Resenha de CD
Título: Wrecking Ball
Artista: Bruce Springsteen
Gravadora: Columbia / Sony Music
Cotação: * * * * 1/2
É bem sintomático que Bruce Springsteen tenha registrado Land of Home and Dreams - música grandiosa, já há anos recorrente nos roteiros de seus shows - em seu 17º álbum de estúdio, Wrecking Ball, lançado em escala mundial neste mês de março de 2012. Neste inspirado CD, um dos mais vigorosos da vasta discografia do Boss, o cantor e compositor norte-americano expõe tensões e esperanças de sua terra, ora com seu sonho esfacelado por crise econômica e social. Em sua obra, Springsteen sempre deu voz ao povo dos Estados Unidos. Wrecking Ball segue essa linha com alto teor de raiva e politização. Na excelente faixa que abre o disco, We Take Care of Our Own, o artista investe contra o Governo dos EUA, inábil no trato com a população no entender do mestre. We Take Care of Our Own evoca a sonoridade da E-Street Band, mas o grupo - fiel escudeiro de Bruce - está ausente em Wrecking Ball. O que, de certa forma, deixa o Chefe livre para se bandear para o lado do folk irlandês em excelentes músicas inéditas como Easy Money - tema no qual Springteen dá voz a desempregado às voltas com a tentação do dinheiro fácil da marginalidade - e Shackled and Drawn. Sem se afastar do universo do rock, o artista flerta com o rap em Rocky Ground - a reboque do vocal de Michelle Moore - e usa dose calculada de eletrônica, guiado pela produção segura de Ron Aniello. O resultado é um disco quase perfeito por conta do repertório de alto quilate. Uma ou outra música menos inspirada - caso, em especial, de You've Got It - somente reitera a certeza de que a quase totalidade do repertório está entre as melhores safras autorais do artista. A balada Jack of All Trades - turbinada com lancinante solo de guitarra de Tom Morello - e Death to My Hometown (um quase hino que remete a My Hometown, música de Born in the U.S.A., emblemático álbum lançado por Springsteen em 1984) estão entre os petardos de CD empolgante e enérgico que vem reinando merecidamente nas paradas. Dez anos após revolver os escombros emocionais dos Estados Unidos pós-11 de setembro no álbum The Rising (2002), Springsteen consegue novamente captar o estado de espírito de sua terra de sonhos, deixando na faixa final, We Are Alive, um toque de esperança. Pelo repertório inspirado e pela energia que emana de suas faixas, Wrecking Ball é desde já um dos grandes discos deste ano de 2012.
É bem sintomático que Bruce Springsteen tenha registrado Land of Home and Dreams - música grandiosa, já há anos recorrente nos roteiros de seus shows - em seu 17º álbum de estúdio, Wrecking Ball, lançado em escala mundial neste mês de março de 2012. Neste inspirado CD, um dos mais vigorosos da vasta discografia do Boss, o cantor e compositor norte-americano expõe tensões e esperanças de sua terra, ora com seu sonho esfacelado por crise econômica e social. Em sua obra, Springsteen sempre deu voz ao povo dos Estados Unidos. Wrecking Ball segue essa linha com alto teor de raiva e politização. Na excelente faixa que abre o disco, We Take Care of Our Own, o artista investe contra o Governo dos EUA, inábil no trato com a população no entender do mestre. We Take Care of Our Own evoca a sonoridade da E-Street Band, mas o grupo - fiel escudeiro de Bruce - está ausente em Wrecking Ball. O que, de certa forma, deixa o Chefe livre para se bandear para o lado do folk irlandês em excelentes músicas inéditas como Easy Money - tema no qual Springteen foca desempregado às voltas com a tentação do dinheiro fácil da marginalidade - e Shackled and Drawn. Sem se afastar do universo do rock, o artista flerta com o rap em Rocky Ground - a reboque do vocal de Michelle Moore - e usa dose calculada de eletrônica, guiado pela produção segura de Ron Aniello. O resultado é um disco quase perfeito por conta do repertório de alto quilate. Uma ou outra música menos inspirada - caso, em especial, de You've Got It - somente reitera a certeza de que a quase totalidade do repertório está entre as melhores safras autorais do artista. A balada Jack of All Trades - turbinada com lancinante solo de guitarra de Tom Morello - e Death to My Hometown (um quase hino que remete a My Hometown, música de Born in the U.S.A., emblemático álbum lançado por Springsteen em 1984) estão entre os petardos de CD empolgante e enérgico que vem reinando merecidamente nas paradas. Dez anos após revolver os escombros emocionais dos Estados Unidos pós-11 de setembro no álbum The Rising (2002), Springsteen consegue novamente captar o estado de espírito de sua terra de sonhos, deixando na faixa final, We Are Alive, um toque de esperança. Pelo repertório inspirado e pela energia que emana de suas faixas, Wrecking Ball é desde já um dos grandes discos deste ano de 2012.
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