Resenha de álbum
Título: Tatá Aeroplano
Artista: Tatá Aeroplano
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * *
♪ Lenda viva da cena indie de São Paulo (SP), Tatá Aeroplano é reverenciado pela antenada geração de cantores e compositores da cidade natal - a turma que vem crescendo e aparecendo no universo pop brasileiro nos últimos anos. Por isso mesmo, o lançamento do primeiro álbum solo deste cantor, compositor, DJ e agitador cultural da cena de Sampa, Tatá Aeroplano, parece chegar no momento certo para dar ao artista o devido valor pelo fortalecimento da cena que Tatá ajudou a pavimentar. Após três álbuns gravados com a banda Cérebro Eletrônico (Onda híbrida ressonante, Pareço moderno e Deus e o diabo no liquidificador, de 2004, 2008 e 2010) e outros dois com o grupo Jumbo Elektro (Freak to meet you e Terrorist!?, de 2004 e 2009), Aeroplano alça voo solo com disco que seduz de imediato pelo discurso direto das letras que versam sobre ilusões e amores perdidos. As guitarras de Junior Boca - produtor do álbum ao lado do baixista e tecladista Dustan Gallas - dão tom roqueiro a um álbum impregnado de certa psicodelia, de muita melancolia e da alma concreta de Sampa. De todo modo, a arquitetura pop de músicas como Perigas correr (Tatá Aeroplano) e da confessional Um tempo para nós dois (Tatá Aeroplano) impedem que Tatá Aeroplano, o disco, soe musicalmente hermético além da conta. "Tenho medo de te dizer... 'Eu te amo' / ... / Eu tenho desejos / Eu também fraquejo / Ás vezes não presto", admite o cantor em versos de Um tempo para nós dois, faixa cujos teclados mellotron e roland rs-09 pilotados por Gallas evocam na introdução o som dos órgãos típicos da Jovem Guarda. Sim, Tatá gravita em torno de particularíssimo universo brega-chique. Neste disco solo gravado às próprias custas em dezembro de 2011, o artista desfia a doída lira paulistana sobre amores medrosos, acabados, desajustados. Com mais de dez minutos, Par de tapas que doeu em mim narra em tom cinematográfico - sem papas na língua e também sem inspiração melódica - briga de amantes na Rua Augusta, ponto de (des)encontro na noite de Sampa. "Eu acredito na existência do amor / Da dor", cantam Tatá e Leo Cavalcanti em Tudo parado na city. Cavalcanti, aliás, é parceiro e convidado de Tatá em Sartriana, tema que perfila paulistana junkie, cuja vida se reduz a "orgia embalada em pó". Nesse clima down, Uma janela aberta - parceria de Tatá com arrudA - expõe na voz de Bárbara Eugenia, convidada da faixa, a escuridão que pontua este disco noturno, às vezes soturno. Em Te desejo mas te refuto (Tatá Aeroplano), Tatá narra os pensamentos de uma noite em claro em discurso que encontra eco nos versos da roqueira Machismo às avessas. As reflexões sobre a solidão e sobre o amor que não deu certo são embaladas com dose exata de melancolia pelos produtores Dustan Gallas e Junior Boca. Por mais que as melodias de Aeroplano nem sempre sejam afiadas como as letras diretas, desequilíbrio evidente em Night purpurina (Tatá Aeroplan), o disco cativa pela atmosfera coesa que envolve as dez músicas. Esse repertório autoral dá a Tatá Aeroplano um conceito - arrematado, no fim, por Cão sem dono (Tatá Aeroplano), bonito tema que traça perfil desolador do narrador, perdedor perdido num caos existencial que traduz a atmosfera da lira paulistana oculta nos cartões postais de Sampa. Alguma coisa acontece no coração de Tatá Aeroplano.
Lenda viva da cena indie de São Paulo (SP), Tatá Aeroplano é reverenciado pela antenada geração de cantores e compositores de sua cidade - a turma que vem crescendo e aparecendo no universo pop brasileiro nos últimos anos. Por isso mesmo, o lançamento do primeiro disco solo deste cantor, compositor, DJ e agitador cultural da cena de Sampa, Tatá Aeroplano, parece chegar no momento certo para dar ao artista o devido valor pelo fortalecimento da cena que Tatá ajudou a pavimentar. Após três álbuns gravados com a banda Cérebro Eletrônico (Onda Híbrida Ressonante, Pareço Moderno e Deus e o Diabo no Liquidificador, de 2004, 2008 e 2010) e outros dois com o grupo Jumbo Elektro (Freak to Meet You e Terrorist!?, de 2004 e 2009), Aeroplano alça voo solo com disco que seduz de imediato pelo discurso direto das letras que versam sobre ilusões e amores perdidos. As guitarras de Junior Boca - produtor do CD ao lado do baixista e tecladista Dustan Gallas - dão tom roqueiro a um álbum impregnado de certa psicodelia, de muita melancolia e da alma concreta de Sampa. De todo modo, a arquitetura pop de músicas como Perigas Correr (Tatá Aeroplano) e da confessional Um Tempo Para Nós Dois (Tatá Aeroplano) impedem que Tatá Aeroplano, o CD, soe musicalmente hermético além da conta. "Tenho medo de te dizer... 'Eu te amo' / ... / Eu tenho desejos / Eu também fraquejo / Ás vezes não presto", admite o cantor em versos de Um Tempo Para Nós Dois, faixa cujos teclados mellotron e roland rs-09 pilotados por Gallas evocam na introdução o som dos órgãos típicos da Jovem Guarda. Sim, Tatá gravita em torno de particularíssimo universo brega-chique. Neste disco solo gravado às próprias custas em dezembro de 2011, o artista desfia sua doída lira paulistana sobre amores medrosos, acabados, desajustados. Com mais de dez minutos, Par de Tapas Que Doeu em Mim narra em tom cinematográfico - sem papas na língua e também sem inspiração melódica - briga de amantes na Rua Augusta, ponto de (des)encontro na noite de Sampa. "Eu acredito na existência do amor / Da dor", cantam Tatá e Leo Cavalcanti em Tudo Parado na City. Cavalcanti, aliás, é parceiro e convidado de Tatá em Sartriana, tema que perfila paulistana junkie, cuja vida se reduz a "orgia embalada em pó". Nesse clima down, Uma Janela Aberta - parceria de Tatá com arrudA - expõe na voz de Barbara Eugênia, convidada da faixa, a escuridão que pontua este disco noturno, às vezes soturno. Em Te Desejo Mas Te Refuto (Tatá Aeroplano), Tatá narra os pensamentos de uma noite em claro em discurso que encontra eco nos versos da roqueira Machismo às Avessas. As reflexões sobre a solidão e sobre o amor que não deu certo são embaladas com dose exata de melancolia pelos produtores Dustan Gallas e Junior Boca. Por mais que as melodias de Aeroplano nem sempre sejam afiadas como as letras diretas, desequilíbrio evidente em Night Purpurina (Tatá Aeroplan), o disco cativa pela atmosfera coesa que envolve as dez músicas. Esse repertório autoral dá a Tatá Aeroplano um conceito - arrematado, no fim, por Cão Sem Dono (Tatá Aeroplano), bonito tema que traça perfil desolador do narrador, perdedor perdido num caos existencial que traduz a atmosfera da lira paulistana oculta nos cartões postais de Sampa. Alguma coisa acontece no coração de Tatá.
ResponderExcluirMistura perfeita de Odair José com Sérgio Sampaio, esse disco não sai dos meus ouvidos
ResponderExcluirEle realizou esse disco apenas com doações feitas pelos fãs através do site de financiamento coletivo (crowfunding), o Embolacha.
ResponderExcluirhttp://www.embolacha.com.br/projeto/184-cao-sem-dono-primeiro-disco-solo-de-tata-aeroplano
Inicialmente o disco se chamaria "Cão Sem Dono".
Mauro tá muito indie de uns tempos pra cá...
ResponderExcluiradorei. baixei gratuitamente pelo site e quero show e cd físico.
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