Mauro Ferreira no G1

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domingo, 4 de novembro de 2012

Cara romântico, Rei entra no baile funk sem perder pose de conquistador

Resenha de CD
Título: Esse Cara Sou Eu
Artista: Roberto Carlos
Gravadora: Sony Music
Cotação: * * *

"Do que é meu, eu cuido e não me distraio", avisa Roberto Carlos em verso de Furdúncio, o funk melody que compôs com Erasmo Carlos na linha light dos sucessos de MC Leozinho e da extinta dupla Claudinho & Buchecha. O verso deixa entrever visão possessiva e machista da mulher-objeto que, por ser alvo de muitos admiradores, cria furdúncio por onde passa. Sim, Roberto Carlos entra no baile funk sem perder a pose de conquistador e latin lover alimentada desde os tempos da Jovem Guarda. Gravado com  o DJ Batutinha e o tecladista Tutuca Borba, o funk melody do Rei preserva o estilo de sua majestade. Ainda assim, Furdúncio é a maior novidade de Esse Cara Sou Eu, CD com quatro músicas - reedição do formato do velho compacto duplo - lançado pela Sony Music neste mês de novembro de 2012, no lugar do prometido - mas nunca cumprido - álbum de inéditas de Roberto Carlos. Neste single duplo, as inéditas são apenas duas. Além de Furdúncio, o cada vez menos profícuo compositor apresenta a balada que dá título ao disco, Esse Cara Sou Eu, cedida (assim como o funk) para a trilha sonora da novela Salve Jorge, recém-estreada pela TV Globo. Mesmo sem sequer roçar a beleza das clássicas canções de amor do artista, Esse Cara Sou Eu é boa balada de romantismo derramado, gravada com as adesões de Chocolate (bateria) e Jorge Aílton (baixo), músicos que formam a azeitada cozinha da atual banda do cantor e compositor carioca Lulu Santos. A estrutura da canção é simples, mas enreda o ouvinte. Bem mais do que A Mulher que Eu Amo, a (também boa) balada lançada na trilha sonora da novela Viver a Vida (TV Globo, 2009) e até então nunca incluída na discografia oficial de Roberto Carlos. Completa o single duplo a gravação de A Volta, feita em 2004. Música de Roberto Carlos com Erasmo Carlos, lançada com sucesso pela dupla Os Vips em compacto de fevereiro de 1966, A Volta tinha permanecido inédita na voz de Roberto até a gravação feita para a trilha sonora da novela América (TV Globo, 2004) e incluída no CD Pra Sempre ao Vivo no Pacaembu (2004). Mudam os ritmos e os tempos, mas o CD Esse Cara Sou Eu sinaliza que Roberto Carlos jamais perde a pose de conquistador romântico. Por isso mesmo, sua majestade se recusa a entrar no baile da pesada.

6 comentários:

Mauro Ferreira disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
noca disse...

Ate me surpreendi,as musicas são boas mesmo.Se manter esse nível já esta muito bom e é passo para vir coisa melhor ainda.

Dan Peder disse...

Nunca suportei ouvir uma música sequer na voz do RC, mas surpreendentemente gostei de "Esse cara sou eu"! Achei o ritmo bom e a letra "fofa" e previsível, como toda boa cançao de amor!

Rafael disse...

Até que essa "Esse Cara Sou Eu" não é das piores músicas de Roberto. Ao menos fica anos luz de coisas esdrúxulas como "coisa bonita, coisa gostosa, quem foi que disse que tem que ser magra pra ser gostosa", "sou taxista, tô na rua, tô na pista, não tô no palco, eu sou um artista", entre outras coisas abomináveis.

Rafael disse...

Por falar em Roberto Carlos, no blog oficial do maestro Eduardo Lages foi publicada há 5 dias uma foto por ele do ensaio do especial de fim de ano do cantor com o (argh) Michel Teló em estúdio. Aqui está a foto:

http://eduardolages.blogspot.com.br/2012/10/ensaio-com-michel-telo-para-o-especial.html

Dido Borges disse...

Deus me livre e guarde. Tô fora!