Mauro Ferreira no G1

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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Dias revive com fluência 'gracejo' da brava Aracy em 'Cantoras do Brasil'

Resenha de programa de TV
Série: Cantoras do Brasil
Título: Andreia Dias Canta Aracy de Almeida
Idealização: Mariana Rolim, Mercedes Tristão e Simone Esmanhotto
Direção: Simone Elias
Emissora: Canal Brasil
Foto: Cris Valias
Cotação: * * *
Exibição programada pelo Canal Brasil para as 18h45m de 8 de novembro de 2012


Sem fazer gênero, Andreia Dias conta - em depoimento para o décimo dos 13 episódios da série Cantoras do Brasil, exibida pelo Canal Brasil às quintas-feiras - que, como todo mundo da sua geração, pensava que    Aracy de Almeida (1914 - 1988) fosse "apenas uma jurada do Silvio Santos". Mais tarde, ao pesquisar a obra do compositor Noel Rosa (1910-1937), a cantora paulistana descobriu que a folclórica Araca - então de fato somente conhecida por julgar com severidade os calouros do Programa Silvio Santos - também foi cantora, e das boas. Cantora de personalidade brava, "invocada", como ressalta Dias, mas com um "gracejo" no canto. A partir dessa descoberta, alguns sambas do repertório de Aracy passaram a integrar os roteiros dos shows da artista paulistana - casos dos sambas O Maior Castigo Que Eu te Dou (Noel Rosa, 1934) e Camisa Amarela (Ary Barroso, 1939), revividos com fluência por Dias sob a direção de Maurício Tagliari nesta série em que uma cantora contemporânea da voz a músicas de uma antecessora de tempos idos. No caso, com reverência. Feitos com os mesmos músicos, os dois números musicais do programa Andreia Dias Canta Aracy de Almeida jamais inventam moda. Os arranjos estão calcados nos violões (de Tagliari e de Pipop Pegoraro), no cavaquinho de Gabriel Muzak e na percussão de Flavio Lazzarin. Mas saltam aos ouvidos em O Maior Castigo Que Eu te Dou - samba de letra machista, escrita em sintonia com a moral vigente na sua época - as intervenções do clarinete de Luca Raele. Embora não ressalte toda a verve dos dois sambas com seu agudo registro vocal, Andreia Dias canta Aracy de Almeida com elegância.

4 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Sem fazer gênero, Andreia Dias conta - em depoimento para o décimo dos 13 episódios da série Cantoras do Brasil, exibida pelo Canal Brasil às quintas-feiras - que, como todo mundo da sua geração, pensava que Aracy de Almeida (1914 - 1988) fosse "apenas uma jurada do Silvio Santos". Mais tarde, ao pesquisar a obra do compositor Noel Rosa (1910-1937), a cantora paulistana descobriu que a folclórica Araca - então de fato somente conhecida por julgar com severidade os calouros do Programa Silvio Santos - também foi cantora, e das boas. Cantora de personalidade brava, "invocada", como ressalta Dias, mas com um "gracejo" no canto. A partir dessa descoberta, alguns sambas do repertório de Aracy passaram a integrar os roteiros dos shows da artista paulistana - casos dos sambas O Maior Castigo Que Eu te Dou (Noel Rosa, 1934) e Camisa Amarela (Ary Barroso, 1939), revividos com fluência por Dias sob a direção de Maurício Tagliari nesta série em que uma cantora contemporânea da voz a músicas de uma antecessora de tempos idos. No caso, com reverência. Feitos com os mesmos músicos, os dois números musicais do programa Andreia Dias Canta Aracy de Almeida jamais inventam moda. Os arranjos estão calcados nos violões (de Tagliari e de Pipop Pegoraro), no cavaquinho de Gabriel Muzak e na percussão de Flavio Lazzarin. Mas saltam aos ouvidos em O Maior Castigo Que Eu te Dou - samba de letra machista, escrita em sintonia com a moral vigente na sua época - as intervenções do clarinete de Luca Reale. Embora não ressalte toda a verve dos dois sambas com seu agudo registro vocal, Andreia Dias canta Aracy de Almeida com elegância.

Rafael disse...

Vou esperar ver o resultado final das belas canções de Aracy na voz de Andreia Dias.

Douglas Carvalho disse...

Não consegui ainda entender a que veio essa série de programas. Uma grande maioria de cantoras nada conhecidas (acho que as exceções são Roberta Sá, Mariana Aydar e Gaby Amarantos), uma atriz que ninguém sabia que era cantora, cantando apenas duas músicas de cantoras falecidas homenageadas.

Os programas são curtos, não mostram sequer uma fotografia das pretensas homenageadas, quanto mais uma gravação... achei tudo tão superficial. Apenas uma bonita fotografia em P&B.

Acho que tantos as homenageadas mereciam programas mais profundos, como as cantoras escolhidas mereciam mostrar mais a que vieram. E, honestamente, achei que a seleção de cantoras poderia ter sido melhor. Tem gente pouco relevante demais no cenário da MPB ali, iniciantes demais. Enfim... nem elas mostram seus trabalhos, nem as homenagens são consistentes.

lurian disse...

Pra quem não conhece ainda, Andréia Dias é uma das que vale à pena conhecer. Gosto do estilo dessa moça!
O primeiro disco dela é uma maravilha! Nele ela soube bem trabalhar a fina ironia que era tão peculiar à Aracy de Almeida.