Título: Motel
Artista: Banda Uó
Gravadora: Deck
Cotação: * * 1/2
♪ Trio goiano de tecnobrega, sucesso na internet com seu EP Me emoldurei de presente pra te ter (2011), a Banda Uó soa mais brega do que tecno neste primeiro álbum, Motel, recém-lançado pela Deck no formato de CD físico quase dois meses após ter sido disponibilizado para audição pelo grupo. Faixas como Malandro (Hugo Passaquin, Davi Sabbag e Mateus Carrilho), Vânia (Davi Sabbag e Mateus Carrilho) - batidão funk de alto teor erótico sobre a periguete que dá nome ao tema - e Gringo (Diplo, Davi Sabbag, Mateus Carrilho, Mel Gonçalves, Rodrigo Curado e Pedro D'Eyrot) sinalizam que a Banda Uó tenta em vão pegar o bonde. O Bonde do Rolê, grupo do qual parece xerox apagada. A diferença é que a Uó mergulha sem maquiagem no universo brega. Cowboy (Mateus Carrilho e Davi Sabbag) é balada que se ajustaria bem ao repertório de qualquer cantor de sertanejo universitário, se descontada a sutileza de versos animais como "Eu fui só a égua que você galopou". Búzios do Coração (Davi Sabbag) é axé sem vergonha, mas com jeito de hit popular. Castelo de areias (Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves) explicita o lado brega da banda. Dentro desse universo kitsch, Preta Gil fica totalmente à vontade em Nêga Samurai (Davi Sabbag, Mateus Carrilho, Mel Gonçalves, Rodrigo Gorky e Pedro D'Eyrot), no papel-título da nêga que rouba o boy da amiga-rival. I <3 cafuçu (Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves) exalta o poder sexual da raça em mistura tecnobrega que evoca na letra tanto O xote das meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) quanto Meu ébano (Nenéo), hit de Alcione. Um dos pontos mais baixos do disco, Cavalo de fogo (Mudance, Davi Sabbag e Mateus Carrilho) realça o tom repetitivo adquirido pelo álbum ao longo de suas 13 faixas. Show da Rita (Davi Sabbag, Mateus Carrilho, MC Candy, Mel Gonçalves e Pedro D'Eyrot) narra o frenesi de show da chacrete Rita Cadillac em prisões enquanto Chorei (Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Pedro D'Eyrot) cai no forró eletrônico com o despudorado estilo brega da Uó. Se o Bonde do Rolê faz baile globalizado que tritura até o brega em seu caldeirão cult, a Banda Uó perde o bonde ao usar o brega como (sua) única matéria-prima.
11 comentários:
Trio goiano de tecnobrega, sucesso na internet com seu EP Me Emoldurei de Presente pra Te Ter (2011), a Banda Uó soa mais brega do que tecno neste primeiro álbum, Motel, recém-lançado pela Deck no formato de CD físico quase dois meses após ter sido disponibilizado para audição pelo grupo. Faixas como Malandro (Hugo Passaquin, Davi Sabbag e Mateus Carrilho), Vânia (Davi Sabbag e Mateus Carrilho) - batidão funk de alto teor erótico sobre a periguete que dá nome ao tema - e Gringo (Diplo, Davi Sabbag, Mateus Carrilho, Mel Gonçalves, Rodrigo Curado e Pedro D'Eyrot) sinalizam que a Banda Uó tenta em vão pegar o bonde. O Bonde do Rolê, grupo do qual parece xerox apagada. A diferença é que a Uó mergulha sem maquiagem no universo brega. Cowboy (Mateus Carrilho e Davi Sabbag) é balada que se ajustaria bem ao repertório de qualquer cantor de sertanejo universitário, se descontada a sutileza de versos animais como "Eu fui só a égua que você galopou". Beijos do Coração (Davi Sabbag) é axé sem vergonha, mas com jeito de hit popular. Castelo de Areias (Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves) assume explicitamente o lado brega da banda. Dentro desse universo kitsch, Preta Gil fica totalmente à vontade em Nêga Samurai (Davi Sabbag, Mateus Carrilho, Mel Gonçalves, Rodrigo Gorky e Pedro D'Eyrot), no papel-título da nêga que rouba o boy da amiga-rival. I <3 Cafuçu (Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Mel Gonçalves) exalta o poder sexual da raça em mistura tecnobrega que evoca na letra tanto O Xote das Meninas (Luiz Gonzaga e Zé Dantas) quanto Meu Ébano (Nenéo), hit de Alcione. Um dos pontos mais baixos do disco, Cavalo de Fogo (Mudance, Davi Sabbag e Mateus Carrilho) realça o tom repetitivo adquirido pelo álbum ao longo de suas 13 faixas. Show da Rita (Davi Sabbag, Mateus Carrilho, MC Candy, Mel Gonçalves e Pedro D'Eyrot) narra o frenesi de show da chacrete Rita Cadillac em prisões enquanto Chorei (Davi Sabbag, Mateus Carrilho e Pedro D'Eyrot) cai no forró eletrônico com o despudorado estilo brega da Banda Uó. Se o Bonde do Rolê faz baile globalizado que tritura até o brega no seu caldeirão cult, a Banda Uó perde o bonde ao usar o brega como matéria-prima.
Eu curti bastante o disco... É divertido e despretensioso! Mas o comentário é, na verdade, pra falar que o nome correto da música é "Búzios do Coração", e não "Beijos do Coração", conforme está no seu texto.
Oi, Felipe, grato pelo toque. Errei, sim, como diria a saudosa da Dalva de Oliveira. Mas o erro já está corrigido. Abs, obrigado, MauroF
Sim! Mas pelo menos seu erro não manchou o nome de ninguém... rsrs
Despretensiosa é tudo que a Banda Uó não é!
Despretensiosa é tudo que a Banda Uó não é!
Ouvi dizer muito bem dessa banda e desse disco, porém ainda não ouvi o mesmo. Não sei se são tão bons mesmo. Vou conferir o som deles.
Não consigo engolir esse tecnobrega hypado atual do Brasil. Gosto de umas duas da Gaby e só. Mesmo que a mídia e a crítica digam o contrário, aos meus ouvidos soam tão desagradável quanto Calypso e cia.
Não consigo engolir esse som, pra mim é dispensável!
Esse CD é bem bacana e o shows deles é excelente para aquilo que se propõem. Já o show do Bonde do Rolê é algo totalmente dispensável.
Concordo, Daniel. Falou tudo.
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