Título: Drama'n Jazz
Artista: Alessandra Maestrini
Gravadora: Som Livre
Cotação: * * * 1/2
Alessandra Maestrini sempre exerceu a arte de cantar no palco. Aplaudida por suas interpretações em musicais como Ópera do Malandro (na encenação de 2003 assinada pela dupla Charles Möeller & Claudio Botelho) e 7 - O Musical (2007 / 2008), a cantora paulista transpõe a teatralidade natural de suas interpretações para seu primeiro CD, Drama'n Jazz, nas lojas a partir de 3 de setembro de 2012 em edição da gravadora Som Livre. Tal dramaticidade se descortina já na faixa de abertura, Help The Poor (Charles Singleton), tema associado ao repertório do bluesman B.B. King. Contudo, ao contrário do que insinua seu título, Drama'n Jazz extrapola o universo jazzístico e teatral - opção estética exposta no eclético time de produtores que, entre nomes como Rodolpho Rebuzzi (piloto de seis das 14 faixas) e Mu Carvalho, inclui até Ana Carolina, parceira de Maestrini em Se Vacilar, a faixa mais descaradamente pop de um disco pontuado pela técnica exuberante da cantora. A extensão e os agudos da voz de Maestrini saltam aos ouvidos em I Feel Good (I Got You), música de James Brown (1933 - 2006) que a cantora traduz para a linguagem do jazz com a personalidade que falta em True Colors (Tom Kelly e Billy Steinberg), o cover reverente do sucesso de Cyndi Lauper já ouvido na trilha sonora da novela Ti Ti Ti (TV Globo, 2010 / 2011). Com segurança de veterana, a intérprete arrisca uma composição autoral (Onde, de sedutora delicadeza) e até uma ária - Mon Coeur S'Ouvre À Ta Voix (Camille Saint-Saëns em adaptação de Nelson Motta, Alessandra Maestrini e João Carlos Coutinho), da ópera Sansão & Dalila - sem sair do tom. Maestrini é do tipo de cantora que tem voz suficiente para encarar um standard como The Man I Love (George Gershwin e Ira Gerswhin) sem despertar no ouvinte a saudade das gravações mais emblemáticas do tema. Aliado à técnica e à dramaticidade da cantora, seu apurado senso rítmico - evidente na abordagem de You're the Top (Cole Porter), clássico ouvido também na versão em português escrita por Augusto de Campos e intitulada Você É o Mel - reitera a sofisticação vocal que norteia Drama'n Jazz. Fora do universo dos standards, a cantora envereda pelo soul em dueto sensual com Tiago Abravanel, convidado de Deixa Estar, versão de Maestrini para Cross My Heart, tema obscuro de Tim Maia (1942 - 1998), gravado pelo Síndico em álbum (Só Você - Para Ouvir e Dançar, 1997) praticamente desconhecido. O dueto funciona - até porque Abravanel resiste à tentação de reproduzir o vozeirão de Tim Maia como fez de maneira fenomenal em musical de 2011. Mas é nos temas impregnados de teatralidade - como Que Sorte Tenho Eu, versão de Maestrini para How Lucky Can You Get (Fred Ebb e John Kander), música do filme Funny Girl (1975) - que a cantora soa mais à vontade. No palco, Alessandra Maestrini fica em casa para fazer seu drama e seu jazz.
Alessandra Maestrini sempre exerceu a arte de cantar no palco. Aplaudida por suas interpretações em musicais como Ópera do Malandro (na encenação de 2003 assinada pela dupla Charles Möeller & Claudio Botelho) e 7 - O Musical (2007 / 2008), a cantora paulista transpõe a teatralidade natural de suas interpretações para seu primeiro CD, Drama'n Jazz, nas lojas a partir de 3 de setembro de 2012 em edição da gravadora Som Livre. Tal dramaticidade se descortina já na faixa de abertura, Help The Poor (Charles Singleton), tema associado ao repertório do bluesman B.B. King. Contudo, ao contrário do que insinua seu título, Drama'n Jazz extrapola o universo jazzístico e teatral - opção estética exposta no eclético time de produtores que, entre nomes como Rodolpho Rebuzzi (piloto de seis das 14 faixas) e Mu Carvalho, inclui até Ana Carolina, parceira de Maestrini em Se Vacilar, a faixa mais descaradamente pop de um disco pontuado pela técnica exuberante da cantora. A extensão e os agudos da voz de Maestrini saltam aos ouvidos em I Feel Good (I Got You), música de James Brown (1933 - 2006) que a cantora traduz para a linguagem do jazz com a personalidade que falta em True Colors (Tom Kelly e Billy Steinberg), o cover reverente do sucesso de Cyndi Lauper já ouvido na trilha sonora da novela Ti Ti Ti (TV Globo, 2010 / 2011). Com segurança de veterana, a intérprete arrisca uma composição autoral (Onde, de sedutora delicadeza) e até uma ária - Mon Coeur S'Ouvre À Ta Voix (Camille Saint-Saëns em adaptação de Nelson Motta, Alessandra Maestrini e João Carlos Coutinho), da ópera Sansão & Dalila - sem sair do tom. Maestrini é do tipo de cantora que tem voz suficiente para encarar um standard como The Man I Love (George Gershwin e Ira Gerswhin) sem despertar no ouvinte a saudade das gravações mais emblemáticas do tema. Aliado à técnica e à dramaticidade da cantora, seu apurado senso rítmico - evidente na abordagem de You're the Top (Cole Porter), clássico ouvido também na versão em português escrita por Augusto de Campos e intitulada Você É o Mel - reitera a sofisticação vocal que norteia Drama'n Jazz. Fora do universo dos standards, a cantora envereda pelo soul em dueto sensual com Tiago Abravanel, convidado de Deixa Estar, versão de Maestrini para Cross My Heart, tema obscuro de Tim Maia (1942 - 1998), gravado pelo Síndico em álbum (Só Você - Para Ouvir e Dançar, 1997) praticamente desconhecido. O dueto funciona - até porque Abravanel resiste à tentação de reproduzir o vozeirão de Tim Maia como fez de maneira fenomenal em musical de 2011. Mas é nos temas impregnados de teatralidade - como Que Sorte Tenho Eu, versão de Maestrini para How Lucky Can You Get (Fred Ebb e John Kander), música do filme Funny Girl (1975) - que a cantora soa mais à vontade. No palco, Alessandra Maestrini fica em casa para fazer seu drama e seu jazz.
ResponderExcluirPara quem não se lembra da Alessandra, ela interpretou a empregada Bozena no seriado da Globo "Toma Lá, Dá Cá". Grande cantora, desde que a ouvi cantar pela primeira vez fiquei impressionado pelo seu belo timbre de voz. Talento ela tem de sobra!!! Espero que tenha uma vida longa e próspera no controverso mundo da música.
ResponderExcluirHá mais de 1 mês que procuro em todos os lugares possíveis e impossíveis o disco dela para compra (e pasmem!!!!) NUNCA consigo encontrar o mesmo disponível em loja alguma para venda, nem mesmo no site da Som Livre. Só aparece como indisponível para compra em todos os lugares. É um absurdo que esse CD esteja tão difícil de ser encontrado para compra! Péssimo trabalho de distribuição da gravadora!!! Alguém poderia me dar uma orientação onde poderia adquirir o mesmo?
ResponderExcluirMauro, será que você poderia me responder a uma dúvida??? Espero que sim.
ResponderExcluirDe onde você tirou essa informação que nesse disco da Alessandra há as canções "Você É O Mel (You're The Top)" e "Se Vacilar"? Procurei em vários sites a relação de faixas do disco e em nenhum deles constam essas 2 músicas no disco dela. A relação de faixas do álbum que eu encontrei, até mesmo no site da gravadora Som Livre, são essas:
1. Help The Poor (Charles Singleton)
2. Deixa Estar (Cross My Heart) (Tim Maia/Vrs. Alessandra Maestrini) Participação: Tiago Abravanel
3. The Man I Love (George Gershwin/Ira Gerswhin)
4. Que Sorte Tenho Eu (How Lucky Can You Get?) (John Kander/Fred Ebb/Vrs. Alessandra Maestrini)
5. I Got You (I Feel Good) (James Brown)
6. Mon Coeur S'Ouvre À Ta Voix (Camille Saint-Saëns/Adapt. Nelson Motta/Adapt. Alessandra Maestrini/Adapt. João Carlos Coutinho)
7. True Colors (Tom Kelly/Billy Steinberg)
8. Onde (Alessandra Maestrini)
9. Sem Fantasia (Chico Buarque) Participação: André Torquato
10. Trust In Me (Bobby Womack)
11. I Love You (Eu Te Amo) (Tom Jobim/Chico Buarque/Vrs. Alessandra Maestrini)
12. Round Midnight (Thelonious Monk/Cootie Williams/Bernie Hanighen)
13. Step By Step (Alexandre Elias)
Como você pode ver, não há nenhuma menção quanto a "Você É O Mel (You're The Top)" e "Se Vacilar". Estou numa dúvida cruel quanto a isso. Poderia me responder, por favor?
as melhores cantoras da atualidade estão no teatro musicado, e a maioria delas dá de dez a zero na Geração Indie. Alessandra é excelente, Silvia Bandeira também tem brilhado no show-tributo a Marlene Dietrich; nos espetáculos de Moeller-Botelho há grandes vozes femininas. Que venham também para o estúdio, pois a situação hoje da mpb cantada é ridícula.
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