Título: MPB-4 em Recital
Artista: MPB-4 (em foto de Mauro Ferreira)
Local: Espaço Furnas Cultural (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 11 de agosto de 2012
Cotação: * * *
"Estamos sem o Magro". As primeiras palavras dirigidas em cena por Aquiles ao público que lotou o teatro do Espaço Furnas Cultural, no Rio de Janeiro (RJ), resumiram a situação que o MPB-4 vai ter que enfrentar nos palcos e nos estúdios daqui por diante. Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro, maestro fundamental na arquitetura dos criativos arranjos vocais do grupo, saiu de cena. Neste primeiro show sem seu integrante, feito por já estar previamente agendado para 11 de agosto, a ausência de Magro como cantor foi sentida nos arranjos vocais mais rebuscados, como os de Roda Viva (Chico Buarque, 1978) e Amigo É Pra Essas Coisas (Silvio da Silva Jr. e Aldir Blanc, 1970). Contudo, é mais justo e correto dizer que, ao longo da apresentação, Aquiles, Dalmo Medeiros (que substituiu o dissidente Ruy Faria a partir de 2004 sem grandes traumas para o grupo), Miltinho e o próprio público sentiram a forte presença de Magro. Afinal, a quase totalidade dos arranjos vocais dos 21 números do roteiro era criação de Magro. E, a todo momento, Aquiles e Miltinho se referiam ao show como uma homenagem ao legado do maestro do grupo. Célebre quarteto que, por ironia do destino, volta a ser um trio como há 50 anos, já que as origens do grupo remontam ao trio formado em 1962 por Aquiles, Miltinho e Ruy na cidade de Niterói (1962). Somente em 1963 Magro iria entrar no grupo, batizado como MPB-4 em 1964. E foi como um trio que o MPB-4 reiterou a harmonia de sua vozes. É claro que Magro faz falta no palco - e vai fazer ainda mais quando o grupo der continuidade à sua carreira fonográfica e for precisar de arranjos vocais para as novas músicas de seu repertório. No entanto, é preciso cantar. E o MPB-4 cantou bonito músicas como Fantasia (Chico Buarque) - gravada originalmente pelo quarteto em seu álbum Bons Tempos, Hein?! (1979) - e Por Quem Merece Amor, versão de Miltinho para Por Quien Merece Amor, tema do cantor e compositor cubano Silvio Rodriguez que Miltinho incluiu em disco solo de 1986. Com Miltinho ao violão e Dalmo Castelo na eventual percussão, usada em Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) e no longo pot-pourri com sambas da dupla Toquinho & Vinicius, o MPB-4 fez show simples e eficiente. Porto (Dori Caymmi, 1975) - música incluída no roteiro não somente pelo fato de a gravação feita pelo grupo para a trilha sonora da novela Gabriela (1975) estar sendo rebobinada na nova adaptação televisiva do livro de Jorge Amado (1912 - 2001), mas sobretudo porque era da vontade de Magro incluir Porto nos shows no embalo da volta da música à TV - foi um bom momento de apresentação que fez todo mundo sentir, mais do que a falta, a presença forte, essencial e insubstituível de Antônio José Waghabi Filho, o Magro, na (bela) história do MPB-4.
5 comentários:
"Estamos sem o Magro". As primeiras palavras dirigidas em cena por Aquiles ao público que lotou o teatro do Espaço Furnas Cultural, no Rio de Janeiro (RJ), resumiram a situação que o MPB-4 vai ter que enfrentar nos palcos e nos estúdios daqui por diante. Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro, maestro fundamental na arquitetura dos arranjos vocais do grupo, saiu de cena. Neste primeiro show sem seu integrante, feito por já estar previamente agendado para 11 de agosto, a ausência de Magro como cantor foi sentida nos arranjos vocais mais rebuscados, como os de Roda Viva (Chico Buarque, 1978) e Amigo É Pra Essas Coisas (Silvio da Silva Jr. e Aldir Blanc, 1970). Contudo, é mais justo e correto dizer que, ao longo da apresentação, Aquiles, Dalmo Castelo (que substituiu o dissidente Ruy Faria a partir de 2004 sem grandes traumas para o grupo), Miltinho e o próprio público sentiram a forte presença de Magro. Afinal, a quase totalidade dos arranjos vocais dos 21 números do roteiro era criação de Magro. E, a todo momento, Aquiles e Miltinho se referiam ao show como uma homenagem ao legado do maestro do grupo. Célebre quarteto que, por ironia do destino, volta a ser um trio como há 50 anos, já que as origens do grupo remontam ao trio formado em 1962 por Aquiles, Miltinho e Ruy na cidade de Niterói (1962). Somente em 1963 Magro iria entrar no grupo, batizado como MPB-4 em 1964. E foi como um trio que o MPB-4 reiterou a harmonia de sua vozes. É claro que Magro faz falta no palco - e vai fazer ainda mais quando o grupo der continuidade à sua carreira fonográfica e for precisar de arranjos vocais para as novas músicas de seu repertório. No entanto, é preciso cantar. E o MPB-4 cantou bonito músicas como Fantasia (Chico Buarque) - gravada originalmente pelo quarteto em seu álbum Bons Tempos, Hein?! (1979) - e Por Quem Merece Amor, versão de Miltinho para Por Quien Merece Amor, tema do cantor e compositor cubano Silvio Rodriguez que Miltinho incluiu em disco solo de 1986. Com Miltinho ao violão e Dalmo Castelo na eventual percussão, usada em Chega de Saudade (Tom Jobim e Vinicius de Moraes, 1958) e no longo pot-pourri com sambas da dupla Toquinho & Vinicius, o MPB-4 fez show simples e eficiente. Porto (Dori Caymmi, 1975) - música incluída no roteiro não somente pelo fato de a gravação feita pelo grupo para a trilha sonora da novela Gabriela (1975) estar sendo rebobinada na nova adaptação televisiva do livro de Jorge Amado (1912 - 2001), mas sobretudo porque era da vontade de Magro incluir Porto nos shows no embalo da volta da música à TV - foi um bom momento de apresentação que fez todo mundo sentir, mais do que a falta, a presença forte, essencial e insubstituível de Antônio José Waghabi Filho, o Magro, na (bela) história do MPB-4.
O nome correto do Dalmo é Dalmo Medeiros. Seria legal corrigir. Obrigada.
https://www.facebook.com/dalmo.medeiros
Grato pelo alerta, Monica. Já corrigi. Abs, obrigado, mauroF
SEMPRE SERÁ O MELHOR QUARTETO.
Ruy Faria poderia voltar, então.
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