Ignorado além das fronteiras de seu Estado natal, o tropicalismo de Pernambuco - a rigor, um movimento de caráter nordestino por ter tido ramificações também na Paraíba e no Rio Grande do Norte em 1968 - vai ter sua pouco ouvida história contada em livro pelo jornalista José Teles, paraibano radicado em Recife (PE). Em fase de pesquisa e redação, o livro vai se chamar Debaixo das Bananeiras, Longe dos Laranjais, título emprestado de música de Aristides Guimarães, integrante do Laboratório de Sons Estranhos, grupo que tinha Robertinho de Recife, então com 15 anos, como guitarrista. Arquitetado sob a liderança do escritor e agitador cultural Jommard Muniz de Brito e do jornalista e cineasta Celso Marconi, o tropicalismo de Pernambuco teve manifesto, Inventário do Feudalismo Cultural Nordestino, assinado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, mentores da Tropicália, o movimento deflagrado no Rio de Janeiro (RJ) em 1967 com repercussão nacional, graças às participações dos dois compositores em festivais e em programas de televisão. O livro vai ser lançado ainda em 2012.
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8 comentários:
além das fronteiras de seu Estado natal, o tropicalismo de Pernambuco - a rigor, um movimento de caráter nordestino por ter tido ramificações também na Paraíba e no Rio Grande do Norte em 1968 - vai ter sua pouco ouvida história contada em livro pelo jornalista José Teles, paraibano radicado em Recife (PE). Em fase de pesquisa e redação, o livro vai se chamar Debaixo das Bananeiras, Longe dos Laranjais, título emprestado de música de Aristides Guimarães, integrante do Laboratório de Sons Estranhos, grupo que tinha Robertinho de Recife, então com 15 anos, como guitarrista. Arquitetado sob a liderança do escritor e agitador cultural Jommard Muniz de Brito e do jornalista e cineasta Celso Marconi, o tropicalismo de Pernambuco teve manifesto, Inventário do Feudalismo Cultural Nordestino, assinado por Caetano Veloso e Gilberto Gil, mentores da Tropicália, o movimento deflagrado no Rio de Janeiro (RJ) em 1967 com repercussão nacional, graças às participações dos dois compositores em festivais e em programas de televisão. O livro vai ser lançado ainda em 2012.
Na MPB muito se fala do tropicalismo baiano, e a estória sempre salta pro Clube da Esquina, esquecendo esse chamado "Tropicalismo pernambucano" e o "Pessoal do Ceará".
A ignorância desses movimentos deixa ao largo uma série de grandes nomes inclusive da própria Bahia, a outra Bahia, menos conhecida de Gereba, Patinhas, João Bá, Elomar, Roze, Diana Pequeno...
O Jommmard é uma figuraça.
É capaz de escrever páginas e páginas e vc não entender nada!
Tem um linguajar quase que próprio.
Lurian, realmente nada justifica que se ignorem os artistas que você mencionou. É lamentável que muitos deles (Roze, Bendegó, Diana Pequeno e outros) tenham pouco ou nenhum material lançado em CD. Mas há também que se verificar que eles não constituíram um movimento - foram quase sempre apenas contemporâneos, desenvolvendo seus trabalhos de modo mais individual (nada de mal nisso), muito embora alguns compositores (Elomar e o mineiro Dércio Marques, por exemplo) tenham sido gravados por mais de um intérprete). Elomar, pelo estilo único que tem, eu duvido que tenha querido algum dia se ligar a algum movimento, por mais legítimo que fosse.
Sem dúvidas Márcio que estes não constituíram movimento, mas merecem destaque numa estória que ninguém conta, mas fez parte da (boa) história da MPB; e olha que ai caberiam ainda nomes como: Raimundo Sodré, Carlos Pita, Dorothy Marques, Marlui Miranda, Papete, Nazaré Pereira, Cátia de França, Terezinha de Jesus, Flor de cactus e tantos outros ditos "Regionais".
Nesse sentido acho bem-vindos livros como esse fazendo um resgate de nomes que passam às vezes ao largo, (até mesmo dos grandes movimentos que às vezes tendem a uniformizar conceitos diversos). Devem pintar por ai ao lado de Robertinho do Recife e Zé Ramalho, nomes como: Flavíola e o Bando do Sol, Ave Sangria, Lula Côrtes, etc...
De certo nesse sentido concordo com o KL quando diz que nossa música já foi bem mais interessante. Mas... os tempos, as linguagens, as subjetividades mudaram e isso interfere bastante na música produzida/consumida.
"Debaixo das bananeiras, longe dos laranjais" foi defendida por Edy Star num festival aqui em 1968.
O Tropicalismo surgiu em Pernambuco, bem antes de Caetano/Gil...
Eu nunca ouvi falar em Tropicalismo BAIANO.
Tropicalismo foi uma grande jogada de marketing dos anos 1960 que deu certo, e o grupo baiano era, na verdade, um grupo de bossanovistas dissidentes tocando rock. Tanto que, volta e meia, eles compoem/tocam e cantam bossa, ou por acaso alguém aqui conhece roqueiro de verdade que faz show de banquinho e violão?
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