Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


segunda-feira, 28 de maio de 2012

Los Hermanos fazem e assistem no Rio a um espetáculo de 'fortes emoções'

Resenha de show
Título: Los Hermanos ao Vivo
Artista: Los Hermanos (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Fundição Progresso (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 27 de maio de 2012
Cotação: * * * *

 "Fortes emoções hoje, né?", brincou Rodrigo Amarante quando problema no som da Fundição Progresso atrapalhou o grupo Los Hermanos durante a execução do rock pesado Azedume (Marcelo Camelo, 1999),  repetido na sequência por exigência do público. Mal sabia Amarante que as emoções seriam ainda mais fortes ao fim da apresentação feita pelo quarteto carioca no Rio de Janeiro (RJ) na noite de domingo, 27 de maio de 2012. Ao término da que seria a última música do quarto dos seis shows programados pela banda na cidade natal dentro da agenda da turnê comemorativa de seus 15 anos, Pierrot (Marcelo Camelo, 1999), um espectador passou mal e desmaiou, abrindo por força das circunstâncias um clarão na pista hiperlotada da Fundição. O show parou, e para evitar o fim melancólico de seu Carnaval roqueiro, Los Hermanos adicionaram uma 31º música ao roteiro do show, Vai Embora (Marcelo Camelo, 1999). "A gente faz esse espetáculo, mas a gente também assiste a ele junto com vocês", ressaltara Marcelo Camelo 13 números antes, em breve discurso de agradecimento. De fato, o êxito do vibrante show dos Los Hermanos tem que ser creditado também ao público que - pelo que vem sendo relatado na mídia - vem recebendo a banda com fervor religioso a cada cidade visitada pela turnê na rota nacional iniciada em abril no festival Abril pro Rock, em Recife (PE). Não foi diferente no show de fortes emoções feito pela banda na sua cidade em 27 de maio. Em total comunhão com o grupo, a plateia fez coro em quase todas os números desde que reconhecia - já nos primeiros acordes - a música a ser tocada. A disposição do público para adorar a banda criou atmosfera vibrante que, no caso do show de 27 de maio, fez com que os problemas de som acabassem tendo menos importância do que eles, a rigor, tinham. Afinal, em músicas como Um par (Rodrigo Amarante, 2003), foi quase impossível entender os versos cantados por Amarante - cuja inédita Um milhão (Rodrigo Amarante, 2012) resultou num dos poucos números recebidos com frieza, talvez pela natureza mais introspectiva do tema, similar à atmosfera de algumas músicas do derradeiro álbum de estúdio do grupo, 4 (2005). No geral, o show transcorreu em tom quase sempre caloroso. Até porque o quarteto tocou várias músicas com arranjos pesados, casos do rock Quem sabe (Rodrigo Amarante,1999) e do ska Descoberta (Marcelo Camelo, 1999), temas do primeiro álbum da banda, bem representado no roteiro. Até a sedutora Anna Julia (Marcelo Camelo, 1999) deu o ar da graça, já no farto e carnavalizante bis. Dentro dessa atmosfera quase hardcore, Mais uma canção (Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, 2001) se diferenciou pela arquitetura melodiosa. Entre a relativa leveza da serena De onde vem a calma (Marcelo Camelo, 2003) e o peso de Condicional (Rodrigo Amarante, 2005), músicas alocadas lado a lado no roteiro, saltou aos ouvidos ao longo do show a qualidade da obra autoral de Marcelo Camelo, o compositor mais influente de sua geração. Presença destacada nos arranjos, o trio de metais - justiça seja feita - ajudou a manter na pressão um show quente, feito tanto pelos músicos quanto pelo público devoto do grupo criado em 1997 na cidade que, 15 anos depois, louva a existência dele nesta consagradora temporada na Fundição Progresso. É, as emoções foram fortes.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

"Fortes emoções hoje, né?", brincou Rodrigo Amarante quando problema no som da Fundição Progresso atrapalhou o grupo Los Hermanos durante a execução do rock pesado Azedume (Marcelo Camelo, 1999), repetido na sequência por exigência do público. Mal sabia Amarante que as emoções seriam ainda mais fortes ao fim da apresentação feita pelo quarteto carioca no Rio de Janeiro (RJ) na noite de domingo, 27 de maio de 2012. Ao término da que seria a última música do quarto dos seis shows programados pela banda na cidade natal dentro da agenda da turnê comemorativa de seus 15 anos, Pierrot (Marcelo Camelo, 1999), um espectador passou mal e desmaiou, abrindo por força das circunstâncias um clarão na pista hiperlotada da Fundição. O show parou, e para evitar o fim melancólico de seu Carnaval roqueiro, Los Hermanos adicionaram uma 31º música ao roteiro do show, Vai Embora (Marcelo Camelo, 1999). "A gente faz esse espetáculo, mas a gente também assiste a ele junto com vocês", ressaltara Marcelo Camelo 13 números antes, em breve discurso de agradecimento. De fato, o êxito do vibrante show dos Los Hermanos tem que ser creditado também ao público que - pelo que vem sendo relatado na mídia - vem recebendo a banda com fervor religioso a cada cidade visitada pela turnê na rota nacional iniciada em abril no festival Abril pro Rock, em Recife (PE). Não foi diferente no show de fortes emoções feito pela banda na sua cidade em 27 de maio. Em total comunhão com o grupo, a plateia fez coro em quase todas os números desde que reconhecia - já nos primeiros acordes - a música a ser tocada. A disposição do público para adorar a banda criou atmosfera vibrante que, no caso do show de 27 de maio, fez com que os problemas de som acabassem tendo menos importância do que eles, a rigor, tinham. Afinal, em músicas como Um Par (Rodrigo Amarante, 2003), foi quase impossível entender os versos cantados por Amarante - cuja inédita Um Milhão (Rodrigo Amarante, 2012) resultou num dos poucos números recebidos com frieza, talvez pela natureza mais introspectiva do tema, similar à atmosfera de algumas músicas do derradeiro álbum de estúdio do grupo, 4 (2005). No geral, o show transcorreu em tom quase sempre caloroso. Até porque o quarteto tocou várias músicas com arranjos pesados, casos do rock Quem Sabe (Rodrigo Amarante,1999) e do ska Descoberta (Marcelo Camelo, 1999), temas do primeiro álbum da banda, bem representado no roteiro. Até a sedutora Anna Julia (Marcelo Camelo, 1999) deu o ar da graça, já no farto e carnavalizante bis. Dentro dessa atmosfera quase hardcore, Mais Uma Canção (Marcelo Camelo e Rodrigo Amarante, 2001) se diferenciou pela arquitetura melodiosa. Entre a relativa leveza da serena De Onde Vem a Calma (Marcelo Camelo, 2003) e o peso de Condicional (Rodrigo Amarante, 2005), músicas alocadas lado a lado no roteiro, saltou aos ouvidos ao longo do show a qualidade da obra autoral de Marcelo Camelo, o compositor mais influente de sua geração. Presença destacada nos arranjos, o trio de metais - justiça seja feita - ajudou a manter na pressão um show quente, feito tanto pelos músicos quanto pelo público devoto do grupo criado em 1997 na cidade que, 15 anos depois, louva a sua existência nesta consagradora temporada na Fundição Progresso. As emoções foram fortes.

Luca disse...

será que vão lançar dvd? ia ficar igual aquele da ''ao vivo na fundiçaõ'