Mauro Ferreira no G1

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sábado, 14 de abril de 2012

Arranjos empanam brilho da abordagem de temas dos Beatles por Flack

Resenha de CD
Título: Let It Be Roberta - Roberta Flack Sings The Beatles
Artista: Roberta Flack
Gravadora: 429 Records / Lab 344
Cotação: * * 1/2

Em 1972, Roberta Flack apresentou em show no Carnegie Hall (Nova York, EUA) a balada Here, There and Everythere (John Lennon e Paul McCartney, 1966) em leitura personalíssima de voz e piano. O registro ao vivo desse número fecha o 19º álbum de estúdio da cantora norte-americana, Let It Be Roberta, dedicado ao cancioneiro dos Beatles e lançado no Brasil neste mês de abril de 2012. A inclusão do fonograma de 40 anos atrás no disco - sob licença da Atlantic Records - acaba sendo prejudicial a Let It Be Roberta pelo fato de a comparação ser inevitável. Como talvez se possa imaginar, Here, There and Everywhere é a melhor faixa do álbum. A voz de Flack estava tinindo em 1972. Mesmo que ainda esteja em boa forma para os 75 anos da cantora (completados em fevereiro, mês do lançamento do disco no exterior), essa voz já perdeu um pouco da potência e do viço. Mas o que empana mesmo o brilho de Let It Be Roberta são os arranjos do disco produzido por Sherrod Barnes com a colaboração de Jerry Barnes e Barry Miles. Se Come Together (John Lennon e Paul McCartney, 1969) soa sem pressão, a balada I Should Have Known Better (John Lennon e Paul McCartney, 1964) é envolta em batida modernosa. E por falar em baladas, a cantora dá voz a várias em repertório que inclui Isn't It a Pity? (George Harrison, 1970) - a rigor, a única música não gravada pelos Beatles, mas por George Harrison (1943 - 2001) em seu primeiro disco solo, All Things Must Pass - e Hey Jude (John Lennon e Paul McCartney, 1968), entre outras. Flack respeita as melodias ao mesmo tempo em que imprime seu toque pessoal às canções. In My Life (John Lennon e Paul McCartney, 1965) e We Can't Work It Out (John Lennon e Paul McCartney, 1965) tendem para o lado do r & b enquanto Oh! Darling (John Lennon e Paul McCartney, 1969) tem enfatizado o fato de ser tema inspirado no universo do blues. De todo modo, Flack jamais seduz o ouvinte nas 11 faixas inéditas como faz na gravação ao vivo de Here, There and Everywhere. Primeiro trabalho da artista em oito anos, Let It Be Roberta deixa sempre a sensação de que poderia ser melhor do que realmente é se tivesse sido gravado lá em 1972...

10 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em 1972, Roberta Flack apresentou em show no Carnegie Hall (Nova York, EUA) a balada Here, There and Everythere (John Lennon e Paul McCartney, 1966) em leitura personalíssima de voz e piano. O registro ao vivo desse número fecha o 19º álbum de estúdio da cantora norte-americana, Let It Be Roberta, dedicado ao cancioneiro dos Beatles e lançado no Brasil neste mês de abril de 2012. A inclusão do fonograma de 40 anos atrás no disco - sob licença da Atlantic Records - acaba sendo prejudicial a Let It Be Roberta pelo fato de a comparação ser inevitável. Como talvez se possa imaginar, Here, There and Everywhere é a melhor faixa do álbum. A voz de Flack estava tinindo em 1972. Mesmo que ainda esteja em boa forma para os 75 anos da cantora (completados em fevereiro, mês do lançamento do disco no exterior), essa voz já perdeu um pouco da potência e do viço. Mas o que empana mesmo o brilho de Let It Be Roberta são os arranjos do disco produzido por Sherrod Barnes com a colaboração de Jerry Barnes e Barry Miles. Se Come Together (John Lennon e Paul McCartney, 1969) soa sem pressão, a balada I Should Have Known Better (John Lennon e Paul McCartney, 1964) é envolta em batida modernosa. E por falar em baladas, a cantora dá voz a várias em repertório que inclui Ins't It a Pitty (George Harrison, 1970) - a rigor, a única música não gravada pelos Beatles, mas por George Harrison (1943 - 2001) em seu primeiro disco solo, All Things Must Pass - e Hey Jude (John Lennon e Paul McCartney, 1968), entre outras. Flack respeita as melodias ao mesmo tempo em que imprime seu toque pessoal às canções. In My Life (John Lennon e Paul McCartney, 1965) e We Can't Work It Out (John Lennon e Paul McCartney, 1965) tendem para o lado do r & b enquanto Oh! Darling (John Lennon e Paul McCartney, 1969) tem enfatizado o fato de ser tema inspirado no universo do blues. De todo modo, Flack jamais seduz o ouvinte nas 11 faixas inéditas como faz na gravação ao vivo de Here, There and Everywhere. Primeiro trabalho da artista em oito anos, Let It Be Roberta deixa sempre a sensação de que poderia ser melhor do que realmente é se tivesse sido gravado lá em 1972...

Rafael disse...

Não é um álbum ruim, mas também não é excelente. Acho que ela pecou por ter mudado muito os arranjos de belas canções dos Beatles, como "Come Together" e "I Should Have Known Better", e soma-se a isso a capa realmente não ser nada original... Ela usou de uma foto que há muito já exisitia na internet... Deveria ter criado original para esse projeto... Minha opinião é de que é um disco médio, raso, muito inferior a coisas geniais que Flack já lançou...

Maria disse...

Quanto mais homenagem aos Beatles melhor! os garotos de Liverpoll merecem.

ADEMAR AMANCIO disse...

Deve ser muito complicado cantar com 75 anos.

Mr. Lion disse...

Perdoe-me pelo preciosismo Mauro, mas o correto não seria "Isn't It a Pity"?
Abs
Marcos (Lion)

Mauro Ferreira disse...

Também sou preciosista, Lion. No disco não consta o '?'. Mas vc tem razão. Grato pela observação. Abs, MauroF

Mr. Lion disse...

Pois sim Mauro, eu me referia também à grafia do título da música "Isn't It a Pity?"... No que se refere às palavras: Isn't/Pity e não como constou no texto Ins't/Pitty...
Abs
Marcos (Lion)

Mauro Ferreira disse...

Claro, claro. Obrigado mais uma vez, Lion. Abs, MauroF

Mr. Lion disse...

Agora Mauro, não querendo ser chato... só faltou arrumar a palavra "Isn't" no título e não "Ins't" como está...
Abs
Marcos (Lion)

Mauro Ferreira disse...

Imagina, Lion! São leitores preciosistas como vc que me motivam a continuar alimentando o blog. Obrigado de novo! Abs, Maurof