Três dias depois da morte de Donna Summer (1948 - 2012), foi a vez de Robin Gibb (1949 - 2012) sair de cena. Uma das vozes do trio australiano Bee Gees, grupo que ampliou seu sucesso mundial na mesma era da disco music que marcou o apogeu de Summer, Robin morreu neste domingo, 20 de maio de 2012, aos 62 anos, vítima de complicações decorrentes de um câncer no fígado. Embora tenha lançado seis álbuns de estúdio entre 1970 e 2006, nos períodos em que se dedicou à sua carreira solo, foi como integrante dos Bee Gees - o trio formado por ele com seus irmãos Barry Gibb e Maurice Gibb (1949 - 2003) - que Robin Gibb pôs sua bela voz na história do universo pop. O trio - formado em 1961 e desfeito em 12 de janeiro de 2003 com a morte de Maurice, irmão gêmeo de Robin - alcançou sucesso relevante dos anos 60 aos 90, tendo se tornado febre nos 70. Robin era quem sustentava os vocais do trio ao harmonizar sua voz com o falsete de Barry, com quem formou dupla em 2009 na tentativa vã de reviver os tempos áureos dos Bee Gees. Tempos que não se limitaram ao sucesso inicial dos anos 60, feito a reboque de canções românticas e melodiosas como Words (1968) e o megahit I Started a Joke (1968). O melhor ainda estava por vir. Em meados dos anos 70, após amargar breve período de brigas e ostracismo, os irmãos Gibb
se reuniram, se reinventaram - sob a batuta do produtor Arif Mardin (1932 - 2006) - e redirecionaram suas vozes para os ritmos negros. Começava a nascer naquele momento, mais especificamente no álbum Main Course (1975), a música
dançante que faria o som dos irmãos Gibb se tornar a febre de sábado à noite - e
dos outros seis dias da semana - quando John Travolta, travestido de Tony
Manero, rodopiou nas pistas ao som dos incendiários temas fornecidos pelo grupo
para a trilha sonora do filme Os Embalos de Sábado a
Noite (1977). O universo pop dançou ao som de músicas como Stayin’ Alive, Night Fever, How Deep is Your Love e More Than a Woman. Seguiu-se um álbum arrasador, Spirits Having Flown (1979), que
manteve os Bee Gees no topo até que, vítimas dos efeitos colaterais da
superexposição, os irmãos Gibb se refugiaram nos bastidores para criar hits para
cantoras como Dionne Warwick e Dolly Parton. A volta as paradas se deu - em proporções mais moderadas - em 1987, com o álbum E.S.P., gerador do sucesso You Win Again. Em 1993, a bela balada For Whom The Bell Tolls - do álbum Size Ins't Everything, lançado naquele mesmo ano - mostrou que os vocais e a inspiração dos Bee Gees continuavam afiados. Fato comprovado quatro anos mais tarde, em 1997, quando o trio compôs e gravou com Celine Dion a balada Immortality, outro megahit mundial do porte dos sucessos emplacados pelo trio na era das discotecas. Após a morte precoce de Maurice Gibb, Robin deu continuidade à sua carreira solo. Seu último álbum, o natalino My Favourite Carols, foi lançado em 2006. Neste ano de 2012, mesmo enfrentando problemas de saúde, Robin chegou a lançar uma música, Don't Cry Alone, parte do repertório de seu recém-lançado projeto Titanic Requiem. Mas, a partir deste triste domingo, quem merece um belo réquiem é Robin Hugh Gibb pela imortal contribuição que deu ao universo da música pop ao lado de seus irmãos.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirA Música Pop está ficando pobre com tantas perdas.
ResponderExcluirAlém de excelente cantor e compositor, Robin também era o mais "cool" dos Gibbs. Enorme perda para a música pop!!
ResponderExcluirminha geração não curtiu Beatles e Rolling stones,minha geração curtiu Bee gees e os embalos de sábado a noite.
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