O MPB-4 resistiu à dissidência de seu integrante Ruy Faria em 2004, mas dificilmente vai resistir sem Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro. Cantor, músico e arranjador do grupo desde 1963, ano em que se integrou ao então trio criado em 1962 em Niterói (RJ) ainda sem o nome MPB-4 (dado ao quarteto somente em 1964), Magro saiu de cena na manhã desta quarta-feira, em São Paulo (SP), vítima de complicações decorrentes de câncer de próstata diagnosticado em 2002. Magro tinha 68 anos. "Com ele se foi minha música", ressaltou Aquiles em nota postada no site oficial do MPB-4. De fato, Magro foi mais do que uma voz do MPB-4. Seus arranjos vocais deram o tom do som do grupo. E de músicas gravadas por nomes como Chico Buarque, compositor de Roda Viva, tema arranjado por Magro e defendido por Chico com o grupo MPB-4 no III Festival de Música Popular Brasileira, exibido pela TV Record em 1967. Nascido em Itaocara, cidade do Estado do Rio de Janeiro, Magro era músico polivalente, tendo tocado teclado, percussão e vários instrumentos de sopro. O último disco do artista com o MPB-4, Contigo Aprendi, foi editado em junho deste ano de 2012, pela gravadora Biscoito Fino. É refinado disco com inéditas versões em português de boleros clássicos, gravadas com as cordas do Quarteto Maogani, do Duofel, do Trio Madeira Brasil e de Toninho Horta. Contudo, a fase mais expressiva da discografia do grupo reside nos anos 60 e 70, décadas marcadas pela forte proximidade do quarteto com Chico Buarque. Mesmo com o câncer já disseminado desde 2010, Magro se apresentou com o MPB-4 até junho deste ano de 2012. Mas eis que chegou a roda viva e carregou Magro para lá... Fica a imortal contribuição do artista ao vocal brasileiro.
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14 comentários:
O MPB-4 resistiu à dissidência de seu integrante Ruy Faria em 2004, mas dificilmente vai resistir sem Antônio José Waghabi Filho (14 de novembro de 1943 - 8 de agosto de 2012), o Magro. Cantor, músico e arranjador do grupo desde 1963, ano em que se integrou ao então trio criado em 1962 em Niterói (RJ) ainda sem o nome MPB-4 (dado ao quarteto somente em 1964), Magro saiu de cena na manhã desta quarta-feira, em São Paulo (SP), vítima de complicações decorrentes de câncer de próstata diagnosticado em 2002. Magro tinha 68 anos. "Com ele se foi minha música", ressaltou Aquiles em nota postada no site oficial do MPB-4. De fato, Magro foi mais do que uma voz do MPB-4. Seus arranjos vocais deram o tom do som do grupo. E de músicas gravadas por nomes como Chico Buarque, compositor de Roda Viva, tema arranjado por Magro e defendido por Chico com o grupo MPB-4 no III Festival de Música Popular Brasileira, exibido pela TV Record em 1967. Nascido em Itaocara, cidade do Estado do Rio de Janeiro, Magro era músico polivalente, tendo tocado teclado, percussão e vários instrumentos de sopro. O último disco do artista com o MPB-4, Contigo Aprendi, foi editado em junho deste ano de 2012, pela gravadora Biscoito Fino. É refinado disco com inéditas versões em português de boleros clássicos, gravadas com as cordas do Quarteto Maogani, do Duofel, do Trio Madeira Brasil e de Toninho Horta. Contudo, a fase mais expressiva da discografia do grupo reside nos anos 60 e 70, décadas marcadas pela forte proximidade do quarteto com Chico Buarque. Mesmo com o câncer já disseminado desde 2010, Magro se apresentou com o MPB-4 até junho deste ano de 2012. Mas eis que chegou a roda vida e carregou Magro para lá... Fica a imortal contribuição do artista ao vocal brasileiro.
"Mas eis que chegou a roda vida e carregou Magro para lá... "
Valeu, Mauro.
Estou realmente emocionado com essa enorme perda.
abração,
Denilson
Nossa, que ano negro pra música nacional!!! Quantos instrumentistas e músicos perdemos hein!
Magro cumpriu seu destino com o que de melhor sabia fazer! Elevou o patamar da nossa música!
Somos gratos!!!
Mais um! infelizmente... que descanse em paz.
Uma perda irreparável. Magro faz parte da minha vida e de praticamente todos os ouvintes de MPB da minha geração. Estamos de luto.
Está complicado.
Se o saldo da perda de Magro for o fim do MPB-4, um dos grandes conjuntos vocais que temos em nossa música... que tristeza!
Felipe dos Santos Souza
É uma grande perda para a nossa música. O MPB-4 sempre optou por uma música de altíssima qualidade. Esteve sintonizado com o que de melhor aconteceu em todos estes anos. Fico triste com a perda e torcendo que, mesmo sem Magro, o MPB-4 possa continuar emocionando e levando música para muita gente.
É uma grande perda para a nossa música. Fico muito triste com a notícia. O MPB-4 foi e é responsável por muita coisa boa que aconteceu na nossa música em mais de quarenta anos. Magro esteve a frente disto tudo. Fico torcendo que isto não signifique o fim do MPB-4.
Nos últimos meses, chega a ser assustadora a partida de tanta gente boa/fundamental no meio das artes e do pensamento. Descanse em paz, Magro!
o grupo pode até continuar só que não vai ter arranjos tão bacanas, rip Magro
SÃO MUITOS PARTINDO. ASSIM A MUSICA FICA MUITO TRISTE. QUE DESCANSE EM PAZ.
Perda irreparável para a MPB. Lamento. Ainda hoje ouvia o cd "Contigo Aprendi" e imaginava que aquela beleza não seria possível sem os arranjos vocais do Magro.
Fará falta.
Magro foi um craque, estilo Didi, Tostão, Sócrates... A música brasileira, em especial a vocal, perde um ícone, um grande. Triste!
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