Mauro Ferreira no G1

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terça-feira, 6 de novembro de 2012

Festa gay de Mika soa bem menos animada no álbum 'The Origin of Love'

Resenha de CD
Título: The Origin of Love
Artista: Mika
Gravadora: CasablancaUniversal Music
Cotação: * * *

Mika despontou com álbum tão pop e perfeito, Life in Cartoon Motion (2007), que se tornou cruel exigir do cantor e compositor libanês - batizado Michael Holbrook Penniman Jr., criado na Inglaterra e ora radicado na França - êxito na missão (impossível) de reeditar o brilho daquele álbum de estreia. The Boy Who Knew Too Much (2009) já desfez a magia. Terceiro álbum de Mika, recém-lançado no Brasil via Universal Music, The Origin of Love, mostra que a festa gay de Mika está cada vez menos animada, embora nem por isso menos interessante. Se havia ecos da alegria da disco music em Life in Cartoon Motion, evocada entre falsetes de canto que remetia a Freddie Mercury (1946 - 1991) e a George Michael, The Origin of Love está mais para o tecnopop dance dos Pet Shop Boys em bons temas autorais como Stardust, Make You Happy e a balada Underwater. De todo modo, justiça seja feita, Mika acerta ao procurar se renovar a cada disco. A épica faixa-título Origin of Love mostra que o cantor evita seguir fielmente sua receita de sucesso. Lola é azeitado pop radiofônico estruturado fora do universo dance. Dentro do que se espera do artista, o falsete de Mika continua sedutor e ecoa forte no refrão de Overrated. Sim, tais músicas são legais e conectam o artista com eficiência à música eletrônica produzida desde os anos 90, mas o fato é que elas jamais resistem à comparação com a perfeição pop de Grace Kelly, Lollipop, Love Today, Relax (Take It Easy), Billy Brown e Big Girl (You Are Beautiful) - obras-primas do vibrante primeiro álbum. The Origin of Love jamais contagia, ainda que a balada Kids exponha certa maturidade de Mika e que Love You When I'm Drunk contribua para animar a festa. Se Step With Me concilia leves toques de r & b e pop reggae em melodia envolvente que cresce no refrão, Popular Song é pop rap à moda de Mika. No fim, Celebrate procura animar a festa novamente. E até consegue. De qualquer maneira, mesmo resistindo com bravura à tentação de clonar a fórmula de seu primeiro e melhor álbum, Mika falha na missão (impossível) de fazer deste The Origin of Love um CD tão bom e vibrante quanto seu deliciosamente frívolo álbum de estreia. A vibe é outra.

10 comentários:

Mauro Ferreira disse...

Mika despontou com álbum tão pop e perfeito, Life in Cartoon Motion (2007), que se tornou cruel exigir do cantor e compositor libanês - batizado Michael Holbrook Penniman Jr., criado na Inglaterra e ora radicado na França - êxito na missão (impossível) de reeditar o brilho daquele álbum de estreia. The Boy Who Knew Too Much (2009) já desfez a magia. Terceiro álbum de Mika, recém-lançado no Brasil via Universal Music, The Origin of Love, mostra que a festa gay de Mika está cada vez menos animada, embora nem por isso menos interessante. Se havia ecos da alegria da disco music em Life in Cartoon Motion, evocada entre falsetes de canto que remetia a Freddie Mercury (1946 - 1991) e a George Michael, The Origin of Love está mais para o tecnopop dance dos Pet Shop Boys em bons temas autorais como Stardust, Make You Happy e a balada Underwater. De todo modo, justiça seja feita, Mika acerta ao procurar se renovar a cada disco. A épica faixa-título Origin of Love mostra que o cantor evita seguir fielmente sua receita de sucesso. Lola é azeitado pop radiofônico estruturado fora do universo dance. Dentro do que se espera do artista, o falsete de Mika continua sedutor e ecoa forte no refrão de Overrated. Sim, tais músicas são legais e conectam o artista com eficiência à música eletrônica produzida desde os anos 90, mas o fato é que elas jamais resistem à comparação com a perfeição pop de Grace Kelly, Lollipop, Love Today, Relax (Take It Easy), Billy Brown e Big Girl (You Are Beautiful) - obras-primas do vibrante primeiro álbum. The Origin of Love jamais contagia, ainda que a balada Kids exponha certa maturidade de Mika e que Love You When I'm Drunk contribua para animar a festa. Se Step With Me concilia leves toques de r & b e pop reggae em melodia envolvente que cresce no refrão, Popular Song é pop rap à moda de Mika. No fim, Celebrate procura animar a festa novamente. E até consegue. De qualquer maneira, mesmo resistindo com bravura à tentação de clonar a fórmula de seu primeiro e melhor álbum, Mika falha na missão (impossível) de fazer deste The Origin of Love um CD tão bom e vibrante quanto seu deliciosamente frívolo álbum de estreia. A vibe é outra.

Flávio Voight disse...

Esse álbum tem músicas muito boas (como a faixa-título e Step With Me), mas tem seus momentos fracos também...

Só fico triste de ver que tanta gente não gosta do segundo disco dele. Acho ele melhor que o primeiro, de longe - só não é tão imediato.

Dan Peder disse...

A pergunta que nao quer calar:

quais elementos uma música precisa ter para para que seja rotulada gay?

Diego Razzil disse...

Não acho que Mika tenha falhado tão fortemente assim no segundo álbum, por mais que o primeiro tenha sido o melhor disparadamente, os seguintes continuam com aquela essência de antes e trazem coisas novas, até porque ele é um artista e artistas experimentam e buscam coisas novas. Enfim, eu também não gostei do terceiro álbum a primeira vista, mas como curto Mika aos poucos fui gostando e hoje ele é indispensável.

Fico triste ao ver que ele deixou a referência pura do pop para se aventurar no eletrônico, isso realmente me irrita no terceiro álbum, mesmo ele mesclando com outras coisas. Sorte a nossa que sua voz é marcante e nos permite ignorar a batida.

Daniel disse...

Nossa, que decepção. Por mim eu daria até menos estrelas. O primeiro álbum dele era de um pop perfeito orgânico. Era radiofônico sem soar repetitivo ou raso e cada faixa tinha uma sonoridade diferente mas que no fim tornava o album coeso. Já o segundo album foi mais fraco com apenas algumas à altura do primeiro. E este último então é muito sem graça. É louvável a tentativa de não se repetir, mas antes tentar repetir a perfeição que realizar uma mudança só por mudar e assim se afastar tanto de um padrão de qualidade. O álbum é muito eletrônico, não tem uma música com cara de hit, nenhum bom refrão. Não valoriza o imenso alcance e técnica vocal dele, tampouco consegue me transmitir alguma emoção (como as memoráveis melancolia de Happy Ending e crise existencial exfusiante de Grace Kelly)

Chabacano disse...

O primeiro álbum é uma das melhores "coisas pop" dos anos 00, mas se a Lily Allen e o Gnarls Barkley conseguiram fazer respectivos segundos discos no mesmo nível dos primeiros, o mesmo não pode se dizer do Mika, na minha opinião. O segundo álbum dele "The Boy Who Knew Too Much" é chato, chato, chato... E esse terceiro... está ótimo! Que bom que ele reencontrou e reafinou o seu 'tom' pop.

Unknown disse...

Minha opinião parte 1 pq não coube no espaço. "Respeito sua opinião, mas não concordo em alguns pontos. Primeiro, por que rotular uma música ou um album como gay? apenas questiono os rótulos que acabam soando como preconceituosos.
Falando especificamente dos albuns agora, sim, o Life in Cartoon Motion é brilhante, original, na época foi um sopro de frescor no universo pop e continua sendo, mas observo com tristeza quantas pessoas ignoram o brilhantismo do segundo album, com músicas como Toy Boy que é uma pequena obra-prima na minha modesta opinião, onde ele conta a história de um menino gay e seus dramas de forma brilhante e sem uma única linha repetida, é linear, sem refrão, e o que dizer de We Are Golden ... um hino com um refrão arrebatador, Blame It On The Girls que tem uma elegância incomum e a potência de Rain com uma letra fantástica, e Touches You com um refrão e coral estonteantes, só para mencionar algumas, o TBWKTM não é tão otimista quanto o primeiro, mas acho que é igualmente perfeito."

Unknown disse...

Minha opinião parte 2: "O The Origin Of Love veio pra confundir mesmo, mais eletrônico com certeza, menos divertido e brilhante, acho que não. Ele trata do tema AMOR de uma forma original e única, sem cair na mesmice de baladas aos montes por ai. Qual música de amor que tem um refrão que fala em drogas, como cigarro e chocolate e outro refrão na mesma música que evoca Deus ao seu amor carnal? Para mim a música Origin abre de forma linda e competente um dos albuns mais perfeitos do mundo pop. Lola é deliciosa e viciante e após seu desfecho levamos uma lufada de ar fresco e refrão brilhante com Stardust, a letra de Make You Happy é sentimental e transmite com competência o recado através de uma voz robotizada que dá a repetição exata desse sentimento, com um final ao estilo Michael Jackson, depois caimos ao pé de uma das letras mais lindas e abstratas já escritas pelo Mika, Underwater, uma balada doce e que traça na mente as imagens que a letra transmite. Após a calmaria de Underwater, recebemos um soco no estômago com Overrated, crua, forte, com um vocal/refrão super poderoso que vem com toda a carga de "dor" nos seus versos, Kids outra grande ruptura e questionamento sobre o amor, seu refrão é tocante "Take your kid gloves off, this is love no war, give our peace a chance, make it worth fighting for" Sim, Mika faz valer muito a pena ter esse album, onde ele se expôe como jamais antes, após isso nos divertimos com Love You When I'm Drunk, confesso que tive um certo choque com o refrão repetitivo Only love you ... only love you, mas a música é muito divertida e acabei me rendendo ao refrão. Falo agora de Step With Me, chega a ser brega em algumas partes, mas sabe aquele brega delicioso onde se compara de uma forma original uma comida caseira ao amor saboreado de forma maliciosa, isso é simplesmente genial, e o que dizer desse verso: Don't know why but all the words, sound just like a melody, from the pieces that I've heard I could be your symphony" é muito amor! E o flerte com o reggae deu um casamento perfeito, e mais uma vez outro forte refrão mostrando os passos de um amor marcante. Popular song brinca com assunto sério, o buylling sofrido por Mika na infância de forma divertida e otimista onde o "loser" é o grande vencedor na final, é realmente só um pop rap à moda de Mika? me desculpe respeito sua opinião, mas não costumo enxergar genialidade onde não tem, e esse album tem muita coisa à ser desvendada ainda, não é um album simples, acredito no seu poder. Emily foi feito para os afixionados por música inglesa que não se permitem descobrir a delicia e a melodia da música francesa (Elle Me Dit é infinitamente superior), Heroes na letra, na minha opinião, é a que mais tá fora do conceito amor deste album, mas acaba por se encaixar nele, outra letra/melodia/refrão pra lá de poderosos."

Unknown disse...

Minha opinião Parte 3: " Celebrate é a mais fraquinha, mas é a perfeita traduçao da trajetória do album, tendo na celebração a sua maior conquista. Destaque para a Make You Happy (Miami Edit) com orquestra sinfônica PERFEIÇÃO. Sobre o CD bônus um super destaque para a faixa TAH DAH (isso é título Mika?) e foi uma super agradável surpresa, uma clássica música estilo anos 70, 80, com ares de Bee Gees. Bem, acredito que esse album veio para mostrar mais uma vez do que é feito o verdadeiro artista, sempre em busca de inovação, sem o compromisso de agradar a todos, o que é bacana, porque isso deve dar à ele impulso para inovar sempre, renovação primordial para quem se diz antes de tudo um artista.
O fato é que o Mika nunca me decepciona e se o fizer algum dia ... Bem, vou continuar de qualquer forma sempre interessada na sua carreira, mesmo pq ele é a perfeita tradução de talento raro de encontrar, sem falar nas suas performances de palco, que energia contagiante. Todos tem o direito de gostar mais, gostar menos, ou simplesmente não gostar, só quis expor um pouco do que penso. Enfim ... o legal é conversar numa boa, seu review é bom e o principal, é escrito por alguém que conhece a obra do Mika, isso é importante, falar com competência sobre qualquer assunto. Agradeço o espaço. Obrigada." Katia Regina Santos

Unknown disse...

Boa tarde! Eu comentei no seu blog com minha conta Google hotmail, mas tenho 2 e-mails no Google eu uso normalmente o e-mail santos.katiaregina@gmail.com Gostaria de sua permissão para postar seu blog na pagina do MikaFanClubBrasil no facebook já que vc solicita ser comunicado para tal. Katia Regina Santos