segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Com realce na fase pop, Gil veio para a festa do reencontro com Wonder

Resenha de show
Título: Andar com Fé
Artista: Gilberto Gil (em foto de Marcos Hermes)
Local: Imperator - Centro Cultural João Nogueira (Rio de Janeiro, RJ)
Data: 23 de dezembro de 2012
Cotação: * * * *
Em cartaz na Praia de Copacabana, no Rio de Janeiro (RJ), em 25 de dezembro de 2012

Gilberto Gil veio para a festa. Ao subir ao palco do Imperator, abrindo com o show Andar com Fé o evento beneficente que marcou seu reencontro com Stevie Wonder, o cantor trouxe um cesto de alegres hits e uma big-band com metais, guitarras e percussão, de valor reconhecido por quem sabe onde é Luanda, Bahia e Rio de Janeiro. E palco e público foram todos de Gil em apresentação azeitada, feita na pressão, inclusive por conta das duas horas de atraso motivado por problemas de ordem técnica. Até porque o roteiro - pensado para animar a plateia que esperava por Wonder na noite de 23 de dezembro de 2012 - deu providencial realce na fase pop da obra gravada por Gil de 1979 até o fim dos anos 80. Não por acaso, Realce (Gilberto Gil, 1979) abriu o show com sua brilhante pegada funk-disco-pop-glam. Na sequência, o cantor se jogou com toda propriedade na praia do reggae, ritmo recorrente no roteiro ao lado do samba, o carioca - celebrado em Aquele Abraço (Gilberto Gil, 1969) - e o baiano, evocado por Andar com Fé (Gilberto Gil, 1982). Foi quando A Novidade (Gilberto Gil, Bi Ribeiro, Herbert Vianna e João Barone) - conexão do artista com o trio carioca Paralamas do Sucesso - veio dar nessa praia, sucedida por reverência ao rei do reggae Bob Marley (1945 - 1981) em Is This Love? (Bob Marley, 1978). À medida que a voz do cantor foi esquentando e ganhando o vigor que parecia escasso nos números iniciais, o show foi se tornando mais caloroso e ainda mais elétrico. Mesmo quando um acústico berimbau, tocado pelo percussionista Gustavo Di Dalva, introduziu Domingo no Parque (Gilberto Gil, 1967), apresentada com arranjo que dialoga com a linguagem experimentada por Gil em seu recente concerto de cordas.  Palco (Gilberto Gil, 1981) foi o ápice da explosão pop, motivando o público a levantar das cadeiras para dançar a dança tropicalista do artista. É, Gilberto Gil veio para a festa. E fez a festa, com fogo eterno.

8 comentários:

  1. Gilberto Gil veio para a festa. Ao subir ao palco do Imperator, abrindo com o show Andar com Fé o evento beneficente que marcou seu reencontro com Stevie Wonder, o cantor trouxe um cesto de alegres hits e uma big-band com metais, guitarras e percussão, de valor reconhecido por quem sabe onde é Luanda, Bahia e Rio de Janeiro. E palco e público foram todos de Gil em apresentação azeitada, feita na pressão, inclusive por conta das duas horas de atraso motivado por problemas de ordem técnica. Até porque o roteiro - pensado para animar a plateia que esperava por Wonder na noite de 23 de dezembro de 2012 - deu providencial realce na fase pop da obra gravada por Gil de 1979 até o fim dos anos 80. Não por acaso, Realce (Gilberto Gil, 1979) abriu o show com sua brilhante pegada funk-disco-pop-glam. Na sequência, o cantor se jogou com toda propriedade na praia do reggae, ritmo recorrente no roteiro ao lado do samba, o carioca - celebrado em Aquele Abraço (Gilberto Gil, 1979) - e o baiano, evocado por Andar com Fé (Gilberto Gil, 1982). Foi quando A Novidade (Gilberto Gil, Bi Ribeiro, Herbert Vianna e João Barone) - conexão do artista com o trio carioca Paralamas do Sucesso - veio dar nessa praia, sucedida por reverência ao rei do reggae Bob Marley (1945 - 1981) em Is This Love? (Bob Marley, 1978). À medida que a voz do cantor foi esquentando e ganhando o vigor que parecia escasso nos números iniciais, o show foi se tornando mais caloroso e ainda mais elétrico. Mesmo quando um acústico berimbau, tocado pelo percussionista Gustavo Di Dalva, introduziu Domingo no Parque (Gilberto Gil, 1967), apresentada com arranjo que dialoga com a linguagem experimentada por Gil em seu recente concerto de cordas. Palco (Gilberto Gil, 1981) foi o ápice da explosão pop, motivando o público a levantar das cadeiras para dançar a dança tropicalista do artista. É, Gilberto Gil veio para a festa. E fez a festa, com fogo eterno.

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  2. Certamente o show deve ter sido interessante. Porém queria ver algo diferente. Queria ver um show inteiro dos dois cantando juntos.

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  3. Mauro, só uma coisa: "Aquele Abraço" é de 1969, não de 1979.

    E, se eu não aparecer, boas festas a todos aqui.

    Dia 1º, eu apareço para fazer o "levantamento" daquela lista de notícias boas que serão dadas no ano que se inicia, para ver quais vingaram.

    Abraços, Felipe dos Santos Souza

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  4. Ah, sim, só para constar: Gil está com tudo. "Concerto de cordas & Máquinas de ritmo" está entre os melhores de 2012, para mim.

    Felipe dos Santos Souza

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  5. Claro que é de 1969, Felipe. Grato pelo toque do erro de digitação. Abs, obrigado por todos seus toques ao longo de 2012. Todos valiosos. Feliz Natal! MauroF

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  6. Espero o disco de inéditas de Gilberto Gil só com Sambas.

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  7. o problema de Gil, hoje, é a voz, que foi gravemente afetada, muito provavelmente pelo uso do cigarro. Assistir a um show dele, nessas condições, é tenso.

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