Título: Casa Aberta
Artista: Lili Araujo
Gravadora: Delira Música
Cotação: * * * *
Cantora e compositora carioca, Lili Araujo descende da linhagem nobre de Joyce e Rosa Passos. Não é por acaso que Joyce avaliza o segundo álbum de Araujo, Casa Aberta, em texto escrito para o encarte do CD. O samba que abre o disco, exaltando a alma africana da Bahia, Negro Coração (Alegre Corrêa e Raul Boeira), poderia figurar no repertório de qualquer álbum mais recente de Joyce pelo balanço que remete de imediato ao cancioneiro desta conterrânea de Araujo. Quatro anos após lançar seu (bom) disco de estreia, Arribação (Oficina Records, 2008), trabalho em que filtrou o samba e o choro pela estética do jazz, a artista continua envolvendo a música brasileira em atmosfera jazzy, sem jogar nota fora, sem abrir espaço para improvisos exagerados. A boa influência do jazz é perceptível em todo o disco, mas notadamente em certas passagens de Até Quando Durar (Daniel Santiago e Mauro Aguiar) e da faixa-título Casa Aberta (Lili Araújo), destaques do disco produzido pela própria cantora (e cada vez melhor compositora) com o guitarrista Daniel Santiago. O piano de João Donato imprime em Não Tem Nada Não (João Donato, Eumir Deodato e Marcos Valle, 1973) o tom latino típico do músico. A faixa é outro trunfo de disco que reitera o apego de Araujo ao samba, ritmo recorrente ao longo das 11 faixas de Casa Aberta. Um desses sambas, Não Tem Perdão, é da safra inicial de Ivan Lins, parceiro de Ronaldo Monteiro de Souza no tema lançado por Leny Andrade no álbum Alvoroço (EMI-Odeon, 1973). Outro, Onde Estiver (Chico Pinheiro e Paulo Neves), é cantado em ritmo veloz por Araujo em fina demonstração de sua destreza vocal. Um terceiro, Vai Saber (Lili Araujo), confirma a evolução da compositora, que também assina Pra se Lembrar de Mim, balada interiorizada (e menos envolvente no confronto com outros temas do disco). No todo, Casa Aberta hospeda a boa influência do jazz (e de Joyce) na música brasileira, sinalizando a desenvoltura de Lili Araujo em gênero hoje mais recebido no Exterior do que na sua humilde residência. Entre com ouvidos abertos para o samba jazzy...
6 comentários:
Cantora e compositora carioca, Lili Araujo descende da linhagem nobre de Joyce e Rosa Passos. Não é por acaso que Joyce avaliza o segundo álbum de Araujo, Casa Aberta, em texto escrito para o encarte do CD. O samba que abre o disco, exaltando a alma africana da Bahia, Negro Coração (Alegre Corrêa e Raul Boeira), poderia figurar no repertório de qualquer álbum mais recente de Joyce pelo balanço que remete de imediato ao cancioneiro desta conterrânea de Araujo. Quatro anos após lançar seu (bom) disco de estreia, Arribação (Oficina Records, 2008), trabalho em que filtrou o samba e o choro pela estética do jazz, a artista continua envolvendo a música brasileira em atmosfera jazzy, sem jogar nota fora, sem abrir espaço para improvisos exagerados. A boa influência do jazz é perceptível em todo o disco, mas notadamente em certas passagens de Até Quando Durar (Daniel Santiago e Mauro Aguiar) e da faixa-título Casa Aberta (Lili Araújo), destaques do disco produzido pela própria cantora (e cada vez melhor compositora) com o guitarrista Daniel Santiago. O piano de João Donato imprime em Não Tem Nada Não (João Donato, Eumir Deodato e Marcos Valle, 1973) o tom latino típico do músico. A faixa é outro trunfo de disco que reitera o apego de Araujo ao samba, ritmo recorrente ao longo das 11 faixas de Casa Aberta. Um desses sambas, Não Tem Perdão, é da safra inicial de Ivan Lins, parceiro de Ronaldo Monteiro de Souza no tema lançado por Leny Andrade no álbum Alvoroço (EMI-Odeon, 1973). Outro, Onde Estiver (Chico Pinheiro e Paulo Neves), é cantado em ritmo veloz por Araujo em fina demonstração de sua destreza vocal. Um terceiro, Vai Saber (Lili Araujo), confirma a evolução da compositora, que também assina Pra se Lembrar de Mim, balada interiorizada (e menos envolvente no confronto com outros temas do disco). No todo, Casa Aberta hospeda a boa influência do jazz (e de Joyce) na música brasileira, sinalizando a desenvoltura de Lili Araujo em gênero hoje mais recebido no Exterior do que na sua humilde residência. Entre com ouvidos abertos para o samba jazzy...
Capa bonita e se vem da linhagem de Joyce, então é louça fina, merece nossa atenção!
Não conheço a cantora, porém gostei muito da capa do disco também. Parece ser muito bom.
A capa é bem bonita mesmo!
Muito bonita a capa do CD!! Uma sereia "humanizada"!!!
Oba!! Deve estar muito bom. Ter o aval de Joyce não é pra qualquer um(a).
Postar um comentário