Resenha de CD
Título: 60
Artista: Ritchie
Gravadora: Pop Songs
Cotação: * * *
Na efervescente Inglaterra da década de 60, Ritchie era um garoto que amava não somente os Beatles e os Roling Stones. Nos colégios internos em que viveu dos 7 aos 19 anos, o garoto de Beckenham repartia com os colegas a paixão por vários outros grupos britânicos - e também por bandas norte-americanas. 60 - o nono álbum deste cantor e compositor inglês que se radicou no Brasil desde os anos 70, década em que formou o grupo Vímana com Lulu Santos e Lobão - é afetivo mergulho na memória musical de sua adolescência. Posto estrategicamente nas lojas e no mercado digital a partir desta terça-feira, 6 de março de 2012, data em que Ritchie completa 60 anos, 60 enfileira 15 covers de músicas propagadas na década que o rock sedimentou sua explosão no universo pop. Gravado por Fabrício Matos e Rodrigo Tavares no estúdios Muquifo, A Toca do Bandido e Visom Digital, no Rio de Janeiro (RJ), 60 abre com o rock Summer in the City (The Lovin' Spoonful, 1966) e transita por joias raras do pop como I've Been a Bad, Bad Boy (Paul Jones, 1967) sem deixar de enfatizar a preferência do artista por baladas melodiosas. Com vocais harmoniosos, All I Have to Do Is Dream (The Everly Brothers, 1958) exala ternura que evoca mais os dourados anos 50 do que os 60. Sim, são baladas como Don't Let the Sun Catch You Crying (Gerry and the Peacemakers, 1964) e Wichita Lineman (Glen Campbell, 1968) que mais bem traduzem o espírito nostálgico de 60 com suas cordas orquestradas de modo a realçar a moldura melódica dos temas e a melancolia de algumas letras. Já Green Tambourine (The Lemon Pipers, 1967) exemplifica no repertório a influência da música pop norte-americana na Inglaterra durante a década da British Invasion comandada por Beatles e Stones. The Sun Ain't Gonna Shine (Anymore) (Frankie Valli em 1965 e The Walker Brothers em 1966) é uma das gemas revividas por Ritchie em 60 sem fazer frente aos registros originais - é fato - mas com intimidade sincera com joias do quilate de If You Could Read my Mind (Gordon Lightfoot, composta em 1968 e lançada em 1970), bela balada vertida para o idioma da disco music no filme Studio 54 (1998). Menos sedutor na levada r & b de You're No Good (Dee Dee Warwick e Betty Everest, 1963), Ritchie harmoniza com propriedade Trains, Boats and Planes (Burt Bacharach & Hal David, 1966) e dilui a psicodelia folk de Sunshine Superman (Donovan, 1966), tema que reforça a recorrência do sol nas letras do pop da década. You Only Live Twice (música da trilha sonora de filme da série James Bond, gravada por Nancy Sinatra em 1967) faz uso efusivo de cordas sem marcar especial presença em 60 enquanto Concrete and Clay (Unit 4 + 2, 1965) tem sua aura pop esmaecida na abordagem de Ritchie. Já Need Your Love So Bad (Little Willie John, 1955) é blues dos anos 50 que, embora fora da linha do tempo recortado por Ritchie em 60, representa no álbum o apego dos garotos ingleses dos anos 60 ao gênero. A voz de Ritchie, contudo, não é encorpada para expor a pegada de um blues. Por fim, a balada (How Do We) Hang on To a Dream? (Tim Hardin, 1966) fecha o disco com as cordas e a melancolia que permeiam a maior parte do repertório deste disco afetivo de Ritchie, inglês que dominou as paradas brasileiras na primeira metade dos anos 80 - década em que lançou um primeiro álbum que se tornaria antológico na discografia do pop rock nativo, Vôo de Coração (1983) - com seu tecnopop derivado da música que ouvia na Inglaterra dos anos 60, quando era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones, sim, mas não somente os Beatles e os Stones.
Na efervescente Inglaterra da década de 60, Ritchie era um garoto que amava não somente os Beatles e os Roling Stones. Nos colégios internos em que viveu dos 7 aos 19 anos, o garoto de Beckenham repartia com os colegas a paixão por vários outros grupos britânicos - e também por bandas norte-americanas. 60 - o nono álbum deste cantor e compositor inglês que se radicou no Brasil desde os anos 70, década em que formou o grupo Vímana com Lulu Santos e Lobão - é afetivo mergulho na memória musical de sua adolescência. Posto estrategicamente nas lojas e no mercado digital a partir desta terça-feira, 6 de março de 2012, data em que Ritchie completa 60 anos, 60 enfileira 15 covers de músicas propagadas na década que o rock sedimentou sua explosão no universo pop. Gravado por Fabrício Matos e Rodrigo Tavares no estúdios Muquifo, A Toca do Bandido e Visom Digital, no Rio de Janeiro (RJ), 60 abre com o rock Summer in the City (The Lovin' Spoonful, 1966) e transita por joias raras do pop como I've Been a Bad, Bad Boy (Paul Jones, 1967) sem deixar de enfatizar a preferência do artista por baladas melodiosas. Com vocais harmoniosos, All I Have to Do Is Dream (The Everly Brothers, 1958) exala ternura que evoca mais os dourados anos 50 do que os 60. Sim, são baladas como Don't Let the Sun Catch You Crying (Gerry and the Peacemakers, 1964) e Wichita Lineman (Glen Campbell, 1968) que mais bem traduzem o espírito nostálgico de 60 com suas cordas orquestradas de modo a realçar a moldura melódica dos temas e a melancolia de algumas letras. Já Green Tambourine (The Lemon Pipers, 1967) exemplifica no repertório a influência da música pop norte-americana na Inglaterra durante a década da British Invasion comandada por Beatles e Stones. The Sun Ain't Gonna Shine (Anymore) (Frankie Valli em 1965 e The Walker Brothers em 1966) é uma das gemas revividas por Ritchie em 60 sem fazer frente aos registros originais - é fato - mas com intimidade sincera com joias do quilate de If You Could Read my Mind (Gordon Lightfoot, composta em 1968 e lançada em 1970), bela balada vertida para o idioma da disco music no filme Studio 54 (1998). Menos sedutor na levada r & b de You're No Good (Dee Dee Warwick e Betty Everest, 1963), Ritchie harmoniza com propriedade Trains, Boats and Planes (Burt Bacharach & Hal David, 1966) e dilui a psicodelia folk de Sunshine Superman (Donovan, 1966), tema que reforça a recorrência do sol nas letras do pop da década. You Only Live Twice (música da trilha sonora de filme da série James Bond, gravada por Nancy Sinatra em 1967) faz uso efusivo de cordas sem marcar especial presença em 60 enquanto Concrete and Clay (Unit 4 + 2, 1965) tem sua aura pop esmaecida na abordagem de Ritchie. Já Need Your Love So Bad (Little Willie John, 1955) é blues dos anos 50 que, embora fora da linha do tempo recortado por Ritchie em 60, representa no álbum o apego dos garotos ingleses dos anos 60 ao gênero. A voz de Ritchie, contudo, não é encorpada para expor a pegada de um blues. Por fim, a balada (How Do We) Hang on To a Dream? (Tim Hardin, 1966) fecha o disco com as cordas e a melancolia que permeiam a maior parte do repertório deste disco afetivo de Ritchie, inglês que dominou as paradas brasileiras na primeira metade dos anos 80 - década em que lançou um primeiro álbum que se tornaria antológico na discografia do pop rock nativo, Vôo de Coração (1983) - com seu tecnopop derivado da música que ouvia na Inglaterra dos anos 60, quando era um garoto que amava os Beatles e os Rolling Stones, sim, mas não somente os Beatles e os Stones.
ResponderExcluirFico feliz em saber que o sumido Ritchie está de volta, e agora como intérprete em seu novo trabalho! Ansioso para saber o resultado final de seu momento "crooner".
ResponderExcluirJá eu fico triste. :>)
ResponderExcluirsó o fato de o repertório fugir ao convencional já vale a escutada; e Ritchie canta bonito, bem acima da média no segmento tecnopop.
ResponderExcluirZé Henrique,
ResponderExcluirNão é de se estranhar, né?
Aqui está a relação de todos os compositores das canções do disco:
ResponderExcluir1. Summer In The City (Mark Sebastian/Steve Boone)
2. I've Been A Bad, Bad Boy (Mike Leander)
3. Don't Let The Sun Catch You Crying (Fred Marsden/Gerrard Marsden/Leo Maguire/Les Chadwick)
4. All I Have To Do Is Dream (Boudleaux Bryant/Felice Bryant)
5. Green Tambourine (Paul Leka/Shelley Pinz)
6. Wichita Lineman (Jimmy Webb)
7. The Sun Ain't Gonna Shine (Anymore) (Bob Crewe/Bob Gaudio)
8. If You Could Read My Mind (Gordon Lightfoot)
9. You're No Good (Clint Ballard Jr.)
10. Trains, Boats And Planes (Burt Bacharach/Hal David)
11. Sunshine Superman (Donovan Leitch)
12. You Only Live Twice (John Barry/Leslie Bricusse)
13. Concrete And Clay (Tommy Moeller/Brian Parker)
14. Need Your Love So Bad (Little Willie John)
15. (How Can We) Hang On To A Dream? (Tim Hardin)
Não mesmo, Rafael.
ResponderExcluirMe alegra que vc tenha notado que só fico feliz com quem tem talento. :>)
fico triste em saber que existem pessoas que só sabem criticar, mas fazer mesmo que é bom, ae nao fazem nada..uma pena. Ritchie fez história, nao precisa provar nada pra ninguém, tem um baita talento, é dono de 2 discos antológicos. Sem contar sua contribuição e importancia pra década de 80... Bem, falar é fácil. mas fazer são outros 500!!!!
ResponderExcluirnunca conheci um cantor com a humildade e carisma do Ritchie, o cara é estiloso, tem uma voz linda, acho ele o máximoo. vida longa ao Ritchie
ResponderExcluirEu, Denis Rodrigues Gazeta, confesso que fiquei de queixo caído com a produção desse album. Comprei o album e gostei de várias releituras. Eu acompanhei o drama do relançamento de "Vôo de Coração - 25 anos" e as dificuldades que o artista teve de colocar seu disco no mercado. Mas o que poucos sabem é que o Ritchie foi o primeiro cantor brasileiro a lançar um material em Blu-Ray. Que Ritchie brilhe muito com este album e que rádios do segmento adulto contemporâneo (Alpha, Antena 1, JBFM) toquem muito as canções desse disco, sobretudo: Don't Let The Sun Catch You Crying, Wichita Lineman e If You Could Read My Mind!
ResponderExcluirNem considero esse trabalho brazuca (brasileiro que se mete a gravar em outro idioma sem qualquer noção do idioma), mas um trabalho de nível internacional!
O chato daqui é fã que não aceita críticas(vazias ou cheinhas) a seus ídolos.
ResponderExcluirVamos deixar de melindres, rapaziada!
PS: O Ritchie é um engodo. E, dando uma de Poliana, o bacana é que ele sabe disso.
Zé Henrique,
ResponderExcluirSe Ritchie fosse um engodo, o próprio RC - segundo declarou Tim Maia - não teria tentado 'puxar o tapete' dele na época do auge do sucesso nas rádios. Eu não aprecio praticamente nada produzido de 1982 para cá, mas é fato que o tecnopop já pode - e deve - ser reouvido, pois o panorama contemporâneo da música pop é vergonhoso, sobretudo por abarcar uma multidão de pastiches. Então, o álbum de estreia de Ritchie tem um conceito definido, as letras de Bernardo Vilhena são poeticamente bem elaboradas, enfim, na minha opinião, ele é um bilhão de vezes melhor do que um Lenine ou um Zeca Baleiro por exemplo.
Ritchie melhor que Lenine? Rsrsrsrsrs
ResponderExcluirAssim não dá nem pra papear.
PS: O que Tim Maia(MUITO fã do cara falava(em termos de fatos) não se escrevia, né?
nao tem sentido ficar discutindo isso, gosto é gosto e cada um tem o seu...não tem como comparar Ritchie com Lenine, são estilos e propostas completamente diferentes...
ResponderExcluirComparações a parte eu sou Lenine desde sempre!
ResponderExcluire Michael Jackson TAMBÉM!
ResponderExcluirMichael nesse omelete ? rsrsrsrs foi engraçado ! kkkkkkkk
ResponderExcluirNão sou fã do Ritchie, mas o cara sempre cantou bem, ja vi ao vivo no final dos anos 80, e mandava bem pra caramba. Mas opinar sobre gosto é dificil mesmo. Quando eu disse aqui que não suporto a Gretchen, quase fui linchado ! kkkkkkk
ResponderExcluirTambém não sou fã do Ritchie mas, melindres de fãs à parte, alguém que diz que fulano ou beltrano é um 'engodo' e 'não tem talento', está dando uma sentença, não tá querendo papear, né não?
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