Evento: Vivo Open Air
Título: Baby Sucessos
Artista: Baby do Brasil (em foto de Rodrigo Goffredo)
Local: Jockey Club (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 31 de outubro de 2012
Cotação: * * * * *
Como se uma conjunção cósmica conspirasse a favor de sua volta à cena pop, Baby do Brasil fez retorno triunfal ao repertório dos tempos de Baby Consuelo no show Baby Sucessos, atração mais esperada da programação 2012 do Vivo Open Air, evento que mistura cinema e música no Jockey Club do Rio de Janeiro (RJ). Foi um show memorável, à altura do culto midiático armado em torno dessa ansiada volta. Aos 60 anos, completados em 18 de julho de 2012, Baby estava recolhida ao universo da música evangélica desde 1999. Contudo, por obra e graça do Senhor e do filho da artista, o guitarrista Pedro Baby, a cantora desceu do púlpito e pregou para um público jovial as mensagens de paz, amor e alegria que, sim, já existiam no cancioneiro propagado nos anos 70 e 80 por Baby. Com a voz tinindo, a intérprete mostrou que conserva a mesma vivacidade e a mesma brasilidade pop evidenciadas desde que integrava o grupo Novos Baianos. Cósmica e telúrica, Baby transcendeu rótulos, tirou do baú da Consuelo pouco ouvidas canções que nem destoariam do repertório de cantoras evangélicas - casos de Minha Oração (Baby do Brasil, Oswaldinho do Acordeom e Pepeu Gomes, 1980), do rock-funk Paz e Amor (Baby do Brasil, Didi Gomes e Pepeu Gomes, 1981) e de Seus Olhos (Baby do Brasil e Jorginho Gomes, 1982) - e caiu no suingue atemporal do repertório dos Novos Baianos. Os arranjos da banda capitaneada por Pedro Baby - com Donatinho nos teclados, Betão Aguiar (filho do Novo Baiano Paulinho Boca de Cantor) no baixo, Maicon Lopes no trompete e Carlos Darci (da atual banda Black Rio) no trombone, entre outras feras - repaginaram e atualizaram na pressão o cancioneiro de Baby, mas sem anular a concepção dos arranjos das gravações originais. Foi bem fácil reconhecer aos primeiros acordes o clássico novo baiano A Menina Dança (Moraes Moreira e Galvão, 1972) e a balada Sem Pecado e Sem Juízo (Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 1985), hit radiofônico da fase secular, turbinado por sua execução na trilha sonora da novela Roque Santeiro (TV Globo, 1985) e revivido em Baby Sucessos com a letra original e na sequência em surpreendente versão em inglês. Tais músicas foram acompanhadas espontaneamente em forte coro pelo público receptivo, ávido da eletricidade de Baby. O clima de louvação contribuiu para a criação da atmosfera de magia que envolveu a estreia nacional de Baby Sucessos (há planos de turnê nacional e de registro do show em DVD). A participação afetuosa e terna de Caetano Veloso - em Menino do Rio (Caetano Veloso, 1979) e no medley que uniu Farol da Barra (Caetano Veloso e Galvão, 1978) com Acabou Chorare (Moraes Moreira e Galvão, 1972) - reiterou o caráter especial, mágico, da apresentação. Na pressão, Baby lembrou Telúrica (Baby do Brasil e Jorginho Gomes, 1981), caiu no suingue pop funkeado de Ele Mexe Comigo (Baby do Brasil,. Galvão e Pepeu Gomes, 1979) - espécie de pré-axé - e entrou na cadência bonita e sacudida do samba Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (Moraes Moreira e Pepeu Gomes, 1979). Mote do show, o diálogo cúmplice com o filho guitarrista Pedro Baby, mentor da volta da mãe, ficou especialmente explícito no dueto em Sorrir e Cantar Como Bahia (Moraes Moreira e Galvão, 1973). Nem uma ou outra música menor, como Força do Olhar (Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 1984), atenuou a grandeza do show e do momento. Mais para o fim, Todo Dia Era Dia de Índio (Jorge Ben Jor, 1981) - hit há 31 anos que se torna cruelmente atual em tempos de conflitos com povos indígenas - reiterou a total comunhão entre artista e plateia. O público carioca pôs fé na volta de Baby do Brasil. Em retribuição, a cantora, tinindo aos 60 anos, deu vibrante testemunho de fé na brasilidade pop de repertório revitalizado na glória de Deus por sua ainda vivaz intérprete.
9 comentários:
Como se uma conjunção cósmica conspirasse a favor de sua volta à cena pop, Baby do Brasil fez retorno triunfal ao repertório dos tempos de Baby Consuelo no show Baby Sucessos, atração mais esperada da programação 2012 do Vivo Open Air, evento que mistura cinema e música no Jockey Club do Rio de Janeiro (RJ). Foi um show memorável, à altura do culto midiático armado em torno dessa ansiada volta. Aos 60 anos, completados em 18 de julho de 2012, Baby estava recolhida ao universo da música evangélica desde 1999. Contudo, por obra e graça do Senhor e do filho da artista, o guitarrista Pedro Baby, a cantora desceu do púlpito e pregou para um público jovial as mensagens de paz, amor e alegria que, sim, já existiam no cancioneiro propagado nos anos 70 e 80 por Baby. Com a voz tinindo, a intérprete mostrou que conserva a mesma vivacidade e a mesma brasilidade pop evidenciadas desde que integrava o grupo Novos Baianos. Cósmica e telúrica, Baby transcendeu rótulos, tirou do baú da Consuelo pouco ouvidas canções que nem destoariam do repertório de cantoras evangélicas - casos de Minha Oração (Baby do Brasil, Oswaldinho do Acordeom e Pepeu Gomes, 1980), do rock-funk Paz e Amor (Baby do Brasil, Didi Gomes e Pepeu Gomes, 1981) e de Seus Olhos (Baby do Brasil e Jorginho Gomes, 1982) - e caiu no suingue atemporal do repertório dos Novos Baianos. Os arranjos da banda capitaneada por Pedro Baby - com Donatinho nos teclados, Betão Aguiar (filho do Novo Baiano Paulinho Boca de Cantor) no baixo, Maicon Lopes no trompete e Carlos Darci (da atual banda Black Rio) no trombone, entre outras feras - repaginaram e atualizaram na pressão o cancioneiro de Baby, mas sem anular a concepção dos arranjos das gravações originais. Foi bem fácil reconhecer aos primeiros acordes o clássico novo baiano A Menina Dança (Moraes Moreira e Galvão, 1972) e a balada Sem Pecado e Sem Juízo (Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 1985), hit radiofônico da fase secular, turbinado por sua execução na trilha sonora da novela Roque Santeiro (TV Globo, 1985) e revivido em Baby Sucessos com a letra original e na sequência em surpreendente versão em inglês. Tais músicas foram acompanhadas espontaneamente em forte coro pelo público receptivo, ávido da eletricidade de Baby. O clima de louvação contribuiu para a criação da atmosfera de magia que envolveu a estreia nacional de Baby Sucessos (há planos de turnê nacional e de registro do show em DVD). A participação afetuosa e terna de Caetano Veloso - em Menino do Rio (Caetano Veloso, 1979) e no medley que uniu Farol da Barra (Caetano Veloso e Galvão, 1978) com Acabou Chorare (Moraes Moreira e Galvão, 1972) - reiterou o caráter especial, mágico, da apresentação. Na pressão, Baby lembrou Telúrica (Baby do Brasil e Jorginho Gomes, 1981), caiu no suingue pop funkeado de Ele Mexe Comigo (Baby do Brasil,. Galvão e Pepeu Gomes, 1979) - espécie de pré-axé - e entrou na cadência bonita e sacudida do samba Lá Vem o Brasil Descendo a Ladeira (Moraes Moreira e Pepeu Gomes, 1979). Mote do show, o diálogo cúmplice com o filho guitarrista Pedro Baby, mentor da volta da mãe, ficou especialmente explícito no dueto em Sorrir e Cantar Como Bahia (Moraes Moreira e Galvão, 1973). Nem uma ou outra música eventualmente menor, como Força do Olhar (Baby do Brasil e Pepeu Gomes, 1984), atenuou a grandeza do show e do momento. Mais para o fim, Todo Dia Era Dia de Índio (Jorge Ben Jor, 1981) - sucesso de 1981 que se torna cruelmente atual em tempos de conflitos com povos indígenas - reiterou a comunhão entre artista e plateia. O público carioca pôs fé na volta de Baby do Brasil. Em retribuição, a cantora, tinindo aos 60, deu seu testemunho de fé na brasilidade pop de um repertório que merece ser revitalizado por sua ainda vivaz intérprete na glória de Deus.
Foi mesmo um show histórico. Só quem estava lá é que pôde sentir. Mas a crítica descreva exatamente como foi a grande noite de Baby. Parabéns!
Espero que o público volte a o olhar pro cancioneiro de Baby - Consuelo ou do Brasil, não importa - porque eis aí uma grande cantora. Sem pecado e sem juízo. Melhor assim!
Que esse show empolgue Baby a voltar ao mundo secular. Ainda sonho ver Baby com sucessos pop, ensinando à essa garotada como se encara um chorinho e como se vai até um rock and roll, porque Baby é essa mistura Tropical maravilhosa. Herdeira e contemporânea de Gal, Ademilde Fonseca e Elza Soares, Baby é uma das poucas que sabe como ninguém transitar por estilos e ir do samba ao choro, do heggae ao jazz/blues sem perder o pique, o swingue e a afinação.
Salve Baby (Consuelo) do Brasil!!!
Tai um show que tinha tudo pra ser gravado em DVD ....
Que notícia maravilhosa.
Uma cantora de verdade, não como essas plastificadas que há atualmente por aí (não vou citar nomes, para o mauro não me censurar. Rs rs rs)
Abração,
Denilson
Adoro a Baby e também espero que esse show a anime a voltar a fazer discos onde ela possa mesclar o samba, o pop, o jazz, o rock de uma forma única como ela sabe fazer. Adoro quando ouço ela cantar clássicas canções como "Brasileirinho" (onde pouquíssimas cantoras como ela cantam super rapidamente e com competência essa canção), "Brasil Pandeiro", e a bela "Cachorro Vira Lata".
Não curto mais a mãe da moça que faz o Culto das Princesas. Pregando preconceito e discriminação. Não gosto da Era Medieval...
Não dá pra esquecer o carnaval de uns 2 anos atrás com Novos Baianos e a Baby unindo duas gerações e mostrando muito mais fôlego que todo os 'pipoqueiros' que a seguiam.
E, já que Deus é muito doido - como a própria disse-, eu mau posso esperar pra que ele mande um sinal pra ela transformar esse show numa turnê nacional. Afinal, a Bahia espera ela da mesma forma que naquele ano.
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