Título: Banga
Artista: Patti Smith
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * * * 1/2
Banga, 11º álbum de estúdio de Patti Smith, se impõe de imediato como um dos melhores títulos da já naturalmente seleta discografia da cantora e compositora norte-americana. Envolto em referências poéticas e literárias, o disco reitera a força e a beleza do som da artista, capaz de conciliar lirismo com virulência punk sem perda da unidade e da coerência. Se a faixa-título Banga (Patti Smith), gravada com a participação do ator e músico Johnny Depp na bateria e na guitarra, reanima o espírito punk que moveu o emblemático primeiro álbum de Smith (Horses, 1975), baladas como April Fool, This Is The Girl e Maria destacam a inspiração melódica de Tony Shanaban, o parceiro mais constante de Smith na composição do cancioneiro de Banga. Canção que tangencia o formato pop, April Fool (Patti Smith e Tony Shanaban) ostenta a guitarra de Tom Verlaine - assim como Nine (Patti Smith), tema de sonoridade mais crua. Embebida em fina melancolia, This Is The Girl (Patti Smith, Tony Shanaban e Stewart Lernan) é linda balada originada de poema escrito por Smith em Madrid sob o impacto da notícia da morte de Amy Winehouse (1983 - 2011). Sem pieguismo, mas com a sensibilidade aguçada pela percepção da imensa perda, Smith presta memorável tributo a Amy. De natureza similar, a também bonita canção Maria (Patti Smith e Tony Shanaban) é homenagem póstuma de Smith à atriz francesa Maria Schneider (1952 - 2011). A letra - conta Smith no texto do encarte em que detalha a gênese do disco, iniciada em março de 2008 - foi escrita sob a tristeza pela morte de Schneider. De crueza que evoca o universo do punk rock habitado por Smith desde os anos 70, Fuji-San (Patti Smith e Lenny Kaye) tributa as vítimas do terremoto que devastou o Japão em março de 2011. Repleto de referências e homenagens, Banga transita no tempo da delicadeza em faixas como Seneca (Patti Smith e Lenny Kaye), acalanto composto por Smith para seu afilhado Seneca Sebring. Conduzida pelo piano de Jesse Smith, comovente abordagem de After The Gold Rush (Neil Young) - música que deu título ao álbum lançado em 1970 pelo cantor e compositor canadense Neil Young - beira o sublime ao fechar Banga com seu coro de crianças que lamentam a devastação da Mãe Natureza. Paira ao fim do disco a certeza de que, com Banga, Patti Smith roça a força e a inspiração de Horses.
7 comentários:
Banga, 11º álbum de estúdio de Patti Smith, se impõe de imediato como um dos melhores títulos da já naturalmente seleta discografia da cantora e compositora norte-americana. Envolto em referências poéticas e literárias, o disco reitera a força e a beleza do som da artista, capaz de conciliar lirismo com virulência punk sem perda da unidade e da coerência. Se a faixa-título Banga (Patti Smith), gravada com a participação do ator e músico Johnny Deep na bateria e na guitarra, reanima o espírito punk que moveu o emblemático primeiro álbum de Smith (Horses, 1975), baladas como April Fool, This Is The Girl e Maria destacam a inspiração melódica de Tony Shanaban, o parceiro mais constante de Smith na composição do cancioneiro de Banga. Canção que roça o formato pop, April Fool (Patti Smith e Tony Shanaban) ostenta a guitarra de Tom Verlaine - assim como Nine (Patti Smith), tema de sonoridade mais crua. Embebida em fina melancolia, This Is The Girl (Patti Smith, Tony Shanaban e Stewart Lernan) é linda balada originada de poema escrito por Smith em Madrid sob o impacto da notícia da morte de Amy Winehouse (1983 - 2011). Sem pieguismo, mas com a sensibilidade aguçada pela percepção da imensa perda, Smith presta memorável tributo a Amy. De natureza similar, a também bonita canção Maria (Patti Smith e Tony Shanaban) é homenagem póstuma de Smith à atriz francesa Maria Schneider (1952 - 2011). A letra - conta Smith no texto do encarte em que detalha a gênese do disco, iniciada em março de 2008 - foi escrita sob a tristeza pela morte de Schneider. De crueza que evoca o universo do punk rock habitado por Smith desde os anos 70, Fuji-San (Patti Smith e Lenny Kaye) tributa as vítimas do terremoto que devastou o Japão em março de 2011. Repleto de referências e homenagens, Banga transita no tempo da delicadeza em faixas como Seneca (Patti Smith e Lenny Kaye), acalanto composto por Smith para seu afilhado Seneca Sebring. Conduzida pelo piano de Jesse Smith, comovente abordagem de After The Gold Rush (Neil Young) - música que deu título ao álbum lançado em 1979 pelo cantor e compositor canadense Neil Young - beira o sublime ao fechar Banga com seu coro de crianças que lamentam a devastação da Mãe Natureza. Paira ao fim do disco a certeza de que, com Banga, Patti Smith roça a força e a inspiração de Horses.
Finalmente um bom lançamento internacional, Patti Smith é maravilhosa. No melhor estilo meio darkness punk iniciado por Nico. Enquanto a cena punk foi perdendo a força ela sobreviveu. Belíssima homenagem à grande Maria Schneider que, apesar de ter ficado marginalizada no cinema após O último tango em Paris, permanece no imaginário de gerações.
Caro Mauro, o nome do ator que participa do disco é Johnny DEPP, não DEEP.
Sobre Patti: sabe aquela coisa que muitos dizem, de que rock não é tanto habilidade musical, e sim, atitude? Pois bem. Essa daí transborda. Tem atitude para dar e vender. Pena que o pessoal não anda querendo.
Felipe dos Santos Souza
Grato por mais esse toque, Felipe. Seja sempre bem-vindo! Abs, MauroF
Para mim a Patti Smith estava no limbo. Porém, ultimamente comecei a vê-la e ouví-la. Nos DVD's dos 25 anos do rock'n'roll hall of fame e na excelente cover que ela fez para "Until the end of the world", do U2.
salve mauro, after the gold rush é de 70. e sim, a versão tá sublime.
Grato, Fernando, por me alertar pelo erro (no caso, de digitação). abs, obrigado, MauroF
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