Em sua 23ª edição, o Prêmio da Música Brasileira coroou a consagração obtida pelo rapper paulista Criolo ao longo de 2011. Criolo - que cantou o samba De Frente pro Crime (João Bosco e Aldir Blanc, 1974) na homenagem prestada ao cantor e compositor mineiro João Bosco no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 13 de junho de 2012 - levou para a casa os troféus de Melhor Álbum e Melhor Cantor na categoria Pop / Rock / Reggae / Hip Hop / Funk, além de ter ganhado o prêmio de Revelação (a Melhor Cantora da categoria foi Marisa Monte, representada por seu empresário Leonardo Netto). A premiação de Criolo - visto na foto com Zélia Duncan, uma das apresentadoras da cerimônia dirigida pelo empresário José Maurício Machline, idealizador do prêmio - seguiu a tendência da mídia, que transformou o artista na sensação musical de 2011 por conta do segundo álbum do rapper, Nó na Orelha. Já a escolha de Poesia Musicada como o Melhor Álbum da categoria MPB repetiu a premiação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), que elegeu o álbum de Dori Caymmi o melhor disco de 2011. Dori foi também laureado com o troféu de Melhor Cantor da categoria, prêmio concedido a Mônica Salmaso na ala feminina. Já Passo Torto - quarteto paulista formado por Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Romulo Fróes - foi premiado como o Melhor Grupo. Na categoria Samba, Fabiana Cozza levou com justiça o prêmio de Melhor Cantora enquanto Arlindo Cruz foi o Melhor Cantor e Beth Carvalho - representada por sua filha Luana Carvalho - foi contemplada com o troféu de Melhor Álbum por conta de Nosso Samba Tá na Rua, seu primeiro álbum de inéditas em 15 anos. Já a categoria Regional rendeu troféus a artistas de repercussão realmente regional - fato inédito na história do Prêmio da Música Brasileira. A categoria foi dominada pelo cantor e compositor pernambucano Herbert Lucena, vencedor dos prêmios de Melhor Álbum e Melhor Cantor por conta de seu CD Não me Peçam Jamais Que Eu Dê de Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenho pra Vender (2011). Socorro Lira e Ponto BR foram, respectivamente, a Melhor Cantora e o Melhor Grupo da categoria. Na elástica categoria Canção Popular, Alcione ganhou os troféus de Melhor Cantora e de Melhor Álbum justamente por um disco, Duas Faces - Jam Session, que a afastou momentaneamente de sua habitual trilha popular. Na ala masculina, Cauby Peixoto - aplaudido de pé pela plateia de convidados - foi eleito o Melhor Cantor por conta de CD ao vivo que celebrou em 2011 seus 80 anos de idade e 60 de carreira. Em categorias especiais, foram premiados os discos O Samba Carioca de Wilson Baptista (Projeto Especial), Lá Onde Eu Moro, de João Hermeto (Álbum de Eletrônico); Não me Peçam Jamais Que Eu Dê de Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenho pra Vender, de Herbert Lucena (Projeto Gráfico), Embolada, de Rita Rameh e Luiz Waack (Álbum Infantil); Liszt: Harmonies Du Soir, de Nelson Freire (Álbum Erudito) e Goodnight Kiss, de Delicatessem (Álbum em Língua Estrangeira). Coerente no todo, a 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira pecou somente por minimizar a importância do álbum Recanto, de Gal Costa. Afinal, Recanto foi - ao lado do álbum de Criolo - a sensação de 2011. Vacilo do corpo de jurados de um prêmio que se consolidou ao longo de seus 23 anos por celebrar a diversidade e a segmentação que pautam a boa música brasileira.
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18 comentários:
Em sua 23ª edição, o Prêmio da Música Brasileira coroou a consagração obtida pelo rapper paulista Criolo ao longo de 2011. Criolo - que cantou o samba De Frente pro Crime (João Bosco e Aldir Blanc, 1974) na homenagem prestada ao cantor e compositor mineiro João Bosco no palco do Theatro Municipal do Rio de Janeiro em 13 de junho de 2012 - levou para a casa os troféus de Melhor Álbum e Melhor Cantor na categoria Pop / Rock / Reggae / Hip Hop / Funk, além de ter ganhado o prêmio de Revelação (a Melhor Cantora da categoria foi Marisa Monte, representada por seu empresário Leonardo Netto). A premiação de Criolo - visto na foto com Zélia Duncan, uma das apresentadoras da cerimônia dirigida pelo empresário José Maurício Machline, idealizador do prêmio - seguiu a tendência da mídia, que transformou o artista na sensação musical de 2011 por conta do segundo álbum do rapper, Nó na Orelha. Já a escolha de Poesia Musicada como o Melhor Álbum da categoria MPB repetiu a premiação da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA), que elegeu o álbum de Dori Caymmi o melhor disco de 2011. Dori foi também laureado com o troféu de Melhor Cantor da categoria, prêmio concedido a Mônica Salmaso na ala feminina. Já Passo Torto - quarteto paulista formado por Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos e Romulo Fróes - foi premiado como o Melhor Grupo. Na categoria Samba, Fabiana Cozza levou com justiça o prêmio de Melhor Cantora enquanto Arlindo Cruz foi o Melhor Cantor e Beth Carvalho - representada por sua filha Luana Carvalho - foi contemplada com o troféu de Melhor Álbum por conta de Nosso Samba Tá na Rua, seu primeiro álbum de inéditas em 15 anos. Já a categoria Regional rendeu troféus a artistas de repercussão realmente regional - fato inédito na história do Prêmio da Música Brasileira. A categoria foi dominada pelo cantor e compositor pernambucano Herbert Lucena, vencedor dos prêmios de Melhor Álbum e Melhor Cantor por conta de seu CD Não me Peçam Jamais Que Eu Dê de Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenho pra Vender (2011). Socorro Lira e Ponto BR foram, respectivamente, a Melhor Cantora e o Melhor Grupo da categoria. Na elástica categoria Canção Popular, Alcione ganhou os troféus de Melhor Cantora e de Melhor Álbum justamente por um disco, Duas Faces - Jam Session, que a afastou momentaneamente de sua habitual trilha popular. Na ala masculina, Cauby Peixoto - aplaudido de pé pela plateia de convidados - foi eleito o Melhor Cantor por conta de CD ao vivo que celebrou em 2011 seus 80 anos de idade e 60 de carreira. Em categorias especiais, foram premiados os discos O Samba Carioca de Wilson Baptista (Projeto Especial), Lá Onde Eu Moro, de João Hermeto (Álbum de Eletrônico); Não me Peçam Jamais Que Eu Dê de Graça Tudo Aquilo Que Eu Tenho pra Vender, de Herbert Lucena (Projeto Gráfico), Embolada, de Rita Rameh e Luiz Waack (Álbum Infantil); Liszt: Harmonies Du Soir, de Nelson Freire (Álbum Erudito) e Goodnight Kiss, de Delicatessem (Álbum em Língua Estrangeira). Coerente no todo, a 23ª edição do Prêmio da Música Brasileira pecou somente por minimizar a importância do álbum Recanto, de Gal Costa. Afinal, Recanto foi - ao lado do álbum de Criolo - a sensação de 2011. Vacilo do corpo de jurados de um prêmio que se consolidou ao longo de seus 23 anos por celebrar a diversidade e a segmentação que pautam a bela música brasileira.
Com justiça, Mauro? Faz-me rir!
Pergunta a toda Nação Brasileira se alguém aí já ouviu falar dessa cantora? Pra mim um cópia (MUITO mal feita) da Clara Nunes.
Parabéns, Beth! Esse prêmio de melhor cantorta moralmente é seu e os NÃO amigos do Macchiline e amantes do verdadeiro samba agradecem!
Poxa não citou o Mundo Livre S/A que ganhou merecidamente...
Recanto da Gal Costa perdeu! Que bom, não merecia nem concorrer. Álbum sem graça, empurrado goela abaixo nos ouvintes mais sofisticados por muitos críticos; não merece nem ser ouvido!
"Recanto" não estar, já deixa bem claro que esse premio é estranho. Gal Costa não ganhar como melhor cantora (soa mais estranho ainda), lamentável. O pior é que está todo mundo comentando a mesma coisa, esse premio ficou estranho, parece coisa combinada.
O mundo não gira ao redor de seu umbigo, Mauro. Nem todo mundo acha Recanto a oitava maravilha do mundo!
PARECE COMBINADO?
Eu canto essa bola há anos! Quase sempre ganha os amigos do Macchiline!
Que Gal é um ótima cantora blz, não se tem que discutir, daí dizer que Recanto merece algum prêmio, putz! Só por que o álbum é diferente de tantos outros! Isso não quer dizer nada, exitem ótimos álbuns que nem entraram nessa listinha cult kitsh finesse, nem por isso... A deixa pra lá!
E eu concordo com o Luca, meu caro Mauro. Sou seu leitor diário, mas nessa eu sinto muito. Recanto é muito ruim mesmo.
Repito o que eu disse quando saiu as indicações: um prêmio que sequer indica Recanto como melhor disco, sendo este o meelhor disco de mpb de 2011 não tem a menor credibilidade.
Injustiças a parte,a grande justiça desse ano e quiçá de todos os tempos do premio,foi a consagração de Dori."Poesia Musicada" é musica e poesia pura.Esse filho de Caymmi é um dos mais completos artistas do país e do mundo:compositor,arranjador,cantor,violonista genial.Com Nana fazendo musica para agradar Gloria Perez e Danilo com um pé no brega,torna-se hoje o principal artista da familha.Mesmo exilado,Dori nunca abandonou seu pais,guarda o melhor da nossa cultura nas entranhas de sua Alma.Obrigado Dori Caymmi!
Que bom que Socorro Lira está tendo seu trabalho reconhecido. Ótima compositora e fez um bom disco trazendo novamente Zé do Norte pra roda! Parabéns Socorro!!!
Por incrível que pareça não me manifestei anteriormente para não ser apedrejado aqui (se bem que eu já me considero uma das Genis deste blog), mas também não achei nada demais o disco da Gal. Muita modernidade às vezes dá nisso. Lexotan perde.
Augusto Flávio (Juazeiro-Ba) Disse:
Acho "Recanto" um lixo e olha que pra existir um fã de Caetano mais do que eu, tô pagando pra ver. Aqueles samples que puseram na música "Recanto escuro", que é a única música bela do disco é terrível, você fica sem tesão de ouvi-la, espero que alguém regrave com o tratamento que a música merece. Mas os discos de Amelinha (Janelas do Brasil) e Célia (Outros Românticos)mereciam estarem na disputa e talvez coroados.
Verdade Maroca, os discos de Amelinha e Célia foram dos grandes de 2011!!!
Recanto eu recebi na época como arejado e interessante, mas não resistiu ao semestre...perdi o tesão em escutar.
Maroca, no seu caso é questão de gosto mesmo, porque de música, cultura popular e de pop você não entende nada.
Augusto Flávio (Juazeiro-Ba) Disse:
Gill, de música, cultura popular e de pop eu entendo até demais. Só não vou babar um disco chato pelo fato de Caetano ter idealizado com canções abaixo da média do grande compositor que ele é, e de Gal está abaixo da média da grande cantora que ela é. Acho que no seu caso é que é questão de gosto. Repito "RECANTO ESCURO" é linda só que os samples acabou com a música, vou esperar alguém trata-la melhor inclusive a própia GAL.
Abraços!!!
Noca disse tudo, é muito bom ver Dori ser premiado.
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