Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 31 de março de 2012

Marcia Castro se excede na produção do segundo CD, 'De Pés no Chão'

Resenha de CD
Título: De Pés no Chão
Artista: Marcia Castro
Gravadora: Deck
Cotação: * * *

Piada interna nos bastidores musicais dizia que, ao ser lançado pela gravadora Deck neste mês de março de 2012, o segundo álbum de Marcia Castro, De Pés no Chão, corria o risco de ser eleito o melhor disco de 2010. A piada - embebida na ironia que pauta as interpretações da (ótima) cantora baiana para músicas como Vergonha (Luciano Salvador Bahia), uma das poucas inéditas do sucessor de Pecadinho (2007) - se referia ao fato de o disco ter demorado dois anos para chegar ao mercado. Preterido pela Warner Music em 2011, em favor do primeiro álbum da banda Ava, De Pés no Chão confirma o talento e a verve de Marcia Castro, embora seja menos sedutor do que Pecadinho e tenha sido formatado sem a pressão dos shows da artista, vocacionada para os palcos. Em De Pés no Chão, Castro se excede na produção, capitaneada pelo baterista Guilherme Kastrup e pelo guitarrista Rovilson Pascoal em parceria com a cantora. Os arranjos detalhistas - todos criativos e repletos de referências como a evocação do tango pelo acordeom de Ricardo Prato em História de Fogo (Otto e Alessandra Negrini, 2003) - por vezes põem em segundo plano a interpretação de Castro, tornando seu canto menos fervido. O tema de Otto, por exemplo, é aquecido em fogo brando. Pena, pois quem já viu Marcia Castro em cena sabe que suas interpretações cheias de nuances e ironias é que a fizeram se destacar de imediato na cena contemporânea nacional. O toque nordestino da faixa-título, De Pés no Chão, ameniza a pegada do rock lançado por Rita Lee em 1974. "Lacinhos cor-de-rosa ficam bem / Num sapatão / Eu nasci descalça / Pra que tanta pergunta?", questiona Castro ao calçar, livre e assumida, os versos da Ovelha Negra, ouvidos também entre ruídos e loops do remix que encerra o CD  De Pés no Chão. Quando a alentada produção do disco peca, é sempre por excesso. As cordas arranjadas por Luiz Brasil em Logradouro, por exemplo, parecem estar sobrando nessa canção da lavra de Kleber Albuquerque com Rafael Altério. Em contrapartida, os sopros orquestrados por Letieres Leite para Preta Pretinha (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1972) estão no lugar certo. Introduzida por inusitada citação de Gererê (Valfredo Reluzente), sucesso do grupo baiano Gera Samba, a serelepe Pretinha entra com propriedade na roda do samba baiano com toques de afrobeats. Também do repertório do grupo Novos Baianos, a pouco ouvida 29 Beijos (Moraes Moreira e Luiz Galvão, 1971) - música lançada pelo coletivo tropicalista em raro compacto e revivida por Castro em dueto com Hélio Flanders - expõe com clareza a atmosfera indie-contemporânea em que Castro ambienta De Pés no Chão. 29 Beijos e Crazy Pop Rock (Gilberto Gil e Jorge Mautner, 1971) - faixa orquestrada com frescor por Letieres Leite, arranjador dos sopros - destacam as presenças definidoras do guitarrista Rovilson Pascoal (antenadíssimo e habilidoso no manejo de múltiplas cordas) e do baterista Guilheme Kastrup, cujo MPC cria a moldura eletrônica de temas como o samba Catedral do Inferno (Cartola e Hermínio Bello de Carvalho, 1974), repaginado por Castro com a mesma aura indie com que envolve outro samba, Nó Molhado (Monsueto Menezes e José Batista). Um terceiro (ótimo) samba - Pois É, Seu Zé (Gonzaguinha, 1973) - se destaca mais ao fim do disco ao equacionar de forma bem mais equilibrada arranjo e interpretação. Equilíbrio também perceptível em Você Gosta (Tom Zé e Hermes Aquino) - faixa sensual em que o disco expõe a malícia presente no canto de Castro - mas nem sempre detectado neste CD que certamente vai ter suas qualidades evidenciadas com mais clareza na pressão do show. É quando põe os pés no chão do palco que Marcia Castro se mostra por inteiro com a força e a pegada nem sempre aparentes neste coerente segundo CD.

Gravação ao vivo de Big Brother e Janis, de 1968, honra legado de 'Bear'

Resenha de CD
Título: Bear's Sonic Journals Presents Big Brother and The Holding Company Featuring
           Janis Joplin Live at the Carousel Ballroom 1968
Artista: Big Brother and The Holding Company (com Janis Joplin)
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * *

Ao sair de cena em 12 de março de 2011, aos 76 anos, vítima de acidente de carro, o produtor e engenheiro de som Owsley Stanley (1935 - 2011) - conhecido no meio musical como Bear - tinha acabado de supervisionar a masterização de (parcialmente) inédita gravação ao vivo de show feito pelo grupo Big Brother and The Holding Company em 23 de junho de 1968, com a luxuosa participação de Janis Joplin (1943 - 1970). Pertencente ao acervo de Bear, o disco ao vivo - ora lançado em escala mundial pela gravadora Sony Music neste mês de março de 2012 - honra o legado deste ícone da era psicodélica da década de 60. O CD evoca o calor desse show justamente pela qualidade do tratamento do som captado no Carousel Ballroom, um dos templos psicodélicos de São Francisco (EUA). Dá para sentir o fogo nos vocais postos por Joplin em temas como I Need a Man to Love, SummertimePiece of My Heart para citar somente três destaques entre os 13 números captados numa noite que parece ter sido mágica (a 14ª música, Call on me, aparece no CD como faixa-bônus por ter sido gravada em 22 de junho de 1968, no show da noite anterior). O show em si transmite a efervescência da época em mix energizante de rock, blues (cujo sentimento é evocado pelos vocais de Joplin) e jazz (evocado pelo toque eletrizante da guitarra de James Gurley). Não parece ter havido edições e truques de estúdio no tratamento da fita gravada por Bear. O que deu tom cru ao registro, retrato aparentemente sem retoque do mergulho fundo de uma geração na música e no sonho.

Ting Tings não vai além do indie-dance em 'Sounds From Nowheresville'

Resenha de CD
Título: Sounds From Nowheresville
Artista: The Ting Tings
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 1/2

Por mais que procure apresentar som mais consistente em seu segundo álbum, Sounds From Nowheresville, a dupla britânica The Ting Tings não vai muito além do pop-indie-dance que lhe deu fama mundial a partir do lançamento de seu primeiro álbum, We Started Nothing (2008). E é justamente essa habilidade de Julies de Martino e Katie White de (procurar) se reinventar ao mesmo tempo em que recorre com inspiração à sua fórmula pop de sucesso - sobretudo em Hang It Up, Give It Back e Guggenheim, as melhores músicas deste CD lançado no exterior em fevereiro de 2012 e editado no Brasil pela Sony Music neste mês de março - que dá mérito a Sounds From Nowheresville, disco produzido por Martino. Ele também solta eventualmente sua voz nos dez temas sem ofuscar a presença dela, White, como cantora da dupla. Há nestas três faixas uma energia (sobretudo em Guggenheim) e até um peso roqueiro (no caso específico de Give It Back) que inexiste em outras músicas do disco, caso da menos sedutora Hit me Down Sonny. Eleita o segundo single do álbum, na sequência de Hang It Up, Silence abre o CD e sinaliza a intenção do duo de (tentar) não se repetir. Com balada vivaz (Day to Day) e tema que roça a levada de um ska (Soul Killing), Sounds From Nowheresville reitera o talento do Ting Tings sem de fato contagiar, embora seja sem dúvida um bom disco.

Morta há 40 anos, Mahalia é lembrada com a edição de coletânea de 2005

Cantora norte-americana de música gospel, Mahalia Jackson (1911 - 1972) tem editada no Brasil, via Universal Music, coletânea de origem francesa lançada na Europa em 2005. Gospel Book reúne 18 gravações feitas por Mahalia entre 1937 e 1958. A seleção abre com dois temas da lavra de George Gershwin & Ira Gershwin - Summertime e Feel Like a Motherless Child, ouvidos em medley captado em 1956 - mas é formada essencialmente por temas do universo gospel como Oh, My Lord (1937), Amazing Grace (1947) e Jesus Is With me (1951). Embora a qualidade técnica das gravações seja irregular, talvez pelo fato de os fonogramas terem sido transpostos para o formato digital sem passar por novo processo de remasterização, Gospel Book serve para lembrar os 40 anos da morte de Mahalia Jackson, cantora dona de voz divina.

Compositor erudito Sergio Roberto de Oliveira celebra 15 anos com caixa

Compositor de música erudita contemporânea, o carioca Sergio Roberto de Oliveira completa 15 anos de carreira e vai festejar a data com o lançamento, em setembro de 2012, de caixa de quatro CDs intitulada Quinze. Cada disco terá temática específica. O CD 1 é dedicado às cordas e agrega temas como o Quarteto Brasileiro nº 1 e nº 2 (ambos interpretados pelo Quarteto Radamés Gnattali), Ao Mar (no toque dos violoncelos do Duo Santoro) e 3 Olhares Sobre Uma Moça Bonita (faixa a cargo do jovem Duo Veredas). O grupo Oitis é o intérprete do CD 2, cujo repertório inclui Umas Coisas do Coração, Frevo e Canção do Dia de Sempre. O CD 3, de formação mista, destaca Luz e Sombra, peça para 12 trombones, interpretada pelo coral de trombones Unibones. Intitulado Espelhos, o CD 4 reúne composições de Sergio Roberto para piano, clarineta e outros instrumentos, caso do Estudo Sobre Alan Berg e de A Véspera do Fim.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Autor de 'O Ouro e a Madeira', Ederaldo Gentil sai de cena aos 68 anos

Em 1975, o Brasil cantou O Ouro e a Madeira, samba popularizado em gravação do conjunto Nosso Samba. Da lavra de Ederaldo Gentil (7 de setembro 1943 - 30 de março de 2012), cantor e compositor baiano que saiu de cena aos 68 anos na noite desta sexta-feira, o sucesso de O Ouro e a Madeira deu impulso à carreira fonográfica do autor do samba. Gentil havia lançado O Ouro e a Madeira ao debutar no mercado fonográfico em 1973 com a edição de compacto simples. Contudo, foi somente após o estouro da gravação do conjunto Nosso Samba que Gentil conseguiu lançar seu primeiro LP, Samba, Canto Livre de um Povo (Chanteclair, 1975). No embalo, o artista gravou no ano seguinte um segundo álbum, Pequenino (Chanteclair, 1976), mas sua carreira fonográfica foi perdendo fôlego e acabou novamente restrita ao universo musical de Salvador (BA), onde Gentil dera seus primeiros passos profissionais em 1967 ao vencer um festival da capital da Bahia com sua música Rio de Lágrimas. Parceiro de Batatinha (1924 - 1997), um dos mais importantes nomes do samba baiano, com quem compôs músicas como Espera e Pam Pam Pam,  Gentil teve sua obra reverenciada em 1999 em tributo produzido pelo compositor baiano Edil Pacheco. O título, Pérolas Finas, alude a verso de O Ouro e a Madeira, belo e poético samba pelo qual Ederaldo Gentil será sempre lembrado. 

Documentário gera coletânea com fonogramas de todas as fases de Raul

Sucesso de público e crítica, o documentário de Walter Carvalho sobre Raul Seixas (1945 - 1989), Raul - O Início, o Fim, O Meio gerou coletânea dupla que inclui 28 gravações originais que cobrem todas as fases da discografia do artista. Dispostos em ordem cronológica, os fonogramas enfatizam o período de Raul na gravadora Philips - época áurea em que o roqueiro baiano lançou quatro álbuns essenciais entre 1973 e 1976 - mas a seleção traz também faixas de discos feitos por Raul nas gravadoras Warner Music, CBS (atual Sony Music), Som Livre e Copacabana. Eis as 28 faixas da compilação dupla Raul - O Início, o Fim, O Meio:

CD 1:
1. Let me Sing, Let me Sing - 1972
2. Mosca na Sopa - 1973
3. Al Capone - 1973
4. Ouro de Tolo - 1973
5. Metamorfose Ambulante - 1973
6. Gita - 1974
7. Sociedade Alternativa - 1974
8. Como Vovó Já Dizia (Óculos Escuros) - 1974
9. Sessão das 10 - 1974
10. Medo da Chuva - 1974
11. A Maça - 1974
12. Tente Outra Vez - 1975
13. Rock do Diabo - 1975
14. É Fim de Mês - 1975

CD 2:
1. Tu És o MDC da Minha Vida - 1975
2. A Verdade Sobre a Nostalgia - 1976
3. Eu Nasci há 10 mil Anos Atrás - 1976
4. Eu Também Vou Reclamar - 1976
5. Meu Amigo Pedro - 1976
6. Canto para Minha Morte - 1976
7. Maluco Beleza - 1977
8. Lucille / Corrine, Corrina - 1977
9. Blue Moon of Kentucky / Asa Branca - 1977
10. Aluga-se - 1980
11. Rock “das Aranha” - 1980
12. O Carimbador Maluco (Plunct Plact Zum) - 1983
13. Cowboy Fora da Lei - 1987
14. Carpinteiro do Universo - com Marcelo Nova - 1989

Thiaguinho vai dividir com Ivete 'O poder do pretinho' em registro ao vivo solo

  Ivete Sangalo aceitou participar da gravação ao vivo que inicia oficialmente a discografia solo de Thiaguinho, cantor paulista que ganhou projeção nacional de 2003 a 2012 como vocalista do grupo de pagode Exaltasamba. A gravação do CD e DVD Ousadia & alegria está agendada para 5, 6 e 7 de abril de 2012 em três apresentações do artista no Credicard Hall de São Paulo (SP). A participação da cantora baiana vai ser gravada logo no primeiro dos três shows captados ao vivo. Thiaguinho vai dividir com Ivete O poder do pretinho, música que o artista compôs com Gabriel Barriga. Aliás, Barriga e Pezinho são os parceiros de Thiaguinho na maior parte das músicas inéditas do DVD, casos de Buquê de flores (Thiaguinho e Pezinho), Vai, Novinha (Thiaguinho, Gabriel Barriga, Billy SP e Cleitinho Persona), Muleke conquista (Thiaguinho e Gabriel Barriga), Desencana (Thiaguinho, Gabriel Barriga e Jezrrel) e Eu quero é ser feliz (Thiaguinho e Gabriel Barriga), entre outras. CD e DVD saem entre julho e agosto.

Aerosmith finaliza álbum que vai incluir música inédita gravada para filme

O grupo Aerosmith vai lançar seu 15º álbum de estúdio neste ano de 2012. Primeiro disco de repertório inédito do quinteto em oito anos, o sucessor de Honkin' On Bobo (2004) já está em fase final de gravação. Contudo, de acordo com declarações do líder da banda, Steven Tyler, o grupo ainda quer compor mais duas músicas para o disco. A inédita Legendary Child - cedida pelo Aerosmith para a trilha sonora do filme G.I. Joe: Retaliation - vai figurar no repertório do álbum produzido por Jack Douglas. Não se sabe se o grupo vai aproveitar no disco alguns takes das descompromissadas gravações das sessões de estúdio realizadas na Califórnia em janeiro de 2011 com o produtor Martin Frederiksen. A banda planeja lançar o álbum em julho.

Sem edição no Brasil, caixa de Madonna embala os 11 álbuns da Warner

Na carona do lançamento mundial do 12º álbum de estúdio de Madonna, MDNA (o primeiro álbum da artista pela Interscope Records, gravadora vinculada à Universal Music), a Warner Music pôs esta semana nas lojas a caixa Madonna - The Complete Studio Albums (1983 - 2008). Como o título já explicita, a caixa embala os 11 álbuns de estúdio lançados pela estrela pelos selos Sire e Maverick entre 1983 e 2008, com distribuição da Warner. Os álbuns Madonna (1983), Like a Virgin (1984), True Blue (1986), Like a Prayer (1989), Erotica (1992), Bedtime Stories (1994), Ray of Light (1998), Music (2000), American Life (2003), Confessions on a Dance Floor (2005) e Hard Candy (2008) são reeditados na caixa em embalagens digipack com jeito de miniaturas de vinil. Já à venda nos Estados Unidos e Europa, a caixa Madonna - The Complete Studio Albums (1983 - 2008) não vai ser editada no Brasil. 

Trilha sonora orquestral de W.E. expõe tom clássico do filme de Madonna

Disponibilizada em CD no Brasil pela Warner Music em sincronia com a estreia do filme de Madonna nos cinemas do Brasil, a orquestral trilha sonora de W.E. - assinada pelo compositor polonês Abel Korzeniowski - expõe o tom clássico do longa-metragem que dividiu opiniões mais pelo fato de ser dirigido pela estrela do universo pop do que por seu conteúdo em si. Dominada pelos temas orquestrais de Korzeniowski, como Charms e Duchess of Windsor, a trilha de W.E. traz a gravação original de Masterpiece (Madonna, Julie Frost e Jimmy Harry), música inédita de Madonna também incluída pela artista em seu recém-lançado 12º álbum de estúdio, MDNA.

quinta-feira, 29 de março de 2012

Sade lança em maio 'Bring me Home', registro ao vivo da turnê Sade Live

Turnê mundial inspirada no álbum Soldier of Love (2010) que marcou a volta de Sade à cena após 10 anos longe dos palcos, Sade Live vai ser perpetuada em registro audiovisual, gravado ao vivo. Bring me Home - Live 2011 tem lançamento agendado pela gravadora Sony Music para 22 de maio de 2012 nos formatos de CD, DVD e blu-ray. Bring me Home - Live 2011 é o terceiro registro ao vivo de Sade (vista na foto de Rodrigo Amaral no show da turnê no Rio de Janeiro, em 22 de outubro de 2011). O segundo, Lovers Live (2002), foi editado há dez anos enquanto o primeiro - Sade Live - saiu em VHS em 1994 e foi lançado em DVD em 2001.

Lopez repete de novo conexão com Pitbull ao lançar single 'Dance Again'

Jennifer Lopez se prepara para lançar nas rádios dos Estados Unidos, em 3 de abril de 2012, o single Dance Again, produzido por RedOne e gravado com a participação do rapper norte-americano Pitbull. Trata-se da terceira gravação da artista com Pitbull, com quem Lopez já se juntou nas músicas Fresh Out the Oven (single promocional de 2009 assinado pela cantora como Lola) e On the Floor (de 2011). Single situado no universo pop eletrônico, Dance Again vai integrar o repertório de compilação a ser lançada por Lopez em meados deste ano de 2012.

Acorda em festa no perfeito show 'Recanto' a voz que o cantar deu a Gal

Resenha de show
Título: Recanto
Artista: Gal Costa (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Miranda (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 24 de março de 2012
Cotação: * * * * *
Show em cartaz na casa Miranda, no Rio de Janeiro (RJ), até 31 de março de 2012

A singular voz cristalina de Gal Costa nunca deixou de estar com a cantora até nos shows de entressafra, mas parecia adormecida pela reduzida ambição artística dessas apresentações de voz e violão, feitas eventualmente por Gal em todo o Brasil nos últimos anos. No perfeito show Recanto, a voz que o cantar deu a Gal acorda em festa e em paz com a história da cantora, musa tropicalista da contracultura dos anos 60. Essa voz tem sido a bússola de Gal, mas também sua desorientação - como a própria cantora explicita em verso de Minha Voz, Minha Vida (Caetano Veloso, 1982), quando sua voz se junta ao violão de Pedro Baby em número mais acústico de Recanto. Nesse show concebido e dirigido por Caetano Veloso para a cantora estrear na Miranda, a nova e sofisticada casa de shows do Rio de Janeiro (RJ), Gal está vários tons acima da acomodação. A voz que sempre esteve lá dá a impressão de ter voltado por ação de uma força estranha que talvez atenda pelo nome de alma. Gal Costa está cantando com alma as 22 músicas do roteiro do show Recanto. A luz outrora escondida volta a brilhar, resplandece, enquanto Gal passa em revista - no toque indie do trio formado por Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo) - músicas emblemáticas de sua discografia. Se há em Mansidão (Caetano Veloso, 1982) ligeiros ecos da tímida Gracinha que idolatrava João Gilberto, há na batida roqueira de Divino Maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1968) breve reanimação da alma janisjopliana que movia Gal em alguns registros de sua fase tropicalista. Mais do que o álbum renovador de 2011, o show Recanto reconecta Gal com sua história, apresentando no roteiro músicas de todos seus discos emblemáticos. Da Maior Importância (Caetano Veloso, 1973) abre o espetáculo como boa lembrança de Índia (1973). De Cantar (1974), Barato Total (Gilberto Gil, 1974) tem seu suingue reprocessado pelo trio e ganha o coro da plateia no "la la la la la" final. De Água Viva (1978), o bolero Folhetim (Chico Buarque, 1978) tem sua sensualidade sugerida pela levada do baixo de Bruno Di Lullo, destacado na moldura eletroacústica do arranjo. Baixo que torna Baby (Caetano Veloso, 1968) reconhecível aos primeiros acordes. De Gal Tropical (1979), Força Estranha (Caetano Veloso, 1978) arremata o show como se o tempo brincasse ao redor da voz tamanha da cantora. Voz que arrepia em Autotune Autoerótico (Caetano Veloso, 2011), que passeia à vontade pelo suingue de Deus É o Amor (Jorge Ben, 1968) e que esbanja versatilidade ao ressoar o trovão de Tim Maia (1942 - 1998) na balada Um Dia de Domingo (Michael Sullivan & Paulo Massadas, 1985). A habilidade de Gal ao reproduzir as partes cantadas por Tim na gravação original da canção - retumbante sucesso popular que tornou  Bem Bom (1985) o disco mais vendido da carreira de Gal Costa - dilui até a sensação de que a balada, por mais bonita que seja (e é) em sua simplicidade, soa como alien em roteiro em que 17 das 22 músicas são assinadas por Caetano. Com seu MPC, Domenico reproduz as programações criadas por Kassin para o CD Recanto, mas a densa atmosfera eletrônica do disco é diluída no show pelas intervenções acústicas do violão de Pedro Baby, condutor de Dom de Iludir (Caetano Veloso, 1976), música gravada por Gal no disco Minha Voz (1982). De todo modo, as músicas do CD Recanto crescem no show. Cara do Mundo (Caetano Veloso, 2011) expõe a face roqueira de Gal. Segunda (Caetano Veloso, 2011) evidencia a tal força estranha que está movendo a voz de Gal em cena. Recanto Escuro (Caetano Veloso, 2011) se confirma no palco como a obra-prima do disco pela melodia tristonha que parece se esconder da luz. Neguinho (Caetano Veloso, 2011) aparece na pressão, de início roqueira, depois mais radicalmente eletrônica. Já perto do fim o pancadão do funk Miami Maculelê (Caetano Veloso, 2011) motiva Gal a empinar o quadril para evocar a pose clássica das popozudas dos bailes da pesada enquanto Domenico canta o funk entoado no disco por Kassin. Antes do funk, Vapor Barato (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971) navega elétrico, repaginado pelas intervenções eletrônicas e pelas distorções hendrixianas da guitarra de Pedro Baby. No bis, contradizendo verso da canção Meu Bem, Meu Mal (Caetano Veloso, 1981), lembrança do disco Fantasia (1981), Gal sai de cena como quem diz ter voltado para um porto nada seguro. E é justamente o fato de Gal estar tão plena em cena - confortável ate quando está fora de sua zona de conforto - que faz Recanto ser show divino, maravilhoso, um barato total. Um ponto culminante na trajetória de Gal nos palcos - assim como Fa-Tal Gal a Todo Vapor (1971), Plural (1990) e O Sorriso do Gato de Alice (1993). Uma força está levando Gal a cantar com a alma dos velhos tempos. E é por isso que Recanto deixa a impressão de que o tempo não pára e, no entanto, Gal rejuvenesce em cena. 

Gal acomoda Ben, Chico e Sullivan & Massadas no 'Recanto' de Caetano

Música pouco conhecida de Jorge Ben Jor que encerra o primeiro álbum solo de Gal Costa, lançado em 1968 no auge da revolução tropicalista arquitetada por Caetano Veloso e Gilberto Gil, Deus É o Amor reaparece no roteiro do extasiante show Recanto, estreado pela cantora na Miranda, a nova (refinada) casa de shows do Rio de Janeiro (RJ). Em cartaz até sábado, 31 de março de 2012, o show tem repertório centrado no cancioneiro de Caetano Veloso - assim como o disco Recanto (2011), em que Gal canta somente músicas do compositor, quase todas inéditas - mas acomoda em sua atmosfera indie contemporânea músicas de Chico Buarque (Folhetim, 1978), Gilberto Gil (Barato Total, 1974), Jards Macalé & Waly Salomão (Vapor Barato, 1971) e da dupla de hitmakers dos anos 80 Michael Sullivan & Paulo Massadas (Um Dia de Domingo, 1985). Na companhia do trio formado por Domenico Lancellotti (bateria e MPC), Pedro Baby (guitarra e violão) e Bruno Di Lullo (baixo), Gal - vista em foto de Rodrigo Amaral - canta 22 músicas, sendo oito do renovador disco Recanto. Eis as 22 músicas do roteiro seguido pela cantora na casa Miranda na arrebatadora apresentação de 24 de março de 2012, com os respectivos compositores e os anos em que tais músicas aparecem na discografia de Gal Costa:

1. Da Maior Importância (Caetano Veloso, 1973)
2. Tudo Dói (Caetano Veloso, 2011)
3. Recanto Escuro (Caetano Veloso, 2011)
4. Divino Maravilhoso (Caetano Veloso e Gilberto Gil, 1968)
5. Folhetim (Chico Buarque, 1978)
6. Mãe (Caetano Veloso, 1978)
7. Segunda (Caetano Veloso, 2011)
8. Minha Voz, Minha Vida (Caetano Veloso, 1982)
9. Barato Total (Gilberto Gil, 1974)
10. Autotune Autoerótico (Caetano Veloso, 2011)
11. Cara do Mundo (Caetano Veloso, 2011)
12. Deus É o Amor (Jorge Ben Jor, 1968)
13. Dom de Iludir (Caetano Veloso, 1982)
14. Neguinho (Caetano Veloso, 2011)
15. O Amor (Caetano Veloso e Ney Costa Santos sobre poema de Vladimir Maiakovski, 1981)
16. Baby (Caetano Veloso, 1968)
17. Vapor Barato (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971)
18. Um Dia de Domingo (Michael Sullivan & Paulo Massadas, 1985)
19. Miami Maculelê (Caetano Veloso, 2011)
20. Mansidão (Caetano Veloso, 2011)
21. Força Estranha (Caetano Veloso, 1979)
22. Meu Bem, Meu Mal (Caetano Veloso, 1981)

Na página de Notas Musicais no Facebook, a visão de Maria Bethânia sobre o CD Recanto

DVD 'Fire and Rain' exibe 'documentário' oportunista e ralo sobre Adele

Sucesso de vendas em escala mundial, o álbum 21 (2011) tornou Adele um fenômeno como há anos não se via no mercado fonográfico. Fire and Rain - Adele The History - DVD ora lançado no Brasil neste mês de março de 2012 pela empresa Music Brokers - é (mais um) produto oficioso que tenta faturar em cima da popularidade da cantora e compositora britânica. Trata-se de pseudodocumentário -  não autorizado, como está alardeado de forma sensacionalista na capa do DVD - que, a rigor, nada acrescenta de relevante sobre a vida e obra de Adele. De qualidade precária, o (ralo) filme apresenta entrevistas provavelmente extraídas do YouTube.

quarta-feira, 28 de março de 2012

Erro na grafia de faixa inutiliza a tiragem inicial do LP 'Oásis de Bethânia'

A gravadora Biscoito Fino vai lançar edição em vinil de Oásis de Bethânia, o álbum promovido esta semana por Maria Bethânia. Entregue esta semana pela fábrica, o LP iria chegar às lojas simultaneamente com a edição em CD, a partir de 30 de março de 2012, mas erro na grafia da faixa Lágrima (Cândido das Neves) - apresentada na contracapa como Lágrina - inutilizou a tiragem inicial do LP. Já está sendo produzida outra tiragem, que vai chegar às lojas em abril.

Rainha do choro, Ademilde manteve a majestade em 70 anos de carreira

Entronizada na música brasileira como a Rainha do Choro, Ademilde Fonseca (Macaíba - RN, 4 de março de 1921 / Rio de Janeiro - RJ , 27 de março de 2012) manteve sua majestade ao longo de seus 70 anos de carreira fonográfica. A primeira gravação da cantora - um disco de 78 rotações que trazia sua instantaneamente célebre gravação do choro Tico-Tico no Fubá (Alberico Barreiros e Zequinha de Abreu) e, no lado B, Volte pro Morro (Darci de Oliveira e Benedito Lacerda) - foi lançada em setembro de 1942. Feita sob a produção de Edu Krieger em 11 de janeiro de 2012, no Arena Estúdio (RJ), a última gravação de Ademilde - uma participação na faixa Arrasta-Pé (Waldir Azevedo e Klécius Caldas), do disco Lágrimas e Rimas, da cantora Ana Bello - vai ser lançada em 23 de abril, não por acaso Dia Nacional do Choro. Nesses 70 anos, a Rainha do Choro se manteve fiel ao gênero que a consagrou e que lhe deu lugar nobre na história da música brasileira. Egressa da era de ouro do rádio brasileiro, a cantora potiguar - radicada no Rio de Janeiro (RJ) desde 1941 - cantou o choro como habilidade única. Com perfeita emissão vocal, encarava os temas mais velozes do gênero com naturalidade, bossa e musicalidade. Na voz de Ademilde Fonseca, qualquer ritmo podia ser transmutado em choro. Dentre as gravações antológicas da Rainha do Choro, vale destacar seu registro original de Brasileirinho (Waldir Azevedo e Pereira Costa), lançado em agosto de 1950 em disco de 78 rotações por minuto. Ademilde Fonseca viveu seu auge artístico e comercial nos anos 40 e 50, tendo gravado regularmente entre 1942 e 1962. Depois desse período inicial, a discografia da artista começou a ficar mais espaçada. Contudo, em 1975, reverenciada por compoitores revelados nos anos 60 e 70 como João Bosco e Martinho da Vila, a cantora reiterou sua realeza ao gravar pela Top Tape Ademilde Fonseca, álbum relançado em 2011 pelo selo Discobertas por conta dos 90 anos da artista. Intérprete que irradiava vivacidade na voz e na alma, Ademilde Fonseca saiu de cena na noite de ontem, 27 de março, em plena atividade. Deixa saudade e a certeza de que seu trono e lugar jamais serão ocupados.

* Veja foto da cantora Ademilde Fonseca em sua última gravação, no Arena Estúdio, na página de Notas Musicais no Facebook

Joyce canta seu Rio de Janeiro ao som de Caetano, Noel Rosa e Zé Kétti

Recém-lançado na Europa, o sétimo CD gravado por Joyce Moreno para o selo inglês Far Out Recordings, Rio de Janeiro, celebra a cidade natal da cantora, compositora e violonista. Inspirado em show de voz & violão feito por Joyce na Praia de Ipanema, no verão de 2010, o disco traz alguns temas de autoria da artista, caso do samba Puro Ouro, mas é sobretudo um álbum em que Joyce se exercita como intérprete, celebrando a cidade do Rio de Janeiro (RJ) ao som de músicas de Caetano Veloso (Desde que o Samba É Samba, 1992), Noel Rosa (1910 - 1937) - Com que Roupa? (1930) e Feitio de Oração (parceria com Vadico, de 1933) - e Zé Kétti (1921 - 1999), representado por Mascarada (1965), parceria com Elton Medeiros. O repertório de Rio de Janeiro - CD que possivelmente vai ser lançado no Brasil a partir de 2013 - inclui Cidade Maravilhosa (André Filho, 1934), Valsa de Uma Cidade (Antonio Maria e Ismael Neto, 1954) e Vela no Breu (Paulinho da Viola e Sérgio Natureza, 1976), entre outras músicas.

Já no Brasil, 'Experience Edition' de 'The Wall' traz tijolos iniciais do muro

Na carona da vinda de Roger Waters ao Brasil para a apresentação do espetáculo The Wall, a EMI Music põe nas lojas do Brasil neste mês de março de 2012 a Experience Edition do homônimo álbum conceitual lançado pelo Pink Floyd em novembro de 1979. Um dos títulos mais esperados dentro da série de reedições da obra do grupo inglês, revitalizada pela EMI Music ao ser reposta em catálogo ao longo de 2011, a Experience Edition de The Wall é tripla e expõe no CD 3, Work in Progress, os tijolos iniciais do muro através de 27 demos que apresentam inéditos registros embrionários do repertório, captados em diferentes fases da gravação do álbum. Para quem prefere ouvir The Wall em seu consagrado formato final, os CDs 1 e 2 apresentam o disco original em edição remasterizada por James Guthrie, engenheiro de som e produtor de álbuns do Pink Floyd desde 1978. O CD triplo fecha a série de reedições.

Jovens tenores italianos cruzam céu dos EUA em 'Il Volo... Takes Flight'

Lançado no Brasil pela Universal Music neste mês de março de 2012, nos formatos de CD e DVD, Il Volo...Takes Flight - Live From The Detroit Opera House perpetua o vitorioso voo do já popular trio italiano Il Volo - formado pelos jovens tenores Gianluca Ginoble, Ignazio Borschetto e Piero Barone - pelo céu dos Estados Unidos. Registro audiovisual do especial de TV Il Volo Takes Flight, exibido pelo canal norte-americano PBS em 2011, o DVD rebobina o show feito pelo trio italiano em sua primeira turnê norte-americana. Sob a batuta dos produtores Humberto Gatica e Tony Renis, os três tenores adolescentes soltam suas volumosas vozes em temas como Smile (Charles Chaplin) e Granada (Agustín Lara). Eis as faixas do DVD Il Volo... Takes Flight - Live From The Detroit Opera House, que apresenta documentário nos extras:

1. Il Mondo
2. Un Amore Cosi Grande

3. Granada
4. Ti Voglio Tanto Bene

5. Smile
6. O Sole Mio

7. E Piu Te Penso
8. Non Ti Scordar Di Me

9. El Reloj
10. Notte Stellata (The Swan)

11. Music Proibita
12. This Time

13. Mamma
14. Per Te

15. Mattinata
16. La Luna Hizo Esto - com Pia Toscano

17. Funiculi Funicula

Psirico celebra 10 anos de sucesso na Bahia em DVD com Ivete e Preta

Grupo baiano de pagode, Psirico celebra uma década de sucesso na Bahia com a edição em CD e DVD de Psirico 10 Anos - Ao Vivo em Salvador, registro ao vivo de show captado em 2011 no Parque de Exposições da capital baiana, com intervenções de Ivete Sangalo e Preta Gil. A presença de Ivete - na faixa Te Quero, Delícia (J. Teles e Davi Salles) - se justifica inclusive pelo fato de a gravação ter sido produzida pela empresa da cantora, a Caco de Telha. O CD e o DVD estão sendo editados, aliás, via parceria do selo Caco Music com a gravadora Som Livre. Já Preta Gil faz dueto com o vocalista Márcio Victor em Medida do Amor (Davi Moraes), música gravada originalmente pela filha de Gilberto Gil em seu segundo CD, Preta (2005). Já à venda!

terça-feira, 27 de março de 2012

Rainha do chorinho, cantora Ademilde Fonseca sai de cena aos 91 anos

A cantora potiguar Ademilde Fonseca - conhecida em todo o Brasil como a Rainha do Chorinho por sua habilidade ao cantar as velozes música do gênero - saiu de cena aos 91 anos na noite desta terça-feira, 27 de março de 2012, no Rio de Janeiro (RJ), vítima de mal súbito. Saudade!

Baleiro pede respeito a Januário no tributo já triplo ao centenário de 'Lua'

Horas depois de Gaby Amarantos ter dado voz ao xote Cintura Fina (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1950), foi a vez de Zeca Baleiro gravar no estúdio da Lua Music, em São Paulo (SP), sua participação no tributo ao centenário de nascimento de Luiz Gonzaga (1912 - 1989). O artista maranhense gravou o baião Respeita Januário (Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, 1970) para o (já triplo) projeto  - a ser editado em box - produzido por Thiago Marques Luiz.

Gaby grava 'Cintura Fina' para tributo (já triplo) aos 100 anos de Luiz Gonzaga

♪ A foto flagra Gaby Amarantos no estúdio da gravadora Lua Music, em São Paulo (SP), onde a cantora paraense pôs voz no xote Cintura fina (Luiz Gonzaga e Zé Dantas, 1950). A gravação foi feita na noite desta terça-feira, 27 de março de 2012, para o disco produzido por Thiago Marques Luiz para festejar os 100 anos de nascimento de Luiz Gonzaga (1912 - 1989). De início idealizado para ser editado no formato de CD duplo, o tributo vai ser posto nas lojas no segundo semestre no formato de box com três CDs que totalizam 42 gravações inéditas da obra fundamental do Rei do Baião. A intenção do produtor Thiago Marques Luiz é dividir e alocar as músicas no box por temas.

Oitavo álbum do Smashing Pumpkins, 'Oceania' vai ser lançado em junho

Previsto de início para ter sido lançado em setembro de 2011, o oitavo álbum de estúdio do grupo norte-americano The Smashing Pumpkins, Oceania, teve seu lançamento confirmado para 18 de junho de 2012, com distribuição mundial da EMI Music. Produzido pelo vocalista e lider da banda, Billy Corgan, Oceania - sucessor de Zeitgeist (2007) - é disco conceitual que se origina de Teargarden By Kaleidyscope, projeto de  lançamento de 44 músicas em formato diginal que o Smashing Pumpkins desenvolve desde 2009. Eis as 13 músicas do álbum Oceania:

1. Quasar
3. Panopticon
4. The Celestials
5. Violet Rays
6. My Love Is Winter
7. One Diamond, One Heart
8. Pinwheels
9. Oceania
10. Pale Horse
11. The Chimera
12. Glissandra
13. Inkless
14. Wildflower

Com jovialidade retrô, Starr vai do rock ao 'samba' no coeso 'Ringo 2012'

Resenha de CD
Título: Ringo 2012
Artista: Ringo Starr
Gravadora: Hip-O / Ume / Universal Music
Cotação: * * * 1/2

Em seu 17º álbum solo, Ringo 2012, o baterista dos Beatles parece brincar com o conceito de tempo, inclusive ao enfatizar no título do disco o ano de seu lançamento. Ao mesmo tempo em que aborda antiga canção folk, Rock Island Line, com o espírito jovial do rock'n'roll dos anos 50, Starr faz cover de Think It Over (Buddy Holly e Norman Perry) como se ainda estivesse nos Beatles e como se ainda fosse a primeira metade da década de 60. Contudo, Ringo Starr jamais soa velho neste jovem álbum retrô que soa coeso pelo fato de totalizar somente nove músicas, apresentadas em meros 28 minutos e 54 segundos. Ao fazer seu rock temperado com pitadas de pop e blues, o baterista - que se tornou cantor por questão de sobrevivência artística - parece em casa. Da curta safra de cinco inéditas, o rock Anthem (Ringo Starr e Glen Ballard) é o destaque. Mas In Liverpool - com sua justificada dose de nostalgia dos tempos dos Fab Four - também merece registro por se ajustar com perfeição ao espírito saudosista de álbum no qual Starr se permite até reviver duas músicas - Wings (Ringo Starr e Vince Poncia) e Step Lightly (Ringo Starr) - já gravadas por ele nos anos 70, na fase inicial de sua carreira solo. Que soam mais interessantes do que Samba (Ringo Starr e Van Dyke Parks), faixa que - ao contrário do que faz supor seu nome - é um rock de pseudolatinidade. Enfim, por sua saudável despretensão, o breve Ringo 2012 se revela sedutor e jamais cansa o ouvinte.

Adnet retrata Amazônia em CD que tem as vozes de Salmaso e Roberta

O músico e arranjador Mario Adnet está em estúdio, no Rio de Janeiro (RJ), gravando disco, Amazônia, em que retrata o universo musical do Norte do Brasil a partir de músicas de compositores como Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994), Guinga e João Donato. Com lançamento previsto para junho de 2012, em edição da gravadora Biscoito Fino, Amazônia tem solistas convidados para participações especiais. Mônica Salmaso - vista no estúdio com Adnet na foto de Dani Gurgel - pôs voz em Borzeguim (Antonio Carlos Jobim, 1981). Já Roberta Sá - que tem arranjos de sopros assinados por Adnet em seu quinto CD, Segunda Pele (2012) - foi convidada a gravar A Rã (João Donato e Caetano Veloso, 1974) no disco de Adnet.

Djavan monta banda para gravar CD de inéditas feito via Luanda Records

Djavan está em estúdio gravando seu  21º disco, o primeiro de inéditas desde Matizes (2007). O cantor e compositor - visto em foto de Christian Gaul - montou banda para a gravação, feita no Rio de Janeiro (RJ) sob a supervisão técnica do engenheiro de som Marcelo Saboia. A banda do CD - a ser lançado no segundo semestre de 2012, em edição da Luanda Records - é formada pelos (ótimos) músicos Carlos Bala (bateria), Glauton Campello (teclados), Jessé Sadoc (trompete), Marcelo Mariano (baixo), Marcelo Martins (saxofone), Paulo Calasans (teclados) e Torcuato Mariano (guitarra). O último disco de Djavan - Ária ao Vivo - foi lançado em 2011. 

Eis a capa de 'Black Heart', CD solo de 'covers' que Dinho lança em abril

Esta é a capa do terceiro disco solo de Dinho Ouro Preto, Black Heart, nas lojas no início de abril de 2012 em edição da gravadora Sony Music. No CD, inteiramente gravado em inglês, o vocalista do grupo Capital Inicial faz covers de 12 sucessos do universo pop, indo do cantor e compositor canadense Leonard Cohen (Hallelujah) ao duo inglês Pet Shop Boys (Being Boring).

Aos 40 anos, Van Halen se revigora com Roth e 'A Different Kind of Truth'

Resenha de CD
Título: A Different Kind of Truth
Artista: Van Halen
Gravadora: Interscope / Universal Music
Cotação: * * * *

A Different Kind of Truth é álbum bem especial na discografia do Van Halen por marcar o reencontro do grupo com seu vocalista David Lee Roth, reintegrado à banda na reunião de 2006. Trata-se do primeiro disco gravado com Roth desde 1984 e do primeiro álbum de estúdio do quarteto desde 1998. Mas ouvindo músicas como Big River e As Is é difícil acreditar que Roth ficou 27 anos sem gravar com o Van Halen. O intervalo de 12 anos entre Van Halen III (1998) e A Different Kind of Truth (2012) também torna-se insignificante diante da energia e dos contundentes solos e riffs da guitarra de Eddie Van Halen, mais marcantes até do que os vocais de Roth. Seja na velocidade de China Town e Bullethead ou no clima sombrio de The Trouble With Never, o grupo iguala em A Different Kind of Truth o êxito dos discos de sua fase áurea - talvez por ter sido álbum feito em família. Filho de Eddie, Wolfgang Van Halen pilota o baixo enquanto seu tio, Alex Van Halen, assume como de hábito a bateria. Como guitarrista,  Eddie se mostra em plena forma. A Different Kind of Truth é - em todos os sentidos - álbum de peso na discografia do Van Halen. Fiel a si mesmo, como já sinalizara o primeiro single Tattoo, o Van Halen se permite até suavizar seu som em Stay Frost, cujo primeiro minuto se situa entre o folk e o country, até ganhar progressivamente o peso de um blues-rock. Detalhe: o segundo e atual single do álbum, She's the Woman, é música dos anos 70 - já conhecida dos fãs da banda - que ganha seu primeiro registro oficial após ter feito parte de alguns bootlegs do quarteto. No todo, A Different Kind of Truth expõe o vigor até surpreendente do rock do Van Halen 40 anos depois da formação do grupo nos Estados Unidos.

segunda-feira, 26 de março de 2012

Sucesso 'indie' de 2011, Cícero tem álbum distribuído pela Deck em maio

Revelação da cena indie de 2011, por conta de um melancólico e autoral primeiro álbum que foi incensado por sites e pela MTV, o cantor e compositor carioca Cícero assinou contrato com a Deck. A partir de maio de 2012, a gravadora carioca vai distribuir o tal álbum, Canções de Apartamento, lançado em junho de 2011 em esquema artesanal e inteiramente independente.

Padres e sertanejos dominam lista dos CDs/DVDs mais vendidos de 2011

A lista divulgada pela Associação Brasileira de Produtores de Discos (ABPD) com os 20 CDs e os 20 DVDs mais vendidos no Brasil ao longo de 2011 reitera o domínio do mercado fonográfico nacional por padres cantores e artistas sertanejos. Apenas a cantora e compositora inglesa Adele teve força para desafiar tal reinado com seu álbum 21. Em 2011, os grandes campeões de vendas de discos no Brasil foram Paula Fernandes - vista em foto de Tabach usada para divulgação do ensaio feito pela cantora mineira para a revista Contigo! - e padre Marcelo Rossi. Paula fez tanto sucesso com seu primeiro registro ao vivo de show que, no embalo de sua explosão nacional, seu último álbum de estúdio, Pássaro de Fogo (2008), foi parar no terceiro lugar da lista de CDs, na qual sete dos 20 títulos são de música religiosa. Já Marisa Monte - outrora uma campeã de vendas - aparece num modesto 14º lugar com seu oitavo CD solo, O Que Você Quer Saber de Verdade, atrás de nomes como Beyoncé (4) e Lady Gaga (Born This Way). Embora também seja dominada por padres e sertanejos, a relação dos DVDs apresenta cinco títulos infantis. Eis os 20 CDs - e os 20 DVDs - mais vendidos no Brasil em 2011:

CDs
1. Ágape Musical – Padre Marcelo Rossi – Ágape Musical
2. Paula Fernandes ao Vivo – Paula Fernandes
3. Pássaro de Fogo – Paula Fernandes
4. Ao Vivo no Rio – Luan Santana
5. Nos Braços do Pai – padre Robson
6. No Meu Interior Tem Deus (Ao Vivo) – padre Fábio de Melo
7. Milhões de Vozes ao Vivo – padre Reginaldo Manzotti
8. 21 – Adele
9. Diamante – Damares
10. Multishow ao Vivo – Caetano Veloso e Maria Gadú
11. 4 – Beyoncé
12. Rebeldes Brasil 2011 – Rebeldes
13. Born This Way – Lady Gaga
14. O Que Você Quer Saber de Verdade – Marisa Monte
15. Under the Mistletoe – Justin Bieber
16. O Poder da Aliança – pastora Ludmila Ferbera Ludmer
17. Amor de Alma – Victor & Leo
18. Musicas Para Churrasco Vol. 1 – Seu Jorge
19. Em Deus Um Milagre – Padre Reginaldo Manzotti
20. Back to Black – Amy Winehouse

DVDs
1. Paula Fernandes ao Vivo – Paula Fernandes
2. Live at the Royal Albert Hall (DVD + CD) – Adele
3. Ao Vivo no Rio – Luan Santana
4. Patati Patatá (coleção com quatro DVDs) – Patati Patatá
5. A Turma do Balão Mágico – A Turma do Balão Mágico
6. Xuxa Volumes 1 a 8 – Xuxa
7. Milhões de Vozes ao Vivo – padre Reginaldo Manzotti
8. Elas Cantam Roberto Carlos – Roberto Carlos
9. XSPB 11 – Xuxa
10. U2 360° at the Rosebowl – U2
11. No Meu Interior Tem Deus (Ao Vivo) – padre Fábio de Melo
12. Diante do Trono 14 - Sol da Justiça – Ministério do Louvor Diante do Trono
13. Multishow ao Vivo – Caetano Veloso e Maria Gadú
14. Gusttavo Lima e Você Ao Vivo – Gusttavo Lima
15. Live At Roseland: Elements of 4 – Beyoncé
16. I Told You I Was Trouble – Amy Winehouse
17.Galinha Pintadinha 2
18. Multishow ao Vivo - Ivete Sangalo no Madison Square Garden – Ivete Sangalo
19. Sou Eu – Diogo Nogueira
20. Emoções Sertaneja – Roberto Carlos

Álbum 'Roses' exala o costumeiro perfume pop folk celta do Cranberries

Resenha de CD
Título: Roses
Artista: The Cranberries
Gravadora: Cooking Vinyl / Lab 344
Cotação: * * *

Onze anos separam o lançamento deste mediano sexto álbum de estúdio do grupo irlândes The Cranberries - Roses, já disponibilizado no Brasil via selo Lab 344 neste mês de março de 2012 - da edição do álbum anterior da banda, Wake Up and Smell the Coffee (2001). Nesse tempo, o quarteto entrou em recesso (em 2003) e a vocalista Dolores O'Riordan lançou disco solo. Contudo, parece que o tempo não passou para The Cranberries. Em faixas como Waiting in Walthamstow, Roses exala o mesmo perfume pop folk celta que construiu aura hype em torno do grupo na década de 90. A tal aura hype já se dissolveu sem que Roses se ressinta dessa perda. Talvez porque músicas como o folk Raining in my Heart e a menos inspirada Astral Projections já estivessem prontas antes da separação de 2003. Reunido desde 2009, o quarteto retorna ao mercado fonográfico com álbum que expõe a fidelidade do Cranberries ao som de outrora. Uma atmosfera suave envolve temas como Conduct e Tomorrow - as melhores da safra inédita e autoral - e tal ambiência permanece mesmo quando a banda flerta com o universo do rock em Schizophrenic Playboys, faixa que ressalta na parte final do arranjo a influência celta no som da banda. Ajustada ao espírito delicada ao disco, a voz de Dolores O'Riordan valoriza um álbum que apresenta letras mais maduras e reitera cânones do som do Cranberries sem repetir a inspiração de discos anteriores. Roses é CD para fiéis fãs do grupo.

Erasure linka tecnopop de ontem ao som de hoje em 'Tomorrow's World'

Resenha de CD
Título: Tomorrow's World
Artista: Erasure
Gravadora: Mute Records / Music Brokers
Cotação: * * 1/2

Em seu 14º álbum de estúdio, Tomorrow's World (2011), editado no Brasil neste mês de março de 2012 via Music Brokers, o duo inglês Erasure procura linkar seu tecnopop de ontem ao som eletrônico de hoje. A Whole Lotta Love Run Riot é a faixa que mais bem faz tal conexão, embora não seja necessariamente a melhor do disco. Dentro da (irregular) safra autoral e inédita apresentada por Andy Bell e Vince Clarke no sucessor de Light at the End of the World (2008), Be With You e Fill Us With Fire - o atual single do álbum, lançado em 12 de março - são as músicas que se destacam e, sintomaticamente, ambas estão em maior sintonia com o synthpop à moda dos anos 80 que deu fama à dupla. Contudo, é justo ressaltar a energia que há em When I Start To (Break It All Down), faixa que antecedeu o álbum ao ser lançada como single em setembro de 2011. Confiada a Frankmusik, a produção do disco em si é muito boa. Talvez porque, embora tenha apenas 26 anos, o inglês Vincent James Turner - nome artístico de Frankmusic - é especialista em tecnopop, tendo respeitado a essência do som do Erasure, o que impediu Tomorrow's World de resultar meramente modernoso ao se jogar na pista em busca de novas sonoridades. Pena que o repertório soe (bastante) irregular...