Altamiro Aquino Carrilho (21 de dezembro de 1924 - 15 de agosto de 2012) levou a vida na flauta. A frase é clichê, mas um clichê irresistível e verdadeiro. Ao sair de cena aos 87 anos na manhã desta quarta-feira, o músico e compositor fluminense - visto em foto de Leonardo Aversa - deixa uma expressiva contribuição à música brasileira. Não tanto como compositor, embora tenha mostrado versatilidade ao fazer mais de 200 músicas em ritmos variados, mas sobretudo como músico, como o exímio flautista que mostrou ser ao longo de seus 69 anos de carreira fonográfica, iniciada em 1943 como músico de estúdio, com a gravação de sua flauta em disco de 78 rotações por minuto do cantor Moreira da Silva (1902 - 2000). A carreira como solista de seus próprios discos foi iniciada em 1949 e chegou até os anos 2000. A flauta que aprendera a tocar ainda menino, aos cinco anos, já era dominada por Carrilho nos anos 50, quando consolidou seu nome nas rádios e nos estúdios de gravação. Finda a era do rádio, o flautista - já um mestre do choro - conquistou o mundo com o fraseado ímpar e afinado de seu instrumento, com o qual tocava sucessos do gênero como Espinha de Bacalhau (Severino Araújo) e Um a Zero (Pixinguinha). Nascido em Santo Antônio de Pádua, cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, Carrilho morreu vítima de complicações decorrentes de câncer no pulmão. Ao longo das seis décadas em que esteve em atividade, o gênio da flauta tocou com os maiores nome da MPB - é dele a flauta ouvida em Detalhes (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971), para citar somente uma entre dezenas de gravações antológicas que contaram com o talento de Carrilho - e gravou discos que ficaram como aulas de música para estudiosos do choro e da flauta em particular pelo suingue e pela afinação do toque desse gigante genial que expandiu os limites do choro, foi mestre na arte do improviso e incursionou pela música clássica com maestria sem perder a habitual vivacidade. Carrilho soube levar a vida na flauta.
Guia jornalístico do mercado fonográfico brasileiro com resenhas de discos, críticas de shows e notícias diárias sobre futuros lançamentos de CDs e DVDs. Do pop à MPB. Do rock ao funk. Do axé ao jazz. Passando por samba, choro, sertanejo, soul, rap, blues, baião, música eletrônica e música erudita. Atualizado diariamente. É proibida a reprodução de qualquer texto ou foto deste site em veículo impresso ou digital - inclusive em redes sociais - sem a prévia autorização do editor Mauro Ferreira.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
5 comentários:
Tristeza! Grande perda para os amantes da boa música.
Mauro, o Altamiro participou do novo dvd da Beth em tributo ao Nelson Cavaquinho ainda inédito. Tem previsão?
Abs
Altamiro Aquino Carrilho (21 de dezembro de 1984 - 15 de agosto de 2012) levou a vida na flauta. A frase é clichê, mas um clichê irresistível e verdadeiro. Ao sair de cena aos 87 anos na manhã desta quarta-feira, o músico e compositor fluminense - visto em foto de Leonardo Aversa - deixa uma expressiva contribuição à música brasileira. Não tanto como compositor, embora tenha mostrado versatilidade ao fazer mais de 200 músicas em ritmos variados, mas sobretudo como músico, como o exímio flautista que mostrou ser ao longo de seus 69 anos de carreira fonográfica, iniciada em 1943 como músico de estúdio, com a gravação de sua flauta em disco de 78 rotações por minuto do cantor Moreira da Silva (1902 - 2000). A carreira como solista de seus próprios discos foi iniciada em 1949 e chegou até os anos 2000. A flauta que aprendera a tocar ainda menino - aos cinco anos - já era dominada por Carrilho quando consolidou seu nome nas rádios e nos estúdios de gravação. Finda a era dourada do rádio, o flautista - já um mestre do choro - conquistou o mundo com o fraseado ímpar e afinado de seu instrumento, com o qual tocava sucessos do gênero como Espinha de Bacalhau (Severino Araújo) e Um a Zero (Pixinguinha). Nascido em Santo Antônio de Pádua, cidade do interior do Estado do Rio de Janeiro, Carrilho morreu vítima de complicações decorrentes de câncer no pulmão. Ao longo das seis décadas em que esteve em atividade, o gênio da flauta tocou com os maiores nome da MPB - é dele a flauta ouvida em Detalhes (Roberto Carlos e Erasmo Carlos, 1971), para citar somente uma entre dezenas de gravações antológicas que contaram com o talento de Carrilho - e gravou discos que ficaram como aulas de música para estudiosos do choro e da flauta em particular pelo suingue e pela afinação do toque desse gigante genial.
Mais um grande da música brasileira que se vai — talvez o maior em sua especialidade... Valeu, meu querido Altamiro Carrilho, que alegrou a mundo do boa música por 87 anos!
Grande Altamiro! Uma perda irreparável para o mundo da música!!!
MAIS UM GRANDE MUSICO QUE VAI EMBORA.
Postar um comentário