Título: Radio Music Society
Artista: Esperanza Spalding
Gravadora: Heads Up / Universal Music
Cotação: * * * *
Quarto álbum de Esperanza Spalding, Radio Music Society evoca já no título seu antecessor, Chamber Music Society (2010). A evocação faz sentido, pois embora os dois discos tenham conceitos distintos, ambos buscam a interação do jazz com outros universos musicais. Em Chamber Music Society, a cantora, compositora e baixista norte-americana associou o jazz à música de câmara por meio do uso recorrente de trio de cordas nos arrojados arranjos. Em Radio Music Society, a artista busca a fusão do jazz com elementos de soul, funk e r & b em abordagem mais pop e radiofônica. Não é por acaso que o disco abre com música intitulada Radio Song. Mas cabe ressaltar que Spalding - uma das revelações do jazz nos anos 2000 - jamais desce ao nível trivial das músicas ouvidas nas rádios dos Estados Unidos. Ao contrário. Sua música paira acima das fórmulas. Black Gold, com sua suave batida funkeada, é a prova da inspiração de Spalding. Destaque do disco, a música lembra a música de Stevie Wonder nos anos 70 - e não é por acaso também que a artista apresenta cover de tema de Wonder, I Can't Help It, entre as 12 composições de Radio Music Society. O que se ouve em faixas como Cinnamon Tree, Land of the Free e City of Roses é música de alto nível - arranjada, tocada e cantada com apuro. Contudo, o álbum talvez desagrade jazzistas puristas. Temas como Vague Suspicions mostram que Spalding ainda se porta eventualmente como uma jazzista - mas não na forma mais ortodoxa de seus discos iniciais, como Junjo (2006), álbum que marcou a estreia fonográfica de Spalding, recém-lançado no Brasil pela gravadora Biscoito Fino. A artista de Radio Music Society busca público maior e - sem apelar para a música populista - faz conexões que a levem a esse público. As rádios tendem a ganhar com o som de Spalding...
7 comentários:
Quarto álbum de Esperanza Spalding, Radio Music Society evoca já no título seu antecessor, Chamber Music Society (2010). A evocação faz sentido, pois embora os dois discos tenham conceitos distintos, ambos buscam a interação do jazz com outros universos musicais. Em Chamber Music Society, a cantora, compositora e baixista norte-americana associou o jazz à música de câmara por meio do uso recorrente de trio de cordas nos arrojados arranjos. Em Radio Music Society, a artista busca a fusão do jazz com elementos de soul, funk e r & b em abordagem mais pop e radiofônica. Não é por acaso que o disco abre com música intitulada Radio Song. Mas cabe ressaltar que Spalding - uma das revelações do jazz nos anos 2000 - jamais desce ao nível trivial das músicas ouvidas nas rádios dos Estados Unidos. Ao contrário. Sua música paira acima das fórmulas. Black Gold, com sua suave batida funkeada, é a prova da inspiração de Spalding. Destaque do disco, a música lembra a música de Stevie Wonder nos anos 70 - e não é por acaso também que a artista apresenta cover de tema de Wonder, I Can't Help It, entre as 12 composições de Radio Music Society. O que se ouve em faixas como Cinnamon Tree, Land of the Free e City of Roses é música de alto nível - arranjada, tocada e cantada com apuro. Contudo, o álbum talvez desagrade jazzistas puristas. Temas como Vague Suspicions mostram que Spalding ainda se porta eventualmente como uma jazzista - mas não na forma mais ortodoxa de seus discos iniciais, como Junjo (2006), álbum que marcou a estreia fonográfica de Spalding, recém-lançado no Brasil pela gravadora Biscoito Fino. A artista de Radio Music Society busca público maior e - sem apelar para a música populista - faz conexões que a levem a esse público. As rádios tendem a ganhar com o som de Spalding...
Adoro essa cantora. Tem um excelente timbre de voz, o repeertório de seus discos sempre primam pela alta qualidade das letras e melodias, e é uma excelente musicista. Esse disco deveria ter ganho 5 estrelas do Mauro. Cada faixa do disco é melhor do que a outra. Vida longa a Esperanza!!!
Capa classuda.
Miles aprovaria os novos caminhos da moça.
Estou curioso sobre esse disco, já que até hoje ouvi pouco do trabalho de Speranza Spalding, não chegando a firmar uma opinião sobre ela. Mas cuidado ao tomar o nada santo nome de Miles Davis em vão, Zé Henrique! Ele não era de dar mole, nem facilitar a vida de nenhum artista, por mais talentoso que fosse. Nada de brodagens nem elogios fáceis por parte de um dos mais criativos (e marrentos) músicos da humanidade!
Fala, maquinado Márcio, só falei que o Miles veria com bons olhos o fato da mocinha não se prender ao jazz tradicional. Nesse caso, ela seria sua discípula.
Aliás, " nada de brodagens, nem elogios fáceis..." que pena que tão poucos alunos o seguem nesse matéria. Já que o cordão dos puxas-sacos e suas respectivas panelinhas cada vez aumenta mais.
Basicamente eu acho (tirando o primeiro disco) que o som da Esperanza Spalding já soa maravilhosamente um jazz-pop. Ela lembra muito mesmo discos de Stevie Wonder e me fez recordar canções jazzistas de Djavan (não me pergunte porque).
O fato que adoro o som dessa baixista e cantora, pra mim uma grande revelação, tomara que esse "Radio Music" leve ela mesmo as radios no mundo todo, porque precisam conhecer esse talento!
Basicamente eu acho (tirando o primeiro disco que pra mim ela aidna não tinha achado seu som) que o som da Esperanza Spalding já soa maravilhosamente um jazz-pop. Ela lembra muito mesmo discos de Stevie Wonder e me fez recordar canções jazzistas de Djavan (não me pergunte porque).
Pra quem quer buscar o som dela, deste disco destaco:
"Smell Like That", "Crowned & Kissed", "Radio Song", "Black Gold" e "I Cant Help It".
Dos demais discos destaco: "I Know You Know", "Ponta de Areia", "Fall In", "Precious", "Winter Sun", "Apple Blossom" (essa com Milton Nascimento".
O fato é que adoro o som dessa baixista e cantora, pra mim uma grande revelação dos últimos anos.
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