Voz pioneira da música sertaneja enraizada nas tradições do Brasil caipira, o cantor paulista José Perez (1920 - 2012), o Tinoco, saiu de cena na madrugada desta sexta-feira, 4 de maio de 2012, aos 91 anos, vítima de insuficiência respiratória. Tinoco desbravou caminhos na música sertaneja ao formar dupla com o irmão João Salvador Perez (1917 - 1994), o Tonico. Dupla nascida no interior de São Paulo com o nome de Irmãos Perez, mas rebatizada como Tonico & Tinoco em 1942, já na capital paulista, cidade onde os cantores descendentes de imigrantes espanhóis deram os primeiros passos para a fama nacional ao gravar com suas vozes anasaladas clássicos sertanejos como Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira, 1918) e Chico Mineiro (Francisco Ribeiro e Tonico). Durante 61 anos, mais especificamente de 15 de agosto de 1933 (data da primeira apresentação profissional da dupla em bar do município paulista de São Manuel) a 7 de agosto de 1994 (data do último show de Tonico & Tinoco, feito na cidade matogrossense de Juína), os irmãos se consagraram como legítimas vozes do Brasil interiorano. Mesmo quando a música sertaneja se eletrificou para acompanhar os tempos modernos, Tonico & Tinoco permaneceram fiéis à sua essência caipira. A Dupla Coração do Brasil - slogan cunhado em 1951 - somente se desfez com a morte de Tonico, em 13 de agosto de 1994. Sem o irmão, Tinoco formou duplas efêmeras, de repercussão reduzida aos interiores do Brasil, com cantores como Zé Paulo e Tinoquinho (nome artístico do intérprete paulista Uilton Santos) e com o violeiro Mazinho Quevedo. Reverenciado por todo o meio sertanejo, Tinoco foi homenageado por Roberto Carlos na gravação ao vivo do show Emoções Sertanejas, em março de 2010, ano em que completou 90 anos. Mesmo que tenha dado bravamente continuidade à sua carreira após a morte de Tonico, o maior legado de Tinoco são os discos gravados em dupla com o irmão. Uma das referências máximas da música caipira, a dupla viveu seu auge artístico e comercial nos anos 40 e 50, mas seguiu fazendo sucesso pelas décadas seguintes, contando com a fidelidade de um público interiorano que permanece alheio aos costumes e modismos musicais ditados pela mídia das grandes capitais. Como seu irmão Tonico, Tinoco foi uma das caras de um Brasil caipira que o Brasil ainda conhece muito pouco.
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5 comentários:
Voz pioneira da música sertaneja enraizada nas tradições do Brasil caipira, o cantor paulista José Perez (1920 - 2012), o Tinoco, saiu de cena na madrugada desta sexta-feira, 4 de maio de 2012, aos 91 anos, vítima de insuficiência respiratória. Tinoco desbravou caminhos na música sertaneja ao formar dupla com o irmão João Salvador Perez (1917 - 1994), o Tonico. Dupla nascida no interior de São Paulo com o nome de Irmãos Perez, mas rebatizada como Tonico & Tinoco em 1942, já na capital paulista, cidade onde os cantores descendentes de imigrantes espanhóis deram os primeiros passos para a fama nacional ao gravar com suas vozes anasaladas clássicos sertanejos como Tristeza do Jeca (Angelino de Oliveira, 1918) e Chico Mineiro (Francisco Ribeiro e Tonico). Durante 61 anos, mais especificamente de 15 de agosto de 1933 (data da primeira apresentação profissional da dupla em bar do município paulista de São Manuel) a 7 de agosto de 1994 (data do último show de Tonico & Tinoco, feito na cidade matogrossense de Juína), os irmãos se consagraram como legítimas vozes do Brasil interiorano. Mesmo quando a música sertaneja se eletrificou para acompanhar os tempos modernos, Tonico & Tinoco permaneceram fiéis à sua essência caipira. A Dupla Coração do Brasil - slogan cunhado em 1951 - somente se desfez com a morte de Tonico, em 13 de agosto de 1994. Sem o irmão, Tinoco formou duplas efêmeras, de repercussão reduzida aos interiores do Brasil, com cantores como Zé Paulo e Tinoquinho (nome artístico do intérprete paulista Uilton Santos) e com o violeiro Mazinho Quevedo. Reverenciado por todo o meio sertanejo, Tinoco foi homenageado por Roberto Carlos na gravação ao vivo do show Emoções Sertanejas, em março de 2010, ano em que completou 90 anos. Mesmo que tenha dado bravamente continuidade à sua carreira após a morte de Tonico, o maior legado de Tinoco são os discos gravados em dupla com o irmão. Uma das referências máximas da música caipira, a dupla viveu seu auge artístico e comercial nos anos 40 e 50, mas seguiu fazendo sucesso pelas décadas seguintes, contando com a fidelidade de um público interiorano que permanece alheio aos costumes e modismos musicais ditados pela mídia das grandes capitais. Como seu irmão Tonico, Tinoco foi uma das caras de um Brasil caipira que o Brasil ainda conhece muito pouco.
Sem dúvidas, Tonico & Tinoco formaram a melhor dupla caipira do Brasil. Cantavam o verdadeiro Sertanejo de Raiz. É... Parece que esses grandes intérpretes não estão deixando seguidores.
Restam poucos a levantar essa bandeira.
Que descanse em paz o grande Tinoco!
Embora tenha coisas lindíssimas não ouço música sertaneja. No entanto, é inegável - e subestimada - a contribuição e importância dela na música brasileira. Acho que Tinoco leva junto com ele a música caipira, legítima e honesta. O que nos sobra é o agrobrega mercadológico, caricatural e pasteurizado.
Nunca consegui gostar de música sertaneja,mas seguindo a linha do tempo,conseguiram piorar o que já era ruim.Ao menos Tinoco e cia tinham autenticidade.
Tonico e Tinoco eram verdadeiros, não foram fabricados
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