quarta-feira, 14 de março de 2012

Pop nortista de Felipe Cordeiro busca aura cult ao reprocessar o 'kitsch'

Resenha de CD
Título: Kitsch Pop Cult
Artista: Felipe Cordeiro
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * *

No momento em que o Brasil abre seus ouvidos para os sons de Belém (PA) e arredores, Felipe Cordeiro busca aura cult em escala nacional com um segundo álbum de repertório autoral em que reprocessa o kitsch em tom moderninho, tentando conexão com a musicalidade indie paulista ao confiar a produção do sucessor de Banquete (2009) a André Abujamra. Cantor, compositor, guitarrista e tecladista paraense, Felipe é filho de Manoel Cordeiro, guitarrista e produtor musical atuante há tempos na cena pop nortista, tendo formatado a sonoridade de discos de cantores como Alípio Martins (1944 - 1997) e como Beto Barbosa (rei já deposto da lambada). É da lavra de Manoel o tema instrumental Fim de Festa, rebobinado entre as demais músicas autorais do CD Kitsch Pop Cult (2011). Faixa em que Felipe mais exibe seu talento como guitarrista. No disco, disponibilizado para download gratuito pelo artista em sua página no Facebook, Felipe procura linkar a tradição (carimbó, lambada) com a contemporaneidade (o tecnomelody) musical do Pará, estendendo à conexão a São Paulo (SP).  Os diálogos teatrais com as backings vocals de Fanzine Kitsch (Felipe Cordeiro) remetem em tese à arquitetura da música de Itamar Assumpção (1949 - 2003), mas também evocam a teatralidade juvenil da carioquíssima Blitz. Como compositor, o artista se mostra especialmente inspirado em Legal e Ilegal (Felipe Cordeiro), híbrido de carimbó e cumbia em que relaciona bebidas e drogas a gêneros musicais. Mas tal inspiração vai se revelar rala mais adiante, em Embaraço (Felipe Cordeiro), faixa de textura eletrônica - na qual se identifica o d.n.a. musical do produtor André Abujamra - alocada já ao fim do disco, encerrado com a cumbia Historinha (Felipe Cordeiro), faixa que reitera a habilidade de Manoel Cordeiro como guitarrista. Enfim, no momento em que parece chique reprocessar o brega nortista, como o artista faz em Café Pequeno (Felipe Cordeiro e Dand M), Kitsch Pop Cult chega ao mercado fonográfico revestido em aura moderninha para (tentar) transformar o brega-chique Felipe Cordeiro na voz da vez.

8 comentários:

  1. No momento em que o Brasil abre seus ouvidos para os sons de Belém (PA) e arredores, Felipe Cordeiro busca aura cult em escala nacional com um segundo álbum de repertório autoral em que reprocessa o kitsch em tom moderninho, tentando conexão com a musicalidade indie paulista ao confiar a produção do sucessor de Banquete (2008) a André Abujamra. Cantor, compositor, guitarrista e tecladista paraense, Felipe é filho de Manoel Cordeiro, guitarrista e produtor musical atuante há tempos na cena pop nortista, tendo formatado a sonoridade de discos de cantores como Alípio Martins (1944 - 1997) e Beto Barbosa (rei já deposto da lambada). É da lavra de Manoel o tema instrumental Fim de Festa, rebobinado entre as demais músicas autorais do CD Kitsch Pop Cult. É a faixa em que Felipe mais expõe seu talento como guitarrista. No disco, recém-disponibilizado para download gratuito pelo artista em sua página no Facebook, Felipe procura linkar a tradição (carimbó, lambada) com a contemporaneidade (o tecnomelody) musical do Pará, estendendo à conexão a São Paulo (SP). Os diálogos teatrais com as backings vocals de Fanzine Kitsch (Felipe Cordeiro) remetem em tese à arquitetura da música de Itamar Assumpção (1949 - 2003), mas também evocam a teatralidade juvenil da carioquíssima Blitz. Como compositor, o artista se mostra especialmente inspirado em Legal e Ilegal (Felipe Cordeiro), híbrido de carimbó e cumbia em que relaciona bebidas e drogas a gêneros musicais. Mas tal inspiração vai se revelar rala mais adiante, em Embaraço (Felipe Cordeiro), faixa de textura eletrônica - na qual se identifica o d.n.a. musical do produtor André Abujamra - alocada já ao fim do disco, encerrado com a cumbia Historinha (Felipe Cordeiro), faixa que reitera a habilidade de Manoel Cordeiro como guitarrista. Enfim, no momento em que parece chique reprocessar o brega nortista, como o artista faz em Café Pequeno (Felipe Cordeiro e Dand M), Kitsch Pop Cult chega ao mercado fonográfico revestido em aura moderninha para (tentar) transformar o brega-chique Felipe Cordeiro na voz da vez.

    ResponderExcluir
  2. Vi esse cara um dias desse na tv gostei do jeito que ele leva seu som, muito bom!!!

    ResponderExcluir
  3. Felipe Cordeiro é um ótimo compositor e bom cantor também. Na verdade este trabalho de estréia dele já está em rotação desde o ano passado na net, no meio alternativo.

    ResponderExcluir
  4. soube que ele liberou o disco há alguns dias atrás para baixar

    ResponderExcluir
  5. O disco dele vazou na net desde o ano passado... Você tá é desinformado...

    ResponderExcluir
  6. Sim liberou acho q tem na página dele no facebook

    ResponderExcluir
  7. Tenho o cd dele. Ele é fantástico. Não vejo a hora de aparecer mais pela região sudeste. Pois nem de Calypso vive o Pará, né?

    ResponderExcluir
  8. Também acho que ele merecia mais atenção da regisão sudeste, um ótimo cantor e compositor! Mas infelizmente preferem dar mais espaço para Gaby Amarantos do que pra ele.

    ResponderExcluir

Este é um espaço democrático para a emissão de opiniões, sobretudo as divergentes. Contudo, qualquer comentário feito com agressividade ou ofensas - dirigidas a mim, aos artistas ou aos leitores do blog - será recusado. Grato pela participação, Mauro Ferreira

P.S.: Para comentar, é preciso ter um gmail ou qualquer outra conta do google.

Observação: somente um membro deste blog pode postar um comentário.