Mauro Ferreira no G1

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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Com ênfase nas guitarras, 'Four' acentua declínio da obra do Bloc Party

Resenha de CD
Título: Four
Artista: Bloc Party 
Gravadora: Frenchkiss
Cotação: * *

Um ouvinte que desconheça a origem do Bloc Party e que inicie a audição do quarto álbum do grupo inglês por Kettling, quinta das 14 faixas de Four, certamente vai supor que a banda de Kele Okereke transita pelo universo do rock pesado por conta do alto volume das guitarras na música. Lançado no Reino Unido nesta segunda-feira, 20 de agosto de 2012, Fouacentua o declínio que vem sendo observado progressivamente na discografia do quarteto britânico. Em 2005, o Bloc Party era a melhor banda de todos os tempos da última semana por conta de seu vibrante álbum de estreia, Silent Alarm, pontuado por rock de atmosfera dançante. Sete anos e três álbuns depois, o Bloc Party já parece sem rumo. Com ênfase nas guitarras de Russell Lissack, perceptível já em faixas iniciais como So He Begins To Lie e 3X3Fouresulta confuso, sem vida. Sem a dose de eletrônica adicionada ao som do grupo no já estranho álbum anterior do Bloc Party, Intimacy (2008), Fou peca sobretudo pela fraqueza do repertório inédito. Músicas como Day Four e Real Talk são ruins. Muito ruins. Diante de safra tão anêmica, o produtor Alex Newport fez o que estava ao seu alcance para salvar o disco e a pátria. Mas faixas como V.A.L.I.S. sinalizam que o Bloc Party talvez não resista à próxima crise interna. É fato que já no segundo álbum, A Weekend In The City (2007), gravado com o vocalista Kele Okereke já fora do armário, o Bloc Party não conseguiu reeditar o impacto de Silent Alarm. Só que nada faria supor a apatia que permeia as faixas do decepcionante Four.

Um comentário:

Mauro Ferreira disse...

Um ouvinte que desconheça a origem do Bloc Party e que inicie a audição do quarto álbum do grupo inglês por Kettling, quinta das 14 faixas de Four, certamente vai supor que a banda de Kele Okereke transita pelo universo do rock pesado por conta do alto volume das guitarras na música. Lançado no Reino Unido nesta segunda-feira, 20 de agosto de 2012, Four acentua o declínio que vem sendo observado progressivamente na discografia do quarteto britânico. Em 2005, o Bloc Party era a melhor banda de todos os tempos da última semana por conta de seu vibrante álbum de estreia, Silent Alarm, pontuado por rock de atmosfera dançante. Sete anos e três álbuns depois, o Bloc Party já parece sem rumo. Com ênfase nas guitarras de Russell Lissack, perceptível já em faixas iniciais como So He Begins To Lie e 3X3, Four resulta confuso, sem vida. Sem a dose de eletrônica adicionada ao som do grupo no já estranho álbum anterior do Bloc Party, Intimacy (2008), Four peca sobretudo pela fraqueza do repertório inédito. Músicas como Day Four e Real Talk são ruins. Muito ruins. Diante de safra tão anêmica, o produtor Alex Newport fez o que estava ao seu alcance para salvar o disco e a pátria. Mas faixas como V.A.L.I.S. sinalizam que o Bloc Party talvez não resista à próxima crise interna. É fato que já no segundo álbum, A Weekend In The City (2007), gravado com o vocalista Kele Okereke já fora do armário, o Bloc Party não conseguiu reeditar o impacto de Silent Alarm. Só que nada faria supor a apatia que permeia as faixas do decepcionante Four.