Título: Violeta Foi Para o Céu (Argentina, Chile e Brasil, 2011)
Direção: Andrés Wood
Roteiro: Eliseo Altunaga
Cotação: * * * *
Em cartaz em junho e julho de 2012 nos cinemas do Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)
Consta que alguns familiares de Violeta Parra (1917 - 1967) ficaram descontentes com o filme Violeta Foi Para o Céu, longa-metragem em que o cineasta chileno Andrés Wood expõe na tela - com estilo e certo lirismo - a música e a alma complexa de uma das mais emblemáticas cantoras e compositoras de seu país. Com sua música de inspiração folclórica e natureza tão poética quanto combativa, Parra atravessou as fronteiras do Chile e conquistou parte do mundo - ainda que no Brasil, a rigor, a artista seja conhecida somente por conta de gravações de suas duas músicas mais famosas, Gracias a La Vida e Volver a Los 17, propagadas em vozes como as de Elis Regina (1945 - 1982), Mercedes Sosa (1935 - 2009) e Zizi Possi. Também artista plástica, Parra é interpretada de forma excepcional no filme por Francisca Gavilán, convincente até quando canta os temas da compositora, autora de joias como En los Jardines Humanos e El Gavilán. Pouco linear, a narrativa vai e volta no tempo para mostrar as conquistas e as turbulências emocionais de uma mulher movida a paixão pela sua música e pelos homens de sua vida. A baixa autoestima no campo afetivo - fator que expandiria a melancolia e a desilusão que levaram Parra ao suicídio, aos 50 anos - é retratada sem ranços sentimentais ou folhetinescos no roteiro urdido por Eliseo Altunaga com base em biografia assinada por filho da artista, Ángel Parra. Por não se prender à cronologia dos fatos, o roteiro de Violeta Foi Para o Céu é costurado por entrevista concedida por Parra a uma emissora de TV. Só que Woods não se deixa aprisionar por esse recurso já óbvio e apresenta um filme embebido em poesia e atrelado a uma visão um tanto subjetiva da personagem. Contudo, essa visão pessoal não faz o diretor perder o foco da personalidade valente da artista. Sem glorificar ou vitimizar Parra, o filme expõe em narrativa por vezes lírica as contradições e a luta da compositora para se impor no mundo. Violeta Foi Para o Céu é filme tão intenso e apaixonado quanto a alma e a música de Violeta Parra. O que explica os descontentamentos...
5 comentários:
Consta que alguns familiares de Violeta Parra (1917 - 1967) ficaram descontentes com o filme Violeta Foi Para o Céu, longa-metragem em que o cineasta chileno Andrés Wood expõe na tela - com estilo e certo lirismo - a música e a alma complexa de uma das mais emblemáticas cantoras e compositoras de seu país. Com sua música de inspiração folclórica e natureza tão poética quanto combativa, Parra atravessou as fronteiras do Chile e conquistou parte do mundo - ainda que no Brasil, a rigor, a artista seja conhecida somente por conta de gravações de suas duas músicas mais famosas, Gracias a La Vida e Volver a Los 17, propagadas em vozes como as de Elis Regina (1945 - 1982), Mercedes Sosa (1935 - 2009) e Zizi Possi. Também artista plástica, Parra é interpretada de forma excepcional no filme por Francisca Gavilán, convincente até quando canta os temas da compositora, autora de joias como En los Jardines Humanos e El Gavilán. Pouco linear, a narrativa vai e volta no tempo para mostrar as conquistas e as turbulências emocionais de uma mulher movida a paixão pela sua música e pelos homens de sua vida. A baixa autoestima no campo afetivo - fator que expandiria a melancolia e a desilusão que levaram Parra ao suicídio, aos 50 anos - é retratada sem ranços sentimentais ou folhetinescos no roteiro urdido por Eliseo Altunaga com base em biografia assinada por filho da artista, Ángel Parra. Por não se prender à cronologia dos fatos, o roteiro de Violeta Foi Para o Céu é costurado por entrevista concedida por Parra a uma emissora de TV. Só que Woods não se deixa aprisionar por esse recurso já óbvio e apresenta um filme embebido em poesia e atrelado a uma visão um tanto subjetiva da personagem. Contudo, essa visão pessoal não faz o diretor perder o foco da personalidade valente da artista. Sem glorificar ou vitimizar Parra, o filme expõe em narrativa por vezes lírica as contradições e a luta da compositora para se impor no mundo. Violeta Foi Para o Céu é filme tão intenso e apaixonado quanto a alma e a música de Violeta Parra. O que explica os descontentamentos...
Filme magnífico! Pena que grande parte dos brasileiros a desconhecem. Alguns até sabem de suas músicas, mas acham que são da Mercedes Sosa. E eu como ando na frente, quando fui ao Chile, tratei logo de comprar o meu. Recomendo.
Essas duas músicas citadas no texto são boas, mas ela tem outras tão boas assim? ou ficou só nesses sucessos?
Acho legal demais você fazer resenhas sobre filmes que tem a ver com música. Muito obrigado. Abraços.
lindo esse filme
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