Mauro Ferreira no G1

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domingo, 21 de outubro de 2012

Mitch Winehouse se porta como pai herói em livro sobre a saga da filha Amy

Resenha de livro
Título: Amy - Minha filha
Autor: Mitch Winehouse
Editora: Record
Cotação: * * * 1/2

 Houve momento - algum tempo depois da edição do álbum Frank (2003) e antes da gravação do consagrador Back to black (2006) - que o futuro de Amy Winehouse (1983 - 2011) como cantora pareceu incerto para a família da artista e para a própria Amy. Tal incerteza é admitida por Mitch Winehouse numa das 350 páginas de seu bom livro Amy - Minha filha, já lançado no Brasil pela editora Record. Por ser o pai da mais interessante cantora surgida nos anos 2000, Mitch acompanhou de perto os primeiros passos de Amy na vida e na música. Seu livro reconstitui tais passos de forma superficial (mas esclarecedora) para se concentrar na saga de Amy contra as drogas que a tiraram precocemente de cena, aos 27 anos. Essa luta contra os vícios da filha é o assunto quase único de Mitch nos três quartos finais do livro. Ao recontar essa história, Mitch se porta como o pai herói, incansável na batalha cotidiana para afastar Amy do álcool, das drogas e, sobretudo, da companhia do namorado Blake Fielder-Civil, descrito no livro com adjetivos nada lisonjeiros como "mau-caráter". Tampouco a família de Blake é poupada. Sim, Mitch toma partido e marca posição em Amy - Minha filha e, como testemunha privilegiada das idas e vindas de Amy em clínicas de reabilitação de dependentes químicos, o pai herói dá a versão verdadeira dos fatos noticiados com doses de sensacionalismo e mentira pelos tabloides britânicos. E, nesse sentido, parece não ter havido  maquiagem dos fatos na redação da saga. Em narrativa sempre fluente, Mitch rememora os tropeços e o mergulho de Amy no inferno das drogas e da relação com Blake. Por mais que o livro tenha sido escrito com indisfarçável oportunismo (por vaidade e vontade de ficar sob os holofotes, não por ganância, já que a renda dos direitos autorais de Mitch é em tese revertida para a Fundação Amy Winehouse, criada para amparar usuários de drogas na luta contra o vício), Amy - Minha filha vai cativar admiradores da artista inglesa. Relevada a pose de pai herói repetida por Mitch ao longo do livro, Amy - Minha filha descortina os bastidores da vida de artista singular. Vida breve, mas intensa, como a obra e o canto por vezes dilacerado de Amy Winehouse.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Houve momento - algum tempo depois da edição do álbum Frank (2003) e antes da gravação do consagrador Back to Black (2006) - que o futuro de Amy Winehouse (1983 - 2011) como cantora pareceu incerto para a família da artista e para a própria Amy. Tal incerteza é admitida por Mitch Winehouse numa das 350 páginas de seu bom livro Amy - Minha Filha, já lançado no Brasil pela editora Record. Por ser o pai da mais interessante cantora surgida nos anos 2000, Mitch acompanhou de perto os primeiros passos de Amy na vida e na música. Seu livro reconstitui tais passos de forma superficial (mas esclarecedora) para se concentrar na saga de Amy contra as drogas que a tiraram precocemente de cena, aos 27 anos. Essa luta contra os vícios da filha é o assunto quase único de Mitch nos três quartos finais do livro. Ao recontar essa história, Mitch se porta como o pai herói, incansável na batalha cotidiana para afastar Amy do álcool, das drogas e, sobretudo, da companhia do namorado Blake Fielder-Civil, descrito no livro com adjetivos nada lisonjeiros como "mau-caráter". Tampouco a família de Blake é poupada. Sim, Mitch toma partido e marca posição em Amy - Minha Filha e, como testemunha privilegiada das idas e vindas de Amy em clínicas de reabilitação de dependentes químicos, o pai herói dá a versão verdadeira dos fatos noticiados com doses de sensacionalismo e mentira pelos tabloides britânicos. E, nesse sentido, parece não ter havido maquiagem dos fatos na redação da saga. Em narrativa sempre fluente, Mitch rememora os tropeços e o mergulho de Amy no inferno das drogas e da relação com Blake. Por mais que o livro tenha sido escrito com indisfarçável oportunismo (por vaidade e vontade de ficar sob os holofotes, não por ganância, já que a renda dos direitos autorais de Mitch é em tese revertida para a Fundação Amy Winehouse, criada para amparar usuários de drogas na luta contra o vício), Amy - Minha Filha vai cativar admiradores da artista inglesa. Relevada a pose de pai herói repetida por Mitch ao longo do livro, Amy - Minha Filha descortina os bastidores da vida de artista singular. Vida breve, mas intensa como a obra por vezes dilacerada de Amy Winehouse.

Rafael disse...

Ouvi dizer que o livro é bom, mas sinceramente não acho que deva ser tudo isso. Não acredito que o pai da Amy tenha contado todos os detalhes da vida dele neste livro. Por falar no pai da Amy, o Mitch, descobri há 2 semanas que em 2010 ele lançou um disco de jazz com clássicas canções standards chamado "Rush Of Love", onde inclusive há uma versão em inglês de "Insensatez", de Tom Jobim.

Maria disse...

Já ouvi ótimas críticas sobre o livro quero muito ler.