Mauro Ferreira no G1

Aviso aos navegantes: desde 6 de julho de 2016, o jornalista Mauro Ferreira atualiza diariamente uma coluna sobre o mercado fonográfico brasileiro no portal G1. Clique aqui para acessar a coluna. O endereço é http://g1.globo.com/musica/blog/mauro-ferreira/


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Crepuscular, Dionne requenta canções de Bacharach e David no CD Now

Resenha de CD
Título: Now
Artista: Dionne Warwick
Gravadora: Blue Horizon Venture
Cotação: * * 1/2
Disco ainda sem previsão de edição no Brasil

À beira dos 72 anos de vida, a serem completados em 10 de dezembro, Dionne Warwick completa cinco década de carreira fonográfica em 2012. Em 1962, há 50 anos, o lançamento do single Don't Make me Over deu o pontapé inicial numa discografia que foi uma das mais perfeitas traduções do pop da década de 60. A reboque das canções radiofônicas de Burt Bacharach e Hal David (1921 - 2012), a cantora norte-americana fez fama e história. Mas a dissolução da dupla de compositores, em 1972, tornou irregular a carreira de Dionne. Apesar de ter emplacado eventuais grandes sucessos (I'll Never Love This Way Again, Heartbreaker, That's What Friends Are For) nos anos 70 e 80, a artista logo passou a  viver de seu glorioso passado com a dupla. A pretexto de celebrar os 50 anos de carreira da deusa, Now - o álbum de estúdio lançado por Dionne nos Estados Unidos nesta primeira semana de novembro de 2012 - dá continuidade ao eterno revival. No disco, gravado em Nova York (EUA) de março a maio com produção de Phil Ramone, a deusa da canção pop aborda em tom crepuscular 12 canções de Burt Bacharach & Hal David, nem todas da célebre parceria. Há dois temas de Bacharach sem David (Is There Anybody Out There? e Love Is Still The Answer) e outros dois de David sem Bacharach (99 Miles From L.A. e a bela balada It Was Almost Like a Song) - os quatro inéditos na voz ainda elegante de Dionne. Mesmo com perda da extensão vocal, Dionne ainda ostenta um dos mais bonitos fraseados da canção norte-americana. Basta ouvir a atual regravação de Make It Easy on Yourself para atestar a elegância desse fraseado. O maior problema de Now reside nos arranjos estilo Muzak. Falta brilho às regravações. Até porque standards como Don't Make me Over, I Say a Little Prayer (sem vivacidade no dueto feito com David Elliott, filho da cantora) e (There's) Always There Something to Remind me soam imbatíveis nas sedutoras gravações feitas pela própria Dionne nos anos 60 e já foram tão revisitados pela intérprete que Now soa déjà vu. De todo modo, há acertos na seleção do repertório. Now traz à tona algumas músicas pouco badaladas na discografia da artista. Are You There With Another Girl? (1965) é uma delas e figura no álbum por ser a música preferida de Stevie Wonder dentro da discografia de Dionne. Be Aware (a melhor faixa do disco, uma das poucas em que parece haver uma emoção real, algum frescor) e I Just Have to Breathe (outro ponto alto de Now) são músicas de Dionne, álbum lançado pela artista em 1972. Enfim, a cantora (ainda) é boa e as músicas são ótimas, mas Now deixa a sensação de que Dionne Warwick precisa se desvincular de seu passado, virar a página e mudar o disco para - quem sabe? - fazer um CD que soe bem mais necessário do que este requentado Now.

7 comentários:

Mauro Ferreira disse...

À beira dos 72 anos de vida, a serem completados em 10 de dezembro, Dionne Warwick completa cinco década de carreira fonográfica em 2012. Em 1962, há 50 anos, o lançamento do single Don't Make me Over deu o pontapé inicial numa discografia que foi uma das mais perfeitas traduções do pop da década de 60. A reboque das canções radiofônicas de Burt Bacharach e Hal David (1921 - 2012), a cantora norte-americana fez fama e história. Mas a dissolução da dupla de compositores, em 1972, tornou irregular a carreira de Dionne. Apesar de ter emplacado eventuais grandes sucessos (I'll Never Love This Way Again, Heartbreaker, That's What Friends Are For) nos anos 70 e 80, a artista logo passou a viver de seu glorioso passado com a dupla. A pretexto de celebrar os 50 anos de carreira da deusa, Now - o álbum de estúdio lançado por Dionne nos Estados Unidos nesta primeira semana de novembro de 2012 - dá continuidade ao eterno revival. No disco, gravado em Nova York (EUA) de março a maio com produção de Phil Ramone, a deusa da canção pop aborda em tom crepuscular 12 canções de Burt Bacharach & Hal David, nem todas da célebre parceria. Há dois temas de Bacharach sem David (Is There Anybody Out There? e Love Is Still The Answer) e outros dois de David sem Bacharach (99 Miles From L.A. e a bela balada It Was Almost Like a Song) - os quatro inéditos na voz ainda elegante de Dionne. Mesmo com perda da extensão vocal, Dionne ainda ostenta um dos mais bonitos fraseados da canção norte-americana. Basta ouvir a atual regravação de Make It Easy on Yourself para atestar a elegância desse fraseado. O maior problema de Now reside nos arranjos estilo Muzak. Falta brilho às regravações. Até porque standards como Don't Make me Over, I Say a Little Prayer (sem vivacidade no dueto feito com David Elliott, filho da cantora) e (There's) Always There Something to Remind me soam imbatíveis nas sedutoras gravações feitas pela própria Dionne nos anos 60 e já foram tão revisitados pela intérprete que Now soa déjà vu. De todo modo, há acertos na seleção do repertório. Now traz à tona algumas músicas pouco badaladas na discografia da artista. Are You There With Another Girl? (1965) é uma delas e figura no álbum por ser a música preferida de Stevie Wonder dentro da discografia de Dionne. Be Aware (a melhor faixa do disco, uma das poucas em que parece haver uma emoção real, algum frescor) e I Just Have to Breathe (outro ponto alto de Now) são músicas de Dionne, álbum lançado pela artista em 1972. Enfim, a cantora (ainda) é boa e as músicas são ótimas, mas Now deixa a sensação de que Dionne Warwick precisa se desvincular de seu passado, virar a página e mudar o disco para - quem sabe? - fazer um CD que soe bem mais necessário do que este requentado Now.

Rafael disse...

Gosto de Dionne. Uma das grandes vozes do soul e do pop. Está cantando melhor do que nunca.

Tombom disse...

A escolha do repertório em grande parte "batido" e o resultado sonoro do álbum podem estar abaixo do potencial da veterana cantora... mas... que capa LINDA!

Eduardo Cáffaro disse...

Adoro Dionne e coleciono também. Mas essas repetições cansam, pois em DIONNE sings DIONNE, ela ja havia regravado várias dessa canções, depois , no album MY FRIENDS AND ME, regravou as mesmas músicas em duetos com uma lista de convidados, e agora em NOW ...estão lá de novo. Eu gostaria que fosse lançado no Brasil seus albuns de 80, que foram remasterizados nos EUA. Mas ...vão dizer que não vai vender ! kkkkk

Marcelo disse...

Dionne , Diana Ross e Donna Summer são as grandes cantoras dessa geração.

Jefferson disse...

Dionne e' minha diva..a voz e' linda e sua historia magnifica,acho que a idade deu uma voz tao doce a Dionne....ah...nem sei o que dizer, so' que a amo de coracao!!

Jefferson disse...

Dionne e' otima de todo jeito, mesmo meus amigos gostando de cantores atuais, eu com meus 18 anos gosto e' de Dionne Warwick...