Série: Cantoras do Brasil
Título: Mallu Magalhães Canta Elizeth Cardoso
Idealização: Mariana Rolim, Mercedes Tristão e Simone Esmanhotto
Direção: Simone Elias
Emissora: Canal Brasil
Foto: Chris Valias
Cotação: *
Programa exibido pelo Canal Brasil às 18h45m de 15 de novembro de 2012
Em seu vago depoimento para o 11º episódio de Cantoras do Brasil, série do Canal Brasil em que uma intérprete contemporânea dá voz a músicas gravadas por uma cantora de tempos idos, Mallu Magalhães fala mais de si própria do que de Elizeth Cardoso (1920 - 1990). Sobre a Divina, alvo da homenagem do episódio, a artista paulista se limita a expor uma ou outra percepção como "Ela cantava como se fosse a música". Em nítida evolução como cantora e compositora dentro de seu particular universo musical, Mallu decepciona no programa e deixa a certeza de não ter (ainda) vivência para encarar o repertório de Elizeth e - talvez - de não ter conhecimento mais nítido sobre a cantora que celebra na série idealizada por Mariana Rolim, Mercedes Tristão e Simone Esmanhotto. Tanto que as duas composições escolhidas por Mallu para dar origem aos habituais dois números musicais do episódio - gravados no estúdio YB Music, em São Paulo (SP), sob a direção musical do guitarrista Maurício Tagliari - são pouco ou nada identificadas com Elizeth, cantora de técnica primorosa que imortalizou vários clássicos da música brasileira com sua estilosa voz de contralto que roçava tons de mezzo-soprano. Demais (Tom Jobim e Aloyiso de Oliveira, 1959) foi lançada por Sylvia Telles (1935 - 1966) no álbum Amor de Gente Moça (Odeon, 1959), mas passaria a ser associada a Maysa (1936 - 1977) a partir de 1965 (a Divina gravou Demais em 1967 no álbum A Enluarada Elizeth). Já Manhã de Carnaval (Luiz Bonfá e Antônio Maria, 1959) - música conhecida em escala mundial por ser da trilha sonora do filme Orfeu Negro (1959) - foi gravada originalmente por Elizeth na trilha do filme, mas, ao menos no Brasil, tal registro não se impôs na discografia da cantora. As interpretações pálidas de Mallu para as duas músicas acentuam o caráter equivocado das escolhas. Nem os bons arranjos dos números musicais - em que sobressaem o acordeom de Daniel Grajew e os violões de Gabriel Muzak e Pipo Pegoraro - atenuam a sensação de Mallu Magalhães Canta Elizeth Cardoso ser o único episódio ruim da boa série Cantoras do Brasil.
17 comentários:
A Mallu compositora dá para encarar. Mas a cantora ainda precisa de muita voz para ser denominada como tal.
Isso daí não é cantora nem aqui nem na China! produto Tabajara.
Um dos melhores episódios da série, na minha opinião. Mallu sabe o que faz
Abra a boca pra cantar!
Até gosto da Mallu das composições, apesar de não achá-la grande cantora. É apenas ok. Nada de mais. Porém acho que foi totalmente errada essa escolha de a terem chamado para cantar Elizeth. Pior do que isso é ver Camila Pitanga cantando, que em breve será exibido o episódio dela dentro da série.
Gosto é gosto! Agora ... mal gosto foi quem selecionou a Malu pro programa. Sem dúvida, o pior da série até agora.
Vergonha alheia!
A sensação que eu tenho é que ela ri da cara de quem curte uma porc**** de interpretação dessa!
Mauro,
Você deve saber disso, mas gostaria de lembrar que a divina Elizeth gravou a música "Manhã de Carnaval" para a trilha sonora do filme "Black Orpheus", em 1959, porém no disco saiu creditado como sendo a atriz Marpessa Dawn a intérprete, configurando um caso raro (talvez único) de "pirataria de voz".
Ela tentou durante muito tempo um reconhecimento na justiça internacional, mas creio que ela morreu sem que isso tenha acontecido.
Sem querer corrigir seu texto, mas foi através da voz da Elizeth que essa música ficou conhecida inicialmente no mundo inteiro e bem antes da gravação que ela fez em 1978.
PS: continuo não gostando nem um pouco dessa série "Cantoras do Brasil". rsrs
abração,
Denilson
Fui ouvir e assim como meu mezzo xará DJ gostei.
Ora, a mocinha fez o certo.
Deu o seu toque pessoal as canções.
Isso é muito mais importante que ser afinado ou ter voz potente.
Quantas belas vozes afinadinhas e ocas temos por aí, hein?!
PS: Foto em preto e branco, em matéria de charme e classe, dá de mil a zero nas coloridinhas.
Caro Denilson, grato por seu toque. Não conhecia essa história da Manhã de Carnaval da Elizeth, não. Vivendo e aprendendo. Vou correr atrás dela. Grato, MauroF
p.s.: de todo modo, ainda acho que Manhã de Carnaval não é associada a Elizeth.
Elizete e densa e não primava muito pela docilidade.Malu ja é dulcíssima.Muito contraste...
Essa série , pra mim, é um ERRO!! E essa Mallu pode ficar bem cantando "Atirei o pau no gato"...
Então, Noca, o bacana é justamente o contraste.
Pra fazer igual, copiado, melhor não fazer, né?
Quando penso na minha mais que amada Elisete, pesno em chega de saudade, doce de coco, violão vadio, nas canções do ary barroso, nos sambas de elisete sobe o morro, e em tantas outras coisas. Fazer diferente sim, imprimir seu estilo sim, mas destruir algo tão belo é no mínimo prepotência.
Não é isso Zé,não é o caso de fazer igual,mesmo porque a estrutura musical da Mallu jamais permitiria isso.Agora,na boa,nem sempre um contraste evidente demais é o bacana.Na base do sutil podem-se ter resultados muito mais reveladores e surpreendentes.O satisfatório muitas vezes é coisa de alma.
Não sabia que Elizeth fosse contralto,apesar que já vi especialista dizendo que Maria rita também é contralto( Nesta escala, Clementina de jesus seria o quê?)eu em.
Apesar de não ser fã de João gilberto, Em "Manhã de carnaval" quem deu o recado definitivo foi ele.
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