Mauro Ferreira no G1

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sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Feliz, 'Havoc and Bright Lights' ilumina outros pontos sensíveis de Alanis

Resenha de CD
Título: Havoc and Brigth Lights
Artista: Alanis Morissette
Gravadora: Collective Sounds / Lab 344
Cotação: * * * 1/2

Sob a luz de Guy Sigsworth e Joe Chiccarelli, produtores de Havoc and Bright Lights, Alanis Morissette ilumina outros focos de sensibilidade em sua obra autoral neste oitavo álbum de inéditas. Em boa safra de 12 inéditas, o disco concilia a visão crítica que caracteriza o cancioneiro da cantora e compositora canadense - olhar recorrente em Celebrity, reflexão sobre a busca insana pela fama, feita em faixa pontuada pela crueza sonora - com a harmonia conquistada pela artista em sua vida pessoal. Sim, Alanis já parece pacificada e este estado íntimo se reflete nos versos das músicas do CD. Em 2010, Alanis se casou com o rapper norte-americano Mario Treadway - o MC Souleye - e deu à luz nesse mesmo ano o seu primeiro filho, Ever. Alvo do amor incondicional expressado pela compositora no sedutor refrão de Guardian, o ótimo single que promove Havoc and Bright Lights, o filho parece ter inspirado certo sentimentalismo, perceptível na balada 'Til You. Em contrapartida, Woman Down reverbera a postura combativa de Alanis ao protestar contra a complacência social diante da violência praticada contra mulheres ao longo dos tempos. Musicalmente previsível, Havoc and Bright Lights reitera a sonoridade típica de Alanis - entre o pop confessional e o rock, com eventuais baladas - com mais altos do que baixos. Spiral, Numb (faixa pontuada por certo peso e estranheza) e a balada Havoc são pontos de luz em  repertório inteiramente assinado pela cantora com o produtor e compositor Guy Sigsworth (colaborador na arquitetura das melodias, tendo todas as letras ficado exclusivamente a cargo de Alanis). Empathy e Lens brilham menos sem chegar a macular o bom resultado final de Havoc and Bright Lights, álbum distante anos-luz do espírito raivoso que moveu Jagged Little Pill (1995), disco que deu projeção mundial a Alanis - após dois álbuns adolescentes de repercussão restrita ao Canadá - e que ainda figura como o trabalho fonográfico de maior impacto dessa artista que pautou a música de diversas cantoras e compositoras norte-americanas. Contudo, ao fim de Havoc and Bright Lights, a cantora faz balanço existencial em Edge of Evolution e o saldo são  o progresso na vida pessoal e a maturidade que iluminam este seu primeiro álbum lançado por vias independentes após 14 anos na gravadora Maverick Records. Sob prisma pessoal, Alanis Morissette nunca foi tão feliz.

2 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Sob a luz de Guy Sigsworth e Joe Chiccarelli, produtores de Havoc and Bright Lights, Alanis Morissette ilumina outros focos de sensibilidade em sua obra autoral neste oitavo álbum de inéditas. Em boa safra de 12 inéditas, o disco concilia a visão crítica que caracteriza o cancioneiro da cantora e compositora canadense - olhar recorrente em Celebrity, reflexão sobre a busca insana pela fama, feita em faixa pontuada pela crueza sonora - com a harmonia conquistada pela artista em sua vida pessoal. Sim, Alanis já parece pacificada e este estado íntimo se reflete nos versos das músicas do CD. Em 2010, Alanis se casou com o rapper norte-americano Mario Treadway - o MC Souleye - e deu à luz nesse mesmo ano o seu primeiro filho, Ever. Alvo do amor incondicional expressado pela compositora no sedutor refrão de Guardian, o ótimo single que promove Havoc and Bright Lights, o filho parece ter inspirado certo sentimentalismo, perceptível na balada 'Til You. Em contrapartida, Woman Down reverbera a postura combativa de Alanis ao protestar contra a complacência social diante da violência praticada contra mulheres ao longo dos tempos. Musicalmente previsível, Havoc and Bright Lights reitera a sonoridade típica de Alanis - entre o pop confessional e o rock, com eventuais baladas - com mais altos do que baixos. Spiral, Numb (faixa pontuada por certo peso e estranheza) e a balada Havoc são pontos de luz em repertório inteiramente assinado pela cantora com o produtor e compositor Guy Sigsworth (colaborador na arquitetura das melodias, tendo todas as letras ficado exclusivamente a cargo de Alanis). Empathy e Lens brilham menos sem chegar a macular o bom resultado final de Havoc and Bright Lights, álbum distante anos-luz do espírito raivoso que moveu Jagged Little Pill (1995), disco que deu projeção mundial a Alanis - após dois álbuns adolescentes de repercussão restrita ao Canadá - e que ainda figura como o trabalho fonográfico de maior impacto dessa artista que pautou a música de diversas cantoras e compositoras norte-americanas. Contudo, ao fim de Havoc and Bright Lights, a cantora faz balanço existencial em Edge of Evolution e o saldo são o progresso na vida pessoal e a maturidade que iluminam este seu primeiro álbum lançado por vias independentes após 14 anos na gravadora Maverick Records. Sob prisma pessoal, Alanis Morissette nunca foi tão feliz.

aguiar_luc disse...

Amei Numb!!!!