ismael Netto e Antonio Maria) com a necessária suavidade. Já Sandy faz O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) deslizar veloz por águas mais agitadas. Mais à vontade no clima bossa-novista, Leila Pinheiro rebobina Coisas do Brasil (Guilherme Arantes) com citação de Cidade Maravilhosa (André Filho), revivida com animação por Beth Carvalho (vista no DVD também em Caciqueando, samba revivido com ritmistas da escola de samba Mangueira). Davi Moraes e Thaís Gulin entram afinados na cadência sempre bonita do samba Brasil Pandeiro (Assis Valente). Alexandre Pires - justiça seja feita - anima o público ao abordar o samba Aquele Abraço (Gilberto Gil). Reverente ao Tom maior da música do Brasil, o registro de Corcovado (Antonio Carlos Jobim) por Daniel Jobim exemplifica que, às vezes, é melhor seguir as tradições do que inventar bossas modernosas como a esboça por Rodrigo Sha e DJ Man em Redentor (Rodrigo Sha). A Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes) também perde boa parte de sua bossa e beleza por conta do baticum eletrônico do BossaCucaNova, trio que assina a faixa com Roberto Menescal e a cantora Cris Delanno (que carrega nos tons fora de sintonia com os estatutos da Bossa Nova). Ainda nas águas eletrônicas, Buchecha celebra Praia e Sol (Bebeto e Adilson Silva) com a batida do DJ Marlboro e sem o suingue de Bebeto, autor e intérprete do tema. Defendendo o time religioso, Padre Omar e Eliana Ribeiro cantam com fervor o samba Peço a Deus (Dida e Dedé da Portela) e a bela canção Força e Vitória (Eliana Ribeiro). Enfim, por Cristo, é preciso saber que nem todo mundo tem bossa para celebrar o suingue carioca. O Rio já foi celebrado com mais harmonia...
5 comentários:
Produto idealizado tanto para o Brasil como para o exterior, o registro ao vivo do Show da Paz - recém-lançado em CD e DVD pela EMI Music sob o título Cristo Redentor 80 Anos Ao Vivo - agrega as várias bossas musicais do Rio de Janeiro (RJ) em repertório selecionado com o pretexto de festejar as oito décadas do Cristo carioca, completadas em 2011, ano em que o show foi gravado em 12 de outubro, às margens da Baía da Guanabara. Bem, o elenco heterogêneo celebra com bossa irregular as belezas da cidade sangue quente, abordada sob prisma menos idealizado por Fernanda Abreu em regravação menos incendiária de Rio 40 Graus (Fernanda Abreu, Fausto Fawcett e Carlos Laufer). Há excessos de teclados nos arranjos criados por Júlio Teixeira, diretor musical do projeto coordenado por Eduardo Maruche em produção capitaneada por Adriano De Martini, Ricardo Moreira e o próprio Júlio Teixeira. Contudo, há números elegantes como o Samba do Avião (Antonio Carlos Jobim), que decola em arranjo de Daniel Jobim para gravação que junta Jobim a Miúcha. Eduardo Dussek e Casuarina dão cores vivazes à já batida Aquarela do Brasil (Ary Barroso). Marcos Valle reitera o tom internacional de seu Samba de Verão (Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle) ao lado da cantora norte-americana Stacey Kent e do saxofonista de jazz Jim Tomlinson. Em contrapartida, Zeca Pagodinho defende Balanço Zona Sul (Tito Madi) sem o suingue e a leveza pedidos pela música. Falta também bossa a Elba Ramalho para levar Valsa de Uma Cidade (Ismael Netto e Antonio Maria) com a necessária suavidade. Já Sandy faz O Barquinho (Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli) deslizar veloz por águas mais agitadas. Mais à vontade no clima bossa-novista, Leila Pinheiro rebobina Coisas do Brasil (Guilherme Arantes) com citação de Cidade Maravilhosa (André Filho), revivida com animação por Beth Carvalho (vista no DVD também em Caciqueando, samba revivido com ritmistas da escola de samba Mangueira). Davi Moraes e Thaís Gulin entram afinados na cadência sempre bonita do samba Brasil Pandeiro (Assis Valente). Alexandre Pires - justiça seja feita - anima o público ao abordar o samba Aquele Abraço (Gilberto Gil). Reverente ao Tom maior da música do Brasil, o registro de Corcovado (Antonio Carlos Jobim) por Daniel Jobim exemplifica que, às vezes, é melhor seguir as tradições do que inventar bossas modernosas como a esboça por Rodrigo Sha e DJ Man em Redentor (Rodrigo Sha). A Garota de Ipanema (Antonio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes) também perde boa parte de sua bossa e beleza por conta do baticum eletrônico do BossaCucaNova, trio que assina a faixa com Roberto Menescal e a cantora Cris Delanno (que carrega nos tons fora de sintonia com os estatutos da Bossa Nova). Ainda nas águas eletrônicas, Buchecha celebra Praia e Sol (Bebeto e Adilson Silva) com a batida do DJ Marlboro e sem o suingue de Bebeto, autor e intérprete do tema. Defendendo o time religioso, Padre Omar e Eliana Ribeiro cantam com fervor o samba Peço a Deus (Dida e Dedé da Portela) e a canção Força e Vitória (Eliana Ribeiro). Enfim, por Cristo, é preciso saber que nem todo mundo tem bossa para celebrar o suingue carioca. O Rio já foi celebrado com mais harmonia...
Eu estive nesse show em outubro, pois estive no Rio para as finais de sambas enredos. Já comprei o meu como lembrança, mas sinceramente no dia esperava mais.
Sem contar que a Rainha do Samba encerrou o show e eu já estava pra lá de MarraKech. Abs,
Marcelo Barbosa - Brasília (DF)
PS: Vale pelo número de Davi Moraes e Thais Gulin e dos outros sambistas. A exceção fica com Zeca Pagodinho que cantando Bossa Nova definitivamente não dá (e o povo no local comentava isso).
tadinho do Cristo, se não ele pudesse ao invéz de braços abertos estaria tampando os ouvidos ! Eu assisti e achei tudo com cara de improvisado, meia boca. Coisa feita pra ganhar um troco, com poucos ensaios. Dispensável.
Este show foi horrível, do início ao fim, pra ajudar ainda estava chovendo. Acho que só a Sandy acertou.
( corrigindo )tadinho do Cristo, se ele pudesse ao invéz de braços abertos estaria tampando os ouvidos ! Eu assisti e achei tudo com cara de improvisado, meia boca. Coisa feita pra ganhar um troco, com poucos ensaios. Dispensável.
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