Mauro Ferreira no G1

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domingo, 17 de junho de 2012

'Priscilla' diverte em cena com hits da 'disco music' e estereótipos gays

Resenha de musical
Título: Priscilla - Rainha do Deserto - O Musical
Encenação: Simon Phillips
Texto: Stephan Elliott e Alan Scott
Elenco: Luciano Andrey, Ruben Gabira e André Torquato, entre outros
Cotação: * * * 1/2
Musical em cartaz no Teatro Bradesco, em São Paulo (SP), de sexta-feira a domingo

Estreado em 2006 em Sidney, na Austrália, o musical Priscilla - Rainha do Deserto está em cartaz em São Paulo (SP) com versão fiel à original, encenada na Broadway em 2011 e já transposta para o Brasil. Baseado no filme Priscilla, a Rainha do Deserto (1994), o musical dirigido por Simon Phillips diverte - sem chegar a encantar - ao diluir em cena os conflitos do road movie para extrair humor da exploração de esterótipos gays e de clássicos da disco music e do repertório de Madonna, motes da irresistível trilha sonora. São esses elementos que - aliados a uma produção de caráter industrial - sustentam a diversão de Priscilla. A história em si - a viagem de duas drag queens e um transexual de Sidney até uma cidade turística do deserto australiano para fazer um show - é quase um pretexto para a exposição de piadas sobre o universo gay. Priscilla - Rainha do Deserto é um musical pink, assumidamente pintoso, e extrai o riso da plateia a partir da exacerbação dessa pinta. De quebra, questões mais sérias sobre a vivência homossexual são apresentadas em cena sem trair a leveza do musical. Competente, o trio protagonista - Luciano Andrey (Tick / Mitzi), Ruben Gabira (Bernadette) e André Torquato (Adam / Felícia) - defende bem suas personagens e, embora os atores cantem bem, os números musicais ganham mais vivacidade quando as divas (Simone Gutierrrez, Priscila Borges e Lívia Graciano) entram em cena. Felizmente, músicas como I Will Survive, Hot Stuff, Girls Just Wanna Have Fun e McArthur Park são cantadas no original em inglês. As poucas que ganham versões em português - a cargo de Flávio Marinho - perdem parte de seu encanto, caso de I Say a Little Prayer. Mais divertido do que comovente, o musical ganha pico de emoção quando Mitzi encontra seu filho e o põe para dormir ao som de Always on my Mind. Mas o tom de Priscilla é outro. Com muita cor e brilho (sobretudo nos figurinos e no ônibus de oito toneladas que possui cerca de 30 mil pontos de LED), Priscilla - Rainha do Deserto desintegra conflitos emocionais em nome da alegria. Essa é a razão do grande sucesso que o musical tem feito nos palcos da Austrália, dos Estados Unidos e do Brasil.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luca disse...

qual o problema de ser alegre, é melhor ser alegre que ser triste, já dizia o poeta