Resenha de livro
Título: This Is a Call - A Vida e a Música de Dave Grohl
Autor: Paul Brannigan
Editora: Leya
Cotação: * * * *
Em 1987, Dave Grohl estava efetivado no posto de baterista do grupo Scream quando dirigia - com seu amigo Jimmy Swanson - a van que levava o Scream em turnê pelos Estados Unidos. Entorpecidos pela maconha que fumavam sem parar, Ghrol e Swanson perderam a atenção e a direção, fazendo com que a van saísse fora da estrada em velocidade que roçava os 110 km / h. Como bem sabem fãs da da extinta banda Nirvana e do grupo Foo Fighters, o incidente não teve maiores consequências, mas poderia ter encerrado - antes mesmo de começar para valer - a carreira de um dos mais furiosos bateristas da história do rock. A passagem está relatada pelo jornalista Paul Brannigan numa das 548 páginas de This Is a Call - A Vida e a Música de Dave Grohl, sua biografia não autorizada do artista, lançada em 2011 nos Estados Unidos e recém-editada no Brasil pela editora Leya. Embora seja amigo de Grohl, Brannigan escreveu um livro aparentemente imparcial, valorizado pelo texto estiloso e fundamentado do autor. A primeira parte é saborosa para fãs de rock porque, ao relatar passagens da adolescência e juventude de Grohl, Brannigan acaba mapeando a cena hardcore dos Estados Unidos na era punk e pós-punk. Desfilam pelo livro bandas que, mesmo sem projeção mundial, influenciaram o garoto que despertou cedo para o mundo do rock. À medida em que depurava o toque animal de sua bateria, Grohl fez parte de algumas dessas bandas - Scream entre elas - antes de ganhar o passaporte mundial para a fama ao ser convidado para ingressar no Nirvana. Por ser jornalista especializado nessa cena hardcore, Brannigan contextualiza a pré-história musical de Grohl com conhecimento de causa, tirando qualquer eventual glamour dessa cena ao narrar o cotidiano sacrificante das bandas em busca de um lugar para tocar e/ou dormir. Na segunda parte, a biografia se debruça sobre a relação de Grohl com Kurt Cobain (1967 - 1994), marcada por tensões e sentimentos contraditórios. É a parte em que Brannigan também redimensiona o impacto de Bleach (1989) - o primeiro álbum do Nirvana - na então emergente cena grunge de Seattle (EUA), mostrando como a gravadora Sub Pop armou suas jogadas de marketing para explorar o sucesso do Nirvana e como a Geffen reagiu mal ao ouvir a primeira crua versão do que seria o álbum In Utero (1993), sucessor do arrasa-quarteirão Nevermind (1991), pedra fundamental do grunge que jogou Cobain e Grohl no olho do furacão. Com o suicídio de Cobain, quase previsível por conta do estado mental do artista, o autor mostra - sempre de forma objetiva, sem pieguismo - como Grohl perdeu momentaneamente seu chão e afundou, sem motivação para continuar sua carreira, até se reerguer com a criação do Foo Fighters, grupo que tem sua caminhada repisada no livro até o lançamento do álbum Wasting Light (2011). Enfim, mesmo sem alterar a visão do que já se sabia (superficialmente) acerca de Grohl, Brannigan apresenta relato confiável, interessante e embasado sobre altos e baixos da vida desse cultuado baterista que sobreviveu ao suicídio de Cobain com seu amor pelo rock.
Em 1987, Dave Grohl estava efetivado no posto de baterista do grupo Scream quando dirigia - com seu amigo Jimmy Swanson - a van que levava o Scream em turnê pelos Estados Unidos. Entorpecidos pela maconha que fumavam sem parar, Ghrol e Swanson perderam a atenção e a direção, fazendo com que a van saísse fora da estrada em velocidade que roçava os 110 km / h. Como bem sabem fãs da da extinta banda Nirvana e do grupo Foo Fighters, o incidente não teve maiores consequências, mas poderia ter encerrado - antes mesmo de começar para valer - a carreira de um dos mais furiosos bateristas da história do rock. A passagem está relatada pelo jornalista Paul Brannigan numa das 548 páginas de This Is a Call - A Vida e a Música de Dave Grohl, sua biografia não autorizada do artista, lançada em 2011 nos Estados Unidos e recém-editada no Brasil pela editora Leya. Embora seja amigo de Grohl, Brannigan escreveu um livro aparentemente imparcial, valorizado pelo texto estiloso e fundamentado do autor. A primeira parte é saborosa para fãs de rock porque, ao relatar passagens da adolescência e juventude de Grohl, Brannigan acaba mapeando a cena hardcore dos Estados Unidos na era punk e pós-punk. Desfilam pelo livro bandas que, mesmo sem projeção mundial, influenciaram o garoto que despertou cedo para o mundo do rock. À medida em que depurava o toque animal de sua bateria, Grohl fez parte de algumas dessas bandas - Scream entre elas - antes de ganhar o passaporte mundial para a fama ao ser convidado para ingressar no Nirvana. Por ser jornalista especializado nessa cena hardcore, Brannigan contextualiza a pré-história musical de Grohl com conhecimento de causa, tirando qualquer eventual glamour dessa cena ao narrar o cotidiano sacrificante das bandas em busca de um lugar para tocar e/ou dormir. Na segunda parte, a biografia se debruça sobre a relação de Grohl com Kurt Cobain (1967 - 1994), marcada por tensões e sentimentos contraditórios. É a parte em que Brannigan também redimensiona o impacto de Bleach (1989) - o primeiro álbum do Nirvana - na então emergente cena grunge de Seattle (EUA), mostrando como a gravadora Sub Pop armou suas jogadas de marketing para explorar o sucesso do Nirvana. Com o suicídio de Cobain, o autor mostra - sempre de forma objetiva, sem pieguismo - como Grohl perdeu momentaneamente seu chão e afundou, sem motivação para continuar sua carreira, até se reerguer com a criação do Foo Fighters, grupo que tem sua caminhada repisada no livro até o lançamento do álbum Wasting Light (2011). Enfim, mesmo sem alterar a visão do que já se sabia (superficialmente) acerca de Grohl, Brannigan apresenta relato confiável, interessante e embasado sobre altos e baixos da vida desse cultuado baterista que sobreviveu ao suicídio de Cobain com seu amor pelo rock.
ResponderExcluirFoo Fighters é massa! e o Dave Grohl um ótimo vocalista.
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