O tempo de Paulinho da Viola é hoje. Mas esse hoje tem um tempo todo próprio que faz com que a vida e a obra do cantor e compositor carioca caminhem em ritmo particular - sem pressa, com a calma dos sábios. Pela cronologia oficial da biografia do artista, o autor de Na Linha do Mar - timoneiro firme de seu barco - completa 70 anos nesta segunda-feira, 12 de novembro de 2012. Contudo, passado e presente parecem se embaralhar para moldar o tempo deste meticuloso artesão de sambas e choros, dono de discografia fundamental que vai ter sua parte mais profícua embalada pela EMI Music em caixa a ser lançada em 2013 com curadoria do jornalista Vagner Fernandes. Sem lançar álbum de inéditas desde 1996, Paulinho da Viola construiu entre 1968 e 1983 - o período em que gravou álbuns com quase regularidade anual - discografia que o alinha com os grandes criadores do samba e, em menor grau, do choro. O traço vanguardista de músicas como Sinal Fechado (1969) - composição por sinal vencedora do V Festival de Música Popular Brasileira da TV Record - sempre se desenhou em harmonia com as tradições reiteradas na obra do artista. Ovelha desgarrada do rebanho que alicerçou a MPB projetada na era dos festivais, Paulinho se alimenta do passado sem ranços saudosistas para gerar obra cujo tempo parece sempre ser o de hoje. Talvez por isso álbuns como A Dança da Solidão (1972), Nervos de Aço (1973) e os gêmeos Memórias Chorando e Memórias Cantado - ambos paridos em 1976 - pareçam atemporais. Com a nobreza e a discrição que lhe são características e que lhe renderam epítetos como Príncipe do Samba, Paulinho da Viola sempre deu bela voz aos compositores do morro, aos bambas da sua Portela querida e aos chorões cariocas. Sempre elegante, sabe a hora de guardar sua viola no fundo do baú para não se contaminar com os modismos do mercado. Mas, quando a tira do baú, Da Viola sempre acerta. Inclusive quando canta sambas alheios com tal propriedade que esses sambas dão na sua voz a impressão de terem sempre sido dele, Paulinho. Casos de Meu Mundo É Hoje (Eu Sou Assim) (Wilson Batista e José Batista) - samba regravado pelo artista em 1972 - e de Nervos de Aço (Lupicínio Rodrigues), faixa-título de primoroso álbum de 1973. Sob seu luminoso prisma, Paulo César Batista de Faria condensa os cânones do samba e do choro em discografia já espaçada, construída no tempo do artista. É o artista quem se navega, senhor desse tempo e de sua obra.
O tempo de Paulinho da Viola é hoje. Mas esse hoje tem um tempo todo próprio que faz com que a vida e a obra do cantor e compositor carioca caminhem em ritmo particular - sem pressa, com a calma dos sábios. Pela cronologia oficial da biografia do artista, o autor de Na Linha do Mar - timoneiro de seu barco - completa 70 anos nesta segunda-feira, 12 de novembro de 2012. Contudo, passado e presente parecem se embaralhar para moldar o tempo deste meticuloso artesão de sambas e choros, dono de discografia fundamental que vai ter sua parte mais profícua embalada pela EMI Music em caixa a ser lançada em 2013 com curadoria do jornalista Vagner Fernandes. Sem lançar CD de inéditas desde 1996, Paulinho da Viola construiu entre 1968 e 1983 - o período em que gravou álbuns com regularidade anual - discografia que o alinha com os grandes criadores do samba e, em menor grau, do choro. O traço vanguardista de músicas como Sinal Fechado (1969) - composição por sinal vencedora do V Festival de Música Popular Brasileira da TV Record - sempre se desenhou em harmonia com as tradições reiteradas na obra do artista. Ovelha desgarrada do rebanho que alicerçou a MPB projetada na era dos festivais, Paulinho se alimenta do passado sem ranços saudosistas para gerar obra cujo tempo parece sempre ser o de hoje. Talvez por isso álbuns como A Dança da Solidão (1972), Nervos de Aço (1973) e os gêmeos Memórias Chorando e Memórias Cantado - ambos paridos em 1976 - pareçam atemporais. Com a nobreza e a discrição que lhe são características e que lhe renderam epítetos como Príncipe do Samba, Paulinho da Viola sempre deu bela voz aos compositores do morro, aos bambas da sua Portela querida e aos chorões cariocas. Sempre elegante, sabe a hora de guardar sua viola no fundo do baú para não se contaminar com os modismos do mercado. Mas, quando a tira do baú, Da Viola sempre acerta. Inclusive quando canta sambas alheios com tal propriedade que esses sambas dão na sua voz a impressão de terem sempre sido dele, Paulinho. Casos de Meu Mundo É Hoje (Eu Sou Assim) (Wilson Batista e José Batista) - samba regravado pelo artista em 1972 - e de Nervos de Aço (Lupicínio Rodrigues), faixa-título de primoroso álbum de 1973. Sob seu luminoso prisma, Paulo César Batista de Faria condensa os cânones do samba e do choro em discografia já espaçada, construída no tempo do artista. É o artista quem se navega, senhor desse tempo e de sua obra.
ResponderExcluirEle não tem o glamour cosmopolita de um Tom Jobim, nem o charme intelectual de um Chico Buarque, tampouco a têmpera histérico-polêmica de um Caetano Veloso, muito menos a ginga histriônico-política de um Gilberto Gil. Paulinho da Viola, ao contrário, move-se no etéreo: suas referências mais próximas são Noel Rosa, Pixinguinha, Ataulfo Alves, Nelson Cavaquinho e Cartola, todos devidamente canonizados.
ResponderExcluirMarisa Monte me estimulou a conhecer a obra desse sambista, compositor genial quando ouvi Dança da Solidão pela primeira vez fiquei encantada me tornei fã e continuo ouvindo até hoje. Viva Paulinho!e que venha mais 70 anos.
ResponderExcluirParabéns,Paulinho da Viola!!!
ResponderExcluirTop 5 de discos(sem ordem de preferência):
Bebadosamba(1996)
Memórias Cantando(1976)
Memórias Chorando(1976)
Nervos de Aço(1973)
A Toda Hora Rola Uma Estoria(1982)
Top 5 de músicas:
Coisas do Mundo, Minha Nega
Sinal Fechado
Sarau para Radamés
Mar Grande
Para um Amor do Recife
de outros autores:
Apoteose ao Samba
Peregrino
Cavaco Emprestado
Cenários
Para finalizar um pedido repetitivo mas necessário:Alô, EMI Music, em 2013 queremos boxes de Roberto Ribeiro e João Nogueira.
Meu Top 5 de Paulinho:
ResponderExcluirCoração Leviano
Para Um Amor No Recife
Foi um Rio Que Passou Em Minha Vida
Não quero você assim
Dança da Solidão
Também gosto de Top 5. Com quem merece Top 50, claro. Lá vai:
ResponderExcluirFoi Um Rio Que Passou Em Minha Vida
Para Um Amor no Recife
Coisas do Mundo, Minha Nêga
Dança da Solidão
Onde A Dor Não Tem Razão
Ontem saiu uma matéria na Folha de SP sobre o Pualinho e nela o Martinho da Vila dizia algo mais ou menos assim:
"Ele é um estilista da palavra, mas sem rebuscar"
É isso mesmo!
Ahh, verdade, Paulinho tem o poder de dá versões definitivas a músicas alheias. Mas Dança da Solidão a Marisa Monte "roubou" dele.
Zé Henrique,você prefere a versão de Dança da Solidão do Cor de Rosa e Carvão ou do Barulhinho Bom?
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirGrande Paulinho. Um dos melhores compositores de samba dessa geração. Que seus 70 anos seja multiplicado 70 vezes 7 em boas e mais novas composições. Que lance um novo disco, tá precisando!!! E seus súditos também precisam ouvir mais dele. Parabéns, mestre Paulinho!!! Que é da Viola e que é do mundo. Como já dizia Caetano em "A Voz do Morto": "E viva o Paulinho da Viola!".
ResponderExcluirParabéns, Paulinho da Viola, ícone do samba e da MPB!!
ResponderExcluirA música de Paulinho é sinônimo de classe e refinamento.
Parabéns, Mauro! Esse texto merece ser emoldurado!
Zé, filhão, sou mais a versão da minha cantora de 1981, Na Fonte.
ResponderExcluirSalve o Príncipe do Samba (junto com Roberto Silva!! Fiquei muito feliz ao saber que a Portela homenageará o Paulinho no enredo que fala sobre os 90 anos da escola e sobre o bairro de Madureira também. Ele é o fio condutor do enredo.
Vida longa e eu ainda espero um álbum de inéditas!
Maria, nem lembrava da versão do Barulhinho Bom. Fui ouvir... É mais rapidinha, né?
ResponderExcluirPrefiro a do Cor de Rosa e Carvão.
Classuda demais!
PS: Paizão Marcelão, a imparcialidade não é o seu forte, né? Sou BEM mais a da Marisa.
Abraço
Faltou dizer que o Marcelão não é imparcial em relação a sua, lá dele, Rainha.
ResponderExcluirNo resto, respeito suas opiniões como grande apreciador do samba que é.
Faltou tb dá os parabéns ao setentão Paulinho.
Gênio da raça.
Mas eu adoro a da Marisa também! Sou suspeitíssimo! haha
ResponderExcluirAbs
Marcelo, eu também acho que Beth Carvalho fez a melhor gravação de Dança da Solidão.
ResponderExcluirPrefiro a de Marisa Monte pela voz interpretação tudo!
ResponderExcluirLuiz, somos suspeitos! rs
ResponderExcluirE parabéns pelos seus vídeos! Outro dia estava vendo no youtube. Canta muito bem.
Abs e parabéns também pela homenagem à nossa Rainha do Samba.