Mauro Ferreira no G1

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domingo, 11 de novembro de 2012

Alvinho Lancellotti segue 'cool' bloco 'indie' com os encantos de compositor

Resenha de álbum
Título: O tempo faz a gente ter esses encantos
Artista: Alvinho Lancellotti
Gravadora: Edição independente do artista
Cotação: * * * 

 No segundo álbum solo, O tempo faz a gente ter esses encantos, Alvinho Lancellotti segue o bloco cool da música indie carioca. O disco confirma os encantos do artista como compositor, já expostos no primeiro álbum solo de Alvinho, Mar aberto (Selo Abacateiro, 2008), trabalho conceitual sobre amor e mar. A produção deste segundo trabalho individual - dividida por Lancellotti com o percussionista Adriano Sampaio, o músico Daniel Medeiros e o violonista Pedro Costa  - embala a safra de inéditas autorais com elegância e o toque contemporâneo dessa turma indie. O maior destaque é Vidigal (Alvinho Lancellotti), samba pontuado pela guitarra western de Pedro Costa, que cruza o universo musical do compositor carioca Cartola (1908 - 1980) com o do compositor italiano Ennio Morricone, profundo conhecedor das trilhas do velho Oeste norte-americano. Mas merecem menção honrosa Sexta-feira (Alvinho Lancellotti) - samba que celebra a chegada de um fim de semana cheio de festa e vida - e Alegria da gente (Alvinho Lancellotti), tema que tangencia a arquitetura de um samba-rock. Com menor inspiração, Gira de caboclo (Alvinho Lancellotti) abre a roda para o universo afro-brasileiro que abarca também É de mamãe (Alvinho Lancellotti), samba temperado com o dendê do Recôncavo Baiano. Com certa bossa, Meu bloco de amor (Alvinho Lancellotti) vai para a rua com a atmosfera cool que pauta o disco sem empolgar de fato. Parceria de Alvinho com o mano Domenico Lancellotti, Antena também capta essa sonoridade light que se ajusta ao canto contido do intérprete meramente eficiente. O samba Autoajuda (Alvinho Lancellotti) dá receita de bem-viver com a poesia que também encorpa Vazio (Alvinho Lancellotti). No fim, São Tomé (Alvinho Lancellotti) reitera o apego do compositor ao samba, no caso com o reforço vocal do coro feminino formado por Guidi Vieira e Laura Lagub. Projetado como integrante do Fino Coletivo, grupo carioca que planeja lançar o terceiro álbum em 2013, Alvinho Lancellotti deixa neste íntimo e pessoal O tempo faz a gente ter esses encantos a mesma boa impressão do anterior Mar aberto. Mas o fato de a primeira metade do álbum ser superior à segunda sinaliza que é hora de abrir parcerias para que o bloco cool do artista provoque maior encantamento ao entrar numa avenida já congestionada por tantos discos de tons similares.

3 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Em seu segundo álbum, O Tempo Faz a Gente Ter Esses Encantos, Alvinho Lancellotti segue o bloco cool da música indie carioca. O disco confirma os encantos do artista como compositor, expostos já em seu primeiro álbum, Mar Aberto (Selo Abacateiro, 2008), trabalho conceitual sobre amor e mar. A produção - dividida por Lancellotti com o percussionista Adriano Sampaio, o músico Daniel Medeiros e o violonista Pedro Costa - embala a safra de inéditas autorais com elegância e o toque contemporâneo da turma indie. O maior destaque é Vidigal (Alvinho Lancellotti), samba pontuado pela guitarra western de Pedro Costa, que cruza os universo musicais do carioca Cartola (1908 - 1980) com o compositor italiano Ennio Morricone, profundo conhecedor das trilhas do velho Oeste norte-americano. Mas merecem menção honrosa Sexta-Feira (Alvinho Lancellotti) - samba que celebra a chegada de um fim de semana cheio de festa e vida - e Alegria da Gente (Alvinho Lancellotti), tema que tangencia a arquitetura de um samba-rock. Com menor inspiração, Gira de Caboclo (Alvinho Lancellotti) abre a roda para o universo afro-brasileiro que abarca também É de Mamãe (Alvinho Lancellotti), samba temperado com o dendê do Recôncavo Baiano. Com certa bossa, Meu Bloco de Amor (Alvinho Lancellotti) vai para a rua com a atmosfera cool que pauta o disco sem empolgar de fato. Parceria de Alvinho com o mano Domenico Lancellotti, Antena também capta essa sonoridade light que se ajusta ao canto contido do intérprete meramente eficiente. O samba Autoajuda (Alvinho Lancellotti) dá sua receita de bem-viver com a poesia que também encorpa Vazio (Alvinho Lancellotti). No fim, São Tomé (Alvinho Lancellotti) reitera o apego do compositor ao samba, no caso com o reforço vocal do coro feminino formado por Guidi Vieira e Laura Lagub. Projetado como integrante do Fino Coletivo, grupo carioca que planeja lançar seu terceiro álbum em 2013, Alvinho Lancellotti deixa neste íntimo e pessoal O Tempo Faz a Gente Ter Esses Encantos a mesma boa impressão do anterior Mar Aberto. Mas o fato de a primeira metade do álbum ser superior à segunda sinaliza que é hora de abrir parcerias para que o bloco cool do artista entre na avenida com maior encantamento.

Rafael disse...

Alvinho é um ótimo músico e compositor. Gostei do disco.

Miyage disse...

Capa simples e bonita!