Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 1 de maio de 2012

'Blues Funeral' mostra com seu rock 'dark' que Lanegan está bem vivo

Resenha de CD
Título: Blues Funeral
Artista: Mark Lanegan Band
Gravadora: 4AD Lab 344
Cotação: * * * *

Lançado em fevereiro de 2012 na cena independente dos Estados Unidos e já disponibilizado no mercado brasileiro pelo atento selo Lab 344, Blues Funeral não é um disco essencialmente de blues, apesar de seu título sinalizar o contrário e de o repertório incluir dois exemplares do gênero (Phantasmagoria Blues e Leviathan). Trata-se, antes, de álbum de rock de tom dark, fúnebre mesmo, envolvido em camadas de sintetizadores - ainda que a pegada suja e as guitarras de Quiver Syndrome  evoquem a origem grunge de Mark Lanegan, mentor e líder da finada banda de Seattle (EUA) Screaming Trees (1985 - 2000). Sétimo álbum de estúdio do artista, em carreira solo com o nome de Mark Lanegan Band, Blues Funeral é o sucessor de Bubblegum (2004), lançado já há oito anos, e prova que o músico está bem vivo. Com letras impregnadas de certa morbidez, Blues Funeral faz bom uso dos sintetizadores sem esquecer de todo as guitarras. A de Josh Homme - de cujo grupo, Queens of the Stone Age, Lanegan chegou a fazer parte por uns tempos - conduz Riot in my House. Com seu canto rouco, que remete mais à voz de um bluesman do que o repertório em si remete ao blues, Lanegan transita bem pelo terreno eletrônico sem jogar temas como Bleeding Muddy Water na pista comum do universo dance. Com ecos do finado grupo New Order, Blues Funeral desenterra a possibilidade de fazer um rock sintetizado e, ainda assim, pulsante. Numa única palavra: vivo.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Lançado em fevereiro de 2012 na cena independente dos Estados Unidos e já disponibilizado no mercado brasileiro pelo atento selo Lab 344, Blues Funeral não é um disco essencialmente de blues, apesar de seu título sinalizar o contrário e de o repertório incluir dois exemplares do gênero (Phantasmagoria Blues e Leviathan). Trata-se, antes, de álbum de rock de tom dark, fúnebre mesmo, envolvido em camadas de sintetizadores - ainda que a pegada suja e as guitarras de Quiver Syndrome evoquem a origem grunge de Mark Lanegan, mentor e líder da finada banda de Seattle (EUA) Screaming Trees (1985 - 2000). Sétimo álbum de estúdio do artista, em carreira solo com o nome de Mark Lanegan Band, Blues Funeral é o sucessor de Bubblegum (2004), lançado já há oito anos, e prova que o músico está bem vivo. Com letras impregnadas de certa morbidez, Blues Funeral faz bom uso dos sintetizadores sem esquecer de todo as guitarras. A de Josh Homme - de cujo grupo, Queens of the Stone Age, Lanegan chegou a fazer parte por uns tempos - conduz Riot in my House. Com seu canto rouco, que remete mais à voz de um bluesman do que o repertório em si remete ao blues, Lanegan transita bem pelo terreno eletrônico sem jogar temas como Bleeding Muddy Water na pista comum do universo dance. Com ecos do finado grupo New Order, Blues Funeral desenterra a possibilidade de fazer um rock sintetizado e, ainda assim, pulsante. Numa única palavra: vivo.