♪ Como todas as cantoras que iniciaram carreira na primeira metade dos anos 1940, Carmélia Alves (14 de fevereiro de 1923 - 3 de novembro de 2012) começou seguindo a trilha aberta por Carmen Miranda (1909 - 1955), matriz do canto popular feminino do Brasil. Mas Carmélia Alves Curvello - carioca filha de pai cearense e mãe baiana, criada em Petropólis (RJ) - sai de cena para permanecer na história da música brasileira como a Rainha do baião. O epíteto lhe foi cunhado por ninguém menos do que Luiz Gonzaga (1912 - 1989), o rei do gênero que estilizou e que propagou no Brasil na segunda metade dos anos 1940. Gênero que foi abraçado por Carmélia, com enorme adesão popular, ao longo da década de 1950, quando o acordeom dava o tom da música brasileira até ser destronado em 1958 pelo violão e os sons urbanos da Bossa Nova. Antes de ser entronizada no auge da carreira como a Rainha do baião, Carmélia foi caloura nos anos 1930 e cantora de rádio (a Mayrink Veiga) já em 1941, ano em que também assumiu no Rio de Janeiro (RJ) o cobiçado posto de crooner do Copacabana Palace. A carreira fonográfica começa em 1943 - com o disco de 78 rotações que trazia Deixei de sofrer (Popeye do Pandeiro e Horondino Silva) e Quem dorme no ponto é chofer (Assis Valente), editado pela Victor - mas deslancha somente na extinta Continental, gravadora onde Carmélia fez, entre 1949 e 1954, as gravações do período áureo da discografia. Foi quando deu voz vivaz a músicas de compositores como Capiba (1904 - 1997), Hervê Cordovil (1914 - 1979), Humberto Teixeira (1915 - 1979) e, claro, Luiz Gonzaga - autores recorrentes nos créditos dos discos de 78 rotações lançados pela cantora na Continental e, a partir de 1955, na também já extinta Copacabana. Nos anos 1960, Carmélia se viu obrigada a aderir à onda trazida pela Bossa Nova - chegando a gravar pela Mocambo em 1964 álbum, Bossa Nova com Carmélia Alves, dedicado ao gênero - mas logo voltou aos ritmos nordestinos, pilares da obra fonográfica da artista. A partir dos anos 1970, a cantora gravou com regularidade cada vez menor. Esquecida na década de 1980, ressurge em cena - com algumas colegas de geração - no grupo As Eternas Cantoras do Rádio, com o qual fez turnês pelo Brasil e gravou discos saudosistas até se afastar por conta dos problemas de saúde que tirariam a vida e calariam a voz da cantora na noite do último sábado, 3 de novembro de 2012. Carmélia Alves sai de cena, mas permanece na história.
Como todas as cantoras que iniciaram carreira na primeira metade dos anos 40, Carmélia Alves (14 de fevereiro de 1923 - 3 de novembro de 2012) começou seguindo a trilha aberta por Carmen Miranda (1909 - 1955), matriz do canto popular feminino do Brasil. Mas Carmélia Alves Curvello - carioca filha de pai cearense e mãe baiana, criada em Petropólis (RJ) - sai de cena para permanecer na história da música brasileira como a Rainha do Baião. O epíteto lhe foi cunhado por ninguém menos do que Luiz Gonzaga (1912 - 1989), o rei do gênero que estilizou e propagou no Brasil na segunda metade dos anos 40 e que foi abraçado por Carmélia, com enorme adesão popular, ao longo da década de 50, quando o acordeom dava o tom da música brasileira até ser destronado em 1958 pelo violão e os sons urbanos da Bossa Nova. Antes de ser entronizada no auge da carreira como a Rainha do Baião, Carmélia foi caloura nos anos 30 e cantora de rádio (a Mayrink Veiga) já em 1941, ano em que também assumiu no Rio de Janeiro (RJ) o cobiçado posto de crooner do Copacabana Palace. A carreira fonográfica começa em 1943 - com o disco de 78 rotações que trazia Deixei de Sofrer (Popeye do Pandeiro e Horondino Silva) e Quem Dorme no Ponto é Chofer (Assis Valente), editado pela Victor - mas deslancha somente na extinta Continental, gravadora onde Carmélia fez, entre 1949 e 1954, as gravações do período áureo de sua carreira. Foi quando deu sua voz vivaz a músicas de compositores como Capiba (1904 - 1997), Hervê Cordovil (1914 - 1979), Humberto Teixeira (1915 - 1979) e, claro, Luiz Gonzaga - autores recorrentes nos créditos dos discos de 78 rotações lançados pela cantora na Continental e, a partir de 1955, na também já extinta Copacabana. Nos anos 60, Carmélia se viu obrigada a aderir à onda trazida pela Bossa Nova - chegando a gravar pela Mocambo em 1964 álbum, Bossa Nova com Carmélia Alves, dedicado ao gênero - mas logo voltou aos ritmos nordestinos, pilares de sua obra fonográfica. A partir dos anos 70, a cantora gravou com regularidade cada vez menor. Esquecida na década de 80, ressurge em cena - com colegas de sua geração - no grupo As Eternas Cantoras do Rádio, com o qual fez turnês pelo Brasil e gravou discos saudosistas até se retirar de cena pelos problemas de saúde que tirariam sua vida e calariam sua voz na noite de sábado, 3 de novembro de 2012.
ResponderExcluirQue Deus a tenha em bom lugar. Meus sentimentos à família desta grande dama da canção.
ResponderExcluirÉ uma pena que tão excelente cantora tenha morrido praticamente esquecida pela mídia e pelo público. Carmélia era uma das maiores e melhores cantoras desse país. Que possa descansar em paz.
ResponderExcluir...e a cada dia que passa ficamos mais pobres... :(
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