Título: Batuques do Meu Lugar
Artista: Arlindo Cruz
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *
Arlindo Cruz segue a trilha do amor e do sucesso no CD Batuques do Meu Lugar, lançado pela Sony Music neste mês de outubro de 2012 com o registro do show captado no Terreirão do Samba, no Rio de Janeiro (RJ), em 6 de junho. O cantor e compositor carioca vem conciliando batuques e romances em seu repertório desde a edição de Sambista Perfeito (Deck, 2007), álbum que consolidou sua carreira solo e deu projeção ao artista além do tradicional circuito carioca do samba. Não é por acaso que a faixa escolhida para ir para as rádios e para a internet promover Batuques do Meu Lugar é Vai Embora, Tristeza, samba dolente em que o sambista romântico anseia pela chegada de novo amor. Ainda nessa mesma trilha, Arlindo recebe Alcione em Quando Falo de Amor, samba que caberia bem no repertório da Marrom. Cravejado de participações especiais, como manda a cartilha dos registros audiovisuais, Batuques do Meu Lugar recicla alguns sucessos do profícuo compositor (Meu Lugar, O Bem), mas se desvia da rota de hits do anterior MTV ao Vivo (Deck, 2009). Tema metalinguístico gravado pelo artista com Rogê e Seu Jorge, o sacudido Suingue de Samba cai bem no repertório e mostra que Arlindo já frequenta outros quintais. Se o samba-título Batuques do Meu Lugar mapeia em seus versos o universo rítmico brasileiro, procurando evocar no arranjo a variedade do baticum nativo, Trilha do Amor situa um caso de amor na rota que liga Rio de Janeiro e Bahia com ecos de Bossa Nova na introdução e citação de Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) ao fim. A participação de Caetano Veloso, orgulhoso baiano, faz sentido na faixa. Mas é do quintal carioca que vem um dos frutos mais saborosos do disco. Partido de alto nível composto por Arlindo com o bamba Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008), Sem Endereço ganha o rap de Marcelo D2 ao fim, mas nem precisava, pois D2 já está totalmente à vontade no universo do samba. Sem Endereço é samba lançado em 1987 por Zeca Pagodinho, que bate ponto no medley que une Meu Poeta, Ainda É Tempo de Ser Feliz e Termina Aqui. Outro "compadre, parceiro e amigo" - nas palavras de Arlindo - também dá o ar da graça na gravação ao vivo. Sombrinha, com quem Arlindo formou inspirada dupla antes de partir para a carreira solo, entra em cena em Da Música / O Show Tem que Continuar, medley que celebra a parceria dos compositores. Sempre fiel às origens, por mais que transite por trilhas mais românticas, Arlindo reverencia Candeia (1935 - 1978) em Testamento de Partideiro, obra-prima do repertório do politizado e saudoso compositor. Enfim, ora mais nos batuques, ora mais nos romances, Arlindo Cruz pavimenta sua trilha de sucesso popular e amplia seu império.
2 comentários:
Arlindo Cruz segue a trilha do amor e do sucesso no CD Batuques do Meu Lugar, lançado pela Sony Music neste mês de outubro de 2012 com o registro do show captado no Terreirão do Samba, no Rio de Janeiro (RJ), em 6 de junho. O cantor e compositor carioca vem conciliando batuques e romances em seu repertório desde a edição de Sambista Perfeito (Deck, 2007), álbum que consolidou sua carreira solo e deu projeção ao artista além do tradicional circuito carioca do samba. Não é por acaso que a faixa escolhida para ir para as rádios e para a internet promover Batuques do Meu Lugar é Vai Embora, Tristeza, samba dolente em que o sambista romântico anseia pela chegada de novo amor. Ainda nessa mesma trilha, Arlindo recebe Alcione em Quando Falo de Amor, samba que caberia bem no repertório da Marrom. Cravejado de participações especiais, como manda a cartilha dos registros audiovisuais, Batuques do Meu Lugar recicla alguns sucessos do profícuo compositor (Meu Lugar, O Bem), mas se desvia da rota de hits do anterior MTV ao Vivo (Deck, 2009). Tema metalinguístico gravado pelo artista com Rogê e Seu Jorge, o sacudido Suingue de Samba cai bem no repertório e mostra que Arlindo já frequenta outros quintais. Se o samba-título Batuques do Meu Lugar mapeia em seus versos o universo rítmico brasileiro, procurando evocar no arranjo a variedade do baticum nativo, Trilha do Amor situa um caso de amor na rota que liga Rio de Janeiro e Bahia com ecos de Bossa Nova na introdução e citação de Na Baixa do Sapateiro (Ary Barroso) ao fim. A participação de Caetano Veloso, orgulhoso baiano, faz sentido na faixa. Mas é do quintal carioca que vem um dos frutos mais saborosos do disco. Partido de alto nível composto por Arlindo com o bamba Luiz Carlos da Vila (1949 - 2008), Sem Endereço ganha o rap de Marcelo D2 ao fim, mas nem precisava, pois D2 já está totalmente à vontade no universo do samba. Sem Endereço é samba lançado em 1987 por Zeca Pagodinho, que bate ponto no medley que une Meu Poeta, Ainda É Tempo de Ser Feliz e Termina Aqui. Outro "compadre, parceiro e amigo" - nas palavras de Arlindo - também dá o ar da graça na gravação ao vivo. Sombrinha, com quem Arlindo formou inspirada dupla antes de partir para a carreira solo, entra em cena em Da Música / O Show Tem que Continuar, medley que celebra a parceria dos compositores. Sempre fiel às origens, por mais que transite por trilhas mais românticas, Arlindo reverencia Candeia (1935 - 1978) em Testamento de Partideiro, obra-prima do repertório do politizado e saudoso compositor. Enfim, ora mais nos batuques, ora mais nos romances, Arlindo Cruz pavimenta sua trilha de sucesso popular e amplia seu império.
A faixa mais interessante o Mauro não cita!!! Bela iniciativa de regravar o samba campeão do Império Serrano de 1982, o inesquecível Bumbumpaticumbumprugurundum. Abs e salve Aluísio Machado e o saudoso Beto Sem Braço!
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