Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 2 de outubro de 2012

'A / B' mostra que Vitor Araújo já é mais do que prodígio juvenil do piano

Resenha de CD
Título: A / B
Artista: Vitor Araújo
Gravadora: Sem indicação
Cotação: * * * *

Em 2007, alçado ao posto de revelação do piano brasileiro, o pernambucano Vitor Araújo era visto como um prodígio juvenil, capaz de tocar partituras de músicas eruditas de forma heterodoxa. A aura pop em torno do pianista foi alimentada com o lançamento em 2008 do CD / DVD TOC - Ao Vivo no Teatro de Santa Isabel, registro de show em que músicas dos repertórios de Chico Buarque e Radiohead conviviam no roteiro com temas de compositores eruditos brasileiros. Decorridos quatro anos, Vitor Araújo cresceu, reaparece e mostra em A / B que já é bem mais do um fenômeno teen do seguimento pop erudito nacional. Produzido por Ricardo Cantaluppi, o CD foi intitulado A / B porque tem dois lados bem distintos e conceituais. O pianista performático de TOC reaparece sobretudo nos quatro temas do lado B do álbum. Se Pulp (Vitor Araújo) é intrincado tema aclimatado em atmosfera roqueira, adensada com a adesão do grupo Macaco Bong, Jongo (Lorenzo Fernandez) é sustentado pela percussão precisa e personalíssima de Naná Vasconcelos enquanto Baião (Vitor Araújo) é turbinado com os samples programados por Yuri Queiroga. Completando o naipe de B, lado pop e arrojado de pianista que desafia os padrões do toque de seu instrumento, Véloce (Claude Bolling) expõe a pegada do grupo Rivotrill, convidado da faixa. Menos miscigenado,  mas nem por isso menos ousado estilisticamente, A é o lado do CD que assinala o nítido crescimento de Araújo como compositor. Suíte autoral com quatro movimentos distintos e numerados - Solidão nº 1,  Solidão nº 2Solidão nº 3Solidão nº 4 - atesta a evolução do artista sem ortodoxias eruditas. Tanto que Guizado - músico cultuado na cena pop indie - sopra seu trompete sonoro em Solidão nº 3. O toque do piano de Araújo extrapola rótulos e A / B se vale dessa liberdade.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em 2007, alçado ao posto de revelação do piano brasileiro, o pernambucano Vitor Araújo era visto como um prodígio juvenil, capaz de tocar partituras de músicas eruditas de forma heterodoxa. A aura pop em torno do pianista foi alimentada com o lançamento em 2008 do CD / DVD TOC - Ao Vivo no Teatro de Santa Isabel, registro de show em que músicas dos repertórios de Chico Buarque e Radiohead conviviam no roteiro com temas de compositores eruditos brasileiros. Decorridos quatro anos, Vitor Araújo cresceu, reaparece e mostra em A / B que já é bem mais do um fenômeno teen do seguimento pop erudito nacional. Produzido por Ricardo Cantaluppi, o CD foi intitulado A / B porque tem dois lados bem distintos e conceituais. O pianista performático de TOC reaparece sobretudo nos quatro temas do lado B do álbum. Se Pulp (Vitor Araújo) é intrincado tema aclimatado em atmosfera roqueira, adensada com a adesão do grupo Macaco Bong, Jongo (Lorenzo Fernandez) é sustentado pela percussão precisa e personalíssima de Naná Vasconcelos enquanto Baião (Vitor Araújo) é turbinado com os samples programados por Yuri Queiroga. Completando o naipe de B, lado pop e arrojado de pianista que desafia os padrões do toque de seu instrumento, Véloce (Claude Bolling) expõe a pegada do grupo Rivotrill, convidado da faixa. Menos miscigenado, mas nem por isso menos ousado estilisticamente, A é o lado do CD que assinala o nítido crescimento de Araújo como compositor. Suíte autoral com quatro movimentos distintos e numerados - Solidão nº 1, Solidão nº 2, Solidão nº 3 e Solidão nº 4 - atesta a evolução do artista sem ortodoxias eruditas. Tanto que Guizado - músico cultuado na cena pop indie - sopra seu trompete sonoro em Solidão nº 3. O toque do piano de Araújo extrapola rótulos e A / B se vale dessa liberdade.

Rafael disse...

Li uma ótima crítica num site a respeito desse disco. Irei procurar conhecer a respeito desse músico.

aguiar_luc disse...

Mauro vc já falou tudo! Não sobrou nada pra mim, apenas que o Vitinho continua o meu Rei aqui em Recife!

KL disse...

não conheço o trabalhod ele, mas essa capa é um excelente cartão de visitas. E, quando a capa é boa, 90% de chances de a música ser boa também.