Título: O Mágico de Oz
Encenação: Charles Möeller & Claudio Botelho
Texto: Lyman Frank Baum
Música: Harold Arlen Letra: Edgar Ypsel Harburg
Elenco: Malu Rodrigues (Dorothy), Maria Clara Gueiros, Lúcio Mauro Filho, Pierre Baitelli,
Nicola Lama e Luiz Carlos Miele, entre outros
Foto: Divulgação / Guga Melgar
Cotação: * * * *
Em cartaz no Teatro João Caetano, no Rio de Janeiro (RJ), de sexta-feira a domingo.
Até 7 de outubro de 2012. Ingressos entre R$ 50 e R$ 110.
Diz a lenda que em 22 de junho de 1969, data da morte da atriz e cantora norte-americana Judy Garland (1922 - 1969), um tornado agitou o Estado do Kansas (EUA), terra natal de Dorothy Gale, a menina do filme O Mágico de Oz, personificada por Garland em atuação que encantou o mundo. Passaporte da menina para o mágico mundo de Oz, o tornado é encenado com primor na montagem brasileira do musical, recém-estreada no Rio de Janeiro (RJ) com a assinatura-grife da dupla Charles Möeller & Claudio Botelho. Repleta de efeitos especiais, a criação do tornado exemplifica o acabamento luxuoso da produção de R$ 9 milhões que chega à cena nacional com Malu Rodrigues no papel de Dorothy. O musical de Möeller & Botelho não parte do filme que celebrizou a canção Over The Rainbow (Harold Arlen e Edgar Ypsel Harburg), mas do livro do escritor norte-americano Lyman Frank Baum (1856 - 1919), O Maravilhoso Mágico de Oz, publicado em 1900. Contudo, é o tempero brasileiro que - aliado à produção hi-tech e ao colorido da produção - preserva a magia de Oz na encenação da dupla carioca. Seja na citação do choro Brasileirinho (Waldir Azevedo, 1947) em um dos 20 números musicais, seja nos cacos e inflexões de Maria Clara Gueiros, intérprete da Bruxa Má do Oeste. Com seu habitual fraseado cômico, Gueiros extrai humor de cada fala de sua personagem. Em sintonia similar, Lúcio Mauro Filho explora bem a comicidade do texto na pele do Leão Covarde, sobretudo nas falas em que fica implícita a homossexualidade do medroso Rei das Selvas. O Leão gay acompanha Dorothy nos caminhos tortuosos que a levam ao reino de Oz, formando um quarteto fantástico com o Homem de Lata (Nicola Lama, dono de precisas expressões facial e corporal) e com o Espantalho (Pierre Baitelli, um excelente jovem ator, revelado em musical anterior de Möeller & Botelho). A participação de Luiz Carlos Miele - nos papéis do Professor Marvel e do Mágico de Oz - é quase episódica, mas surte efeito mais pela simples presença em cena dessa figura lendária do showbiz nativo do que pelos dotes dramáticos e /ou vocais do artista. No quesito voz, Malu Rodrigues se impõe em cena desde seu primeiro número musical, Over the Rainbow, a emblemática canção que bastaria por si só para eternizar os nomes dos compositores Harold Arlen (1905 - 1986) e Edgar Ypsel Harburg (1896 - 1981) na história dos musicais norte-americanos. Harburg é o autor das letras vertidas para o português com precisão e fluência por Claudio Botelho. Musicalmente, a trilha sonora de O Mágico de Oz reúne temas que realçam o espírito lúdico da história infantil - casos de Follow the Yellow Brick Road (Segue o Tijolo Amarelo, na versão de Botelho) e de We're Off to See the Wizard (Agora É Pé na Estrada) - ao mesmo tempo em que evocam climas do jazz dos anos 30 (The Jitterbug / O Besourão) e dos vaudevilles (The Merry Old Land of Oz / Esse Mundo Feliz de Oz) que tanto marcaram os shows da primeira fase da carreira de Judy Garland, a eterna Dorothy no imaginário mundial. O belo acabamento dos cenários e figurinos dá colorido adicional à encenação deste musical que preserva atributos capazes de seduzir crianças e adultos de todas as idades. A magia do maravilhoso mundo de Oz é renovada nessa montagem que reitera a (alta) qualidade das encenações de Charles Möeller & Claudio Botelho.
4 comentários:
Diz a lenda que em 22 de junho de 1969, data da morte da atriz e cantora norte-americana Judy Garland (1922 - 1969), um tornado agitou o Estado do Kansas (EUA), terra natal de Dorothy Gale, a menina do filme O Mágico de Oz, personificada por Garland em atuação que encantou o mundo. Passaporte da menina para o mágico mundo de Oz, o tornado é encenado com primor na montagem brasileira do musical, recém-estreada no Rio de Janeiro (RJ) com a assinatura-grife da dupla Charles Möeller & Claudio Botelho. Repleta de efeitos especiais, a cena do tornado exemplifica o acabamento luxuoso da produção de R$ 9 milhões que chega à cena nacional com Malu Rodrigues no papel de Dorothy. O musical de Möeller & Botelho não parte do filme que celebrizou a canção Over The Rainbow (Harold Arlen e Edgar Ypsel Harburg), mas do livro do escritor norte-americano Lyman Frank Baum (1856 - 1919), O Maravilhoso Mágico de Oz, publicado em 1900. Contudo, é o tempero brasileiro que - aliado à produção hi-tech e ao colorido da produção - preserva a magia de Oz na encenação da dupla carioca. Seja na citação do choro Brasileirinho (Waldir Azevedo, 1947) em um dos 20 números musicais, seja nos cacos e inflexões de Maria Clara Gueiros, intérprete da Bruxa Má do Oeste. Com seu habitual fraseado cômico, Gueiros extrai humor de cada fala de sua personagem. Em sintonia similar, Lúcio Mauro Filho explora bem a comicidade do texto na pele do Leão Covarde, sobretudo nas falas em que fica implícita a homossexualidade do medroso Rei das Selvas. O Leão gay acompanha Dorothy nos caminhos tortuosos que a levam ao reino de Oz, formando um quarteto fantástico com o Homem de Lata (Nicola Lama, com precisas expressões facial e corporal) e com o Espantalho (Pierre Baitelli, excelente jovem ator, revelado em musical anterior de Möeller & Botelho). A participação de Luiz Carlos Miele - nos papéis do Professor Marvel e do Mágico de Oz - é quase episódica, mas surte efeito mais pela simples presença em cena dessa figura lendária do showbiz nativo do que pelos dotes dramáticos e /ou vocais do artista. No quesito voz, Malu Rodrigues se impõe em cena desde seu primeiro número musical, Over the Rainbow, a emblemática canção que bastaria por si só para eternizar os nomes dos compositores Harold Arlen (1905 - 1986) e Edgar Ypsel Harburg (1896 - 1981) na história dos musicais norte-americanos. Harburg é o autor das letras vertidas para o português com precisão e fluência por Claudio Botelho. Musicalmente, a trilha sonora de O Mágico de Oz reúne temas que realçam o espírito lúdico da história infantil - casos de Follow the Yellow Brick Road (Segue o Tijolo Amarelo, na versão de Botelho) e de We're Off to See the Wizard (Agora É Pé na Estrada) - ao mesmo tempo em que evocam climas do jazz dos anos 30 (The Jitterbug / O Besourão) e dos vaudevilles (The Merry Old Land of Oz / Esse Mundo Feliz de Oz) que tanto marcaram os shows da primeira fase da carreira de Judy Garland, a eterna Dorothy no imaginário mundial. O belo acabamento dos cenários e figurinos dá colorido adicional à encenação deste musical que preserva atributos capazes de seduzir crianças e adultos de todas as idades. A magia do maravilhoso mundo de Oz é renovada nessa montagem que reitera a alta qualidade das encenações de Charles Möeller & Claudio Botelho.
Mauro se derrete em todos os musicais de Moeler e Botelho, não confio.
Com certeza, musical é um es-pe-tá-cu-lo! A resenha foi até contida! E de fato, há alguém que se "derrete" mesmo, só que no palco! Vale hiper a pena!
Tudo muito lindo, mas o letrista se chama Edgar Yip Harburg, e não Ypsel.
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