Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 21 de agosto de 2012

Timóteo compositor reaparece na segunda caixa com álbuns dos anos 70

Em 1975, Agnaldo  Timóteo surpreendeu o universo da canção popular ao se revelar compositor de sucesso. De autoria do artista, a música A Galeria do Amor deu nome ao álbum lançado naquele ano de 1975 e se tornou um dos maiores hits radiofônicos da carreira do cantor mineiro que despontara nos anos 60 com seu vozeirão de tom empostado, à moda dos intérpretes da era pré-Bossa Nova. Na época, a maior parte do público não entendeu que o "certo ambiente" da letra, o "lugar de emoções diferentes", era a Galeria Alaska, reduto gay do Rio de Janeiro (RJ) da década de 70. Produzido por Miguel Plopshi, com (bons) arranjos do maestro Edmundo Peruzzi, Galeria do Amor (1975) é o primeiro dos seis álbuns embalados pelo produtor Marcelo Fróes na caixa Agnaldo Timóteo Anos 70 Vol. 2, posta nas lojas neste mês de agosto de 2012 pelo selo carioca Discobertas. Segundo álbum da caixa, Perdido da Noite (1976) deu sequência ao sucesso do disco anterior por conta do êxito popular da faixa-título - outra música de autoria de Timóteo que versava sobre a procura de sexo no mesmo universo urbano de A Galeria do Amor - e da regravação de Olhos nos Olhos (Chico Buarque), lançada logo após a gravação original de Maria Bethânia. Perdido na Noite marcou também o encontro de Timóteo com o Maestro Pachequinho, arranjador de álbuns posteriores como Eu Pecador (1977) - título de menor repercussão na discografia de Timóteo - e Te Amo Cada Vez Mais (1978), álbum em que, a despeito de ter cinco faixas assinadas pelo cantor que se descobriu compositor, obteve êxito mais por conta da regravação de Quem É (Silvio Lima e Maurílio Lopes), sucesso do cantor Silvinho em 1960. Na sequência, Deixe-me Viver (1979) foi outro disco puxado por uma regravação - no caso, a de Sombras (Sombras... Nada Más) (Francisco J. Lomuto e Contursi em versão de Hélio Araújo). Sem falar na polêmica que envolveu a gravação de Grito de Alerta, música feita por Gonzaguinha (1945 - 1991) para Timóteo, a partir de história particular contada pelo cantor ao compositor, mas dada por Gonzaguinha primeiramente para Maria Bethânia. Timóteo não se conformou de ver a sua música no disco de Bethânia. De todo modo, é de Gonzaguinha - colega de Timóteo na extinta gravadora Odeon - o texto do encarte do disco. Por fim, a caixa Agnaldo Timóteo Anos 70 Vol. 2 traz para o formato digital Ângela & Timóteo, Juntos (1979), álbum de estúdio que juntou Timóteo com a cantora Ângela Maria, para quem ele havia trabalhado como motorista antes de alcançar sucesso como cantor. A reedição reúne todos os 16 gravações do álbum, reincorporando ao repertório do disco as quatro músicas - Cabecinha no Ombro (Paulo Borges), Saudades de Matão (Jorge Gallati e Raul Torres), Amor (Gabriel Ruiz e Ricardo Lopez Mendez em versão de Haroldo Barbosa) e Jura-me (Maria Grever em versão de Ariovaldo Pires) - substituídas (por questões editoriais) por Mamãe (Herivelto Martins e David Nasser), Ontem e Hoje (Getúlio Macedo e Irany de Oliveira), Cantando (Mercedes Simone em versão de Virgínia Amorim) e Só Nós Dois (Joaquim Pimentel). Com reproduções das capas, contracapas e selos dos álbuns originais, a segunda caixa com discos de Timóteo nos anos 70 flagra o cantor em sua última fase de sucesso. A partir da década de 80, o artista amargaria progressivo declínio de popularidade, embora ainda hoje - já a caminho dos 76 anos - tenha seu nome associado ao universo da música brega brasileira por conta dessa galeria de canções populares.

5 comentários:

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
KL disse...

a versão dele para "Olhos nos Olhos" rivaliza com a clássica de Maria Bethânia, a de "These are the songs" é tão boa (ou até melhor) do que a de Elis Regina. É por essas e outras que esses dois boxes valem muito. Servem também para provar que, diante da absoulta falta de sal na mpb contemporânea, até o dito brega 60-70 consegue ser superior e muito, muito mais interessante.

Rafael disse...

Como ele mesmo diz: "Menino".

"Menino, tem lançamento na praça dos meus discos em formato digital".

ADEMAR AMANCIO disse...

Agnaldo tem fama de arrogante,mas também com aquela voz,até eu.

Unknown disse...

Procuro uma gravação de A.Timotéo,falando sobre a vida do artista.Como obter essa informação?