Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


sábado, 30 de junho de 2012

Canções vazadas de Noel Gallagher podem ser editadas este ano em CD

As duas músicas inéditas de Noel Gallagher vazadas esta semana na internet - God Help Us All (já conhecida pelo áudio do DVD Lord Don't Slow me Down, do Oasis, embora nunca tenha sido alvo de um registro oficial) e It Makes me Wanna Cry - vão ser possivelmente editadas em disco até o fim deste ano de 2012 juntamente com outra música, Revolution Song. A conferir.

Com paixão e lirismo, Wood expõe na tela alma e obra intensas de Parra

Resenha de filme
Título: Violeta Foi Para o Céu (Argentina, Chile e Brasil, 2011)
Direção: Andrés Wood
Roteiro: Eliseo Altunaga
Cotação: * * * *
Em cartaz em junho e julho de 2012 nos cinemas do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)

Consta que alguns familiares de Violeta Parra (1917 - 1967) ficaram descontentes com o filme Violeta Foi Para o Céu, longa-metragem em que o cineasta chileno Andrés Wood expõe na tela - com estilo e certo lirismo - a música e a alma complexa de uma das mais emblemáticas cantoras e compositoras de seu país. Com sua música de inspiração folclórica e natureza tão poética quanto combativa, Parra atravessou as fronteiras do Chile e conquistou parte do mundo - ainda que no Brasil, a rigor, a artista seja conhecida somente por conta de gravações de suas duas músicas mais famosas, Gracias a La Vida e Volver a Los 17, propagadas em vozes como as de Elis Regina (1945 - 1982), Mercedes Sosa (1935 - 2009) e  Zizi Possi. Também artista plástica, Parra é interpretada de forma excepcional no filme por Francisca Gavilán, convincente até quando canta os temas da compositora, autora de joias como En los Jardines Humanos e El Gavilán. Pouco linear, a narrativa vai e volta no tempo para mostrar as conquistas e as turbulências emocionais de uma mulher movida a paixão pela sua música e pelos homens de sua vida. A baixa autoestima no campo afetivo - fator que expandiria a melancolia e a desilusão que levaram Parra ao suicídio, aos 50 anos - é retratada sem ranços sentimentais ou folhetinescos no roteiro urdido por Eliseo Altunaga com base em biografia assinada por filho da artista, Ángel Parra. Por não se prender à cronologia dos fatos, o roteiro de Violeta Foi Para o Céu é costurado por entrevista concedida por Parra a uma emissora de TV. Só que Woods não se deixa aprisionar por esse recurso já óbvio e apresenta um filme embebido em poesia e atrelado a uma visão um tanto subjetiva da personagem. Contudo, essa  visão pessoal não faz o diretor perder o foco da personalidade valente da artista. Sem glorificar ou vitimizar Parra, o filme expõe em narrativa por vezes lírica as contradições e a luta da compositora para se impor no mundo. Violeta Foi Para o Céu é filme tão intenso e apaixonado quanto a alma e a música de Violeta Parra. O que explica os descontentamentos...

PianOrquestra grava DVD no Rio em show com Baltar, Salmaso e Teresa

Quinteto carioca formado por quatro pianistas brasileiros e uma percussionista japonesa, PianOrquestra grava o DVD Multifonias em show agendado para este sábado, 30 de junho de 2012, na Sala Baden Powell, no Rio de Janeiro (RJ). Sob a direção artística de Claudio Dauelsberg, o grupo vai receber as cantoras Maíra Freitas, Manu Santos, Mariana Baltar, Mônica Salmaso e Teresa Cristina ao longo de espetáculo que vai ter elementos de dança, teatro e artes plásticas. Com a intenção de explorar timbres e sonoridades do piano, o quinteto vai apresentar repertório pautado por ritmos brasileiros. Estão previstas músicas de Chico Buarque, Dorival Caymmi (1914 - 2008), Edu Lobo, Gonzaguinha (1945 - 1991) e Milton Nascimento, entre outros compositores brasileiros. Dois temas de John Cage estão no roteiro. Eis o roteiro a ser seguido pelo PianOrquestra na gravação ao vivo do DVD Multifonias no Rio:

1. Für Alina (Arvo Pärt)
2. Sonata para Piano Preparado V (John Cage)
3. Sonata para Piano Preparado XIV (John Cage)
4. Música Ricercata II (György Ligeti)
5. Repente  (Edu Lobo e Capinam)
6. Cravo e Canela (Milton Nascimento e Ronaldo Bastos)
7. Frevo (Priscilla Azevedo)
8. Perk (Claudio Dauelsberg, Gisele Sant’Ana, Maíra Freitas, Marina Spoladore e Masako Tanaka) 

9. Nazareth (Ernesto Nazareth)
10. Recado (Gonzaguinha) - com Maíra Freitas
11. Ponta de Areia (Milton Nascimento e Fernando Brant) - com Mônica Salmaso
12. Ciranda Da Bailarina (Edu Lobo e Chico Buarque) - com Mônica Salmaso
13. Maria Maria (Milton Nascimento e Fernando Brant) - com Manu Santos
14. Uva De Caminhão (Assis Valente) - com Mariana Baltar
15. A História De Lily Braun (Edu Lobo e Chico Buarque) - com Teresa Cristina
16. Rainha do Mar (Dorival Caymmi) – com todas as cantoras

Campos mancha a imagem mítica da Bahia em álbum de produção fantástica

Resenha de CD
Título: Bahia fantástica
Artista: Rodrigo Campos
Gravadora: Núcleo Contemporâneo
Cotação: * * * 1/2 

♪ De Dorival Caymmi (1914 - 2008) a Roque Ferreira, passando por Ary Barroso (1903 - 1964) e Moraes Moreira, a Bahia sempre foi retratada como a terra da felicidade - imagem alimentada pela indústria da axé music. Cabe a um (bom) compositor oriundo da periferia paulista, Rodrigo Campos, manchar essa mítica imagem de cartão postal de um Estado onde os índices de pobreza e violência são tão grandes quanto a vocação festiva de seu povo. Após fazer a crônica da vida de personagens fictícias de São Mateus (seu bairro natal da periférica Zona Leste de São Paulo) em um primeiro álbum que revelou sua inspirada produção autoral,  São Mateus não é um lugar assim tão longe (Ambulante Discos, 2009), Campos desloca seu eixo criativo para a terra da felicidade, mote da criação das 12 músicas do CD Bahia fantástica, gravado em 2011 sob a direção musical de Romulo Fróes e posto nas lojas em edição independente neste segundo trimestre de 2012. Fantástica, no disco, é a produção assinada por time que, além de Fróes e do próprio Campos, inclui Gustavo Lenza, Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Maurício Fleury, M. Takara e Thiago França. A produção valoriza a safra autoral do compositor, do mesmo bom nível de seu disco de estreia. "Tenho Bahia pra você", repete Campos nos dois versos finais de Cinco doces, faixa que abre o álbum no toque do sonoro sax tenor de Thiago França. Na sequência, Princesa do mar reitera a habilidade de Campos para retratar em poucos versos a alma de uma personagem, no caso Andreza, a maluca que entrou na maré bruta após comer feijão com arroz e bife à milanesa. Uma das músicas mais belas de Bahia fantástica, Ribeirão narra romance de escravos na voz suave do rapper Criolo. Beco foca conversa de adolescentes com alguma psicodelia. Mas é a partir de Morte na Bahia - faixa cantada por Luisa Maita -  que explode a violência tematizada também em Sete vela, faixa de introdução fúnebre e tensões amplificadas pelo arranjo magistral deste samba torto que ganha clima de jam em sua parte final. Poetizada nos únicos quatro versos de Aninha, tema valorizado pela guitarra de Kiko Dinucci, a morte também ronda CapitãoJardim Japão, esta a única faixa não assinada somente por Rodrigo Campos (Vicente Barreto é o parceiro do compositor na música ouvida na voz de Jussara Marçal e turbinada pelo toque da guitarra de Guilherme Held). A presença de solistas vocais em algumas faixas corrobora o fato de que o canto cool de Campos nem sempre tem o brilho de suas composições - desequilíbrio evidente em temas como EliasGeneral geral, dos mais pálidos do álbum. No fim, a ironia contida nos versos de Sou de Salvador - "Sou de Salvador / Cheguei na Bahia de manhã" - é amplificada pela impressão de que Campos, turista acidental na terra da felicidade, captou muito bem o espírito de uma Bahia mais tensa e menos alegre, escondida atrás das cores vivas de seus padronizados cartões-postais. Pela ótica do álbum de Rodrigo Campos, Salvador não é um lugar assim tão longe de São Mateus...

Dupla João Neto & Frederico registra seu 'Lê Lê Lê' ao vivo em Palmas

Em evidência além do universo sertanejo por conta da inclusão de sua gravação de Lê Lê Lê (Barony, Raynner Sousa e Adriann) na trilha sonora da novela Cheias de Charme (TV Globo), João Neto & Frederico aproveitam o sucesso e lançam, via Som Livre, seu quinto registro de show. Posto nas lojas nos formatos de CD e DVD, Ao Vivo em Palmas perpetua a apresentação feita pela dupla goiana na Praça dos Girassóis, na cidade de Palmas (TO). Das 21 músicas do roteiro, 14 são alardeadas como inéditas nas vozes dos irmãos, que despontaram no mercado fonográfico em 2004 com disco independente. A dupla Matheus & Kauan participa da faixa Faz Tempo (Matheus Aleixo e Kauan). No embalo do estouro de Lê Lê Lê, João Neto & Frederico já promovem Ao Vivo em Palmas com Tô Morando Sozinho (Alessandro Lobo e César Guedes).

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Shows de bandas nacionais no 'Rock in Rio' ganham edição em CD e DVD

As gravadoras MZA Music e Sony Music vão lançar, em julho de 2012, CDs e DVDs com registros ao vivo de shows feitos por bandas brasileiras na edição de 2011 do festival Rock in Rio. A seleção inclui CDs e DVDs com os shows dos grupos Capital Inicial, Jota Quest e Skank - cujos registros foram viabilizados graças a uma parceria da Sony Music, gravadora que detém os passes das três bandas, com a MZA. Sozinha, a MZA vai lançar CDs e DVDs com as gravações ao vivo dos shows do grupo carioca Detonautas e de Frejat (no caso, o primeiro DVD solo do artista), além da apresentação dividida pelos Titãs com a banda portuguesa Xutos & Pontapés. 

Ná reitera apuro vocal ao saborear frutos autorais no show 'Meu Quintal'

Resenha de show
Título: Meu Quintal
Artista: Ná Ozzetti (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Teatro de Arena Caixa Cultural RJ (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 28 de junho de 2012
Cotação: * * * *
Show em cartaz no Teatro de Arena - na Caixa Cultural RJ - até 30 de junho de 2012 

Ná Ozzetti é do tipo de cantora que apresenta ao vivo interpretações com a mesma qualidade de suas gravações de estúdio. Sua maestria vocal é reiterada no show Meu Quintal, que chegou esta semana aos palcos do Rio de Janeiro (RJ) um ano após ter estreado em São Paulo (SP). O show é baseado no álbum Meu Quintal (Borandá, 2011), trabalho de repertório autoral lançado pela cantora e compositora paulista  para celebrar seus 30 anos de carreira (incluídos na conta os anos vividos como integrante do Grupo Rumo). Não há firulas em Meu Quintal, o show. Há somente uma ótima cantora, uma banda afiada e uma luz eficiente e quase sempre bonita. À frente do quarteto afim formado por Dante Ozzetti (violão), Mario Manga (guitarra e violoncelo), Sérgio Reze (bateria) e Zé Alexandre Carvalho (baixo), Ná desfia músicas que exigem cantora de voz límpida e segura. Nem o fato de ter tropeçado mais de uma vez nos versos de Equilíbrio (Ná Ozzetti e Luiz Tatit) - música de ritmo veloz que exige concentração absoluta, além de técnica e emissão perfeitas - empanou o brilho da apresentação. Iniciada com A Velha Fiando (Dante Ozzetti e Luiz Tatit), uma das melhores músicas do CD Meu Quintal. Em Chuva, música composta por Ná sobre versos de poema de Carol Ribeiro, o arranjo de criação coletiva expõe o requinte da banda e da cantora. Aliados ao canto preciso de Ná, os sons dos instrumentos conseguem traduzir musicalmente as imagens poéticas da letra que versa sobre o movimento natural de chover e florir. E por falar em poesia, Ná realça em Baú de Guardados (Ná Ozzetti e Alice Ruiz) - outra canção que se destaca na safra autoral do CD Meu Quintal - toda a poesia da letra de Alice Ruiz. Fora da esfera autoral da artista, mas com a assinatura personalíssima de seu canto, Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981) emerge com suingue todo próprio, se impondo no roteiro como boa lembrança do disco em que Ná tributa a Ovelha Negra (Love Lee Rita, Dabliú, 1996). Já Na Batucada da Vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1934) expõe o virtuosismo do baixista Zé Alexandre Carvalho, cujo solo no número é alvo de justos aplausos em cena aberta. Também do repertório de Carmen Miranda (1909 - 1955), celebrada por Ná no disco Balangandãs (MCD, 2009), Recenseamento (Assis Valente, 1940) é outro pico do show. O arranjo maroto e o canto cheio de malícia impresso por Ná no número ressaltam toda a manemolência do samba. Na sequência, Capitu (Luiz Tatit) - música do repertório de Ná que Zélia Duncan (parceira da compositora em Sobrenatural) tomou para si a partir do sedutor registro feito no CD Eu me Transformo em Outras (2004) - confirma sua majestade enquanto Sutil (Itamar Assumpção) serve de veículo para que Ná evoque, com a adesão da plateia, combinações vocais típica dos sons oitentistas da Vanguarda Paulista, movimento no qual Ná foi projetada há 31 anos. Enfim, por mais que um ou outro tema seja menos saboroso, o quintal de Ná Ozzetti continua dando música boa. 

'Quintal' de Ná dá Assis, Itamar, Rita e Wisnik em estreia de show no Rio

No Quintal de Ná Ozzetti dá tanto o compositor baiano Assis Valente (1911 - 1958) quanto Itamar Assumpção (1949 - 2003) e Rita Lee. Recenseamento (1940) - samba de Assis, lançado na voz de Carmen Miranda (1909 - 1955) e regravado por Ná no CD em que celebrou a Pequena Notável (Balangandãs, MCD 2009) - foi a boa surpresa do roteiro da estreia carioca do show Meu Quintal. Em cartaz até 30 de junho de 2012 no Teatro de Arena da Caixa Cultural do Rio de Janeiro (RJ), o show Meu Quintal é baseado no homônimo disco de 2011 com o qual Ná celebrou 30 anos de carreira. O repertório do CD Meu Quintal (Borandá, 2011) é essencialmente autoral, mas, no show do Rio, a artista inseriu dois sucessos de Carmen Miranda - além de Recenseamento, Ná deu voz ao samba Na Batucada da Vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto, 1934) - em roteiro que também incluiu músicas de Itamar Assumpção (Sutil) e Rita Lee, de quem Ná reviveu Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981), música que abre seu CD Love Lee Rita (Dabliú, 1996), dedicado ao cancioneiro pop de Rita. Eis o roteiro seguido por Ná Ozzetti - em foto de Rodrigo Amaral - na estreia carioca do show Meu Quintal:

1. A Velha Fiando (Dante Ozzetti e Luiz Tatit)
2. Tupi (Ná Ozzetti e Arthur Nestrovski)
3. Ser Estar (Ná Ozzetti e Alice Ruiz)
4. Atlântida (Rita Lee e Roberto de Carvalho)
5. Entre o Amor e o Mar (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
6. Chuva (Ná Ozzetti e Carol Ribeiro)
7. Equilíbrio (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
8. Baú de Guardados (Ná Ozzetti e Alice Ruiz)
9. Onde a Vista Alcança (Ná Ozzetti e Makely Ka)
10. Na Batucada da Vida (Ary Barroso e Luiz Peixoto)
11. Recenseamento (Assis Valente)
12. Capitu (Luiz Tatit)
13. Sutil (Itamar Assumpção)
14. Sobrenatural (Ná Ozzetti e Zélia Duncan)
15. Ultrapássaro (Dante Ozzetti e Zé Miguel Wisnik)
16. Meu Quintal (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)
Bis:
17. Equilíbrio (Ná Ozzetti e Luiz Tatit)

Green Day revela a capa de '¡Tré!', terceiro álbum de trilogia 'power pop'

O grupo norte-americano Green Day revelou a capa de ¡Tré!, o terceiro álbum da trilogia caracterizada como power pop pelos músicos. Como era previsível, a capa de ¡Tré! expõe foto do baterista do trio, o alemão Tré Cool, já que ¡Uno! traz na capa imagem do guitarrista e vocalista Billy Joe Armstrong enquanto a capa  de ¡Dos! é ilustrada com foto do baixista Mike Dirnt. O álbum ¡Tré! tem lançamento agendado para 15 de janeiro de 2013 pela Warner Music.

Voz revelada na Jovem Guarda, Martinha grava seu primeiro CD ao vivo

Cantora e compositora mineira projetada na Jovem Guarda, Martinha completa 45 anos de carreira neste ano de 2012. A data vai ser celebrada com a edição do primeiro CD ao vivo da artista, gravado em shows realizados em 23 e 24 de junho no Teatro Décio de Almeida Prado, em São Paulo (SP). O CD vai ser editado pelo selo Discobertas, do produtor e pesquisador musical Marcelo Fróes, autor da foto que flagra Martinha em sua primeira gravação ao vivo. O repertório inclui Barra Limpa e Eu te Amo Mesmo Assim, músicas autorais gravadas por Martinha em compactos de 1967, além de Pouco a Pouco, parceria da artista com César Augusto, lançada com sucesso por Gilliard em 1982 e regravada pela própria Martinha em 1986.

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Alicia Keys apresenta 'New Day', música de seu quinto álbum de estúdio

Alicia Keys apresentou música inédita, New Day, nesta quinta-feira, 28 de junho de 2012. A faixa integra o repertório do quinto álbum de estúdio da cantora, compositora e pianista norte-americana - ainda sem título, repertório e data de lançamento divulgados. Com (vibrantes) batidas eletrônicas que põem em segundo plano o piano da artista, New Day sinaliza disco de pegada pop similar à do último CD de Alicia Keys, The Element of Freedom (2009). Ouça aqui.

Emerge no Brasil Aquarius, CD banhado pelo suingue de Joyce e Donato

Resenha de CD
Título: Aquarius
Artista: Joyce Moreno e João Donato
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * 

Não é de hoje que o suingue da música da cantora e compositora Joyce Moreno se irmana em disco com o balanço caribenho do som do acreano João Donato. Em 2000, Joyce e Donato entraram em estúdio para gravar o CD intitulado Tudo Bonito. Embora assinado somente por Joyce, tendo Donato sido creditado apenas como participação especial, Tudo Bonito já expôs a irmandade que emerge mais uma vez em Aquarius, álbum editado no Brasil pela gravadora Biscoito Fino neste mês de junho de 2012. Lançado originalmente no Japão em 2009 pela Toy's Factory, Aquarius foi editado na Europa em 2010 pela gravadora inglesa Far Out Recordings com outra capa. A edição brasileira apresenta uma terceira (bonita) capa, mas o conteúdo é rigorosamente o mesmo. O repertório totaliza 13 músicas assinadas pelos artistas, em dupla, sozinhos ou com os respectivos parceiros. Embora esse repertório inclua samba-canção, Luz da Canção (João Donato e Joyce Moreno), cantado por Joyce com Donato ao piano, Aquariué banhado pelo suingue típico das obras dos compositores. A safra de inéditas apresentada no disco - com temas como o jazzístico Aquarius (João Donato), E Passa o Carrossel (João Donato e Joyce Moreno) e No Fundo do Mar (João Donato e Joyce Moreno) - jamais se impõe entre as mais inspiradas dos artistas. De todo modo, é a refinada musicalidade de Joyce e Donato que valoriza Aquarius. É a forma com que ambos formatam músicas como Amor nas Estrelas (João Donato e Lysias Enio) e Amazonas II (João Donato, Arnaldo Antunes e Péricles Cavalcanti) que legitima Aquarius. Partindo do samba, Donato e Joyce seguem com bossa uma trilha de suingue latino que deságua em Guarulhos Cha Cha Cha, para citar faixa em que o balanço extrapola as fronteiras brasileiras. Ainda que matéria-prima musical venha do Brasil, o som de Aquariutem sabor universal - o que explica os elogios colhidos pelo álbum mundo afora. As águas da Guanabara de Joyce se encontram com o Rio Amazonas de Donato para abarcar outros afluentes musicais sem nunca perder de vista o porto seguro do samba e da bossa nova.

Garoto carioca, Rogê recicla suingue sangue bom do Rio em 'Brenguelé'

Resenha de CD
Título: Brenguelé
Artista: Rogê
Gravadora: Coqueiro Verde Records
Cotação: * * 1/2

Com a grife da produção de Kassin, Rogê tenta em vão delinear identidade própria em Brenguelé, disco concebido pelo artista carioca com Francisco Bosco. Kassin refina o som deste cantor, compositor e agitador cultural, valorizando repertório que - justiça seja feita - é de boa qualidade na primeira metade do CD. Mas ecos fortes de Jorge Ben Jor - e mesmo do balanço diluído de discípulos como Bebeto e Seu Jorge - ressoam ao longo das 12 faixas do álbum editado pela Coqueiro Verde Records neste mês de junho de 2012. Encorpado com metais arranjados por Marlon Sette, o samba-rock Deixa Ela Sambar (Rogê e Marcelinho Moreira) - que cita os nomes de Jorge Ben, João Donato e Martinho da Vila (citado também na faixa-título) - dá a pista de (algumas) fontes em que bebe Rogê. Com maior ou menor pegada pop e de rock, sambas como os excelentes Presença Forte (Rogê, Seu Jorge e Marcelinho Moreira), Minha Glória (Rogê e Alvinho Lancellotti) e Olê Olê (Rogê, Pretinho da Serrinha, Gabriel Moura e Seu Jorge) - destaques dentre as inéditas do repertório - expõem o suingue e a carioquice que dão o tom de Brenguelé. Mesmo sem o necessário toque de originalidade para esboçar uma personalidade própria para Rogê, o álbum desce bem redondo na primeira metade. Na Veia (Rogê, Marcelinho Moreira e Arlindo Cruz) conecta o samba-rock ao partido alto dos bambas do Cacique de Ramos e às gafieiras da Lapa, mostrando que o Rio de Janeiro se irmana na cadência bonita e já naturalmente miscigenada do samba. Arlindo Cruz divide com Rogê os versos da faixa. Já Wilson das Neves reitera a majestade de seu samba e de seu canto em Depurando Ideias, parceria com Rogê. Na segunda metade de Brenguelé, sambas como Acertando os Ponteiros (Rogê, Pretinho da Serrinha, Leandro Fab e Seu Jorge) e Rema (Rogê e Alvinho Lancellotti) evidenciam a ligeira irregularidade do repertório, soando como genéricos dos genéricos. De todo modo, dois covers espertos botam o disco para cima. Música em inglês lançada por Tim Maia (1942 - 1998) em seu álbum de 1973, Over Again mostra que o samba também se amigou com o soul, miscigenando ainda mais o black Rio de Janeiro. Já  Efun-Oguedé (Wilson Moreira e Nei Lopes, 1983) é samba negro mesmo que faz ressoar os tambores maternos da África evocada nos batuques da faixa-título, Brenguelé (Rogê, Arlindo Cruz e Alemão), bom encerramento do disco deste garoto carioca que depura ideias de outros, reciclando o suingue sangue bom dos sambas do Rio de Janeiro com a grife hypada de Kassin.

'4.5 Atual' soa como museu das grandes novidades do Martinho de 1969

Resenha de CD
Título: 4.5 Atual
Artista: Martinho da Vila
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * 

Alinhadas na contracapa de 4.5 Atual, as 19 músicas do 43º álbum de Martinho da Vila bem poderiam  formar a seleção de repertório de coletânea do artista. Mas 15 delas são músicas lançadas pelo cantor e compositor de Duas Barras (RJ) em seu primeiro álbum, Martinho da Vila, posto nas lojas em 1969 pela RCA com estrondoso sucesso popular. Seguindo a tendência revisionista do mercado fonográfico, o sambista revisita - sob a batuta de Rildo Hora, produtor de seus melhores discos - o repertório antológico daquele LP de 1969. O título 4.5. Atual alude aos 45 anos de carreira de Martinho, que despontou nacionalmente em 1967 ao defender o partido alto Menina Moça no III Festival de Música Popular Brasileira, exibido pela TV Record. É por isso que Menina Moça abre o CD de 2012 antes de 4.5. Atual começar a rebobinar o repertório do LP de 1969 com produção luxuosa que - embora encorpe os sambas com cordas, coros e metais - nada acrescenta de relevante aos registros originais. Turbinado com três faixas-bônus (Samba dos Passarinhos, Pãozinho de Açúcar e Partido-Alto de Roda), 4.5. Atual marca o retorno de Martinho à Sony Music dez anos após sua saída da gravadora que, ao herdar o acervo da RCA / BMG Ariola, passou a deter a expressiva produção fonográfica gravada pelo artista entre 1969 e 2002. Discografia iniciada justamente com o histórico álbum de 1969 ora revisitado. Com sucessos como Casa de Bamba e O Pequeno Burguês, o LP marcou época no mundo do samba, expondo ao Brasil o jeito próprio de composição e canto de Martinho. O sambista tem o mérito de ter feito o partido alto ser consumido por um público de classe média - em um tempo em que o gênero era cultuado somente nos quintais de gente humilde e nos morros - e de ter apresentado nova modalidade de samba-enredo, de ritmo mais ágil e versos mais coloquiais, menos pomposos. Yayá do Cais Dourado e Quatro Séculos de Modas e Costumes são sambas-enredos do álbum de 1969 que deram lufada de ar fresco no gênero. Se a manemolência do canto de Martinho dita o ritmo particular de sambas como Pra Que Dinheiro? e Quem É do Mar Não Enjoa,  Tom Maior e Amor, Pra Que Nasceu? são temas em que Martinho esboçou tom mais interiorizado, já atestando sua versatilidade como compositor. Enfim, para quem não tem o álbum de 1969, 4.5 Atual pode (até) surpreender, mas, na real, o CD soa como museu de grandes novidades.

Padre Omar reza pela cartilha do samba (e de Diogo) em 'Peço a Deus'

Mais um padre põe fé na carreira de cantor. Carioca, Padre Omar reza pela cartilha do samba em seu primeiro disco, Peço a Deus, lançado pela EMI Music. Das 13 músicas do CD, cinco são sambas - inclusive a faixa-título, Peço a Deus (Dida e Dedé da Portela), samba lançado em 1985 por Mestre Marçal (1930 - 1994) e regravado por Omar em dueto com Diogo Nogueira, astro do gênero, também do elenco da EMI. Pilotado por Jorge Cardoso, produtor de discos de intérpretes como Alcione, Peço a Deus apresenta regravação de A Montanha (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) - sucesso religioso do álbum lançado por Roberto Carlos em 1972, rebobinado por Omar em dueto com Padre Jorjão - e refaz a Oração de São Francisco, adaptada e arranjada por Jorge Cardoso. No disco, Omar dá voz a temas originalmente católicos - como Mostra Tua Face (Cley Souza) - e A Benção, João de Deus (Péricles de Barros e Moacyr Maciel).

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Vocais do MPB-4 e cordas valorizam boleros bem vertidos por brasileiros

Resenha de CD
Título: Contigo Aprendi
Artista: MPB-4
Gravadora: Biscoito Fino
Cotação: * * * * 

essa altura da carreira já cinquentenária do MPB-4, a gravação de um disco com (inéditas) versões em português de boleros famosos poderia resultar em produto banal que nada acrescentaria à obra fonográfica do grupo surgido em 1962, em Niterói (RJ), ainda como um trio (somente em 1963 Magro Waghabi se juntou a Aquiles, Miltinho e ao já dissidente Ruy Faria). Mas o requinte da produção de Contigo Aprendi - o CD posto nas lojas pela gravadora Biscoito Fino neste mês de junho de 2012 - valoriza a incursão do quarteto pela seara dos boleros propagados por países latinos como México e Cuba. Três fatores respondem pela alta qualidade do projeto. O primeiro é a convocação de compositores como Abel Silva, Caetano Veloso, Carlos Rennó, Fernando Brant, J. C. Costa Netto, Hermínio Bello de Carvalho, Paulo César Pinheiro e Vítor Ramil para fazer as versões em português - escritas com absoluta fidelidade ao sentido e ao espírito dos versos originais em espanhol. O segundo é a convocação de Duofel, Quarteto Maogani, Toninho Horta e Trio Madeira Brasil para se revezar na criação de arranjos calcados nos violões. A sofisticada trama de violões renova os boleros sem macular a estrutura básica desses temas muito cantados em todo mundo, por todo mundo. Por fim, o terceiro selo de qualidade de Contigo Aprendi são os já tradicionais vocais do MPB-4. O quarteto harmoniza os boleros com fidelidade ao seu universo vocal. Já no primeiro dos onze boleros do disco - Sabe Deus (Sabrá Dios, de Alvaro Carrilho, na versão de Caetano Veloso - salta aos ouvidos a sofisticação que pontua o álbum. A Barca (La Barca, de Roberto Cantoral, na versão fidelíssima de Carlos Rennó) dá sequência ao disco com direito a solos de Luis Bueno e Fernando Melo. Já Contigo na Distância (Contigo en la Distancia, de César Portillo de La Luz, na versão de Vítor Ramil) - bolero introduzido a capella pelo MPB-4 - expõe as cordas do Trio Madeira Brasil com destaque para o solo de Ronaldo do Bandolim. Faixa-título adornada com o toque preciso do violão de Toninho Horta, Contigo Aprendi (Armando Manzanero na versão assinada pelo próprio Miltinho) ostenta um dos mais belos arranjos vocais do disco. Com arranjo mais cheio de molho, Quiçá, Quiçá, Quiçá (Quizás, Quizás, Quizás, de Oswaldo Farres, na versão de Hermínio Bello de Carvalho) soa menos natural na versão em português - até porque o apropriado 'quiçá' do título da versão é substituído pelo menos natural 'talvez' na letra de Hermínio. Em contrapartida, Eu Amei Uma Vez (Solamente Una Vez, de Agustín Lara, na versão poética de Fernando Brant) sobressai no disco de forma positiva pelo rebuscado arranjo vocal assinado por Carlos Vianna (Vianna roça sua inspiração na criação do arranjo vocal de Mulher, versão de Carlos Colla para Perfídia, de Alberto Dominguez, gravado em tom espanholado). De forma igualmente positiva, Tu me Acostumaste (Tu me Acostumbraste, de Frank Dominguez, na versão de Abel Silva) se diferencia pela sonoridade próxima do choro, mérito de Maurício Marques, integrante do Quarteto Maogani, presença luxuosíssima na faixa. Bolero urdido com os violões do Duofel, Sabor em Mim (Sabor a Mi, de Alvaro Carrillo, na versão de J. C. Costa Netto) soa menos inventivo, mas desce bem por conta da fluência dos versos de Costa Netto e do arranjo vocal de Magro. Noites de Ronda (Noche de Ronda, de Maria Tereza Lara, na versão de Paulo César Pinheiro e Paulo Frederico) cruza ligeiramente o universo do tango com o do bolero. Por fim, Relógio (El Reloj, de Roberto Cantoral, na versão de Celso Viáfora) reitera o êxito deste caprichado Contigo Aprendi. Mesmo sem sua formação original (Dalmo Medeiros substituiu Ruy Faria, que saiu do quarteto em 2004 de forma ruidosa e pouco amigável), o MPB-4 chega aos 50 anos com fôlego renovado, (bem) vestido de bolero.

The Vaccines revela capa e faixas de seu segundo álbum, 'Come of Age'

Antecedido pelo single No Hope, já em alta rotação na internet, o segundo álbum do grupo inglês The Vaccines teve sua capa e músicas reveladas pela banda. Sucessor do cultuado What Did You Expect From the Vaccines? (2011), The Vaccines Come of Age tem lançamento agendado para 3 de setembro de 2012 e totaliza 11 faixas na sua edição standard (com mais três faixas-bônus na Deluxe Edition). A julgar pelo eletrizante single No Hope, pode-se esperar um segundo álbum no mesmo estilo do primeiro (recém-editado no Brasil pela Sony Music com um ano de atraso), mas com um som um pouco mais limpo. Eis as músicas de The Vaccines Come of Age, álbum gravado em Bruxelas, na Bélgica, com produção de Ethan Johns:

1. No Hope
2. I Always Knew
3. Teenage Icon
4. All In Vain
5. Ghost Town
6. Aftershave Ocean
7. Weirdo
8. Bad Mood
9. Change Of Heart pt.2.
10. I Wish I Was A Girl
11. Lonely World

12. Runaway (faixa-bônus da Deluxe Edition)
13. Possessive (faixa-bônus da Deluxe Edition)
14. Misbehaviour (faixa-bônus da Deluxe Edition)

Bonadio tira alma do pop soul de Negra Li no padronizado 'Tudo de Novo'

Resenha de CD
Título: Tudo de Novo
Artista: Negra Li
Gravadora: Universal Music
Cotação: * 1/2

Seis anos após tentar migrar da cena hip hop paulista para o universo pop com um primeiro disco solo (Negra Livre, 2006) aprisionado dentro de mal-sucedida fórmula de sucesso imposta pela gravadora Universal Music, Negra Li volta à cena ainda sem liberdade artística. Segundo dico solo da artista paulista, Tudo de Novo sugere já no título um recomeço. Já não resquícios do passado de Li como rapper ao lado do parceiro Helião. As fotos de JR Duran - expostas na capa e ao longo do encarte - simbolizam a intenção de repaginar o visual de Li. Sob a direção artística de Paul Ralphes, o produtor Rick Bonadio se encarrega de dar o banho de loja na parte musical. A ênfase é num soul sem alma, de pegada assumidamente pop. Refrões pegajosos como o da faixa-título, Tudo de Novo (Maurício Bressan), explicitam a intenção de nivelar o som de Li pelo baixo padrão radiofônico. Os arranjos - assinados por Bonadio com Beto Paciello, autores da insossa Hoje Eu Só Quero Ser Feliz - se encarregam de ajustar tudo a esse padrão pop. O formato similar dos arranjos - as programações, o baixo e a guitarra / violão pilotados por Bonadio são mixados com os teclados de Paciello e com (eventuais) cordas arranjadas por Eric Silver - faz com que uma música de Leandro Lehart (Posso Morrer de Amor) soe igual a um tema de Sérgio Britto (Não Vá). O titã, aliás, figura em dose tripla como compositor na ficha técnica de Tudo de Novo. Além de Não Vá, Britto assina a balada Vai Passar - um dos hits em potencial do disco pela melodia levemente sedutora - e Como Iguais, faixa que se diferencia do restante do repertório por estar ambientada num clima jazzy de cabaré. O fraseado soul de Li - cuja voz soa bem colocada ao longo das onze faixas do álbum - é elegante, mas essa elegância não se revela suficiente para realçar toda a nostalgia contida na bela balada Fotografia, parceria antiga de Leoni com Leo Jaime, dois compositores que sabem falar a língua do pop com habilidade sem cair na banalidade que pauta, por exemplo, uma canção com Mais Um Olhar, parceria de Di Ferrero e Gee Rocha, gravada por Li com o toque do violão de Gee. Bastante irregular, o repertório de Tudo de Novo chega a roçar o primarismo melódico e poético em Volta pra Casa, tema assinado pela própria Li com Khristiano Oliveira. No fim, ao cantar Culto de Amor (Edgard Scandurra e Taciana Barros) em arranjo de voz e piano, Li consegue mostrar um pouco de sua alma como intérprete, com sentimento diluído ao longo deste CD que segue padrões e fórmulas de sucesso. Tudo de novo...

Buarque vai lançar entre julho e agosto o registro ao vivo do show 'Chico'

Chico Buarque vai lançar o registro ao vivo de seu show Chico no segundo semestre deste ano de 2012. Entre julho e agosto, a gravadora Biscoito Fino vai pôr nas lojas o CD duplo e o DVD com a gravação ao vivo feita em fevereiro, no Rio de Janeiro (RJ), já no fim da temporada do show na casa Vivo Rio. Na sequência, a companhia vai editar o primeiro blu-ray do compositor.

Gottsha e Verney se afinam e se iluminam sob as luzes de 'Movie Stars'

Resenha de show
Título: Movie Stars
Artistas: Gottsha e Alessandra Verney (em foto de Rodrigo Amaral)
Local: Theatro Net Rio (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 25 de junho de 2012
Cotação: * * *

Boas cantoras projetadas em musicais encenados em palcos do Rio de Janeiro (RJ), Gottsha e Alessandra Verney se afinam, se harmonizam e ganham luz própria no show Movie Stars. Idealizado pelas artistas em 2005, ano em que estreou no Teatro Rival (RJ), o show acaba de cumprir temporada às segundas-feiras no recém-reinaugurado Theatro Net Rio. Assinado pelas intérpretes, o roteiro enfileira músicas que fizeram parte de trilhas sonoras de filmes. Sob a direção de Luiz Henrique Nogueira e Paula Joory, Gottsha e Verney se revezam em solos e duos que expõem os dotes vocais de cada cantora. Sem caráter didático, cronológico e retrospectivo, o show serve basicamente de veículo para essa exposição. A direção musical e os arranjos de Liliane Secco - nome recorrente nas fichas técnicas de musicais do teatro carioca - moldam as canções para a cena com eficiência, mas também com certa burocracia na combinação de vozes, piano, baixo e bateria. O momento mais ousado do show - e, não por acaso, um dos mais aplaudidos - é quando as cantoras entrelaçam Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria), canção popularizada em escala mundial no filme Orfeu Negro (Marcel Camus, 1959), com My Funny Valentine (Richards Rodgers e Lorenz Hart), standard originário de musical da Broadway (Babes In Arms, 1937), mas também incluído em trilhas sonoras de filmes. O número abre com Manhã de Carnaval, mas, na sequência, Gottsha começa a cantar os versos de My Funny Valentine enquando Verney  prossegue com o clássico brasileiro. E por falar em Brasil, Pecado Original - música composta por Caetano Veloso para a trilha sonora do filme A Dama do Lotação (Neville de Almeida, 1978) - é uma das representantes nacionais do roteiro, alocada ao lado de Mil Perdões (Chico Buarque), tema do filme Perdoa-me por me Traíres (Braz Chediak, 1983). Medley com temas de filmes da série 007 - Goldfinger, For Your Eyes Only, Nobody Does It Better - sinaliza que a tentativa de querer abranger grande número de músicas no roteiro acaba empanando o brilho de algumas interpretações. Feito sem pressa, o solo de Gottsha em You Light Up My Life (Joe Brooks) - tema da trilha sonora do homônimo filme You Light Up My  Life (1977), dirigido pelo autor da bela balada, o compositor e cineasta norte-americano Joseph Brooks (1938 - 2011) - permite que se admire a extensão e o volume da voz da cantora. Mas o painel é amplo e, para dar conta de tal amplitude, o roteiro transcorre ágil, quase em ritmo de aventura, como diz o título do filme de 1967 estrelado por Roberto Carlos. Medley que inclui temas da trilha sonora do filme Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Farias, 1967) - E Por Isso Estou Aqui (Roberto Carlos) e Eu Sou Terrível (Roberto Carlos e Erasmo Carlos) - lembra que o Rei da Juventude dos anos 60 também exerceu seu reinado nas telas de cinema. Já o dueto de Gottsha e Verney em Miss Celie's Blues (Sister) (Quincy Jones, Rod Temperton e Lionel Richie) - tema da trilha sonora do filme A Cor Púrpura (Steven Spielberg, 1985) - serve como veículo para a exposição da afetividade que rege a relação das cantoras dentro e fora de cena. Afinidade reiterada no bis, no dueto das intérpretes em Singin' in the Rain (Arthur Freed e Nacio Herb Brown), clássico eternizado no filme Cantando na Chuva (Stanley Doney e Gene Kelly, 1952). Essa irmandade contribui para a harmonia vista e ouvida no show Movie Stars.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Sem dor, Falabella canta duas músicas de Herman no show 'Movie Stars'

"Não vai doer. São só duas músicas", avisou, gaiato, Miguel Falabella ao ser convidado por Gottsha e Alessandra Verney para subir ao palco do Theatro Net Rio na noite de 25 de junho de 2012 para participar da última apresentação da temporada do show Movie Stars, criado e protagonizado pelas cantoras no Rio de Janeiro (RJ). Sem dor, mas com prazer e naturalidade, o ator, apresentador e escritor carioca soltou a voz em duas músicas do compositor norte-americano Jerry Herman, autor das trilhas sonoras de musicais como Hello, Dolly (1964) e Birdcage (1983). Primeiro, traindo o conceito do repertório cinematográfico, Falabella - visto com Gottsha e Alessandra Verney na foto de Rodrigo Amaral - solou a balada Look Over There, composta por Herman para a trilha sonora do musical de teatro Birdcage / A Gaiola das Loucas, baseado na peça francesa de 1973. Na sequência, Falabella formou um trio com as cantoras para interpretar Before the Parade Passes By, tema composto por Herman para o musical Alô, Dolly! e incluído também na trilha sonora do filme (de 1969) inspirado no espetáculo teatral. Falabella e Verney, aliás, vão estar na próxima montagem brasileira de Alô, Dolly!, programada para estrear em outubro no Rio de Janeiro (RJ), com Marília Pêra vivendo a personagem-título interpretada por Bibi Ferreira na antológica encenação brasileira de 1966.

One Direction já arquiteta um segundo álbum feito com Falk e Sheeran

Mal lançou seu primeiro registro ao vivo de show no DVD Up All Night - The Live Tour, a boyband inglesa já arquiteta seu segundo álbum de estúdio. Com lançamento agendado para o fim de 2012, o sucessor de Up All Night (2011) vai ter produção assinada por Carl Falk, Rami Yacoub e Savan Kotecha, entre outros nomes. O primeiro single deverá ser lançado em setembro. Estaria prevista no álbum a colaboração do cantor e compositor inglês de folk Ed Sheeran, que em tese produziria algumas músicas de sua autoria, compostas na adolescência.

Van Morisson lança em outubro, via Blue Note, 'Born to Sing: No Plan B'

A gravadora Blue Note Records anunciou nesta terça-feira, 26 de junho de 2012, que vai lançar em 2 outubro o 34º álbum de estúdio de Van Morrison, Born to Sing: No Plan B. Produzido pelo próprio Morrison, o disco foi gravado na cidade natal do cantor e compositor de rock e blues, Belfst, na Irlanda do Norte. Eis as 10 faixas que compõem o CD Born to Sing: No Plan B:

1. Open the Door (To Your Heart)
2. Going Down to Monte Carlo
3. Born to Sing
4. End of the Rainbow
5. Close Enough for Jazz
6. Mystic of the East
7. Retreat And View
8. If In Money We Trust
9. Pagan Heart
10. Educating Archie

Máquina de ritmos globalizados, Gil chega aos 70 como Deus da música

Caetano Veloso disse que Gilberto Gil crê em Deus. E que ele, Caetano, crê em Gil. Faz sentido! Gilberto Passos Gil Moreira chega aos 70 anos - completados nesta terça-feira, 26 de junho de 2012 - como um Deus da deusa música. A postura zen depurada ao longo da vida lhe confere o status de um Buda Nagô - termo cunhado por Gil no título da música de 1992 em que saudou seu mestre Dorival Caymmi (1914 - 2008) - ao mesmo tempo em que contrasta com a efervescência de sua máquina de ritmos globalizados, ainda azeitada, como o cantor e compositor mostrou em recente gravação ao vivo de show a ser editada no segundo semestre de 2012 pela gravadora Biscoito Fino. O universo musical de Gilberto Gil - que também completa 50 anos de carreira iniciada em 1962 com as primeiras gravações feitas ainda na Bahia - é tão amplo que parece abranger todas as influências e referências da música brasileira, antropofagicamente deglutidas como convém a um artista de espírito eternamente tropicalista. Partindo da cadência bonita do samba, mote das primeiras músicas feitas ao violão que em 1961 tomou o lugar do acordeom apreendido por influência do outro mestre Luiz Gonzaga (1912 - 1989), o Expresso 2222 de Gil logo começou a circular por outros ritmos em seus álbuns tropicalistas. O rock dos Beatles e a psicodelia que enevoou os sons dos anos 60 foram incorporados pelo artista, sempre atento às transformações do mundo e da música. Com sua antena parabolicamará, Gil captou nos anos 70 as ondas que vinham da praia do reggae, a negritude exposta com orgulho nos sons e na atitude do movimento Black Rio - mote de Refavela (1977), disco visionário - e a efervescência da disco music, presente em Realce (1979), álbum que deu o start na fase mais pop da discografia do cantor. Sempre antenado, Gil captou também - já no início dos anos 80 - a pegada pop que deu lufada de ar fresco na música brasileira, abrindo caminhos e mercado para o rock. Gil se permitiu ser pop, mas, ao mesmo tempo, ao dialogar de igual para igual com grupos como Paralamas do Sucesso, o artista também injetou sua brasilidade vivaz no rock nativo feito de início à moda do estrangeiro. Nos anos 90, foi pioneiro ao cair na rede e ao sintetizar seu legado no duplo Quanta (1997). Sem afrontar as mudanças impostas pelo tempo rei, Gil sabe ser do mundo, mas também sabe que o (seu) mundo também cabe no interior do mato. Por isso, Gil - visto em foto de seu arquivo pessoal - volta e meia revisitou suas raízes musicais em álbuns como Refazenda (1975), Eu Tu Eles (2000) - ode ao cancioneiro seminal do Rei do Baião - e Fé na Festa (2009). Sua máquina de ritmos sempre funciona bem, seja à manivela ou com (a mais) moderna engrenagem hi-tech. Caetano - parceiro de sons e ideias, irmão de criação musical, colega na arquitetura da obra tropicalista - tem lá sua razão. Gilberto Gil é um Deus da música.

Produzido por Kassin, Pethit agrega Cida e Mallu em seu segundo álbum

Tal como Tulipa Ruiz, sua conterrânea colega de geração, Thiago Pethit se prepara para encarar a prova do segundo disco no segundo semestre deste ano de 2012. Ou do segundo álbum no caso do cantor e compositor paulista, pois, antes de ganhar projeção na mídia com o lançamento do CD Berlim,Texas (2010), Pethit - visto em foto de Gianfranco Briceño editou em 2008 o EP Em Outro Lugar. Produzido por Kassin, o segundo álbum de Thiago Pethit já está seguindo para a fábrica. As cantoras Cida Moreira e Mallu Magalhães participam do álbum.

Sacramento dá voz a 14 de Becker e Paulo no disco 'Todo Mundo Quer Amar'

 Nas lojas no início de julho de 2012, em edição da gravadora Borandá, o CD Todo mundo quer amar apresenta - na voz do cantor fluminense Marcos Sacramento - 14 parcerias inéditas do compositor e violonista Zé Paulo Becker com o compositor carioca Paulo César Pinheiro. O disco é assinado por Becker e Sacramento. As 14 músicas versam sobre o amor, geralmente no ritmo do samba. Uma delas, Conformação, já está em rotação na internet. Além de tocar violão, Becker assina os arranjos do CD, gravado com músicos como Rogério Caetano (violão de sete cordas), Leandro Braga (piano), Bebê Kramer (acordeom), Márcio Almeida (cavaquinho), Luciana Rabello (também no cavaquinho) e Pedro Aune (baixo). Bernardo Aguiar, Flavinho Miúdo, Marcelinho Moreira e Paulino Dias tocam as percussões. Já os metais de Todo mundo quer amar são soprados por virtuoses como Humberto Araújo, Fabiano Segalote, José Arimatéa, Silvério Pontes e Rui Alvin. 

Jennifer lança em julho sua primeira coletânea, 'Dance Again .... The Hits'

Atualmente em turnê pelo Brasil, Jennifer Lopez se prepara para lançar sua primeira coletânea de sucessos. Nas lojas a partir de 14 de julho de 2012, em edição distribuída em escala mundial pela Sony Music, Dance Again ... The Hits alinha 16 gravações lançadas pela cantora norte-americana entre 1999 - ano em que a artista lançou seu primeiro álbum, On The 6 - e 2012. Além de remixes, a seleção já inclui os dois singles lançados por Lopez neste ano de 2012, Goin' In (com Flo Rida) e Dance Again (com Pitbull). A Deluxe Edition da compilação traz DVD com vídeos de 11 sucessos da estrela. Eis o repertório de Dance Again ... The Hits:

CD
1. Dance Again
- com Pitbull
2. Goin’ In - com Flo Rida
3. I’m Into You - com Lil Wayne
4. On the Floor - com Pitbull
5. Love Don’t Cost a Thing
6. If You Had My Love
7. Waiting For Tonight
8. Get Right - com Fabolous
9. Jenny From the Block (Trackmasters Remix) - com Styles P. & Jadakiss
10. I’m Real (Remix) - com Ja Rule
11. Do It Well
12. Ain’t It Funny (Remix) - com Ja Rule & Caddillac Tah
13. Feelin’ So Good (Remix) - com Big Pun & Fat Joe
14. All I Have - com LL Cool J 

15. Que Hiciste
16. Let’s Get Loud


DVD
1. Dance Again
- com Pitbull
2. On the Floor - com Pitbull
3. Love Don’t Cost a Thing
4. If You Had My Love
5. Waiting for Tonight
6. Get Right
7. Jenny From the Block
8. I’m Real (Remix) - com Ja Rule
9. Do It Well
10. Ain’t It Funny (Remix) - com Ja Rule & Caddillac Tah
11. Feelin’ So Good (Remix) - com Big Pun & Fat Joe

Bloc Party divulga os nomes das 12 músicas de seu quarto álbum, 'Four'

Com lançamento agendado para 20 de agosto de 2012, o quarto álbum do Bloc Party, Four, vai apresentar 12 músicas inéditas da lavra autoral do grupo britânico. O repertório foi revelado pela própria banda (que superou crise interna). Eis as músicas do sucessor de Intimacy (2008):

1. So He Begins To Lie
2. 3 X 3
3. Octopus
4. Real Talk
5. Ketting
6. Day 4
7. Coliseum
8. V.A.L.I.S.
9. Team A
10. Truth
11. The Healing
12. We're Not Good People

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Coldplay lança versão acústica de 'Princess of China' em edição digital

Atual single promocional do quinto álbum do Coldplay (Mylo Xyloto, 2011), a música Princess of China - gravada com Rihanna - ganhou versão acústica, disponibilizada oficialmente para venda no iTunes a partir desta segunda-feira, 25 de junho de 2012. A versão faz parte de EP lançado somente em edição digital. Princess of China ganhou clipe, já em rotação na internet.

Em 'Living Things', Linkin Park roça o peso (e a pegada) de tempos idos

Resenha de CD
Título: Living Things
Artista: Linkin Park
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * 1/2

Fãs do Linkin Park que esperam encontrar no quinto álbum de estúdio do grupo norte-americano um disco do alto quilate de Hybrid Theory (2000) ou um novo Meteora (2003) certamente vão se decepcionar com Living Things. A banda anunciou uma volta às origens de seu nü-metal neste disco produzido por Rick Rubin com Mike Shinoda. Em essência, tal retorno às raízes se concretiza, mas não com a força perceptível naqueles dois álbuns iniciais. De todo modo, Living Things se distancia da psicodelia conceitual de seu antecessor - o experimental A Thousand Suns (2010) - e supera com facilidade o descartável Minutes to Midnight (2007), álbum no qual o grupo diluiu seu som em soluções triviais de pop. Em Living Things, o Linkin Park roça (mas não atinge) o peso, a energia e a pegada de tempos idos - qualidades detectadas em faixas grandiosas como Lost in the Echo, destaque entre as 12 inéditas alinhadas no álbum. Victimized, a propósito, figura entre as músicas mais pesadas e virulentas da discografia da banda. Lies Greed Misery é hard rock aditivado com rap e eletrônica (mais especialmente, com batidas de dubstep) que sinaliza a intenção do grupo de voltar a seguir sua receita básica. Single incendiário, Burn It Down reitera a opção por se afastar das experimentações que descaracterizaram progressivamente o som do Linkin Park. I'll Be Gone é power balada que se conecta a outras canções mais ou menos calmas como Castle of Glass (faixa em cujos versos Shinoda expõe certa vulnerabilidade diante das perdas). In My Remains se diferencia pela percussão quase marcial. Faixa dominada pelo rap, Until It Breaks ostenta a agitação e os ruídos típicos do universo do hip hop, mas tem passagens próprias de baladas. Ponto fraco do repertório, Skin to Bone sinaliza - já na segunda metade do álbum - que, não, Living Things não tem no todo o mesmo peso dos dois primeiros álbuns do Linkin Park. Mas nem por isso deixa de redirecionar a banda para suas origens em caminho que parece o certo.

Spektor brinca com coisa séria em 'What We Saw From The Cheap Seats'

Resenha de CD
Título: What We Saw From The Cheap Seats
Artista: Regina Spektor
Gravadora: Warner Music
Cotação: * * * *

Nunca alguém suplicou para não ser abandonado com tanta leveza de espírito como Regina Spektor pede em Don't Leave Me (Ne Me Quitte Pas), faixa bilíngue (em inglês e francês) do sexto álbum de estúdio desta cantora e compositora de origem russa. Spektor brinca com coisa séria em What We Saw From The Cheap Seats, mas é esse espírito lúdico - perceptível, por exemplo, na evocação do sotaque italiano da faixa Oh Marcello - que dá graça ao disco recém-lançado no Brasil pela Warner Music. Mesmo quando reabre feridas sociais (como em Ballad of a Politician, tema em que o alvo parece ser a banda podre dos políticos), Spektor endurece sem perder a ternura musical. Valorizado pela inspirada safra autoral da artista,  What We Saw From The Cheap Seats alinha baladas formatadas com o piano tocado por Spektor, casos de Small Town Moon e Firewood. Contudo, Jessica - sedutora canção gravada com os violões de Mike Elizondo, produtor do álbum - fecha What We Saw From The Cheap Seats em clima folk. Faixa eleita para ser o primeiro single, All The Rowboats exemplifica a habilidade de Spektor para fazer um som pop e digestivo, mesmo quando remói dores de amores como em How. Mérito da produção de Elizondo, o bom acabamento pop do álbum sinaliza que Regina Spektor está apta a conquistar público maior. What We Saw From The Cheap Seats é ótimo.